segunda-feira, julho 10, 2006

O racha não está dentro da intelligentsia brasileira: o racha está na sociedade brasileira.

Tudo cada vez mais misturado, confuso e atrapalhado, na Folha de S.Paulo

Não sei o que ainda falta pra todo mundo ver que, no Brasil, o que menos importa é que o cara seja da USP ou da Unicamp ou da UFRJ, ou que seja o Caetano Veloso ou o Ferreira Gullar ou a D. Ruth, ou a D. Hebe ou "a Lu" -- como disse [e eu vi e ouvi, pela televisão], o costureiro que dava vestidos, vestidos a mancheias a Lu Alckmin.

O que importa, no Brasil, é saber se o cara é professô-dotô [risos]. Porque, se o cara é professô-dotô, ele é atrasista.

O senador Rodrigo Maia? É professô-dotô, igualzinho a FHC, Alkmin, Lucia Hippólito e ACM-Kid [por exemplo]

O senador Rodrigo Maia, por exemplo, senador, líder do PFL, é semi-analfabeto. Não é formado em nada. O currículo dele diz: "homem de mercado" [poderia ser traficante de cocaína, por essa definição].

Quer dizer, Rodrigo Maia não é professor-doutor, sequer completou o 2º grau... mas, sim, ele é, totalmente, um professô-dotô, igualzinho a FHC, Lamouniêrs e às páginas amarelas da revista NÃO-Veja, a Dora Kramer e tal.

Do outro lado, bem separados, estão os brasileiros que não somos professô-dotô, e somos PROGRESSISTAS.

O cara pode ser analfabeto e ser MUITO PROGRESSISTA. Se for progressista, não é professô-dotô, mas, sim, pode ser brilhantíssimamente inteligente e espertíssimo e ser TOTALMENTE habilitado para sobreviver nas selvas mais brabas; claro que também pode ser pós-pós-graduado, é claro, em qquer universidade do planeta.

A classificação que separa os professô-dotô prum lado, e os democratas pra outro lado, é uma classificação SOCIAL e POLÍTICA; não é uma classificação 'de academia'.

Caetano Veloso? É professô-dotô, igualzinho ao FHC. Até são amigos íntimos!

Caetano Veloso, por exemplo, é total professô-dotô, amicíssimo de FHC.

Quem contou das relações familiares entre ambos, e disse que são muuuuuuuuuuuuuuuito amigos, foi o próprio FHC, naquela entrevista de Nova Iorque.

A mídia, no Brasil, editou a entrevista e só publicou, da entrevista, o besteirol de FHC sobre "música clássica". FHC não entende é PORCARIA nenhuma de música clássica.

Entrevista TOTALMENTE maquiada e marketada

Na operação de 'arrumar' aquela entrevista, pra publicar no Brasil, a mídia de jornalão APAGOU a parte em que FHC conta que, naquele dia, Caetano Veloso levara os netos de FHC pra passear em Londres.

A entrevista de FHC pode ser lida, 'maquiada' e marketadíssima, no Blog de Sérgio Dávila, da FSP, em
http://sergiodavila.blog.uol.com.br/arch2006-06-01_2006-06-15.html

A verdade é MUITO diferente, e tá tudo na Internet, bem escrito, no texto original da entrevista original, na página do programa, de Nova Iorque. Pode-se ler, tim-tim por tim-tim (em inglês), em
http://www.wnyc.org/shows/mam/episodes/2006/06/04. Quem duvidar, que leia lá. Quem precisar de tradução, peça, que eu traduzo.

O atrasismo dos professô-dotô é monolítico. Esses caras só são derrotáveis pelo voto.
O atrasismo dos professô-dotô jamais se dividiu, nem por 30 segundos, no Brasil, em 50 anos.

A inteligência democrática do Brasil jamais esteve do lado dos professô-dotô
Do lado oposto, a nossa inteligência democrática brasileira sempre esteve UNIDÍSSIMA e assim continua.

Todos somos Lula-2006, com a força do povo. E todos, é claro, somos totalmente contra todos os professô-dotô, os Rodrigos Maias, os FHCs, os Caetanos Velosos e tuuuuuuuuuuuuuuuuudo.
Esse pessoal já era.

Nenhuma intelligentsia brasileira, portanto, "dividiu-se": tudo continua exatamente como sempre foi.

É onde a Folha de S.Paulo, em 2006, atrapalha-se completamente

Na sua atrapalhação, a Folha de S.Paulo chama os professô-dotô de "intelectuais". E chama os democratas brasileiros de "pensadores".

Dado que a Folha de S.Paulo opera para esconder os professô-dotô -- como, antes, já escondera o tucanismo militante de Caetano Veloso --, a Folha de S.Paulo fala de "racha na intelligentsia brasileira".

O racha não está dentro da intelligentsia brasileira: o racha está na sociedade brasileira.

Os professô-dotô perderam as eleições de 2002 e vão ser derrotados, outra vez, em 2006.
E professô-dotô que seja professô-dotô não se confooooooooooooooooooooooormam por não estar no poder.

Os professô-dotô estão ti-ri-ri-ca comigo e com o MEU VOTO DEMOCRÁTICO.
De 'indignados' por terem sido demitidos de Brasília pelo MEU VOTO DEMOCRÁTICO, eles andam dando xchilique, e já se comportam, completamente, como marqueses. São ridículos. Mas continuam suuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuper discursantes [risos muitos].

Esse racha nada tem a ver nem com intelligentsia nem com inteligência ou sociologia DEMOCRÁTICAS.
Os professô-dotô sempre estiveram unidos, no Brasil -- todos são tucano-udenistas-pefelistas.
Do outro lado, do lado da democracia brasileira, estamos nós e o nosso VOTO DEMOCRÁTICO que elegemos o presidente Lula e queremos reelegê-lo.

A Folha de S.Paulo anda MUITO ruim de análise política. E, quanto a jornalismo, já nada há, por lá, de jornalismo, "e faz tempo!". Assim, a Folha de S.Paulo só faz atrapalhar, cada vez mais, a discussão política na sociedade brasileira.

Contudo, em plena campanha eleitoral antecipada e ILEGAL nos jornalões brasileiros, a confusão ajuda a tucanaria pefelista.

Então, a Folha de S.Paulo só faz trabalhar decididamente, deliberadamente, programaticamente, para confundir tudo e todos, sempre, o mais possível. A Folha de S.Paulo está totalmente ilegível.

Vejam aí, então, um bom exemplo de como a Folha de S.Paulo mistura tudo.
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Manifestos racham intelligentsia nacional(em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0907200608.htm)
Publicado em vários jornais e na web no último dia 29, "Todos Têm Direitos Iguais na República" é um manifesto contrário à aprovação dos projetos da Lei de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial. É assinado por 114 intelectuais, como os cientistas políticos Maria Sylvia Carvalho Franco (USP, Unicamp), Renato Lessa (Instituto Universitário de Pesquisas do RJ), o historiador Manolo Florentino (Universidade Federal do RJ), o poeta Ferreira Gullar e o músico Caetano Veloso.
Em resposta, cinco dias depois, um outro grupo expressivo de importantes pensadores assinou o "Manifesto em Favor da Lei de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial", defendendo a aprovação dos projetos e assinado por mais de 300 nomes, como o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, o sociólogo Emir Sader, o advogado Fábio Konder Comparato, o historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva.
Ambos os manifestos foram entregues ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).