quarta-feira, agosto 31, 2011

Por que Gaddafi recebeu cartão vermelho







Observando a Líbia devastada, num gabinete aconchegante recheado de televisões de plasma mais fininhas que panqueca, num palácio em Pyongyang, o Amado Líder da República Popular Democrática da Coreia, Kim Jong-il, balançava a cabeça, pensando no suplício do coronel Muammar Gaddafi.
“Grande tolo”, murmura o Amado Líder. Claro. Ele sabe por que o Grande Gaddafi assinou virtualmente a própria sentença de morte, num dia em 2003, quando aceitou a sugestão daquela sua lamentável prole – arrogantemente europeizados –, para que cancelasse seu programa de armas de destruição em massa e quando, no mesmo ato, pôs o futuro de seu governo nas mãos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Sim. Saif al-Islam, Mutassim, Khamis e o resto do clã Gaddafi ainda não conheciam a diferença entre detonar em farra barra-pesadíssima em St. Tropez e ser detonado por Mirages e Rafales. O Grande Gaddafi, esteja onde estiver, em Sirte, no deserto central ou numa silenciosa caravana para a Argélia, com certeza os está amaldiçoando para toda a eternidade.
Gaddafi supunha que fosse parceiro da OTAN. Agora, a OTAN quer arrancar-lhe a cabeça. Que parceria é essa?
O monarca sunita ditador permanece no Bahrain; nada de bombas “humanitárias” sobre Manama, nada de recompensa por sua cabeça. O clube de ditadores da Casa de Saud permanece; nada de bombas “humanitárias” sobre Riad, Dubai ou Doha – nada de recompensa por aquelas cabeças coroadas apaixonadas pelo ocidente. Estão pegando bem leve até com o ditador sírio – pelo menos por enquanto.
Portanto, a pergunta, levantada por vários leitores de Asia Times Online, é inevitável: qual a linha vermelha crucial que Gaddafi transgrediu, transgressão que lhe valeu o cartão vermelho?
‘Revolução’ made in France
Há tantas linhas vermelhas transgredidas pelo Grande Gaddafi – e tantos cartões vermelhos – que a tela do computador acabaria tingida de vermelho sangue.
Comecemos pelo básico. É coisa dos franceses. Vale a pena repetir: a guerra na Líbia é guerra francesa. Os americanos nem chamam a guerra na Líbia, de guerra: é só “ação cinética”, ou coisa que o valha. O Conselho Nacional de Transição ‘rebelde’ é invenção francesa.
E, sim, sim – sobretudo é guerra do neonapoleônico presidente Nicolas Sarkozy. Sarkozy é o George Clooney do filme (coitado do Clooney). Todos os demais, de David das Arábias Cameron, ao ganhador do Prêmio Nobel da Paz e inventador emérito de guerras Barack Obama, são coadjuvantes.
Como o Asia Times Online noticiou, a guerra da Líbia começou em outubro de 2010, quando o chefe de protocolo de Gaddafi, Nuri Mesmari, desertou e voou para Paris. Ali foi contatado pela inteligência francesa e, para todas as finalidades práticas, construíram um coup d'état militar, envolvendo desertores na Cyrenaica.
Sarkô tem uma mala de motivos para desejar vingar-se do Grande Gaddafi.
Bancos franceses contaram-lhe que Gaddafi preparava-se para transferir seus bilhões de euros para bancos chineses. E Gaddafi não podia, de modo algum, servir de exemplo para outras nações ou fundos soberanos árabes.
Empresas francesas contaram a Sarkô que Gaddafi decidira não comprar aviões Rafale e não contratar franceses para construírem uma usina nuclear; preferia investir em serviços sociais.
A gigante francesa de energia Total queria fatia maior do bolo energético líbio – que estava sendo devorado, do lado europeu, pela italiana ENI, sobretudo porque o premiê Silvio “bunga bunga” Berlusconi, fã de carteirinha do Grande Gaddafi, já tinha acertado negócio complexo com Gaddafi.
Assim, o golpe militar foi aperfeiçoado em Paris, até dezembro; as primeiras manifestações populares na Cyrenaica em fevereiro – instigadas em larga medida pelos golpistas – foram capturadas. O filósofo da autopromoção Bernard Henri-Levy meteu num avião para Benghazi a sua camisa branca aberta no peito e foi encontrar-se com os “rebeldes”, de onde telefonou para Sarkozy e virtualmente ordenou que reconhecesse os tais “rebeldes”, já no início de março, como ‘governo legítimo’ (como se Sarkô carecesse de estímulos).
O Conselho Nacional de Transição foi inventado em Paris, mas a ONU também providenciou para inflá-lo como “legítimo” governo da Líbia. E a OTAN, que não tinha mandado da ONU para converter uma zona aérea de exclusão em bombardeio “humanitário” indiscriminado. Tudo isso culmina hoje no cerco da cidade de Sirte.
Os franceses e os britânicos redigiram o que viria a ser a Resolução n. 1.973 da ONU. Washington uniu-se alegremente ao convescote. O Departamento de Estado dos EUA combinou um negócio com a Casa de Saud, pelo qual os sauditas assegurariam um voto da Liga Árabe, como prelúdio à resolução da ONU; em troca, os sauditas seriam deixados em paz para reprimir qualquer protesto pró-democracia no Golfo Persa – o que os sauditas fizeram, com selvageria, no Bahrain.
