quinta-feira, julho 30, 2009

DEM (PFL) QUER NEGROS FORA DA UNIVERSIDADE


Marco Antonio Soalheiro
Da Agência Brasil
Em Brasília

Em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se pela rejeição da ação ajuizada pelo partido Democratas (DEM) que questiona o sistema de cotas raciais instituído pela Universidade de Brasília (UnB).

Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a própria Constituição Federal consagrou expressamente as políticas de ação afirmativa "em favor de segmentos sociais em situação de maior vulnerabilidade". 

Gurgel ressaltou ainda que o racismo continua marcante nas relações sociais brasileiras. A exclusão do negro na sociedade justificaria as medidas que o favorecem.

"Tratar as pessoas como iguais pressupõe muitas vezes favorecer, através de políticas públicas àquelas em situação de maior vulnerabilidade social", afirmou Gurgel. 

"Esse argumento não tem em vista o passado, como o da justiça compensatória, mas sim a construção de um futuro mais equitativo", acrescentou.

No parecer, Gurgel citou que 35 instituições públicas de ensino superior no Brasil adotam políticas de ação afirmativa para negros, sendo que 32 delas prevêem mecanismo de cotas e outras três adotam sistema de pontuação adicional para negros. 

Tais políticas no ensino superior, para o procurador, "quebram estereótipos negativos que definem a pessoa negra como predestinada a exercer papéis subalternos na sociedade".

O procurador-geral ainda ressaltou que a eventual concessão do pedido do DEM pelo STF "atingiria um amplo universo de estudantes negros, em sua maioria carentes, privando-os do acesso à universidade", além de gerar graves efeitos sobre as políticas de ação afirmativa promovidas por outras universidades.

Na ação ajuizada no último dia 21, os advogados do DEM alegaram que o sistema de cotas raciais da UnB viola diversos preceitos fundamentais fixados pela Constituição de 1988, como a dignidade da pessoa humana, o preconceito de cor e a discriminação, supostamente afetando o próprio combate ao racismo.

Há pessoas decentes, que fazem justiça sem olhar a quem, que não tem o preconceito o racismo como bandeira, como tem o DEM. Graças Deus!

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Postado por Jussara Seixas no POR UM NOVO BRASIL em 7/30/2009 04:56:00 AM

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O DEM (PFL) é o partido dos senhores de escravos.
O DEM gosta da cota do berço, aquela cota garantida para os filhos da elite.

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PROFESSOR DA UNB DIZ QUE DEM(PFL) QUER NEGROS FORA DA UNIVERSIDADE

“Para o professor José Jorge de Carvalho, que junto com a professora Rita Lauro Segatto, ambos do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) elaborou a proposta de política afirmativa, a ação do DEM - que pede a suspensão do sistema de cotas na Universidade - é uma repetição do Manifesto dos 113 enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), em 30 de abril do ano passado, e assinado por um grupo pequeno que tem acesso à mídia. A ação, segundo ele, apresenta argumentos frágeis.

Eles (o partido Democratas e quem assinou o Manifesto dos 113) estão querendo jogar na rua um contingente de mais de 20 mil estudantes, critica José Jorge de Carvalho afirmando que a ação no STF é uma tentativa de ganhar no “tapetão”.

“Eles estão dizendo que 90 universidades (onde há política afirmativa) vão ter que jogar para fora todos os estudantes que entraram e não deixarão entrar nunca mais nenhum deles?” pergunta.

“O universo acadêmico brasileiro está em uma luta para incluir os negros e os indígenas que estiveram excluídos sempre. Como eles não conseguem mais influenciar na decisão sobre o processo de inclusão, eles entraram com uma ação no judiciário. No fundo eles não querem negros na universidade”, acusa o professor.

RACISMO INSTITUCIONAL

O antropólogo afirma que o processo de cotas é um dos mais revolucionários na universidade brasileira. "As universidades funcionaram durante 70 anos, de 1930 ao ano 2000, totalmente segregadas. Há poucos países no mundo que tem um universo tão racista quanto o nosso, avalia. Não que exista lei para que os negros estejam fora, mas eles estão fora (da universidade). O racismo estrutural e o racismo institucional fazem que eles estejam fora.

