domingo, julho 16, 2006

Lula é muitos!!!


No lançamento da Campanha, Lula promete revolucionar a Educação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elegeu a educação com prioridade máxima de seu segundo mandato, caso seja reeleito em outubro deste ano. O anúncio foi feito na noite desta quinta-feira (13), durante o lançamento oficial da campanha de reeleição, que aconteceu no restaurante São Judas Tadeu, em São Bernardo (SP).

“Vamos fazer a grande revolução educacional que o Brasil precisa”, afirmou Lula para os mais de 2.500 participantes do jantar, entre eles ministros, deputados, senadores, governadores, prefeitos, vereadores, militantes petistas, sindicalistas e dirigentes do PT e partidos aliados.

No jantar, que começou por volta de 20h, foram servidos – além do tradicional frango com polenta – arroz, macarrão, peixe, lombo e lingüiça. Cada um dos participantes pagou R$ 200 pelo convite, que também deu direito a bebidas. A arrecadação irá para o caixa da campanha.

O ato político teve início às 21h20, com 1 minuto de silêncio pelas vítimas da onda de violência em São Paulo. Na seqüência, discursaram Ricardo Berzoini (presidente do PT), Aloizio Mercadante (candidato ao governo de São Paulo), o vice presidente José Alencar (também candidato à reeleição) e Lula.

Em sua fala, que durou 45 minutos, Lula lembrou do passado de lutas no ABC, fez um balanço de seu governo, teceu elogios a Alencar e Mercadante, comentou a crise de segurança em São Paulo e elencou alguns temas que estarão no foco principal da campanha, entre eles a Educação.

Segundo o presidente, o muito que foi feito na área educacional em seu governo o credencia para fazer mais ainda num eventual segundo mandato.

Ele falou da retomada das escolas técnicas federais (com a construção 42 unidades), do ProUni, das políticas inclusivas de negros e índios, do investimento no ensino superior (10 novas universidades e 48 extensões) e do Fundeb (Fundo de Valorização da Educação Básica), que foi aprovado no Senado e agora tramita na Câmara.

“Sem educação, não há crescimento duradouro. Ela vai permitir que o Brasil suba o degrau necessário para chegar ao pódio dos países desenvolvidos. Sem Educação, nada acontecerá. Com ela, tudo pode acontecer”, afirmou.

Lula lembrou que ele e José Alencar não tiveram oportunidade de fazer um curso superior, e lamentou por isso. Mas ressaltou. “Tão importante quanto ser doutor, é o diploma de dignidade e respeito que nós conquistamos, lutando todo santo dia contra as adversidades”.

Governo social
Foi no restaurante São Judas Tadeu, há 27 anos, que aconteceram as primeiras reuniões do movimento que resultaria no Partido dos Trabalhadores, fundado em 1980. Em seu discurso, Lula fez várias referências aos companheiros de luta e aos fatos que marcaram sua trajetória política.

“Aqui, os trabalhadores escreveram uma página memorável na luta pela democracia no Brasil. Aqui, a classe trabalhadora brasileira levantou a cabeça. Aqui, nós cunhamos uma frase: que ninguém nunca mais ouse duvidar da capacidade de luta dos trabalhadores”, afirmou.

Na avaliação do presidente, seu governo conseguiu fazer do Brasil um país muito melhor. Lula citou o tempo em que ele e outros trabalhadores “choravam” o desemprego nas portas das fábricas.

“Isso perdurou 20 anos. Não foram 20 dias. Hoje posso olhar nos olhos de vocês e dizer: fazem 42 meses que todo mês cresce o emprego neste país”, disse, numa referência aos mais de 4 milhões de postos de trabalho com carteira assinada criados desde janeiro de 2003 – média de 100 mil empregos mensais.

Os avanços nas áreas econômica e social foram destacados pelo presidente como a grande conquista dos últimos anos. Lula falou das três milhões de famílias que saíram da condição de miseráveis e dos sete milhões que passaram a pertencer à classe média entre 2005 e 2006, segundo levantamentos recentes.

De acordo com ele, isso não aconteceu antes porque “a melhoria do povo brasileiro não estava entre as prioridades dos que governaram este país”. Disse, depois, que seu governo provou ser possível crescer e, ao mesmo tempo, distribuir renda.

“Crescer por crescer não estava nos nossos planos. A meta era e é crescer para melhorar a vida dos trabalhadores e distribuir renda”, afirmou, lembrando da estabilidade da inflação, do aumento da massa salarial, da democratização do crédito e da queda nos preços dos gêneros de primeira necessidade, entre outros avanços.

“São bem diferentes o Brasil que encontramos e o Brasil que governamos hoje”, concluiu.

Segundo mandato
Lula aproveitou a comparação para afirmar que, num segundo mandato, pretende ampliar as mudanças iniciadas, corrigir o que foi feito de errado e melhorar o que deu certo.

Segundo o presidente, o Brasil entrou em “um novo ciclo de crescimento econômico” e as condições hoje são favoráveis para um salto de qualidade.

“Quem acompanha a história política do Brasil, sabe que o que nós fizemos não foi pouca coisa”, disse, ressaltando a existência de uma combinação de fatores positivos que não se via desde os anos 50.

“Finalmente as pessoas conquistaram a cidadania neste país. Agora poderemos fazer muito mais, com mais experiência”, afirmou. Disse também que isso o faz feliz, mas não realizado. Ele afirmou ser preciso “sonhar para frente” e, referindo-se à disputa eleitoral, recorreu novamente a uma metáfora futebolística.

“Ao terminar o primeiro mandato, terminamos o primeiro tempo. Estamos fisicamente preparados para ganhar também o segundo tempo e, se for preciso, ganhar na prorrogação e nos pênaltis”.

Indústria do crime
O presidente aproveitou o lançamento da campanha para falar da onda de ataques que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) promove há dois meses em São Paulo

Disse que o governo federal acompanha com “atenção máxima” o que está acontecendo e que o quadro atual de violência não é obra de um bandido só, mas de “uma indústria do crime instalada em São Paulo”.

Para Lula o problema é complexp e deve ser tratado com rapidez e eficiência. “O povo de São Paulo merece o direito de ter tranqüilidade para ir trabalhar e voltar para casa. São Paulo não pode permanecer refém do crime organizado”, destacou.

O presidente afirmou que, nessa questão, o limite do governo federal é oferecer ajuda ao Estado – que não vem sendo aceita pelo governador Cláudio Lembo (PFL). Ele também criticou os políticos da oposição (PFL e PSDB) que insinuam ligações entre o PT e o PCC.

“É questão de insanidade tentar vincular o PT ao crime organizado, quando, há 12 anos, são eles que cuidam das cadeias de São Paulo. Por favor, leviandade tem limite”, ponderou. Lula ainda classificou tal tentativa de “jogo político rasteiro” e “mesquinharia”.

E contrapôs: “A hora é de seriedade. A sociedade tem que ter disposição política para vencer os que se encaminharam para a criminalidade”.