O Conselho de Cooperação do Golfo (então convertido em Clube Contrarrevolucionário do Golfo) também tinha toneladas de razões para querer livrar-se de Gaddafi. Os sauditas adorarão acomodar um emirado amigo no norte da África, sobretudo se, simultaneamente, se livrarem da furiosa animosidade que separa Gaddafi e o rei Abdullah. Os Emirados querem novo local para investir e “desenvolver”. O Qatar, muito íntimo de Sarkô, queria fazer dinheiro – gerindo os novos negócios de venda de petróleo dos “legítimos” ‘rebeldes’.
A secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton pode até ser muito amiga da Casa de Saud ou dos al-Khalifas assassinos no Bahrain. Mas o Departamento de Estado também vergastou Gaddafi pesadamente por suas “políticas cada vez mais nacionalistas no setor energético”; e, também, por estar “libianizando” a economia.
O Grande Gaddafi, jogador esperto, deveria ter visto o escrito no muro. Desde que o primeiro-ministro Mohammad Mossadegh foi deposto essencialmente pela CIA no Irã em 1953, a regra é que ninguém se mete a antagonizar o Big Oil globalizado. Para nem falar de antagonizar o sistema financeiro/banqueiro internacional – promovendo ideias subversivas como usar a economia nacional em benefício da população local.
Quem seja pró-o-próprio-país é automaticamente inimigo dos que mandam – bancos ocidentais, megacorporações, “investidores” nebulosos à caça de lucrar com qualquer coisa que cada país produza.
Gaddafi não só atropelou todos esses limites como também tentou escapar do petrodólar: tentou vender à África a ideia de uma moeda unificada, o dinar de ouro (foi apoiado por muitos países africanos); investiu num projeto multibilionário – o Grande Rio Feito pelo Homem, uma rede de dutos que bombeiam água potável do deserto para a costa mediterrânea –, sem, para isso, ter de ajoelhar ante o altar do Banco Mundial; investiu em programas sociais nos países subsaharianos mais pobres; financiou o Banco da África, com o que tornou possível, para muitos países, também escapar das garras do Banco Mundial e, principalmente, do Fundo Monetário Internacional; financiou um sistema de telecomunicações para todo o continente africano, graças ao qual escapou das redes ocidentais de telecomunicações; e ofereceu aos líbios excelente padrão de vida. A lista dos pecados de Gaddafi é infinita.
Por que não telefono para Pyongyang
E há ainda o ângulo militar crucialmente importante do Pentágono/Africom/OTAN. Nenhum país africano quis receber uma base do Comando Africano (Africom) do Pentágono. O Africom foi inventado no governo George W Bush, como meio para controlar de perto a África e para combater, escondido, os avanços comerciais da China.
Dado que ninguém quis acolher o Africom na África, o Africom escolheu local super africano: Stuttgart, na Alemanha.
A tinta em que se escreveu a Resolução n. 1.973 ainda nem secara, e o Africom, de fato, já estava bombardeando a Líbia com mais de 150 Tomahawks – antes de o comando das operações ser transferido para a OTAN. Foi a primeira guerra africana do Africom, e prelúdio do que virá. Fixar uma base permanente na Líbia é negócio já praticamente resolvido – parte da militarização neocolonial, não só do norte da África mas de todo o continente.
A agenda da OTAN para dominar todo o Mediterrâneo e convertê-lo em lago da OTAN, é tão definida quando a agenda do Africom para converter-se em Robocop da África. Os únicos pontos difíceis eram a Líbia, a Síria e o Líbano – três países que não são membros da OTAN nem ligados à OTAN por qualquer tipo de “parceria”.
Para compreender o papel de Robocop global que a OTAN aspira a desempenhar – legitimado pela ONU –, basta prestar atenção à boca dura do secretário-geral da OTAN general Anders Fogh Rasmussen. Trípoli ainda estava sendo bombardeada, quando ele disse que “Quem não consiga manter tropas além das próprias fronteiras não terá influência internacional, e o vácuo será ocupado por potências emergentes que não necessariamente partilham nosso pensamento e nossos valores”.[1]
Portanto aí está, tudo dito. A OTAN é uma milícia high-tech ocidental para defender interesses dos EUA e de países europeus e isolar os BRICS emergentes e outros, e para manter curvados os “nativos”, sejam africanos ou asiáticos. O negócio fica mais fácil, porque a coisa está fantasiada de R2P – “responsabilidade de proteger”, não os civis, mas o saque subsequente.
Jogando contra todas essas forças, não surpreende que o Grande Gaddafi tenha recebido cartão vermelho, expulso do jogo para sempre.
Poucas horas antes de o Grande Gaddafi ter de começar a lutar pela própria vida, o Amado Líder bebericava champanhe russa com o presidente Dmitry Medvedev, trocando ideias sobre o gambito em curso no Oleodutostão. Lembrou, por acaso, que gostaria de conversar sobre seu arsenal nuclear ainda ativo.
Aí está o motivo pelo qual o Amado Líder sobe, enquanto o Grande Gaddafi despenca.

