domingo, maio 14, 2006

Autocensura da imprensa


Eduardo Guimarães

São Paulo, da última sexta-feira para cá, mergulhou numa guerra civil que já deixou dezenas de mortos e feridos. Os presídios paulistas foram tomados por rebeliões. A população está apavorada. O caos se estabeleceu. No entanto, até a noite de domingo, dois dias inteiros após o início do inferno, os meios de comunicação abstiveram-se de fazer qualquer crítica às autoridades responsáveis pela Segurança Pública paulista - leia-se ao até há poucas semanas governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, e ao seu sucessor, o ex-vice-governador Claudio Lembo.

A imprensa nacional se impôs uma patética autocensura. Anêmico nas pesquisas de intenção de voto, Alckmin certamente não resistiria eleitoralmente a críticas a seu governo de seis anos. Os meios de comunicação conservadores, engajados na candidatura tucana sabem disso e por isso abdicaram de seu papel de fiscalizar e de criticar governantes quando efeitos nefastos de suas administrações vêm à tona. A atuação desses meios, neste momento desolador que vive São Paulo, vai construindo uma das mais vergonhosas atuações de uma imprensa de que se tem notícia.

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