Para o antropólogo, a crítica socioeconômica contra as cotas é falha, assim como o argumento de que a análise dos pedidos é subjetivo. Se nós fizermos um recorte de renda as pessoas podem falsificar o comprovante de renda. Se fizermos um recorte por origem na escola pública as pessoas também podemos falsificar, aponta.

Toda política pública tem uma margem de erro. A comissão que analisa os cotistas é uma comissão formada por pessoas da sociedade, do movimento negro, por professores e estudantes. Ela é tão idônea como qualquer outra comissão jamais feita no Brasil, defende José Jorge de Carvalho, acrescentando que se for para discutir a idoneidade dessa comissão, tem que discutir a idoneidade de todas as comissões. Tem então que parar com o Bolsa Família para que não haja fraude no programa, argumenta.”


FONTE: matéria da Agência Brasil, publicada no site “Vermelho” em 28/07/2009
Postado por Política às 08:22



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Exercício de redação prôs alunos de língua portuguesa

 
É super claro e responde um a um os itens do besteirol da tucanaria-pefelê-uspeana-udenista-golpista de sempre.
 
É des-juridiquesizar aquela fala e sair tuitando por aí, aos quatro ventos. 8-)
 
Por exemplo:
 
O parecer diz: "Para [a tucanaria-pefelê-uspeano-udenista eternamente golpista], a raça não é, no Brasil, fator que opere a exclusão no acesso ao ensino superior, mas sim a desigualdade econômica. Por isso, as políticas de ação afirmativa baseadas em critérios raciais não resolveriam o problema que se propõem a enfrentar, mas gerariam efeitos perversos na sociedade, criando divisões e conflitos antes inexistentes e instituindo uma arbitrária ofensa ao princípio da igualdade." -- São 462 caracteres.
 
Basta pôr isso aí em 141 caracteres e mandar pro Twitter.
TAÍ! Bom exercício de redação, pra dar pros alunos, né-não?!
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Escândalos convenientes e outas mumunhas...

A mídia não quer moralizar o congresso.
A mídia precisa de um congresso corrupto. 
Um congresso que possa ser chantageado.
A grande novidade é que o governo Lula pagou pra ver.
Não conseguiram chantagear o governo federal.
A mídia sobrevive mais 8 anos sem ter um governo amigo?







Renan ou mídia: um certo estilo

Vamos entender melhor esse jogo de hipocrisias na campanha contra José Sarney.

Clique aqui para um conjunto de matérias sobre o tema

1. A Folha traz uma denúncia de empréstimos do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) à TV Mirante, dos Sarney. A dívida está sendo questionada na Justiça, devido às cláusulas de correção cambial. O empréstimo foi concedido pelo BNB na gestão Byron, indicado pelo senador Tasso Jereissatti e homem de confiança do Ministro da Fazenda Pedro Malan. Questionamento na Justiça significa o banco contra Sarney, não necessariamente irregularidades cometidas na concessão do empréstimo.

2. Todos esses vícios de Sarney fazem parte de usos e costumes do Legislativo. Praticamente todos os senadores foram beneficiados por nomeações de parentes e outras benesses do poder. Mas a campanha é focada nele, não nas saídas para reduzir esse tipo de vício das práticas políticas brasileiras.

3. O governo Sarney marcou o auge do poder de Roberto Marinho. Não havia uma indicação de Ministro que não passasse por Marinho, conforme amplamente conhecido. Foi nesse período que a TV Mirante, de Sarney, conseguiu a concessão da Globo (assim como a TV de ACM). E a Globo conseguiu apoio irrestrito da Telebras.

4. No governo Sarney, a Folha se aproximou dele de tal maneira que lhe concedeu vinte anos de coluna no espaço nobre da página 2.

5. Agora que José Sarney ameaça renunciar, matéria da Folha mostrando a cúpula tucana (FHC, Serra e Aécio) tentando se aproximar dele. Renunciando, os ataques contra ele cessarão na hora, como cessaram contra Renan.