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terça-feira, agosto 30, 2011

Desses momentos que só as nossas listas e blogs podem fazer acontecer. Desses momentos que você nunca vai ver no Fantástico, o show da não vida, da mediocridade...



Um belo momento de política à italiana
A msg abaixo ajudará a explicar o contexto [recebemos, traduzimos e repassamos. Agradecemos ao Manasseh, palestino, pela dica].

Inesperado e emocionante, um momento na Opera em Roma (em Youtube, encontram-se vários excertos desse acontecimento). Dia 12 de março de 2011, Silvio Berlusconi foi obrigado a encarar os fatos.

A Itália comemorava os 150 anos da unificação nacional, e preparou-se, na Ópera de Roma, uma apresentação especial da ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi, consagrada como obra símbolo daquela unificação, sob a regência de Riccardo Muti.
Nabucco de Verdi é obra musical e manifesto político: evoca um episódio da história dos judeus escravizados na Babilônia e inclui ária famosíssima, “Va pensiero”, em que cantam, em coro, os escravos. Na Itália, essa ária converteu-se em hino de todos os povos e homens e mulheres que lutam pela liberdade. Verdi escreveu nos anos 1840, quando a Itália era parte do império dos Habsburgo e lutava para ver-se constituída como Itália unificada.
Antes da ópera, Gianni Alemanno, prefeito de Roma, subiu ao palco e denunciou cortes no orçamento para a cultura. Já foi surpreendente, dado que Alemanno é membro do partido que está no poder e foi ministro de Berlusconi.
Mas sua intervenção política, num momento em que o público se preparava para assistir obra das mais simbólicas para a Itália, produziria resultado absolutamente inesperado – tanto mais que Sylvio Berlusconi estava presente no teatro.

Em entrevista ao Times, Riccardo Muti, o maestro, conta que viveu uma noite, de fato, revolucionária: “Primeiro, foi uma ovação. Depois, iniciamos a ópera. Tudo ia muito bem, até que chegamos à ária, famosíssima, do coro, em “Va Pensiero”. Senti, imediatamente, que o público ficou tenso. Essas coisas não se explicam. Eu senti que a atmosfera mudara, que o público ficou tenso. Primeiro, estavam todos em silêncio. Mas, de repente, enquanto o coro avançava, cantando, foi-se criando, no ar, uma espécie de fervor. Sentia-se a resposta visceral do público à lamentação dos escravos “Oh, minha terra, tão bela e tão perdida...”
Quando o coro aproximava-se do final, já se ouviam os primeiros gritos de “Bis!” E começaram os gritos de “Viva Itália!” e “Viva Verdi!” O pessoal do ‘poleiro’ [lugares mais altos e mais baratos do teatro] começou a jogar papéis picados – uns gritavam “Muti, senador vitalício!”

Embora já o tivesse feito antes, uma única vez, no La Scala, em Milão, em 1986, Muti não parecia decidido a conceder o “bis” de “Va pensiero”. Para ele, ópera é obra de arte no tempo, tem começo, meio e fim, não pode ser interrompida, nem pode recomeçar. “Achei que não faria sentido algum repetir a ária. Só se se criasse algo novo” – conta ele. – “Dar ao coro, um sentido especial”.
Mas o público já estava tomado. Então o maestro voltou ao seu pódium, mas voltado para o público e para Berlusconi. O que aconteceu pode ser visto em http://www.youtube.com/embed/G_gmtO6JnRs.
[Ouvem-se gritos de “Viva a Itália”]
O maestro Riccardo Muti diz: Sim, concordo que “Viva a Itália” [aplausos]. Mas... há mais de 30 anos, viajo pelo mundo. Hoje, como italiano, sinto vergonha pelo que acontece em meu país. Por isso, sim, concordo com que se cante outra vez “Va pensiero”. Não por patriotismo, mas porque hoje, enquanto eu regia o coro que cantava “Oh minha terra, tão bela e tão perdida”, ocorreu-me que, se a Itália continuar como vai, acabaremos por matar a cultura sobre cuja história a Itália foi construída. Então, nossa Itália será realmente “bela e perdida”. [Todos aplaudem, inclusive o coro, no palco; os cantores levantam-se para aplaudir.]

Muti: Desde que começou por aqui um “clima italiano”, resolvi calar-me, já há muitos anos. Gostaria que, hoje... Acho que deveríamos dar a esse canto um novo sentido. Afinal, estamos no teatro da capital, é nossa casa. O coro cantou magnificamente, a orquestra esteve perfeita, mas, se vocês concordarem, proponho que todos cantem, que nos unamos nesse canto, que cantemos todos.
Muti convidou o público a cantar, com o coro, o canto dos escravos, em Nabucco, de Verdi!

“Aquela noite, não vimos apenas a uma apresentação de Nabucco, fizemos uma declaração, da Opera de Roma, aos políticos italianos” – disse Muti.

