domingo, fevereiro 28, 2010

"Voltar ao Iraque? Não há mais retorno ao Iraque, caro amigo, o Iraque só existe em nossos sonhos e lembranças!”




Mais de um milhão de iraquianos já morreram sob a ocupação norte americana
26 de Fevereiro de 2010
Voltairenet
Fonte: blogdovelhocomunista | Tradução de R. Maciel
Mais de 1,2 milhões de iraquianos sofreram mortes violentas desde a invasão em 2003, de acordo com um estudo realizado pelo prestigiado instituto de pesquisa britânico Opinion Research Business (ORB). Estes números sugerem que as mortes causadas pela invasão e ocupação do Iraque competem em número com os assassinatos em massa do século XX, o número de mortos no Iraque ultrapassa em 800 000 a 900 000 vítimas o genocídio em Ruanda, em 1994 e agora está já próximo ao número de 1,7 milhões de mortos nos famosos ´campos da morte´ do Khmer Vermelho, nos anos 70 do século passado.
O levantamento ORB cobre quinze das dezoito províncias do Iraque. Entre as áreas não abrangidas estão as duas regiões mais instáveis do país, Kerbala e Anbar, e a província de Arbil, no norte, onde o instituto foi proibido de pesquisar por parte das autoridades locais. Depreende-se em face de entrevistas com 2 414 adultos que mais de um em cada cinco tiveram uma morte em sua casa por causa do conflito.
Os autores, Joshua Holland e Michael Schwartz, constataram que a versão oficial, pela qual a violência contra os iraquianos é principalmente exercida pelos próprios iraquianos e não por tropas estadunidenses, é rejeitada. No seu relatório de Outubro de 2006, os pesquisadores da revista The Lancet inquiriram iraquianos sobre a forma como os seus parentes tinham morrido e 56% destas mortes foram atribuídas à acção das forças de Estados Unidos e seus aliados.
Schwartz observou que, se uma parte proporcional de metade das restantes mortes iraquianas foi causada por forças estadunidenses, o resultado final é que quase 80% do total dessas mortes foram causadas diretamente pelos Estados Unidos.
Mesmo tendo confirmado as estimativas mais baixas no final de 2006, ele descobriu que as forças estadunidenses são responsáveis pela morte, em média, de 5000 iraquianos por mês desde o início da ocupação. No entanto, a taxa de vítimas mortais em 2006, foi duas vezes superior à média, o que significa que a média de mortes causadas pelas tropas norte americanas nesse ano ultrapassou a cifra de 10.000 por mês, mais de 300 por dia. Como a onda de violência começou em 2007, a cifra atual é provàvelmente muito maior.
Schwartz disse que a lógica desta avaliação reside no número divulgado pelos militares dos Estados Unidos e liberado pela Brookings Institution: para os primeiros quatro anos de ocupação militar, cada dia mais de mil patrulhas foram enviadas para os bairros hostis com ordens para capturar ou matar ´insurgentes´ e ´terroristas´. (Desde Fevereiro de 2007, o número destas patrulhas ascendeu a cerca de 5.000 por dia se você computar as realizadas por forças iraquianas controladas por forças norte americanas). Em média, cada patrulha realiza trinta incursões em casas de iraquianos, com a missão de interrogar, capturar ou matar os suspeitos. Neste contexto, qualquer homem com idade para lutar não é apenas um suspeito, mas um adversário representando um perigo mortal. Assim são instruídos os soldados estadunidenses para não correr riscos.
Segundo as estatísticas militares norte americanas, também publicadas pela
 Brookings Institution, essas patrulhas atualmente disparam cerca de 3.000 tiros por mês, ou pouco menos de 100 por dia em média (sem contar os 25 outros disparados pelos aliados iraquianos). Milhares de rondas e patrulhas resultaram na morte de milhares de iraquianos inocentes, e muitas prisões de extrema brutalidade.
Refugiados: A crise ignorada
Tentativas por parte dos iraquianos para escapar da violência provocaram uma crise de refugiados que tomou proporções enormes. De acordo com relatórios emitidos em 2007 pelo Alto Comissariado das Nações para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), quase 5 milhões de iraquianos foram deslocadas pela violência, a maioria das quais fugiram do país desde 2003. Estima-se que mais de 2,4 milhões tenham deixado suas casas para procurar abrigo em zonas mais seguras do país, 1,5 milhões estão refugiados na Síria, e mais de um milhão se refugiaram na Jordânia, Irão, Líbano, Turquia e países do Golfo.
Os refugiados no Iraque, cujo número aumenta a uma média de quase 100.000 por mês, não têm personalidade jurídica e nem oportunidades de emprego na maioria das províncias e estados onde estão refugiados e a sua situação é a mais desesperada. Porém, os iraquianos continuam a abandonar as suas casas em maior número do que aqueles que voltaram para casa, apesar das versões oficiais em contrário. Milhares de pessoas refugiadas acreditam que a segurança é tão má como antes e que o retorno significa morte. E a maioria dos que estão retornando rapidamente tornam a fugir.
Jornalistas da Al-Maki Nazzal e Dahr Jamail entrevistaram um engenheiro iraquiano trabalhando agora em um restaurante em Damasco, Síria: ´´Voltar ao Iraque? Não há mais retorno ao Iraque, caro amigo, o Iraque só existe em nossos sonhos e lembranças!”
Outro entrevistado disse ao autor: ´Os militares norte americanos dizem que Fallujah agora é segura, enquanto que 800 homens estão detidos lá sob as piores condições... Pelo menos 750 dos 800 presos do sexo masculino não são combatentes da resistência, mas pessoas que se recusam a cooperar com as forças de ocupação e seus fantoches auxiliares.
Outra refugiada de Bagdad, disse: ´Eu voltei à minha casa com minha família em Janeiro. Desde a primeira noite após a nossa chegada, os americanos investiram contra nossa casa e mantiveram-nos num quarto enquanto os atiradores subiam no telhado para fotografar pessoas. Decidimos voltar para cá [Damasco] na manhã seguinte, depois de passar uma noite de horror que não se esquece.´
Atualização Michael Schwartz