6. Em sua coluna de hoje, Clóvis Rossi fala em “um certo estilo de Máfia”. Coloco o raciocínio do Rossi, deixando entre parêntesis opções de personagens que se adequam ao raciocínio.

“O problema é que Renan (a mídia) não ameaça Virgílio (Sarney) porque este violou a ética, mas porque o PSDB (PMDB) está entrando com a sua própria representação (aliança) contra José Sarney (José Serra), de quem Renan (a mídia) é cão de guarda. Em outras palavras, é o típico aviso mafioso: você não entra no meu território que eu deixo seus trambiques em paz”.

Por weden

Nassif,

Estas campanhas falsamente moralistas são um desserviço para a política brasileira.

Não se discute o sistema, mas os personagens, porque é mais fácil novelizar, romantizar e vender manchetes além, lógico, de facilitar a escolha de mocinhos e bandidos, que como veremos é o que mais interessa.

Ou seja: transforma-se uma questão sistêmica em questão moral. Faz-se acreditar que “se fossem outros” não aconteceria o mesmo, e mesmo que aconteça (como neste caso o Arthur Virgílio) minimiza-se porque não se enquadra na novela que se quer constituir.

Se analisássemos o sistema politico brasileiro, veríamos as interrelações entre as instituições públicas e privadas, incliuindo a midia, as relações entre os poderes, as relações entre os partidos, grandes e pequenos, as funções que cada personagem deve desempenhar para que seja um elemento-posição do sistema.

Veríamos que teríamos muito o que corrigir, para levar este país à maturidade política, à racionalidade administrativa.

Mas não. Isso não importa, porque acabaria com oportunidades “interessantes” no futuro.

Em relação aos jornalistas, temos nas redações dois tipos de profissionais: aqueles mais hábeis, frequentadores assíduos do aquário, sabem perfeitamente que estão fazendo parte do jogo, que estão novelizando o caso, porque lhes interessa.

E temos uma mão de obra de cabresto, com muita dificuldade de enfrentar uma análise mais complexa. O déficit de informação é evidente e mostra porque a maioria dos jornalistas tem enorme dificuldade de efetuar uma avaliação mais distanciada, mais racional de todo este processo.

O desserviço está no fato de que enquanto se discutem estas questões pelo ponto de vista moral, deixa-se de discuti-las sob embasamento técnico, político-administrativo, o que levaria o país a superar tais problemas.

Em outras palavras: não se discutem os modos de correção do sistema, porque interessa àqueles - incluindo a grande imprensa - que praticam o falso moralismo usufruir do sistema num futuro que se espera próximo.

Em suma, parodiando Nelson Rodrigues, o moralismo é a último refúgio dos canalhas.

Enviado por: luisnassif - Categoria(s): EleiçõesPolíticaTags relacionadas: 

67 comentários para "Renan ou mídia: um certo estilo"

  1. 30/07/2009 - 10:47Enviado por: Chico Silva

    O mais engraçado é que o PSDB liga pro Renan e pede pra ele não entrar com ação contra Virgílio, e a imprensa repercute que nem doida hoje, a devolução parcial do salário do fantasma de Vrigílio. O Virgílio é que nem o Sarney, não é uma pessoa comum, ele rouba dinheiro público com funcionário fantasma mas depois devolve! Eu quero ter essa chance também!

  2. 30/07/2009 - 10:51Enviado por: Marcelo

    A coisa era tão escancarada que o Maílson, numa entrevista a revista playboy, disse que foi sabatinado pelo R.Marinho antes de ser anunciado oficialmente como ministro da Fazenda. Abs

  3. 30/07/2009 - 10:53Enviado por: Doug

    Perfeito Nassif!

  4. 30/07/2009 - 10:56Enviado por: José Dalvo santiago da cruz

    Em 2005, à época do mensalão estampado nas manchetes dos jornais, o senador Arthur virgilio Neto (PSDB) - como sempre o “exemplo” da transparência, criticava e exigia explicações de onde o amigo do presidente Lula teria conseguido dinheiro para pagar contas particulares do presidente da república.

