7 milhões de pessoas na Bahia passam fome
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sete milhões de pessoas na Bahia ganham meio salário mínimo e sofrem insegurança alimentar, ou seja, fome. Com o Bolsa Família beneficiando a Bahia, Wagner tem tudo para ganhar as eleições, apesar da propaganda descarada, inútil e acintosa do Governo Paulo Souto.
Segundo dados oficiais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sete milhões de pessoas na Bahia ganham meio salário mínimo. Essa faixa sofre de insegurança alimentar, ou seja, fome, em decorrência do modelo econômico imposto pela oligarquia. Com o Bolsa Família beneficiando com prioridade a Bahia, Jaques Wagner tem tudo para ganhar as eleições, apesar da propaganda descarada, inútil e acintosa do Governo Paulo Souto.
Este assunto foi esmiuçado pelo deputado estadual Emiliano José (PT) na Assembléia Legislativa. Os dados mais agregados desta pesquisa mostram que "dos 13,7 milhões de pessoas residentes, na Bahia, 7 milhões 640 mil padecem com algum tipo de insegurança alimentar, seja ela leve, moderada ou grave. Sendo assim, são quase 5 milhões de pessoas, exatamente 4 milhões e 970 mil, que se encontram em uma situação de insegurança alimentar moderada ou grave.
Segundo a PNAD, o Brasil possui aproximadamente 182 milhões de habitantes, sendo que 72 milhões encontravam-se, em 2004, em alguma situação de insegurança alimentar, o que corresponde a 39,68% do total. Em situação de insegurança alimentar moderada ou grave existem 39 milhões e 540 mil pessoas, o que corresponde a 21,72% da população total.
PROPAGANDA DESCARADA
Na Bahia, apesar de uma propaganda oficial que descaradamente apresenta o Estado como um oásis de prosperidade socioeconômica, 55,78% da população residente padece de algum tipo de insegurança alimentar e 36,27% encontram-se em situação de insegurança alimentar moderada ou grave. E mais, em números absolutos, outra vez a Bahia é a campeã nacional em população faminta. São 4 milhões e 970 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Vamos lembrar que este é o maior volume de pessoas nessa situação, entre todos os estados da Federação. A Bahia consegue, inclusive, superar o Estado de São Paulo, que possui uma população muito maior. Caso o corte seja feito por idade, também se pode observar que a Bahia possui o maior contingente de crianças, entre zero e 4 anos de idade, expostas à insegurança alimentar moderada ou grave. Entre todos os estados brasileiros, novamente, são 524.734 crianças baianas famintas. O Estado da Bahia maltrata as nossas crianças.
CRIANÇAS EM RISCO
Este volume de crianças baianas famintas é muito maior, por exemplo, do que os apresentados por estados muito mais carentes, como o Piauí e Maranhão, para se ter uma idéia. Falando em termos relativos, 43,35% das crianças baianas estão em uma situação de insegurança alimentar moderada ou grave. Um percentual que, lamentavelmente, poderíamos chamar de africano. O percentual para o Brasil é de 28,73% e o da Bahia é de 43,35%.
Outro grupo etário que infelizmente encontra-se cotidianamente exposto a condições de insegurança social, são os idosos. Consideraremos aqui as pessoas com 65 anos ou mais. A Bahia possui, em números absolutos o segundo maior volume de população idosa exposta a condições de insegurança alimentar moderada ou grave. São 225 mil e 648 pessoas famintas com 65 anos de idade ou mais. A Bahia perde apenas para o Estado de São Paulo.
Em termos relativos, praticamente ¼ da população idosa residente na Bahia, 25,60% encontra-se em situação de insegurança alimentar moderada ou grave. Lembremos que o percentual para o Brasil é de 15,26%. Fizéssemos o corte por cor ou raça, iríamos perceber que a Bahia possui o maior percentual de população negra ou parda, dentro da população residente, em situação de insegurança alimentar moderada ou grave. Outra vez a Bahia é campeã, 86,15% dos 4,97 milhões de baianos que estão expostos à insegurança alimentar moderada ou grave são negros ou pardos.
PIOR RENDA NA BAHIA
A Bahia possui uma das piores distribuições de renda do país em que aproximadamente 72% de sua população se encontra em situação de pobreza. Os dados do PNAD 2004 mostram que 50,77% da população auferiam rendimentos domiciliares mensais per capta de até meio salário mínimo. Um contingente de 6.930.000 pessoas, enquanto que esse percentual para o conjunto da população brasileira é de 30,39%, ou seja, 50,77% da população baiana que ganha também o salário mínimo e 30,39% no resto do Brasil.
A Bahia tem evidenciado a aplicação de um modelo econômico nas décadas de domínio desta oligarquia que vai marginalizando crescentemente o nosso povo e vai aumentando o número de pessoas carentes. É inadmissível que numa população de 13 milhões de pessoas, praticamente 7 milhões vivam abaixo da linha de pobreza. Por isso, é natural que haja esse panorama, que se constate pela PNAD, pela pesquisa nacional, por amostra de domicílio esta situação grave quanto à insegurança alimentar, ou seja, quanto à fome e isso é que explica o fato do governo Lula ter que desenvolver na Bahia o maior programa do Bolsa Família de todo o país para, pelo menos, assegurar que a maior parte da população pobre da Bahia possa comer, porque é disso que se trata.
Por isso que o governo Lula ajuda com o Programa Bolsa Família a 1.100.000 em todo o estado. Não fosse isso e o povo da Bahia, o mais pobre, que chega a 7 milhões de pessoas, estaria literalmente passando fome. Temos dito que apresentando, como vamos apresentar, um projeto completamente distinto desse, que é profundamente concentrador de renda, marginalizador do nosso povo e nós vamos apresentar nesta campanha estes dados e estes números, com nosso companheiro Jacques Wagner à frente dessa luta, apresentando um novo programa que combine crescimento econômico com distribuição de renda, mostrando isso ao povo da Bahia, nós levaremos Wagner ao governo do Estado.
Texto baseado no pronunciamento do deputado Emiliano José de 31/05/0629/06/2006
http://www.emilianojose.com.br/texto_destaque.php?ID=178