As estatísticas de mortalidade citados em ´´A ocupação norte americana do Iraque mata 10.000 civis por mês ou muito mais?” É baseado numa pesquisa de mortes causadas pela guerra no Iraque, publicado noutro artigo do Projeto Censurado. O artigo original, publicado em The Lancet em 2006, recebeu uma cobertura midiática desdenhosa antes de desaparecer por completo da vista dos leitores, enquanto a mídia começava a divulgar estimativas tendenciosas que colocavam o número de iraquianos mortos em um décimo do calculado pelo The Lancet. O bloqueio de informações exercido pelo consórcio da mídia se estendeu também para o meu artigo e não diminuiu em toda a mídia mundial, mesmo tendo o artigo do The Lancet resistido a vários ataques da crítica e mesmo quando outros estudos confirmavam ou atualizavam seu conteúdo.
No início de 2008, uma estimativa melhor, com base em extrapolações e reproduções de estudos do
 The Lancet revelou que 1,2 milhões de iraquianos já morreram por causa da guerra. Tanto quanto sei, este número foi aceite em todos os meios de comunicação nos Estados Unidos.
O bloqueio de informações sobre o número de vítimas tem sido acompanhado por outra forma de censura em outra evidência vital contidas no meu artigo: a estratégia militar do governo Bush no Iraque causou uma destruição física diária extensa e alta mortalidade. Os métodos de recrutamento exigem que milhares de patrulhas norte americanas, a cada dia, lutem contra qualquer ato hostil com enorme poder de fogo - de armas de grosso calibre, artilharia e operações aéreas, deixando para trás um rastro de sofrimento e causando muitas baixas entre a população civil -. Mas a grande mídia se recusou a cobrir o crime de mutilar, mesmo após as reuniões da organização \\\"Soldados de Inverno, em Março de 2003, durante o qual mais de uma centena de veteranos da guerra no Iraque admitiram que participaram do que eles chamavam de ´situação geradoras de atrocidades´.
A eficácia do bloqueio de informações realizado pelos meios de comunicação foi confirmada por uma pesquisa realizada pela
 Associated Press, em Fevereiro de 2007, com uma amostra representativa de residentes norte-americanos, que foram perguntados se tinham idéia do número de iraquianos mortos na guerra. A média dos entrevistados disse que estimava em menos de 10 000, o que representa 2% do total real. Esta ignorância grosseira e geral, bem como a condução da guerra no Iraque não recebeu nenhuma cobertura da mídia, nem mesmo pela Associated Press, que encomendou a pesquisa.A organização ´Veteranos contra a guerra no Iraque´ colocou a brutalidade da ocupação no centro da acção dos seus membros. O massacre do povo iraquiano é o cerne de suas reivindicações. Eles exigem a retirada imediata e total das tropas dos Estados Unidos, como a organização histórica das reuniões do ´Soldiers Winter´, em Baltimore.
Embora este evento não tenha sido transmitido por qualquer meio de comunicação importante nos Estados Unidos, o fluxo de informações veiculadas pela
 Radio Pacífica e o site do IVAW tem registrado um alto índice de audiência, inclusive entre muitos soldados na ativa, com descrições de atrocidades cometidas pela máquina de guerra norte americana. Um crescente número de sites independentes oferecendo agora uma cobertura regular sobre este aspecto da guerra, incluindo Democracy Now, Tom Dispatch, Oriente Médio Dahr Jamail\\\'s Dispatches, Informed Comment, Antiwar.com e ZNet.
Atualização Maki al-Nazzal e Dahr Jamail
A nomeação do general norte americano David Petraeus, para a direcção do CentCom e Raymond Odierno, como vice de Petraeus como chefe da Força Multinacional no Iraque, suscitou a ira dos iraquianos que vivem na Síria e na Cisjordânia . Estes dois generais convenceram os Estados Unidos e a comunidade internacional das chamadas ´melhorias no Iraque´, mas parecem ter conseguido convencer os refugiados iraquianos que não foi o ´melhor´ em suas pátrias.
´Assim como o governo Bush, condecorou Paul Bremer (chefe da Autoridade Provisória da Coaligação), outros têm sido recompensados pela sua participação na destruição do Iraque´, queixou-se Muhammad Shamil, um jornalista iraquiano que fugiu para a Síria em 2006. O que eles chamam de violência estava localizada em determinadas áreas do Iraque, mas agora o fenômeno foi espalhado por todo o país pelos heróis de guerra dos Estados Unidos. Aqueles que matam, expulsam ou capturam aos milhares, de Basra (sul) a Mosul (no norte).
A esperança um retorno é cada vez menor nas mentes dos refugiados iraquianos. Desde a publicação deste artigo, em março de 2008, a crise dos refugiados agravou-se. A situação é agravada pelo facto de que a maioria dessas pessoas não tem mais intenção de voltar para casa e preferem a reinstalação noutro local.´Eu decidi parar de sonhar em voltar para casa e tentar construir uma nova casa em qualquer lugar do mundo´, disse Maha Numan, 32, refugiado na Síria. ´Há três anos eu sou um refugiado e o que eu continuo a acalentar é o sonho de voltar lá, mas eu decidi parar de sonhar. Eu perdi a fé em todos os líderes do mundo após a onda de violência em Basra, Al-Sadr e agora Mosul. Isso não parece ter um fim, e eu preciso encontrar um refúgio seguro para a minha família.”
A maioria dos iraquianos na Síria estão mais conscientes de seu novo país que a maioria dos jornalistas. Em qualquer Sala de Internet, em Damasco, ao se comunicarem com as suas cidades ou vilas, cada um troca informações do dia-a-dia com outros refugiados iraquianos. As informações confirmam a violência em grande parte do Iraque para reforçar a sua convicção de permanecer no exterior.
´Hoje, houve quatro explosões em Fallujah´, exclamou Salam Almeida, que trabalhou como tradutor para as tropas estadunidenses em Fallujah em 2005. ´E eles dizem que pode ir para casa, que a situação é segura! Retornar para quê? Para ser mortos por minas ou carros-bombas?´
Para o governo Bush foi importante, do ponto de vista político, acreditar que a situação no Iraque está melhor. Tais informações foram transmitidas com a cumplicidade da mídia corporativa. No entanto, 1,5 milhões de iraquianos vivem na Síria e mais de 750 000 na Jordânia, não partilham desta opinião. Caso contrário, teriam ido para casa.
...