    E agora? Não seria o caso do defensor da transparência dizer de onde os amigos dele tiraram dinheiro para pagar Agaciel? Simplesmente esse senador não merece crédito e muito menos quem o tem como líder partidário.

  5. 30/07/2009 - 11:01Enviado por: Carlos Graça Aranha

    Nassif, bom dia. É o reino da hipocrisia mesmo. A mídia em geral tem dado destaque ao inquérito da PF que, diga-se, não é contra Sarney. Caiu na rede por conta das interceptações de outros alvos. Interessante mencionar que não há qualquer conversa relevante criminal e administrativamente contra o senador, isto a se considerar o que “vazou” para a imprensa. Aliás, ô terrinha de vazamentos. CRIME! Isso é crime. Vazar conteúdo de interceptações(funcionário público), dar divulgação(imprensa), é tudo crime. Estranho mesmo é ninguém questionar esses vazamentos, nem os arautos dos direitos e guardiães da constitucionalidade. E o pior é vazar seletivamente. Mais que óbvio, não há que se defender o indefensável, mas….Sarney está sozinho ? Claro que não. Tratam-nos por retardados. E é o que somos mesmo. Alienados inertes, caso contrário não estariam essas “vestais” por lá. Observo claramente o que há por detrás deste “golpismo branco”. Já perceberam que Lula é imbatível e Serra naufragou com os resultados de sua “j-estão” e seu jeitinho nada angelical. Na eleição nacional Lula elege poste. Não se espantem se vierem factóides e mais factóides, crises e mais crises na sequência. Desta feita tentarão de tudo para associar a imagem do Presidente operário às práticas sujas da política tupiniquim. Tudo mira em 2010. Muito, mas muito mesmo, petróleo(pré-sal). Conversei com um geólogo da Petrobrás recentemente e disse-me que somente do que já foi mapeado há 22 vezes o PIB americano em petróleo. Nióbio e urânio em abundância, além de água, muitíssima ãgua potável. A cobiça é grande. Que o diga Mangabeira, outra vez passeando na américa(?). Será que foi comprar outro guarda-chuva? Abs.

  6. http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/07/30/renan-ou-midia-um-certo-estilo/
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quarta-feira, julho 29, 2009

Esta vai ser uma entrevista muito irritante. Eu nao uso a palavra "jornalismo"




Noticia do Blue Bus - 29/07/09

 

'Jornalismo, midia e noticias sao palavras do século passado', diz Anderson

 15:30 Chris Anderson, editor chefe da Wired e autor dos livros 'A Cauda Longa' e 'Free', deu uma entrevista digamos niilista para a Salon. Reproduzimos o inicio da conversa abaixo. Leia a integra aqui. Obrigado ao Helio Muniz pelo link. Noticias sobre jornais no Blue Bus. 29/07 Blue Bus

http://www.bluebus.com.br/aimagens/busca8_sinal.gif
 Sr Anderson, vamos falar sobre o futuro do jornalismo

Esta vai ser uma entrevista muito irritante. Eu nao uso a palavra "jornalismo".

http://www.bluebus.com.br/aimagens/busca8_sinal.gif
 OK, e sobre os jornais? Eles estao com problemas sérios nos EUA e em todo o mundo

Desculpe, eu nao uso a palavra "midia". Nao uso a palavra "noticias". Nao acho que essas palavras signifiquem mais alguma coisa. Elas definiam as publicaçoes no seculo 20. Hoje, elas sao um obstáculo. Elas estao empacadas no nosso caminho como uma carruagem sem cavalos.

http://www.bluebus.com.br/aimagens/busca8_sinal.gif
 Que outras palavras você usa?

Nao há outras palavras. Estamos em um desses períodos em que as palavras do seculo passado nao tem mais significado. O que noticias significa para você, quando a grande maioria das noticias é criada por amadores? As noticias estao vindo de um jornal ou de um grupo jornalistico ou de um amigo? Eu nao consigo chegar a uma definiçao para essas palavras. Aqui na Wired, paramos de usa-las.

http://www.bluebus.com.br/aimagens/busca8_sinal.gif
 Espere um minuto. O chamado jornalismo colaborativo e os blogueiros mudaram o significado de 'midia'. Mas sem a midia jornalistica tradicional eles, na verdade, nao teriam muito a fazer. A maioria dos amadores comenta o que a imprensa de qualidade noticia. Entao, você leu jornal esta manha?

