quinta-feira, julho 06, 2006

ELES ERRARAM DE NOVO



Mercado brasileiro ignora crise boliviana e cresce 8% em maio

São Paulo - O temor de que a crise do gás natural na Bolívia pudesse afetar o desempenho do setor no Brasil não se concretizou. No mês em que o presidente boliviano, Evo Morales, anunciou a nacionalização de suas reservas petrolíferas, em 1º de maio, o consumo brasileiro de gás natural cresceu 7,8% em relação ao mesmo período de 2005 e 4,5% na comparação com abril, segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).


Embora ainda não se tenha dados consolidados sobre o comportamento do consumo nacional em junho, o presidente da Abegás, Romero Oliveira, prevê para o sexto mês do ano "a manutenção da taxa de crescimento observada em maio", o que reforça a idéia de que a crise boliviana até agora não serviu com fator inibidor para o mercado.

O consumo médio durante o quinto mês do ano atingiu 40,2 milhões de metros cúbicos ao dia, um avanço de 2,9 milhões de metros cúbicos/dia em relação ao volume registrado em maio do ano passado. No acumulado de janeiro a maio, o mercado de gás registrou taxa de crescimento de 7% sobre o mesmo período de 2005, passando de um consumo médio de 38,7 milhões de metros cúbicos/dia para 41,4 milhões de metros cúbicos/dia.

Entre as classes de consumo, os maiores destaques em maio ficaram para os setores automotivo e comercial, que cresceram, respectivamente, 17,99% e 17,22%, na comparação com o mesmo mês de 2005. Nessa mesma base de comparação, a única queda no mês foi do segmento de geração elétrica, com decréscimo de 4,82%.Porém, na comparação com abril, houve uma importante recuperação do setor de geração, que apresentou crescimento de 16,24%, após ter registrado queda de 43% em março, devido ao rompimento de um oleoduto boliviano, o que fez as térmicas da Petrobras substituírem o energético pelo óleo combustível. Já os setores residencial, automotivo, industrial e comercial, apresentaram aumento de 11,63%, 2,76%, 2,44% e 1,61%, respectivamente, na comparação com abril.

(Fonte: Gazeta Mercantil/Denis Cardoso)