sábado, fevereiro 27, 2010

PARA ENTENDER O DESESPERO DA FOLHA


DATAFOLHA: DILMA SOBE, SERRA CAI



Nova pesquisa do Datafolha sobre a eleição presidencial revela: Serra 32%, Dilma, 28%.

Em dezembro, Serra tinha 37% e Dilma, 23%.
Ou seja, Serra caiu 5 pontos, Dilma subiu 5.

A diferença entre os dois candidatos, que era de 14% (em dezembro), diminuiu para 4% (fevereiro).

A pesquisa, a ser publicada na edição deste domingo, ocorreu nos dias 24 e 25 de fevereiro. Foram ouvidas 2.623 pessoas em todo o Brasil. A margem de erro é de 2 pontos para cima e 2,  para baixo.


...

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

ENQUANTO A FOLHA CRIA FACTÓIDES...





DESCOBERTO OUTRO CRIME DOS GOVERNOS DOS DEMOS E TUCANOS

SP (PSDB), MG (PSDB), RS (PSDB) e DF (DEM) usam repasse do SUS para equlibrar orçamento

Manobra serviu para incrementar programas estaduais de "choques de gestão"...

Saiu na Carta Capital:

Remédios por juros

Leandro Fortes

Auditoria aponta que governos de SP, DF, MG e RS usaram recursos do SUS para fazer ajuste fiscal

"Sem alarde e com um grupo reduzido de técnicos, coube a um pequeno e organizado órgão de terceiro escalão do Ministério da Saúde, o Departamento Nacional de Auditorias do Sistema Único de Saúde (Denasus), descobrir um recorrente crime cometido contra a saúde pública no Brasil.

Em três dos mais desenvolvidos e ricos estados do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todos governados pelo PSDB, e no Distrito Federal, durante a gestão do DEM, os recursos do SUS têm sido aplicados, ao longo dos últimos quatro anos, no mercado financeiro.

A manobra serviu aparentemente para incrementar programas estaduais- de choques de gestão, como manda a cartilha liberal, e políticas de déficit zero, em detrimento do atendimento a uma população estimada em 74,8 milhões de habitantes.

O Denasus listou ainda uma série de exemplos de desrespeito à Constituição Federal, a normas do Ministério da Saúde e de utilização ilegal de verbas do SUS em outras áreas de governo.

Ao todo, o prejuízo gerado aos sistemas de saúde desses estados passa de 6,5 bilhões de reais, sem falar nas consequências para seus usuários, justamente os brasileiros mais pobres.

As auditorias, realizadas nos 26 estados e no DF, foram iniciadas no fim de março de 2009 e entregues ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em 10 de janeiro deste ano. Ao todo, cinco equipes do Denasus percorreram o País para cruzar dados contábeis e fiscais com indicadores de saúde. A intenção era saber quanto cada estado recebeu do SUS e, principalmente, o que fez com os recursos federais. Na maioria das unidades visitadas, foi constatado o não cumprimento da Emenda Constitucional nº 29, de 2000, que obriga a aplicação em saúde de 12% da receita líquida de todos os impostos estaduais. Essa legislação ainda precisa ser regulamentada."

FONTE: publicado hoje (26/02) no portal "Conversa Afiada", do jornalista Paulo Henrique Amorim.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

A MAIOR PADARIA TUCANA DO BRASIL





A Folha deveria explicar para os seus pobres leitores o motivo desse engajamento fermentado com os tucanos.
Só pode ser um negócio muito vantajoso, será que a Folha entrou no ramo da panificação?
A Globo também vai pelo mesmo caminho, quando não produz os seus próprios panetones, trata de distribuir os dos outros...




Contra fatos não há argumentos - José Dirceu




Image
fibras ópticas
Totalmente furada a teoria exposta em reportagem da Folha de S.Paulo de hoje, sobre os ganhos que o empresário Nelson dos Santos, acionista da Eletronet, teria de qualquer jeito - segundo o jornal - com a implantação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

Se a caução depositada por força de determinação judicial for resgatada será em benefício dos credores Lucent-Alcatel e Furukawa (que investiram na empresa e agora cobram) e não do empresário. E se alguma empresa comprar os créditos, o governo não tem nada a ver com isso. Até porque foi a gestão tucana do ex-presidente FHC que criou a Eletronet dando de mão beijada 51% das ações para a AES e deixando os outros 49% para a União, via Ligthpar (hoje Eletropar).

O governo não tem nada a ver com a venda dos 51% da AES para o empresário Nelson dos Santos. A Eletropar não fez a opção porque o governo não reconhece a “propriedade” da Eletronet sobre a rede de 16 mil km de fibras ópticas. Para simplificar a questão: a Eletronet tem apenas uma espécie de concessão sobre essa rede. E até agora a justiça deu ganho de causa para essa tese do governo.

O que interessa à Folha

Mas, a Folha parece interessada em duas coisas: provar que o empresário Nelson dos Santos será beneficiado; e inviabilizar o PNBL, caso a Eletronet se viabilize e a justiça lhe dê a posse da rede de fibras ópticas -  o que até agora parece bem improvável.

Tirando as acusações infundadas e sem base nos fatos e na realidade publicadas nos jornais, o que temos de fato é uma empresa - a Eletronet - sem ativos, sem valor, sem as fibras ópticas apagadas (ainda sem uso) e com dívidas de R$ 600 milhões, podendo chegar, inclusive a R$ 800 milhões. Como é possível, então, que o empresário Nelson dos Santos possa vender sua parte por R$ 200 milhões? Ou que obtenha tal lucro no caso de venda da empresa ou de uma decisão judicial final favorável ao governo?

No Estadão de hoje, também, outra informação completamente equivocada. Segundo o jornal, o advogado Márcio André Mendes da Costa, contratado pelas centrais elétricas no processo de falência da Eletronet, afirma que o governo quase favoreceu "o ex-cliente de Dirceu", o empresário Nelson dos Santos. De acordo com esse advogado, em 2006 havia uma orientação para que o governo usasse uma estatal para assumir o pagamento dos fornecedores da Eletronet e suspender a falência. Alertado pela AGU, em 2007, o governo mudou de estratégia e enterrou as possibilidades de ganho para os sócios da empresa falida.

Nessa data - 2006 - eu sequer conhecia o empresário Nelson dos Santos. 

... http://www.zedirceu.com.br/

+++


Arruda deu panetones para a Veja?





A capa da
 Veja da semana passada é uma prova grotesca da manipulação do jornalismo nativo. Decretada a prisão do único governador demo do país, a publicação da famíglia Civita preferiu dar capa para um assunto candente – “efeito sanfona”. Não dá nem para alegar que o estouro do escândalo de corrupção em Brasília, batizado de “panetonegate”, pegou a revista de surpresa. Ele veio a público no final de 2009. Mesmo a prisão, ocorrida na véspera do fechamento da edição, poderia ter sido o destaque da edição. Tanto que a revista deu uma chamadinha no alto da capa.

A opção editorial deste panfleto da direita pode ter vários motivos. O primeiro é que seria difícil explicar aos seus leitores porque a
 Veja bajulava tanto o governador do DF. Na edição 2121 de julho passado – não faz tanto tempo –, a revista abriu as suas “páginas amarelas” para uma longa entrevista com a nova “estrela” dos demos. O título: “Ele deu a volta por cima”. A chamada: “Depois de amargar uma imensa rejeição provocada por medidas de austeridade, o governador do Distrito Federal diz que é possível ser popular sem ceder às tentações do populismo”.