Nao.


http://www.bluebus.com.br/show/2/91694/_jornalismo_midia_e_noticias_sao_palavras_do_seculo_passado_diz_anderson


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O livro

O livro A Cauda Longa (do original em inglês The Long Tail) foi publicado nos EUA em julho de 2006 e é o resultado de um detalhado estudo desenvolvido por Chris Anderson, editor-chefe da revista Wired, no qual analisa as alterações no comportamento dos consumidores e do próprio mercado, a partir da convergência digital e da Internet. Trata-se da teorização de um fenômeno já existente e em virtuosa ascensão na indústria do entretenimento, que tem gerado um movimento migratório da cultura de hits para a cultura de nichos, a partir de um novo modelo de distribuição de conteúdo e oferta de produtos.

Antes da Internet, a oferta de produtos era feita única e exclusivamente através de meios físicos: um produto físico, distribuído através de um modelo de distribuição físico, exposto em lojas físicas, que atendiam os consumidores de determinada região. Nesse modelo, os custos de armazenagem, distribuição e exposição dos produtos são muito altos, o que torna economicamente viável apenas a oferta de produtos populares, para o consumo de massa. E é justamente por isso que crescemos acostumados a consumir um número reduzido de mega-sucessos; pop stars, block busters etc. Um varejista tradicional, que tem custos fixos altíssimos para manter sua loja aberta, não tem espaço nas prateleiras para ofertar um produto que não venda pelo menos algumas dezenas de exemplares todo mês. Essa é a cultura de hit.

Com o surgimento do mundo virtual, estamos cada vez mais transformando em bits o que antes era matéria. E é justamente o rompimento das barreiras físicas que torna possível a criação de modelos de negócios de Cauda Longa, em que a oferta de produtos é praticamente ilimitada, uma vez que os custos de armazenagem e distribuição digitais são infinitamente inferiores. Produtos economicamente inviáveis no modelo de hit encontram no meio digital seus consumidores. Por sua vez, os consumidores que antes tinham acesso a um número reduzido de conteúdos, passaram a ter uma variedade quase que infinita de novas opções. E passaram a experimentar mais, consumir produtos que até então desconheciam. É essa variedade e essa nova experimentação que proporcionam as alterações no consumo tradicional (Não é à toa que a geração da Internet é menos fiel às marcas e mais predisposta a consumir novos produtos).

O que antes era um mercado ignorado, não só passa a ter valor como vem crescendo a cada ano. Peguemos como exemplo o mercado de músicas digitais. Somadas, todas as centenas de milhares de músicas menos populares, de bandas menores ou desconhecidas no mainstream (novos nichos), cujas faixas vendem apenas alguns downloads ao ano naiTunes, já representam um volume de vendas equivalente ao dos poucos hits produzidos para vender milhões de unidades.

Importante destacar que o conceito de Cauda Longa se aplica a praticamente todo mercado, inclusive o mercado de mídia. Com a convergência digital, é muito provável uma reorganização na distribuição da audiência, não apenas por conta de alterações nas características dos meios e na maneira como são consumidos, mas principalmente por alterações no próprio comportamento do consumidor.

No Brasil, a Rain Network criou uma plataforma de comunicação baseada no conceito de Cauda Longa, cuja distribuição digital de filmes para cinema tem aumentado o acesso a conteúdos até então indisponíveis para o consumo no país.

http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cauda_Longa

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Café com o presidente

Café com o presidente, o programa de rádio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é produzido pela Diretoria de Serviços da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com supervisão da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.


Durante seis minutos, o jornalista Luciano Seixas conversa com o presidente Lula sobre ações, projetos do governo e outros temas de interesse nacional, sempre com o objetivo de contribuir para o esclarecimento do cidadão brasileiro.