Há matéria sobre isso em Repubblica, 13/3/2011, em
http://roma.repubblica.it/cronaca/2011/03/13/news/nabucco_bis_del_pubblico_con_muti_il_va_pensiero_contro_i_tagli-13545641/ (em italiano)
(O coro e a fala de Muti podem ser vistos/ouvidos em http://www.youtube.com/embed/G_gmtO6JnRs)
enviado da Vila Vudu
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CASO VEJAGATE: temos um deputado que enfrenta a mídia



CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 223.1.54.O
Hora: 14:12
Fase: PE
Orador: EMILIANO JOSÉ
Data: 29/08/2011





O SR. EMILIANO JOSÉ (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é um prazer estar aqui em uma sessão presidida por V.Exa. Quero, em primeiro lugar, para dar como lido este pronunciamento, situar a nossa posição em defesa da liberdade de expressão no Brasil; em segundo lugar, defender também a democratização das comunicações no Brasil; e, em terceiro lugar, manifestar o nosso repúdio, a nossa profunda indignação com os crimes cometidos pela revista Veja.
Ela não se cansa de cometer crimes, não se cansa de invadir privacidade sem qualquer direito de fazê-lo, não se cansa de invadir. E agora, acompanhando as técnicas de Rupert Murdoch, estácometendo ilegalidades a olhos vistos, como fez nessa última semana com a matéria que publicou.
E não importa a matéria, mas especialmente, Sr. Presidente, os métodos que utilizou para obter essa matéria, métodos nitidamente criminosos, contra a Constituição, contra a lei. Isso de modo nenhum se pode admitir, e a Nação brasileira é quem deve se insurgir contra esse tipo de coisa, como fez a nação inglesa ao se insurgir contra os crimes de Murdoch.
Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - A Presidência cumprimenta o nobre Deputado Emiliano José pelo seu pronunciamento, esperando que a matéria objeto de seu discurso seja apreciada pela Casa e, no que diz respeito à publicação aludida, que se façam os reparos necessários.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

O SR. EMILIANO JOSÉ (PT-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, temos dito aqui, Senhor Presidente, da necessidade de caminhar no sentido da democratização da comunicação no Brasil.
E nunca no sentido de converter muitos dos grandes atores midiáticos à democracia, já que vários deles têm uma compreensão já consolidada sobre o Brasil, têm projeto político para o Brasil, e têm uma posição absolutamente contrária ao projeto que desenvolvemos no País desde 2003, que segue agora sob a direção da presidenta Dilma.
Quando falamos em democratização falamos, primeiro, no sentido de regulamentar os artigos da Constituição referentes à comunicação e, segundo, de modo a garantir a emergência das muitas vozes silenciadas país afora.
Temos falado sobre os descaminhos, os erros crassos da imprensa, e os climas artificiais de crise que são montados, face à posição da maioria dos grandes grupos midiáticos.

Repito sempre Paulinho da Viola: tá legal, eu aceito o argumento, mas não me altere o samba tanto assim. Se há tudo o que eu disse acima, há o paroxismo, há o exagero, há o absoluto descaminho, háa mentira, de parte da revista Veja, que eu tenho denominado uma autêntica usina de idéias da extrema-direita.
Não apenas por ser uma usina de idéias da extrema-direita, seria um direito dela ser simplesmente isso. Éque ela se utiliza de todos os meios para tentar atingir o PT e o nosso projeto político. Não ataca ministros à toa o faz na perspectiva de desestabilizar o governo da presidenta Dilma.
E a revista sabe que esse projeto político foi quem seriamente começou a combater a corrupção, com a criação da Controladoria Geral da União. Mas, não adianta argumentar. A revista Veja não ouvirá. Continuará a tentar pautar o resto da mídia, e sempre contra o nosso projeto político.

Só que agora Veja extrapolou. Ultrapassou todos os limites. Flertou com o crime.

Melhor, cometeu crimes. Utilizou-se de meios criminosos na tentativa de desqualificar o ex-ministro e dirigente do PT, José Dirceu. Queria, com a matéria que publica esta semana, desqualificá-lo e condená-lo previamente, sabendo que o processo que o envolve e a outros está próximo de ser julgado.
Tentou invadir o apartamento em que se hospeda num hotel de Brasília, instalou câmeras no hotel para flagrar pessoas que o visitavam, entre outros crimes. A liberdade de imprensa não inclui esse tipo de procedimento. O bom jornalismo não usa o crime. No jornalismo, como, aliás, em nenhuma atividade humana, os fins não justificam os meios, ainda mais quando o fim, o objetivo, não tem nada de nobre, como neste caso.

A revista Veja vai se caracterizando, de modo cada vez mais consistente, como um Rupert Murdoch à brasileira, um Murdoch convertido em partido político, um Murdoch que utiliza quaisquer meios para testar suas hipóteses, para garantir a consecução de suas pautas previamente orientadas, tal e qual o império midiático britânico fazia.

Tanto quanto lá, no entanto, um dia a casa cai, um dia os crimes são descobertos, um dia, digamos assim, a tecnologia murdochiana criminosa vem à tona, como aconteceu agora, no caso de Veja.