R$ 442 mil dos cofres públicos

O ex-líder no Senado de FHC, que renunciou ao mandato para não ser cassado no escândalo da violação do painel eletrônico, é apresentado como um “gestor moderno”, que “demitiu funcionários, pôs as contas em ordem, tirou camelôs das ruas, enfrentou grevistas e freou o processo histórico de invasão de terras públicas”. Tudo o que os leitores da publicação, na sua maioria da “classe mérdia”, adoram. Como seria, agora, explicar que o tal “gestor moderno” montou um poderoso esquema de corrupção e fisiologismo. É compreensível que a
 Veja não dê capa para Arruda!

Outra hipótese sobre o silêncio é ainda mais grave. Será que a
 Vejatambém foi presenteada com os famosos “panetones” de Arruda? Em junho passado, pouco antes da entrevista bajuladora, o governo do Distrito Federal garfou dos cofres públicos R$ 442 mil para a compra de exemplares da revista, sem qualquer licitação. Com o estouro do escândalo do “panetonegate’, a Veja não teve mais como se fingir de morta e até produziu algumas matérias críticas, sempre na linha da “ética na política”. Mas ela evita atacar o “gestor moderno” ou fazer qualquer autocrítica.

Postado por Miro às 13:56 http://www.blogger.com/img/icon18_email.gif
...

Encontramos outro neto


Avós recuperam 101° neto sequestrado pela ditadura

Sequestrada por militares argentinos, Silvia Mónica Quintela deu à luz no cativeiro e acabou assassinada no centro clandestino de detenção Campo de Maio. Seu marido, Abel Pedro Madariaga, conseguiu sobreviver à ditadura militar e, ao voltar do exílio, incorporou-se ao movimento das Avós da Praça de Maio para procurar seu filho. Encontrou-o há poucos dias. O 101° neto encontrado chama-se Francisco Madariaga Quintela. O responsável pela "adoção" da criança sequestrada, o capitão aposentado e ex-carapintada Victor Alejandro Gallo, foi preso sexta-feira.

Página 12 (com Redação Carta Maior)

A Associação das Avós da Praça de Maio apresentou nesta terça-feira (23) numa coletiva de imprensa, todos os detalhes que permitiram recuperar o neto 101, que durante mais de trinta anos foi privado de sua identidade por seus apropriadores. Francisco Madariaga Quintela é filho de Silvia Mónica Quintela, sequestrada e assassinada no centro clandestino de detenção Campo de Maio. Seu pai, Abel Pedro Madariaga, conseguiu sobreviver e, depois de voltar do exílio, uniu-se à Associação das Avós para iniciar pessoalmente a busca de seu filho, no que constitui um caso inédito neste tipo de investigação. Enquanto isso, o responsável pela "adoção", o capitão aposentado e ex carapintada Victor Alejandro Gallo foi detido na última sexta-feira.

Silvia Quintela foi sequestrada pela ditadura militar na manhã de 17 de janeiro de 1977, em Florida, província de Buenos Aires, quando estava grávida de 4 meses. Às 9 e meia da manhã, enquanto caminhava pela rua Hipólito Yrigoyen em direção à estação de trem para encontrar-se com uma amiga, foi rodeada por três veículos. Um grupo à paisana que pertencia ao Primeiro Corpo do Exército jogou-a-a num dos Ford Falcon e levou-a para um local desconhecido. Silvia era médica e tinha nesse momento 28 anos; dedicava parte de seu tempo à militância na Juventude Peronista e a cuidar de pessoas carentes numa clínica em Beccar, em Buenos Aires. Seu companheiro, Abel Madariaga, secretário de imprensa e difusão da organização Montoneros, foi testemunha, mas conseguiu escapar. Nessa mesma tarde, outro grupo invadiu a casa da mãe de Silvia e lá a comunicaram que ela tinha sido detida.

Exilado primeiro na Suécia, em 1980, e depois no México, Madariaga regressou temporariamente a Argentina em 1983, onde entrevistou vários sobreviventes do centro clandestino de detenção Campo de Mayo. Quando regressou permanentemente, uniu-se às Avós, ocupando o cargo de secretário, para encabeçar pessoalmente a busca pelo local de detenção de sua companheira.

Testemunhas forneceram informações sobre esse local e sobre a data de nascimento de seu filho, que depois foi "adotado". Beatriz Castiglione, sobrevivente do El Campito e companheira de detenção de Silvia, junto a outras grávidas, ratificou que a viu presa no Campo de Maio e lembrou que seu pseudônimo no centro clandestino era “Maria”. Então ela já estava no seu sétimo mês de gestação.

Outro testemunho chave foi o de Juan Carlos Scapati, com quem Quintela esteve detida. Na sua declaração, Scarpati afirmou que foi atendido pela médica numa lugar chamado Las Casitas – dentro do CCD Campo de Maio -, em virtude das feridas que lhe haviam causado quando o detiveram. O mesmo testemunho assegurou que Quintela deu à luz fora da sala de partos do El Campito, quando os partos começaram a se realizar com cesárias programadas no Hospital Militar do Campo de Maio. “Pude ficar algumas horas com ele”, comentou Silvia, ao reincorporar-se no dia seguinte, já sem seu bebê e com a promessa de seus raptores de entregá-lo a sua família.

O capitão do exército aposentado e ex-carapintada Victor Alejandro Gallo foi preso na sexta-feira passada, quando tomava conhecimento do resultado dos exames de DNA. Gallo é acusado agora de apropriação ilegal de um menor de idade; ele também tinha sido condenado a dez anos de prisão, em 1997, pela Câmara Penal de San Martin. Neste caso, foi julgado culpado dos delitos de roubo qualificado, porte de arma de guerra, privação ilegal da liberdade e coação, junto a outras duas pessoas que a Justiça condenou pelo chamado Massacre de Benavidez, ocorrido em 6 de setembro de 1994.

A coletiva de imprensa em que pai e filho se apresentaram juntos pela primeira vez ocorreu nesta terça. As Avós revelaram de que modo conseguiram recuperar a identidade do neto número 101, e a rede de cumplicidades que permitiu sua apropriação.

Leia abaixo o informe das Avós sobre o encontro de Francisco:

“Buenos Aires, 23 de fevereiro de 2010

Encontramos outro neto, o filho do Secretário das Avós da Praça de Maio

As Avós da Praça de Maio queremos comunicar que encontramos outro neto que durante mais de 32 ano viveu privado de sua identidade. Francisco Madariaga Quintela é filho de Silvia Mónica Quintela e Abel Pedro Madariaga, ambos militantes da organização Montoneros. Silvia foi sequestrada em 17 de janeiro de 1977 em Florida, Província de Buenos Aires, grávida de quatro meses. Seu companheiro Abel sobreviveu e partiu para o exílio. Em 1983, de volta a Argentina, empreendeu pessoalmente a busca de seu filho e se incorporou à Associação.