O Café com o Presidente é transmitido às segundas-feiras, via satélite, no mesmo canal de distribuição de A Voz do Brasil. As transmissões ocorrem em quatro horários: às 6h, às 7h, às 8h30 e às 13h. O programa também pode ser acessado na Internet, no endereço www.radiobras.gov.br.

Histórico

O programa Café com o Presidente entrou no ar em 17 de novembro de 2003, com edições quinzenais, de seis minutos, produzidas pela empresa Toda Onda Comunicação Ltda. Em janeiro de 2005, a produção do programa passou a ser feita pela Radiobrás, que já era responsável por sua veiculação e distribuição. Em dezembro de 2007, a produção do programa foi assumida, nas mesmas condições, pela Diretoria de Serviços da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), criada pela Medida Provisória 398.

Ficha técnica

Operação de áudio: José Ageu e Marco Antônio
Sonoplastia: Leleco Santos
Produção e Edição final: Anelise Borges
Produção e edição: Patrícia Duarte Supervisão editorial: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Lula defende a democratização da cultura

Apresentador: Olá você em todo o Brasil. Eu sou Luciano Seixas e começa agora o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Olá, presidente, como vai? Tudo bem?

Presidente: Tudo bem, Luciano.

Apresentador: Presidente, na semana passada o governo enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional que cria o Vale-Cultura. Como é que vai funcionar e quais são as vantagens desse benefício?

Presidente:  Olha, Luciano, primeiro o Vale-Cultura visa criar possibilidades para que as pessoas mais pobres tenham acesso à cultura, possam comprar livros, possam comprar DVDs, possam ir ao teatro, ao cinema. Mas hoje nós temos um convidado especial para falar desse assunto que é o ministro Juca Ferreira, o ministro da Cultura, que participou comigo, em São Paulo, da assinatura do projeto de lei que nós estamos enviando ao Congresso Nacional. Então, é muito importante que o Juca fale aos nossos ouvintes o que significa o Vale-Cultura para o nosso país.

Ministro de Estado da Cultura/ João Luiz Silva Ferreira (Juca Ferreira): Presidente, o Vale-Cultura talvez seja a iniciativa mais importante que nós estamos tomando porque ela vai permitir que um número entre 12 e 14 milhões de brasileiros comecem a frequentar cinema, teatro, tenham a possibilidade de comprar CD, DVD, comprar livro. Ele vai funcionar de uma forma muito simples, muito semelhante ao Vale-Refeição, só que em vez de alimentar o estômago vai alimentar o espírito. O Vale-Cultura vai ter um valor nominal de R$ 50, o trabalhador só paga R$ 5, até 1% do total que a empresa deve como imposto o governo permite que desconte integralmente e a partir daí a empresa desconta na parte de despesa operacional que requer um percentual da empresa e um percentual do governo. O mais importante é que esse Vale-Cultura vai funcionar como um cartão magnético e esse cartão magnético o trabalhador pode numa livraria, numa loja de discos, na porta do teatro, na porta do cinema, transformar em acesso à cultura. Infelizmente, o Brasil tem uma exclusão, um apartheid cultural. O número de brasileiros que tem acesso à cultura é muito pequeno, nunca chega a 20%, a única exceção é a TV aberta. Mas, por exemplo, apenas 14% dos brasileiros vai ao cinema uma vez por mês com alguma regularidade, 96% dos brasileiros nunca entrou num museu, 78% da população nunca viu um espetáculo de dança, 93% nunca foi a uma exposição de arte. Ou seja, a gente até hoje nesses 500 anos de Brasil, não conseguiu integrar a população brasileira na cultura. Então, esse mecanismo é uma porta que se abre, uma porta importantíssima que vai permitir que os brasileiros comecem a frequentar os museus, os teatros, os cinemas, comprar livro, comprar CD e isso vai mudar qualitativamente a vida das pessoas.

Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do Presidente Lula.