Não há nada de mais que um jornal, que uma revista, que uma tevê, tenha posição política. Nada de mais que qualquer órgão de imprensa defenda uma posição política.
Melhor, se defender, devia deixar clara sua posição política, e não escondê-la, como o faz a maior parte de nossa mídia. O que não se admite são práticas antidemocráticas, contrárias à lei, que afrontem a Constituição, que desrespeitem os direitos dos cidadãos, que invadam a sua privacidade sem qualquer permissão legal.

Agora, foi José Dirceu. Amanhã, quem mais? Qualquer cidadão está exposto a isso.

Veja acha-se no direito de agir como se não tivesse que prestar contas a ninguém. Como se estivesse inteiramente acima da Constituição e das leis do País. São necessárias providências enérgicas para punir esse comportamento, punir esses procedimentos, garantir que o Estado de Direito não seja desrespeitado como o foi neste caso.

Trata-se até de resgatar o bom jornalismo. De levar os fatos a sério. De fazer coberturas jornalísticas sem a necessidade de utilizar-se de meios criminosos.

Não vamos sequer lembrar o volume de matérias mentirosas, caluniosas, cheias de invencionices contra o PT uma delas recentemente desmascaradas pelo Wikileaks, aquela que acusava o PT de ter ligações com as FARC da Colômbia e de receber dinheiro da organização.
Não dá para aceitar isso passivamente. Este não é um problema do PT. É um problema da democracia brasileira, que não pode se render a atitudes criminosas por parte de quem quer que seja. Seja quem for. Ninguém pode estar acima da lei, muito menos a revista Veja.

Muito obrigado.



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Viomundo cobre caso Veja
Viomundo
Polícia Federal já está no caso Veja/Hotel Naoum
Viomundo
Paulo Teixeira, deputado federal (PT-SP) e líder do PT na Câmara, repudia jornalismo marrom de Veja: Provocação e delinquência
Viomundo
Escritório de advogados diz que Veja é versão tupiniquim de tablóide inglês
R7
Balaio do Kostcho
Repórter não é Polícia; Imprensa não é Justiça - por Ricardo Kotscho
[Desta vez, repórter e Veja deixaram digitais no crime cometido]
Não tenho procuração para defender o ex-ministro José Dirceu, nem ele precisa disso. Escrevo para defender a minha profissão, tão aviltada ultimamente pela falta de ética de veículos e profissionais dedicados ao vale-tudo de verdadeiras gincanas para destruir reputações e enfraquecer as instituições democráticas.
Convém lembrar que repórter não é Polícia e a Imprensa não é Justiça, e também não deveria se considerar inimputável como as crianças e os índios. Vejam o que aconteceu com Murdoch, o ex-todo-poderoso imperador. Numa democracia, ninguém pode tudo

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Veja, Marilena Chaui e o verdadeiro crime organizado

A Fórum que fechamos na noite de ontem por ser comemorativa dos 10 anos da publicação vai trazer as 10 entrevistas mais importantes da história da revista. Entre elas, uma da filósofa Marilena Chaui concedida em 2006, pouco antes da reeleição do presidente Lula.
Num dado momento a entrevista com Chaui se direciona para a questão da violência, da segurança, da criminalidade e a filósofa faz a seguinte ponderação:
“A minha tendência é fazer uma análise da estrutura autoritária hierárquica da sociedade e desvendar em cada aspecto da sociedade brasileira o exercício da violência. Você tem o racismo, o machismo, o preconceito de classe, o preconceito religioso, todas as formas de preconceito, a enorme desigualdade econômica, a exclusão social, política e cultural. Se vier a analisar cada um desses aspectos, vai ver que eles têm como mola propulsora e como núcleo estrutural a violência.”
E depois segue seu discurso indo ainda mais diretamente ao ponto:
“Crime organizado mesmo é aquele do fabricante de armamento, do fabricante da droga, do cara que mora no Morumbi num palácio com guarda na porta e cachorro latindo. Esse é o crime organizado. O crime organizado é o Bush, são as companhias de petróleo, são as companhias de fabricação de arma, isso é o crime organizado. (..) E muito bem organizado, tanto que não é chamado de “crime”.
Ao abrir a Veja desta semana a primeira coisa que me veio à mente foi a entrevista de Chaui.
Qual é o papel da revista Veja na sociedade brasileira? Qual o segmento da sociedade que ela organiza? Quais são os valores que ela defende? Como ela se relaciona com os movimentos que defendem direitos? Que tipo de contribuição ela tem dado ao jornalismo? Que tipo de contribuição ela tem dado para diminuir o crime, o preconceito, a violência…
A revista Veja se tornou um produto organizador de um pensamento de linha autoritária e com contornos fascistas. Organizador de uma visão de mundo onde o vale tudo permite não só instalar câmeras espiãs em corredores de hotéis, como fazer qualquer outra coisa em nome de atingir os objetivos do grupo que representa.
O que Veja faz hoje não tem nada a ver com um jornalismo de direita. Não é também a necessária “voz do contraditório” que fortalece o processo democrático.
O que Veja faz hoje é próprio de grupos organizados. E de grupos que se organizam com interesses bastante cristalinos, cujo fim é a captura do Estado e o amordaçamento da sociedade.
Não basta mais apenas denunciar o jornalismo esgoto de Veja. É preciso impedir que ele se reproduza. É preciso agir da mesma forma como a sociedade inglesa fez com as organizações Murdoch.
A se provar que Veja usou de artifícios criminosos para em tese fazer jornalismo, é hora de exigir na Justiça que o panfleto dos Civita tenha o mesmo destino do News of the World.
Antes que o esquema de Veja sequestre o processo democrático que é tão caro à sociedade brasileira.