Silvia nasceu em 27 de novembro de 1948, na localidade de Punta Chica, comarca de San Fernando. Estudou medicina na Universidade de Buenos Aires (UBA) e, no momento de seu sequestro, estava terminando sua residência como cirurgiã no Hospital Municipal de Tigre. Foi detida em Florida, zona norte da Grande Buenos Aires, na interseção das ruas Hipólito Yrigoyen e as vias do Ferrocarril Mitre. Militava na Montoneros. Seus companheiros a conheciam como “Maria”.

Segundo testemunhos de sobreviventes, Silvia permaneceu no Centro Clandestino de Detenção “El Campito”, no Campo de Maio, e em julho de 1977 passou por uma cesária no Hospital Militar da dita guarnição. Silvia, de 28 anos, deu a luz a um menino, a quem – como desejava com seu companheiro – chamou de Francisco.

O caso de Silvia Quintela se soma aos de Norma Tato de Casariego e Beatriz Recchia de Garcia, desaparecidas grávidas do CCD “El Campito”, que também deram a luz no Hospital Militar e cujos filhos foram apropriados por repressores. Felizmente, os três casos foram resolvidos pelas Avós e a Justiça determinou a restituição da identidade dos jovens.

Abel nasceu em 7 de fevereiro de 1951, na cidade de Panamá, província de Entre Rios. Cursou agronomia na UBA até que foi expulso, com a intervenção do exército na Universidade. E, assim como Silvia, militava na coluna norte de Montoneros. Pouco depois do sequestro de sua companheira, exilou-se na Suécia, mais tarde no México, até que regressou ao país, em 1983. Desde então, integrou-se às Avós e com os anos se tornou coordenador das equipes técnicas, sendo atualmente secretário da instituição.

A busca familiar

As avós Sara Elena de Madariaga e Ernestina “Tina” Dallasta de Quintela se dedicaram à busca de Francisco durante a ditadura. As avós, junto a suas companheiras, escreveram e se aproximaram do Ministério Público o quanto puderam, mas, como em todos os casos, lhes fecharam as portas. Em 1983, de volta do exílio, Abel empreendeu a busca pessoalmente, então se incorporou ativamente às avós e foi encarregado de desenvolver grande parte das estratégicas de difusão das Avós para convocar os jovens que, como seu filho, tivessem dúvidas sobre sua identidade.

A Busca de Francisco

Francisco se aproximou das avós em 3 de fevereiro último, com o nome de Alejandro Ramiro Gallo, dizendo que acreditava ser filho de desaparecidos. Desde há muito tempo tinha dúvidas sobre sua identidade, e por isso decidiu perguntar à mulher que dizia ser “sua mãe” se tinha informações sobre sua origem. Foi então que a senhora Inés Susana Colombo confessou que o tinham trazido do Campo de Maio e que havia a possibilidade de ele ser filho de desaparecidos.

Com essa informação, Francisco decidiu aproximar-se das Avós para começar a sua busca. O jovem se apresentou acompanhado por Colombo, que disse que seu ex-marido, chamado Victor Alejandro Gallo, era oficial da inteligência do Exército argentino e que, no ano de 1977, lhe disse que havia um bebê abandonado no Hospital Militar do Campo de Maio, ao que ela teria respondido: “como ia deixar um bebê abandonado, que o tragam “(sic).

Colombo relatou que finalmente Gallo levou o bebê para a sua casa em 10 de julho de 1977, e acrescentou que o bebê ainda tinha o cordão umbilical, o que indicava que tinha nascido havia muito poucos dias.

Tanto Francisco como Colombo indicaram que Victor Gallo dispensava um trato violento a ambos, relatando minuciosamente diversas agressões físicas e psicológicas. Gallo, que trabalhava como oficial do exército durante a última ditadura, também conta na sua história ter sido membro do batalhão 601. Já na democracia participou do roubo de uma empresa financeira, na década de 80, e de um ato criminoso, no qual assassinou a uma família, que ficou conhecido como “O Massacre de Benavidez”, pelos quais foi condenado e esteve preso. A ficha corrida desse homem traz também sua participação nos “levantes carapintadas” ocorridos nos anos 80, entre outras coisas. Atualmente, até a sua detenção na última sexta-feira, trabalhava como empresário de uma empresa de segurança privada, sendo “dono” da empresa Lince Seguridad”.

Na entrevista, Colombo assinalou que, apesar de estar divorciada e de não guardar vínculo com Gallo, antes de ir às Avós da Praça de Maio ela o chamou para que lhe dizer que “Ramiro” estava duvidando de sua identidade. Casualmente, depois disso Francisco sofreu dois incidentes que vinculou às circunstâncias de que Gallo tinha se inteirado da busca iniciada.

O relato de Francisco e de Colombo fazia com que se suspeitasse de que se tratava de um filho de desaparecidos, pelo que, de imediato solicitaram à Comissão Nacional pelo Direito à Identidade (CONADI) que lhes concedessem uma agenda para a realização do exame de DNA. No dia seguinte, 4 de fevereiro, Francisco foi ao Banco Nacional de Dados Genéticos para deixar as primeiras mostras que lhe devolveram sua verdadeira identidade.

O Encontro

Na quarta-feira, 17 de fevereiro, a juíza Sandra Arroyo, do Juizado Federal N° 1 de San Isidro, chamou a Associação para que comunicasse ao secretário da instituição que tinham encontrado seu filho. Abel não se encontrava na capital, de modo que fomos atrás dele para contar-lhe; neste mesmo dia companheiros e pessoas queridas o esperavam na sede das Avós para abraçá-lo e acompanhá-lo neste momento que ele esperou por mais de 30 anos. Enquanto isso, Francisco se encontrava com integrantes das Avós, com quem desde que se aproximou da organização esteve em contato, para contê-lo e acompanhá-lo. Nesse momento, comunicaram-lhes o resultado e Francisco quis conhecer seu pai nas Avós.

Desde então, pai e filho não deixam de estar juntos, compensando os anos roubados de vida e emocionando a todos os que participaram dessa luta. “Não podiam”, disse Francisco quando abraçou seu pai pela primeira vez. Esse é o ensinamento que nos traz cada restituição e nos enche de energia e esperanças para encontrar a todos os que faltam”.

Tradução: Katarina Peixoto

http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?idioma_id=1&alterarHomeAtual=1&home=S 


...


