PF não entra no jogo político de deputados e prossegue investigação:
Alguns deputados estaduais mineiros que tiveram seus nomes citados na lista de Furnas, suposto esquema de caixa 2 montado dentro da estatal, em 2002, desqualificam o parecer da Polícia Federal de que a lista é autêntica e não comentam sobre o assunto. A maioria dos parlamentares citados era da base governista do então presidente Fernando Henrique Cardoso.Uma equipe da PF colhe novos depoimentos em Minas Gerais para avançar na investigação. Parlamentares com nome citado na lista dizem que a PF havia divulgado um laudo que comprovou a falsidade do documento. Em meio a essa polêmica, a Polícia Federal diz que não vai se envolver num debate político e explica que a instituição divulgou, até hoje, dois laudos sobre o assunto e, que a diferença entre eles está no objeto de análise.
O primeiro foi feito com base em uma cópia e puderam verificar indícios de possíveis alterações. Portanto, foi decretado como inconclusivo. O segundo foi produzido a partir dos originais entregues por Nilton Monteiro, no dia 5 de maio deste ano. Este, segundo a PF, é autêntico porque mostra que a assinatura e o selo de Furnas contidos no documento são verdadeiros, ou seja, o laudo é conclusivo. O fato de a lista ser autêntica não prova, neste momento, que os dados ali contidos são verdadeiros.A PF quer saber porque Dimas Toledo assinou o documento e diz que ainda pode convocá-lo quantas vezes achar necessário, apesar, de não ter nenhuma convocação programada. Dimas Toledo afirma que não é sua a assinatura e que se trata de uma fraude. O que aparece como verídico nessa história é o fato de Roberto Jefferson ter afirmado que recebeu R$ 75 mil antes mesmo da lista aparecer. E logo após a apresentação da lista, seu nome com o valor por ele descrito constava na lista. Em entrevista a MINAS DE FATO, Luiz Fernando Carceroni afirmou que, se Dimas confirma que a assinatura é sua, confessa que cometeu um crime. "Ele tem o direito legal de negar. As autoridades têm a obrigação de investigar até alcançar a verdade", diz.
A Polícia Federal ainda esclarece que a divulgação do segundo laudo não estava nos planos de investigação, só o fez, porque Nilton Monteiro está sendo processado por calúnia por vários políticos que alegam que o documento é falso.
O deputado estadual Rogério Corrêa (PT) entregou uma cópia da lista em agosto de 2005 para a Polícia Federal e para o Ministério Público Estadual e diz que está consultando seus advogados porque irá processar por danos morais todos que o acusaram de ser o falsificador da lista.
Para Rogério Corrêa, a oposição tenta desmoralizar e intimidar a Polícia Federal, inclusive com ataques contra o ministro da Justiça, Márcio Thomáz Bastos. "Mostra o desespero dos tucanos e pefelistas. Mas, a Polícia Federal é uma instituição de respeito e respaldo para toda a sociedade. Alckmin, Serra e Aécio Neves terão, um dia, que pagar na justiça pelos crimes que cometeram e quem sabe, no sistema prisional, que é péssimo em Minas Gerais", afirma.
Luís Fernando Carceroni, que também foi acusado de divulgar um documento falso, garante que irá processar quem o processou. "Entre eles o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Agripino Maia (PFL-RN). O congresso nacional representado pela câmara e senado, pelo relatório da CPMI dos Correios produzido em nome da instituição, alguns jornalistas por opinião de responsabilidade pessoal e jornais pelo mesmo fundamento e os que estão me processando injustamente", conclui.
Minas de Fato
agência de notícias
23.06.06
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Nilton monteiro afirma existir quatro documentos originais.da Lista de Furnas
Nilton Monteiro já afirmou várias vezes à imprensa e em depoimentos para a Polícia Federal que Dimas Toledo fez quatro cópias originais da Lista de Furnas e que assinou e rubricou as quatro. Uma seria para Aécio Neves, outra para Roberto Jefferson, a terceira para Michel Temer e a quarta para Eduardo Azeredo. Disse que nenhuma delas foi entregue aos destinatários. Desse modo, poderá não haver coincidência da cópia com o original. Na verdade a PF tem duas cópias xerográficas diferentes, uma cópia eletrônica e o documento original. O fundamental é que a perícia da PF constatou que o original apresentado é autentico.
O estranho desta informação é que o Jornal mineiro Estado de Minas fez a matéria baseado em informações da perícia. Não se sabe como o conteúdo vazou nem seu exato conteúdo. O delegado se nega a fornecer cópias da perícia ao próprio Nilton Monteiro sem ordem judicial, para sua defesa nos processos em que é reu, pela acusação de ter falsificado a Lista de Furnas. Há especulações de que a oposição obteve o documento de maneira irregular e tenta usar esta incongruência da cópia com o original autêntico, para tentar trazer dúvidas e desqualificar politicamente o resultado principal da perícia. Uma parte da grande imprensa estará sempre disposta a veicular para a opinião pública qualquer versão que minimize o fato ou crie confusão e descrédito. O jornal Estado de Minas é uma espécie de jornal semi oficial do Governo de Aécio Neves..
Vejam abaixo três reportagens onde Nilton Monteiro afirma a existência de quatro originais da lista de Furnas.
Trecho transcrito de entrevista na rádio CBN capichaba.
"O que o senhor fez quando recebeu a lista? Depois de um almoço, fomos numa papelaria. Ele tinha um CD e imprimiu quatro listas. Ele [Dimas] rubricou, assinou e me deu. Eram quatro iguais e me deu um para que pudesse trabalhar. Ele me apresentou alguns recibos e eu fiquei com alguns, mas a Polícia Federal está investigando".
Entrevista ao Blog do Noblat de Nilton Monteiro
Quem tem que provar é o Dimas. Ele assinou e rubricou. E eu reconheci a firma. Fui ao cartório e autentiquei. Fiquei com duas cópias fieis do original. Ele fez três para o grupo e ficou com uma de controle dele, original.Quantas listas originais existem?São quatro originais, assinados por ele.Onde estão?Mais cedo ou mais tarde, a PF vai apresentar. A corda vai roer.Você ficou com alguma original?Eu prefiro deixar para ter uma oportunidade na CPI.
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RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo
A Polícia Federal confirmou ontem a autenticidade da chamada "lista de Furnas"...
O lobista afirmou que, no início de 2005, Dimas fez quatro cópias da lista. Os supostos destinatários das cópias, sempre segundo Monteiro, seriam Aécio Neves, Roberto Jefferson, o presidente do PMDB, Michel Temer, e o então presidente do PSDB, Eduardo Azeredo.
Mas as cópias não chegaram a ser entregues, segundo Monteiro. Ele diz que o original ficou com uma pessoa ligada a um escritório de advocacia do Rio. "Ela ficou como guardiã dos documentos até agora."
From: Luiz Fernando Carceroni