http://www.revistaforum.com.br/blog/2011/08/30/veja-marilena-chaui-e-o-verdadeiro-crime-organizado/




Mas a al-Qaeda não era o inimigo?


Como a al-Qaeda chegou ao poder em Trípoli
30/8/2011, Pepe Escobar, Asia Times Onlinehttp://www.atimes.com/atimes/Middle_East/MH30Ak01.html

O nome do homem é Abdelhakim Belhaj. Alguns o conhecem no Oriente Médio, mas poucos no ocidente algum dia ouviram seu nome.
Vamos por partes. Porque a história de como um comandante da al-Qaeda acabou por converter-se no principal comandante militar líbio na cidade de Trípoli ainda em guerra, põe por terra – mais uma vez – a selva de espelhos que se conhece como “guerra ao terror”, além de abalar profundamente toda a propaganda de uma “intervenção humanitária” tão cuidadosamente inventada para encobrir a intervenção militar, pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), na Líbia.
A fortaleza de Bab-al-Aziziyah, onde vivia Muammar Gaddafi foi invadida e conquistada, semana passada, quase exclusivamente por homens de Belhaj – que constituíam a linha de frente de uma milícia de berberes das montanhas do sudoeste de Trípoli. Essa milícia é a chamada hoje “Brigada de Trípoli”, que recebeu treinamento secreto, durante dois meses, de Forças Especiais dos EUA. Ao longo de seis meses de guerra civil/tribal, essa seria a milícia mais efetiva dos ‘rebeldes’.

Na 3ª-feira passada, Belhaj vangloriava-se de como havia vencido, com as forças de Gaddafi escapando “como ratos” (a mesma metáfora que Gaddafi usou, referindo-se aos ‘rebeldes’).
Abdelhakim Belhaj, também conhecido como Abu Abdallah al-Sadek, é jihadista líbio. Nascido em maio de 1966, aperfeiçoou seus saberes com os mujahideen da Jihad antissoviética dos anos 1980s no Afeganistão.
É fundador do Grupo de Combate Islâmico Líbio [ing. Libyan Islamic Fighting Group (LIFG)] do qual é o principal comandante – com Khaled Chrif e Sami Saadi como assessores e representantes. Depois que os Talibã assumiram o poder em Kabul em 1996, o LIFG criaram dois campos de treinamento no Afeganistão; um deles, 30 km ao norte de Kabul – comandado por Abu Yahya – exclusivo para jihadistas ligados à al-Qaeda.
Depois do 11/9, Belhaj mudou-se para o Paquistão e para o Iraque, onde esteve em contato com ninguém menos que o ultra linha-dura Abu Musab al-Zarqawi – tudo isso antes que a al-Qaeda no Iraque se declarasse a serviço de Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri e super ultra turbinasse suas práticas nefandas.
No Iraque, os líbios formavam o maior contingente de jihadistas sunitas estrangeiros, perdendo só para os sauditas. Além disso, os jihadistas líbios sempre foram superstars no mais alto escalão da Al-Qaeda “histórica” – de Abu Faraj al-Libi (comandante militar até ser preso em 2005, e hoje um dos 16 detentos “de mais alto valor” no centro de detenção dos EUA em Guantánamo), a Abu al-Laith al-Libi (outro alto comandante militar, morto no Paquistão no início de 2008).

Uma “entrega (muito) especial”[1]