Presidente:  Luciano, no encontro que nós fizemos de São Paulo com os artistas, no lançamento da assinatura do projeto de lei, eu pedi ao ministro Juca e pedi aos artistas que constituíssem um grupo de trabalho para que a gente começasse a tentar discutir com mais profundidade o acesso à cultura do nosso povo. Ou seja, por exemplo, sala de cinema. Hoje nós temos sala de cinema no centro das cidades ou em alguns bairros mais importantes você tem nos shoppings, salas de cinema. Mas a periferia, na verdade, você não tem sala de cinema. Então, o povo prefere ficar na frente de uma televisão porque não tem para onde ir. Então, é preciso a gente começar a cuidar como incentivar as pessoas a construírem sala de cinema, construírem teatros, para que o povo tenha possibilidade de ter acesso à cultura. Na verdade, o povo precisa, além de trabalhar, além de constituir sua família e cuidar da sua família, o povo tem que ter acesso à cultura. É extremante importante que a gente facilite com que a cultura esteja ao alcance do povo, ou seja, não é um cidadão que mora numa periferia a duas horas de ônibus do centro de uma capital que ele tenha que pagar dois ônibus para vir ao cinema. É o cinema que tem que estar mais próximo dele, é o teatro que tem que estar mais próximo dele. O que nós estamos tentando fazer, essa é uma primeira fase, ou seja, garantir que com desconto no Imposto de Renda os empresários possam facilitar a vida daquelas pessoas que trabalham e que querem ter acesso à cultura. Mas, num outro momento, nós temos que nos irmanar junto com prefeitos, com governadores de estados, junto com os empresários, para que a gente possa levar na periferia mais longínqua, onde as pessoas estão a possibilidade dele ter acesso ao conhecimento cultural. Porque alimentar a cabeça do saber é tão importante quanto alimentar o estômago de comida. E nós precisamos trabalhar, ou seja, o Estado precisa dar uma força muito grande para que o acesso à cultura seja uma coisa democratizada, para que as produtoras, para que as distribuidoras façam com que os filmes cheguem à periferia e a preços acessíveis ao povo. Ou seja, nós não podemos ter preços que são praticamente impossíveis de ser pago pela população. Então, esse é um começo importante, ou seja, eu senti no lançamento do projeto de lei uma adesão extraordinária dos artistas que estavam lá. Eu espero que essa adesão seja dos empresários brasileiros, seja dos prefeitos brasileiros, seja dos governadores brasileiros, para que a gente, definitivamente, democratize a participação da cultura próxima ao povo brasileiro.

Apresentador: Muito obrigado presidente Lula. E até a próxima semana.

Presidente:  Obrigado a você Luciano, obrigado ministro Juca Ferreira pela sua participação no programa e até a próxima semana, se Deus quiser.

Apresentador: O programa Café com o Presidente volta na próxima segunda-feira. Até lá

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terça-feira, julho 28, 2009

Tática silenciosa


Por que tantos têm tanto medo desse livro?

21/7/2009, The First Post, Londres, http://www.thefirstpost.co.uk/50995,news,british-media-kill-khalid-mishal-reviews-paul-mcgeough-mossad-israel-hamas-middle-east

 

Kill Khalid: The Failed Assassination of Khalid Mishal and the Rise of Hamas [Matar Khaled (Meshall): o atentado fracassado e o crescimento do Hamás], Paul McGeough, Londres: Quartet Books, 2009 (abril)

 

(Imagem em Amazon Books,  ttp://www.amazon.com/Kill-Khalid-Failed-Mossad-Assassination/dp/1595583254)

 

Boa resenha do livro (em inglês) em http://www.amazon.com/Kill-Khalid-Failed-Mossad-Assassination/product-reviews/1595583254/ref=dp
_top_cm_cr_acr_txt?ie=UTF8&showViewpoints=1

 

Nos EUA, o livro recebeu resenhas e comentários de leitores em êxtase.

É livro desses que já não se fazem como antigamente – história política narrada com fartura de dados e com rigor e seriedade informacionais, mas que se lê como romance de espionagem. Narram-se aí eventos de 1997, quando o serviço secreto israelense, o Mossad, tentou assassinar o líder do Hamás, Khalid Mishal, à luz do dia, numa calçada de Amman, Jordânia. Fingindo um esbarrão, no qual estaria envolvida uma lata de Coca-Cola que alguém fingia abrir, os terroristas do Mossad borrifaram um veneno mortal dentro do ouvido de Meshall.