Blog do Planalto



Posted: 24 Feb 2010 03:58 PM PST

(Vídeo: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Lula foi saudado nesta quarta-feira (24/2) no histórico restaurante La Bodeguita del Medio com a leitura de um poema em sua homenagem. Lula também recebeu do autor dos versos, Orlando La Guardia, um poema celebrando os 80 anos de Fidel Castro (80 versos por seus 80 anos) -- que foi dedicado ao presidente brasileiro. O poema de La Guardia pede para que Lula cuide da saúde, porque é muito importante para a América Latina.
O restaurante La Bodeguita del Medio é um dos mais famosos do mundo. Nele, o escritor americano Ernest Hemingway -- que morou na ilha durante 21 anos -- costumava tomar seu drinque preferido, o mojito. Também são famosas as apresentações musicais do lugar.

Posted: 24 Feb 2010 01:52 PM PST




1 / 6
Ministro Franklin Martins (Comunicação Social), Fidel Castro e o presidente de Cuba, Raúl Castro, em fotografia feita pelo presidente Lula. Foto: Luiz Inácio Lula da Silva
Visita a Fidel Visita a Fidel Visita a Fidel Visita a Fidel Visita a Fidel

Posted: 24 Feb 2010 01:07 PM PST
Posted: 24 Feb 2010 04:00 PM PST
Os interessados em participar das parcerias do Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades – Telecentros.BR têm prazo de 30 dias para inscrever as propostas, segundo as regras do primeiro edital de seleção pública do projeto lançado nesta quarta-feira (24/2). O edital foi publicado hoje no Diário Oficial da União e pode ser lido na íntegra aqui.
As propostas deverão ser apresentadas via Internet, no portal do programa – ver aqui.
A iniciativa vai permitir o investimento de R$ 165 milhões na implantação de três mil novos telecentros voltados à população de baixa renda, além de fortalecer cinco mil das mais de seis mil unidades já existentes no País, beneficiando oito milhões de pessoas.
Conforme a coordenadora executiva do programa, Cristina Mori, do Ministério do Planejamento, “a iniciativa contempla infra-estrutura – computadores e internet banda larga – e o diferencial mais significativo é a bolsa para os jovens monitores em torno de R$ 480, além das atividades de capacitação de monitores”.
Posted: 24 Feb 2010 11:27 AM PST
A eleição do presidente Barack Obama nos Estados Unidos gerou grande expectativa para americanos e toda a América Latina, mas sua atuação em relação ao golpe em Honduras deixou a desejar, avaliou o presidente Lula em entrevista à CNN em espanhol, concedida ainda em Cancún (México) na terça-feira (23/2) – antes de sua viagem para Cuba, onde está agora. Segundo o presidente brasileiro, os Estados Unidos “poderiam ter feito mais (em relação à crise hondurenha), contribuído para que (Manoel) Zelaya voltasse ao governo, mas lamentavelmente não fizeram esse papel que deveriam fazer”.
Para Lula, Barack Obama tem que representar a ousadia que o seu povo teve quando o fez presidente da República, que foi “um gesto excepcional”.
O presidente Lula afirmou que vai continuar tentando convencer Obama a olhar para a América Latina como um continente que quer se desenvolver – e para isso, precisa de parceria.
Queremos sair do olhar de miséria do século XX: não existe mais na América Latina aquela história de miséria dos anos 60, de que tinha gente querendo luta armada em tudo quanto era canto – nós conquistamos a democracia. Todos aqueles grupos da luta armada estão ganhando as eleições por via democrática e isso começa com o Chile, Uruguai, Brasil e Argentina, Bolívia, Equador… Os EUA devem atentar para isso. Seus vizinhos latino-americanos precisam de parceria para se desenvolver.
Posted: 24 Feb 2010 01:27 PM PST

O presidente Lula chegou ontem à noite em Cuba, sendo recebido na capital Havana pelo ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodriguez. Nesta quarta-feira (24/2) ele visitará as obras de ampliação e modernização do porto de Mariel, que conta com financiamento do governo brasileiro, e em seguida se encontrará com o comandante Fidel Castro.
No final do dia, Lula participará do encerramento da reunião do Grupo de Trabalho Brasil-Cuba para Assuntos Econômicos e Comerciais e se reunirá com o presidente de Cuba, Raúl Castro.
Essa é a quarta visita do presidente Lula a Cuba, com quem o Brasil teve um intercâmbio comercial de US$ 330 milhões em 2009 – US$ 223 milhões de saldo em favor do Brasil.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

O PIG E O FACTÓIDE CONTRA A TELEBRÁS

Para entender a Folha

1. Apesar do pioneirismo, da capacidade de se manter na liderança do mercado, da criatividade, 85% da receita da UOL provêm de assinaturas.
2. Trata-se de um cartório sem lógica econômica: para acessar a banda larga de uma operadora, o assinante precisa pagar para um provedor de acesso que nada tem a ver com a operação. Na verdade, já é possível ter banda larga sem o provedor. Mas a maior parte dos usuários não sabe disso.
3. Saindo a rede pública de banda larga, desaparece automaticamente a figura do provedor de acesso – que já deveria ter sido extirpada há tempos, porque é um cartório sem função econômica – inviabilizando a UOL.
Por aí se entende o interesse da Folha em bombardear o projeto de banda larga do governo. O que não se entende é recorrer a manipulações jornalísticas óbvias, sabendo que podem ser desmascaradas na hora pela blogosfera.
Autor: luisnassif - Categoria(s): Sem categoriahttp://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/02/24/para-entender-a-folha-2/

+++

Clique na imagem para aumentar



Por trás dos ataques do jornal Folha de São Paulo à Telebras, existem umas curiosidades:

1) O UOL é do grupo Folha;

2) A Portugal Telecom é sócia do grupo Folha e dona de 29% do UOL;

3) A Portugal Telecom é também sócia Telefonica na Vivo, que vende banda larga 3G;

4) O presidente da Vivo, Roberto Lima, assim como os dirigentes das demais operadoras de telefonia, fazem lobby para evitar que a Telebras concorram com eles. Entre os
 esperneios, soltou a piada: "Não há necessidade de grandes mudanças para um mercado que tem conseguido fazer um trabalho de primeiríssima qualidade"...

Primeiríssima qualidade, na Vivo?

