segunda-feira, junho 12, 2006

Na convenção do PSDB, militantes não sabiam nem o nome do candidato

In: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1206200606.htm

Segunda-feira, 12 de junho de 2006

Atraídos pelos lanches, militantes não sabiam nem o nome do candidato

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A maioria das pessoas que empunhavam bandeiras de Geraldo Alckmin na convenção admitiu ter ouvido o nome do candidato tucano à Presidência pela primeira vez. Levadas a Belo Horizonte de ônibus, disseram que a viagem foi motivada pelas promessas de lanche grátis e de emprego na campanha.A distribuição dos lanches, que começou às 9h, por pouco não causou um grande problema: ela foi interrompida por volta das 11h, para que as pessoas voltassem ao pavilhão para acompanhar os discursos. A paralisação gerou reclamações, xingamentos, empurra-empurra e bate-boca entre os organizadores. Após 30 minutos, a distribuição dos lanches foi retomada.Segundo a empresa Anjos da Guarda, que prestou segurança ao evento, a convenção reuniu 6.000 pessoas. O presidente do PSDB mineiro, Nárcio Rodrigues, falou em 15 mil. O custo das convenções nacional e estadual foi de R$ 1 milhão, segundo o PSDB.Os ônibus fretados pelos diretórios tucanos - a reportagem contou cerca de 200 - começaram a chegar a Belo Horizonte às 8h. Uma hora depois teve início a convenção estadual do PSDB, que referendou o nome do governador Aécio Neves à reeleição.Foram confeccionadas 10 mil bandeiras com o rosto de Alckmin. A Folha ouviu pelo menos 20 pessoas que carregavam essas bandeiras nas filas das barracas que distribuíam feijão tropeiro, sanduíche de pernil, espetinho de porco, cachorro-quente e refrigerante. Nenhuma conhecia Alckmin. Esse "desconhecimento" também era visível nas faixas penduradas no local, que grafavam seu nome de várias formas."Eu não o conheço nem nunca vi na TV", disse Laura Gomes, 43, atraída ao local pela promessa de trabalho. "Foi a primeira vez agora", disse Nilvânia da Silva, 34. Os adolescentes Shirlene Basílio, 17, e Jéssico Emílio Simão, 21, afirmaram que, além dos sanduíches, receberiam R$ 10 cada um na volta para casa. O presidente do PSDB mineiro negou o pagamento: "O PSDB ofereceu lanche e transporte, não existe nada sobre pagamento".