O Grupo de Combate Islâmico Líbio [ing. Libyan Islamic Fighting Group (LIFG)] está nos radares da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA desde o 11/9. Em 2003, Belhaj foi afinal preso na Malásia – e transferido pela via das “entregas especiais”, para uma prisão secreta em Bangkok onde foi devidamente torturado.
Em 2004, os norte-americanos decidiram mandá-lo, como presente, para a inteligência da Líbia – até que foi libertado pelo governo Gaddafi, em março de 2010, com outros 211 “terroristas”, em golpe de propaganda divulgado com muito alarde.
O orquestrador de tudo isso foi ninguém menos que Saif Islam al-Gaddafi – a face modernizadora à moda da London School of Economics do regime. Os comandantes do Grupo de Combate Islâmico Líbio [ing. Libyan Islamic Fighting Group (LIFG)] –Belhaj e seus dois assessores Chrif e Saadi – divulgaram uma confissão de 417 páginas, chamada “Estudos Corretivos”, na qual declararam o fim da Jihad contra Gaddafi (também a declararam ilegal). Em seguida, foram postos em liberdade.
Relato fascinante de todo esse processo pode ser encontrado num relatório intitulado “Combatendo o Terrorismo na Líbia com Diálogo e Reintegração” [orig. Combating Terrorism in Libya through Dialogue and Reintegration (1)]. Observe-se que os autores “especialistas” em terrorismo sediados em Cingapura, e que o regime cevava com vinhos e jantares, manifestam “o mais profundo agradecimento a Saif al-Islam Gaddafi e à fundação Gaddafi International Charity and Development, que tornaram possível essa visita”.
Interessa observar que isso durou até 2007, quando o número 2 da al-Qaeda, Zawahiri, anunciou oficialmente a fusão do Grupo de Combate Islâmico Líbio [ing. Libyan Islamic Fighting Group (LIFG)] com a al-Qaeda no Mahgreb Islâmico [ing. Al-Qaeda in the Islamic Mahgreb (AQIM)]. Desde então, para todas as finalidades práticas, LIFG/AQIM passaram a ser um e o mesmo grupo, do qual Belhaj era/é o principal comandante e emir.
Em 2007, o Grupo de Combate Islâmico Líbio [ing. Libyan Islamic Fighting Group (LIFG)] estava convocando uma Jihad contra Gaddafi, mas também contra os EUA e sortido grupo de “infiéis” ocidentais.
Rode a fita adiante, até fevereiro passado. É quando, afinal livre da prisão, Belhaj resolveu voltar ao modo Jihad e alinhar seus soldados com o ‘levante’ de ‘rebeldes’ que começava a ser plantado na Cirenaica.
Todas as agências de inteligência nos EUA, Europa e em todo o mundo árabe sabem de onde brotou Belhaj. Mesmo que não soubessem, o próprio Belhaj já disse na Líbia que o único interesse, seu e de suas milícias, é implantar a lei da sharia.
Não há, nem parecido, nisso tudo, qualquer processo “pró-democracia” – nem que se tente a mais complexa ginástica imaginativa. Mas, ao mesmo tempo, força de tal importância não seria apeado da guerra da OTAN só porque não gosta muito de “infiéis”.
O assassinato no final de julho, do comandante dos ‘rebeldes’ general Abdel Fattah Younis – foi morto pelos próprios ‘rebeldes’ – parece apontar diretamente para Belhaj ou, no mínimo, para gente próxima dele.
É importante saber que Younis – antes de desertar do governo Gaddafi – foi responsável, no governo Líbio, pelo combate feroz que as forças especiais líbias moveram contra o Grupo de Combate Islâmico Líbio [ing. Libyan Islamic Fighting Group (LIFG) na Cirenaica, de 1990 a 1995.
O Conselho Nacional de Transição, segundo um de seus membros, Ali Tarhouni, teria deixado ‘vazar’ que Younis foi moto por uma nebulosa brigada, de nome Obaida ibn Jarrah (um dos companheiros do Profeta Maomé). Agora, a tal brigada parece ter-se dissolvido no ar.

Cale o bico, ou arranco sua cabeça
Não pode ser acaso, que todos os principais comandantes militares ‘rebeldes’ sejam membros do Grupo de Combate Islâmico Líbio [ing. Libyan Islamic Fighting Group (LIFG), de Belhaj em Trípoli, a um Ismael as-Salabi em Benghazi e certo Abdelhakim al-Assadi em Derna, para nem mencionar figura importantíssima, Ali Salabi, com assento no núcleo do Conselho Nacional de Transição. Saladi foi quem negociou com Saif al-Islam Gaddafi o “fim” da Jihad do Grupo de Combate Islâmico Líbio contra o regime Gaddafi, com o que garantiu para si futuro brilhantíssimo entre esses ressuscitados “combatentes da liberdade”.
Ninguém precisará de bola de cristal para antever consequências. O grupo unificado LIFG/AQIM – já tendo alcançado poder militar e assentado entre os “vencedores” – nem remotamente desistirá do poder, só para satisfazer os anseios da OTAN.
Simultaneamente, entre a névoa da guerra, ainda não se sabe se Gaddafi planeja atrair a Brigada de Trípoli para um cenário de guerrilha urbana; ou se arrastará atrás de si as milícias ‘rebeldes’, atraindo-as para o coração dos territórios da tribo Warfallah.
A esposa de Gaddafi é da tribo Warfallah, a maior da Líbia, com mais de 1 milhão de almas e 54 subtribos. Diz-se pelos corredores em Bruxelas, que a OTAN prevê que Gaddafi lutará durante meses, se não anos; daí o prêmio (“Procurado vivo ou morto”) à moda texana de George W Bush, pela cabeça de Gaddafi; e a volta desesperada da OTAN ao plano A (o golpe militar para derrubar Gaddafi).
É possível que a Líbia enfrente hoje o duplo espectro de uma Hidra guerrilheira de duas cabeças: forças de Gaddafi contra um governo central fraco do Conselho Nacional de Transição e tropas da OTAN em terra na Líbia; e a nuvem de Jihadistas do conglomerado LIFG/AQIM em Jihad contra a OTAN (se forem afastados do poder).
É possível que Gaddafi não passe de relíquia ditatorial do passado. Mas ninguém monopoliza o poder por 40 anos por nada e sem que seus serviços de inteligência nada descubram de aproveitável.
Desde o primeiro dia, Gaddafi disse e repetiu que o ataque contra a Líbia era operação da al-Qaeda e/ou operação local com financiamento estrangeiro. Esteve certo, portanto, desde o primeiro dia – embora tenha esquecido de dizer que, sobretudo, sempre foi guerra inventada pelo neonapoleônico presidente Nicolas Sarkozy da França (mas essa já é outra história).
Gaddafi também disse que seria o prelúdio da ocupação estrangeira, cuja meta é privatizar e roubar os recursos naturais da Líbia. Parece que acertou – também nisso.
Os “especialistas” de Cingapura que elogiaram a decisão do regime de Gaddafi de libertar os Jihadistas do Grupo de Combate Islâmico Líbio disseram que seria “estratégia necessária para mitigar a ameaça que pesa contra a Líbia”. Hoje, o que se vê é que o conjunto LIFG/AQIM – quer dizer, a al-Qaeda – conseguiu posicionar-se para exercer suas opções como “força política (líbia) local”.
Dez anos depois do 11/9, não é difícil imaginar que, no fundo do Mar da Arábia, há um crânio decomposto que, esse sim, está rindo por último. E lá ficará. Rindo.