+++

Posted by augustodafonseca13 under Uncategorized | Tags: Oposição ao Lula, Organizações Serra | 
Leave a Comment 

Qual será o próximo alvo das mentiras das Organizações Serra?
As Organizações Serra – e, em especial, a Folha de São Paulo – estão desesperadas com as conquistas do Governo Lula, reconhecidas nacional e internacionalmente, e partem para a calúnia e difamação das principais lideranças petistas, com o intuito de desgastar a pré-candidatura de Dilma Rousseff.
Logo após a aclamação do nome da ministra Dilma, no 4º Congresso do PT, como pré-candidata à sucessão de Lula, a Folha de São Paulo iniciou a temporada de caça aos petistas, escolhendo como alvo o ex-ministro José Dirceu.
Sem fundamentação plausível, contando apenas com um contrato de consultoria entre o escritório de José Dirceu e o empresário Nelson dos Santos, no período 2007-2009, o fato deste empresário ter escritório nas Ilhas Virgens e a decisão do Governo Lula de reativar a Telebrás, os “jornalistas de ficção” Márcio Aith e Júlio Wiziack construiram um enredo com mais criatividade do que a Agatha Christie e o Conan Doyle juntos.
A nota da AGU (Advocacia Geral da União) desconstrói, com fatos, o fantástico enredo da dupla Aith e Wiziack.
Reproduzimos as notas da AGU, do Secretário de Logística do MPOG, a matéria da Folha e a nota do Zé Dirceu, contidas em post do Blog do Azenha, com o título
“Advocacia Geral da União: Sobre a surra que os fatos deram na Folha de S. Paulo”
por Luiz Carlos Azenha
A Folha de S. Paulo acaba de tomar mais uma surra dos fatos. A denúncia que o jornal fez, em primeira página, com manchete de ponta a ponta, não resistiu nem mesmo ao ciclo de 24 horas. O tema parece confuso e, nesse caso, a confusão favorece o acusador.
O jornal apresenta uma fórmula simples no seu caldeirão de maldades: juntar uma bruxa (José Dirceu), o nome de um paraíso fiscal (Ilhas Virgens Britânicas), um dado chamativo (um empresário gastar 1 real para comprar participação em uma empresa) e mistura bem misturado com fantasias, como a lenda de que o negócio “renderia” ao empresário esperto um lucro de 200 milhões de reais (sem qualquer prova ou documentação, assim, no chute).
O problema é que as premissas da denúncia são falsas: 1) como esclareceu a Advocacia Geral da União, “a retomada desse patrimônio, por via judicial, não gerou direitos aos sócios da Eletronet ou qualquer outro grupo empresarial privado”, ou seja, se José Dirceu recebeu 620 mil reais para gerar um lucro de 200 milhões de reais que não existe, ou ele é muito esperto, ou o empresário que pagou a ele para não ganhar nada é trouxa; 2) o ponto 7 da nota da AGU — “a eventual reativação da Telebrás não vai gerar receitas ou direitos de crédito para a massa falida da Eletronet, seus sócios, credores ou qualquer grupo empresarial com interesses na referida massa falida” — derruba a premissa daFolha de que a reativação da Telebrás pelo governo Lula de alguma forma beneficiará o empresário que pagou consultoria a José Dirceu.
Para além disso, notem o que disse a O Globo o secretário de Logística do Ministério do Planejamento:

O que me leva a concluir:
1) A Folha errou inocentemente;
2) A Folha tem interesses escusos nos negócios da banda larga;
3) A Folha faz campanha eleitoral;
4) A Folha serviu ao DEM e ao PSDB para jogar uma cortina de fumaça no inferno astral de José Serra.
Façam suas apostas.
*****
Nota Pública sobre retomada de posse da rede de fibras ópticas pela Eletrobrás
A rede de fibras ópticas é de propriedade das empresas do sistema Eletrobrás e foi operada pela massa falida da Eletronet.
Data da publicação: 23/02/2010
Em atenção às notícias “Nova Telebrás beneficia cliente de Dirceu” e “Dirceu recebe de empresa por trás da Telebrás”, veiculadas pelo jornal Folha de São Paulo na capa e página B1, com circulação no dia 23 de fevereiro, esclarece a Advocacia-Geral da União:
1) A União obteve, em reclamação apresentada pela AGU ao Tribunal Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em dezembro de 2009, a retomada da posse das fibras ópticas do sistema de transmissão e distribuição de energia.
2) A rede de fibras ópticas é de propriedade das empresas do sistema Eletrobrás e foi operada pela massa falida da Eletronet mediante previsão contratual.
3) Para a retomada da posse, a Eletrobrás apresentou caução conforme determinação judicial proferida em junho de 2008.
4) A caução atenderá exclusivamente eventuais direitos de credores da Eletronet e não dos seus sócios.
5) A utilização que vier a ser dada à rede de fibras ópticas não beneficiará a massa falida da Eletronet, seus sócios, seus credores ou qualquer grupo empresarial privado.
6) A retomada desse patrimônio, por via judicial, não gerou direitos aos sócios da Eletronet ou qualquer outro grupo empresarial privado.
7) Eventual reativação da Telebrás não vai gerar receitas ou direitos de crédito para a massa falida da Eletronet, seus sócios, credores, ou qualquer grupo empresarial com interesses na referida massa falida.

Advocacia-Geral da União
*****
As reportagens às quais se refere a nota, publicadas no site do PPS:
23/02/2010
‘Nova’ Telebrás beneficia cliente de Dirceu
O ex-ministro e deputado cassado José Dirceu (PT) recebeu ao menos R$ 620 mil do principal grupo empresarial que será beneficiado caso a Telebrás seja reativada, como promete o governo.
O dinheiro foi pago entre 2007 e 2009 pelo empresário Nelson dos Santos, dono da Star Overseas, companhia sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Em 2005, Santos comprara pelo valor simbólico de R$ 1 participação na empresa Eletronet.
Praticamente falida, a Eletronet era dona de 16.000 Ian de cabos de fibra óptica ligando 18 Estados, o que não cobria suas dividas, estimadas em R$ 800 milhões.
Após Santos contratar Dirceu, o governo decidiu usar as fibras ópticas da Eletronet para reativar a Telebrás e arcar sozinho com a caução judicial necessária para resgatar a rede, hoje em poder dos credores. Estima-se que o negócio renda ao empresário R$ 200 milhões.
Segundo Santos, o dinheiro pago a Dirceu não se destinou a lobby. O ex-ministro não quis comentar.