A Jordânia ameaça enforcar os espiões israelenses, e o antídoto aparece

Mas os agentes do Mossad meteram os pés pelas mãos e não conseguiram escapar; dois deles foram presos em flagrante pelos guarda-costas de Meshall; outros dois conseguiram esconder-se na Embaixada de Israel em Aman. Khalid Meshall entrou em coma. As tropas da Jordânia cercaram a embaixada de Israel. O rei Hussein da Jordânia, furioso por os israelenses terem-se atrevido a tentar um assassinato político daquela magnitude em território da Jordânia, telefonou a Bill Clinton, exigindo providências contra Israel. Bill Clinton telefonou a Benjamin Netanyahu, então primeiro-ministro de Israel, ordenando-lhe que fizesse o que fosse preciso para acalmar o rei da Jordânia.

Netanyahu, no primeiro momento, disse que já era tarde demais e não havia antídoto que revertesse os efeitos do veneno. O rei Hussein da Jordânia, então, declarou que, se Meshall morresse na Jordânia, os dois agentes do Mossad israelenses capturados seriam enforcados e a trama seria amplamente divulgada (trapalhadas inclusas). O antídoto apareceu imediatamente; Khaled Meshall sobreviveu; e ali e então começou, de fato, sua espantosamente rápida ascenção como líder político em toda a Região.

Mediante entrevistas com todos os principais atores do drama, inclusive com acesso pessoal direto ao próprio Khalid, o autor-jornalista conta a história do Hamás, ao longo de uma década de ataques de homens-bomba, disputas políticas internas, mas com sempre crescente apoio popular que culminaria na batalha por Gaza, em 2007 e levaria à situação política que a Palestina vive hoje.

É livro importante, sobre um dos pontos mais sensíveis e turbulentos da história contemporânea. Mesmo assim, foi ignorado na Inglaterra. Depois de duas resenhas muito elogiosas publicadas na London Review of Books e no Times Literary Supplement – ninguém mais voltou a falar do livro.

O diretor da editora Quartet Books, Naim Attallah, chegou a entrar em contato direto com os jornalistas editores dos suplementos literários de todos os principais jornais e revistas ingleses. A maioria respondeu que não tinha planos de publicar resenhas do livro, ou qquer comentário. A equipe de venda e divulgação da própria editora informou que algumas livrarias não aceitavam o livro nem para exibir nem para estocar.

Attallah então redigiu um press release no qual acusou todo o establishment crítico-literário inglês de estar "usando tática silenciosa para censurar o livro e impedir sua livre divulgação", sobretudo depois de o Hamás ter sido "rotulado como 'organização terrorista', mesmo sem ter qualquer chance de expor suas ideias, chance que lhe caberia, por direito, em qualquer debate democrático".

E acrescentou: "Quem deseje paz no Oriente Médio deve reconhecer que o Hamás é parte essencial de qualquer movimento que vise a algum acordo de paz. Nenhuma negociação terá qualquer progresso, se não ouvir o Hamás."

É difícil saber dos motivos que paralisaram as redações inglesas. Seja como for, o establishment literário inglês deve algumas explicações. Em geral, parece estar em surto de aversão a qualquer tipo de discussão política. O Hamás foi declarado "organização terrorista". Portanto, ninguém cogita de comentar livro sobre "organização terrorista" e expor-se, também o editor, a críticas.

Além do mais, algum comentário também poderia despertar a ira das organizações que apoiam Israel – o que também exigiria respostas.

Em tempo de orçamentos curtos e cortes de pessoal em todas as redações, nenhum editor de jornal ou revista sentir-se-á tentado a provocar polêmica. A história dos tempos que vivemos parece não valer o risco – se se pensa, como parece que tantos pensam, mais em salvar jornalistas e redações do que informação e fatos.

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"Kill Khaled": Por que tantos têm tanto medo desse livro? [21/7/2009, The First Post (Tradução Coletivo Política para Todos)]

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