Dirceu recebe de empresa por trás da Telebrás
Petista foi contratado por ao menos R$ 620 mil por empresa beneficiada com reativação da estatal de telecomunicações. Empresa nas Ilhas Virgens Britânicas comprou por R$ 1 rede de fibras ópticas que será usada por Telebrás e pode ficar com R$ 200 mi
MARCIO AITH
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-ministro José Dirceu recebeu pelo menos R$ 620 mil do principal grupo empresarial privado que será beneficiado caso a Telebrás seja reativada, como promete o governo.
O dinheiro foi pago entre 2007 e 2009 por Nelson dos Santos, dono da Star Overseas Ventures, companhia sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe. Dirceu não quis comentar, e Santos declarou que o dinheiro pago não foi para “lobby”.
Tanto a trajetória da Star Overseas quanto a decisão de Santos de contratar Dirceu, deputado cassado e réu no processo que investiga o mensalão, expõem a atuação de uma rede de interesses privados junto ao governo paralelamente ao discurso oficial do fortalecimento estatal do setor.
De sucata a ouro
Em 2005, a “offshore” de Santos comprou, por R$ 1, participação em uma empresa brasileira praticamente falida chamada Eletronet. Com a reativação da Telebrás, Santos poderá sair do negócio com cerca de R$ 200 milhões.
Constituída como estatal, no início da decada de 90, a Eletronet ganhou sócio privado em março de 1999, quando 51% de seu capital passou para a americana AES. Os 49% restantes ficaram nas mãos do governo. Em 2003, a Eletronet pediu autofalência porque seu modelo de negócio não resistiu à competição das teles privatizadas.
Resultado: o valor de seu principal ativo, uma rede de 16 mil quilômetros de cabos de fibra óptica interligando 18 Estados, não cobria as dívidas, estimadas em R$ 800 milhões.
Diante da falência, a AES vendeu sua participação para uma empresa canadense, a Contem Canada, que, por sua vez, revendeu metade desse ativo para Nelson dos Santos, da Star Overseas, transformando-o em sócio do Estado dentro da empresa falida.
A princípio, o negócio de Santos não fez sentido aos integrantes do setor. Afinal, ele pagou R$ 1 para supostamente assumir, ao lado do Estado, R$ 800 milhões em dívidas.
Em novembro de 2007, oito meses depois da contratação de Dirceu por Santos, o governo passou a fazer anúncios e a tomar decisões que transformaram a sucata falimentar da Eletronet em ouro. Isso porque, pelo plano do governo, a reativação da Telebrás deverá ser feita justamente por meio da estrutura de fibras ópticas da Eletronet.
Outro ponto que espanta os observadores desse processo é que o governo decidiu arcar sozinho, sem nenhuma contrapartida de Santos, com a caução judicial necessária para resgatar a rede de fibras ópticas, hoje em poder dos credores.
Até o momento, Santos entrou com R$ 1 na companhia e pretende sair dela com a parte boa, sem as dívidas. Advogados envolvidos nesse processo estimam que, com a recuperação da Telebrás, ele ganhe cerca de R$ 200 milhões.
Um sinal disso aparece no blog de José Dirceu: “Do ponto de vista econômico, faz sentido o governo defender a reincorporação, pela Eletrobrás, dos ativos da Eletronet, uma rede de 16 mil quilômetros de fibras ópticas, joint venture entre a norte-americana AES e a Lightpar, uma associação de empresas elétricas da Eletrobrás”.
O ex-ministro não mencionou o nome de seu cliente nem sua ligação comercial com o caso. O primeiro post de Dirceu no blog se deu no mês de sua contratação por Santos, março de 2007. O texto mais recente do ex-ministro sobre o assunto saiu no jornal “Brasil Econômico”, do qual é colunista, em 4 de fevereiro passado.
O presidente Lula manifestou-se publicamente sobre o caso em discurso no Rio de Janeiro, em julho de 2009: “Nós estamos brigando há cinco anos para tomar conta da Eletronet, que é uma empresa pública que foi privatizada, que faliu, e que estamos querendo pegar de volta”, disse na ocasião.
Lula não mencionou que, para isso, terá de entrar em acordo com as sócias privadas da Eletronet, entre elas a Star Overseas, de Nelson dos Santos, que contratou os serviços de Dirceu.
Enquanto o governo não define de que forma a Eletronet será utilizada pela Telebrás, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) conduz uma investigação para apurar se investidores tiveram acesso a informações privilegiadas.
Como a Folha revelou, entre 31 de dezembro de 2002 e 8 de fevereiro de 2010, as ações da Telebrás foram as que mais subiram, 35.000%, contando juros e dividendos, segundo a consultoria Economática.
*****
Folha joga sujo para atacar plano de banda larga do governo e me atingir
Publicado em 23-Fev-2010
Fui surpreendido hoje com a manchete de 1ª página da Folha de S.Paulo (“Nova Telebrás beneficia cliente de Dirceu”), extraída da reportagem “Dirceu recebe de empresa por trás da Telebrás”, preparada sob encomenda para atingir dois objetivos:
1) atacar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) do governo federal;
2) levantar suspeitas sobre minha participação em uma disputa que corre na Justiça do Rio de Janeiro, entre os credores da empresa Eletronet, seus sócios privados e o governo, pelo controle do ativo de 16 mil km de fibras ópticas.
Uma disputa, repito, judicial, sobre a qual nem eu nem qualquer cidadão tem condições de interferir. Exista ou não o PNBL e a reorganização da Telebrás, os credores, os proprietários da Eletronet e o governo federal terão que responder pelos passivos e ativos da Eletronet. E cada um poderá ser prejudicado ou beneficiado.
Há que se lembrar que já existe liminar favorável ao governo, concedida pela Justiça do Rio determinando a reintegração de posse de parte dos ativos da Eletronet (as fibras “apagadas” ou não utilizadas atualmente) a empresas do grupo Eletrobrás. Logo, sugerir que minha atuação na consultoria que dei sobre rumos da economia na América Latina tenha algo a ver com uma possível decisão que não cabe ao governo, mas ao Poder Judiciário, é uma ilação descabida e irresponsável do jornal.
Ligar meu nome ao PNBL e a um suposto favorecimento de um dos proprietários da Eletronet apenas porque dei consultoria a ele é típico da Folha, que já vinha atacando o Plano com a teoria conspiratória de que o vazamento de informações privilegiadas sobre ele tem feito subir os preços das ações da Telebrás. O jornal já vinha insinuando que haveria cumplicidade de ONGs e mesmo de membros do governo.
Agora me acusa de estar por trás da criação da Telebrás e, pior, favorecendo uma empresa privada para a qual dei consultoria legal e registrada em contrato. Saí do governo há quase cinco anos. Não tenho impedimento para dar consultorias e não há nada que me ligue a qualquer intervenção ou ação do Executivo federal. Os responsáveis pela ação judicial e pelo PNBL são testemunhas de minha não participação ou intervenção na definição da política da União.
Como em todas as questões importantes do país, manifesto minha posição publicamente em meu blog ou na imprensa. A Folha esconde que meu primeiro comentário no blog é uma reprodução de um post de um site especializado e que o segundo é um artigo de opinião, que não contém nada de comprometedor. Mais do que isso, a Folha finge não entender que minhas opiniões manifestadas no blog e no artigo são contrárias aos interesses das empresas privadas envolvidas no caso Eletronet, e favoráveis à política do governo.
Lamento mais uma vez que meu nome seja envolvido em suspeições e reservo-me o direito de me defender e de não recuar de minha atuação, seja como advogado, seja como militante político.
*

***


...