Nota
1. Documento na íntegra, em http://www.pvtr.org/pdf/Report/RSIS_Libya.pdf (em inglês).


[1] Orig. extraordinary rendition. Em inglês, essa expressão designa o processo ilegal, mas usado frequentemente durante o governo Bush, nos primeiros movimentos da “guerra ao terror” pelo qual prisioneiros presos num país são entregues a outro, para serem interrogados [NTs, com informações de http://en.wikipedia.org/wiki/Extraordinary_rendition_by_the_United_States].

Campanha sangrenta visando a nata da intelectualidade iraquiana


Homens armados assassinam mais um professor universitário em Baghdad
29 de Agosto de 2011
Laith Jawad
Fonte: Uruknet
Homens armados não identificados mataram mais um professor universitário em Baghdad, a mais recente vítima de uma campanha sangrenta visando a nata da intelectualidade iraquiana.
Professor da Universidade de Baghdad, Hussein Kadhem foi morto por uma arma com silenciador, quando saiu da sua casa no bairro de al-Adel, em Baghdad, a caminho da universidade.
Dezenas de professores universitários foram mortos em Baghdad desde a invasão do Iraque pelos EUA de 2003, a maioria deles em al-Adel, um bairro habitado principalmente por membros do corpo docente da universidade.
Não há números exatos sobre o número de intelectuais e cientistas iraquianos que foram assassinados desde a invasão dos EUA.
Mas estimativas colocam o número em mais de 300, entre eles médicos altamente qualificados, cientistas nucleares e físicos.
A violência dirigida cientistas iraquianos obrigou muitos deles a fugir do país.
Iraquianos com graus mais elevados obtidos nas universidades ocidentais constituem hoje grande parte do corpo docente de universidades na Jordânia e no Golfo Pérsico
Hospitais e centros de pesquisa de países do Golfo acolhem com bom grado os cientistas iraquianos.

segunda-feira, agosto 29, 2011

OTAN impõe a barbárie na Líbia


Unicef enviará a Libia cinco millones de litros de agua


Pobladores de Ajdabiya, localidad ubicada 160 kilómetros al sur de Bengasi, bastión de los alzados contra Muammar Kadafi, intentan saquear un bancoFoto Reuters

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 UNICEF ALERTA PARA RISCO DE EPIDEMIA SANITÁRIA EM TRÍPOLI


ROMA, 29 AGO (ANSA) - A capital da Líbia, Trípoli, enfrenta um risco de uma "epidemia sanitária sem precedentes" por causa da falta de água na cidade, segundo um alerta do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
  
Até o momento, a agência da ONU distribuiu 23 mil garrafas de água para a população da capital e, nas próximas horas, deverá entregar mais 90 mil. No total, serão disponibilizados para 5 milhões de litros de água.
  
O responsável pelo escritório da Unicef na Líbia, Christian Balslev-Olesen, disse que a agência está respondendo "às necessidades imediatas em Trípoli".
  
No entanto, ele afirmou que está "extremamente preocupado com a situação, porque deve haver uma carência de água nos próximos dias. Isso poderia se transformar em uma epidemia sanitária sem precedentes".
  
Um grupo técnico da Unicef está trabalhando com as autoridades líbias para auxiliar na avaliação das condições dos poços de água e indicar alternativas de fontes.
  
Segundo a agência, é preciso de US$ 20,5 milhões para sustentar as necessidades das crianças e mulheres na Líbia, assim como a dos fugitivos nos países limítrofes. (ANSA)

                      http://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/rubriche/mundo/20110829091635309583.html


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sólo cinco países apoyarán a Israel



Israel teme voto masivo sobre Palestina en ONU
Afp

Periódico La Jornada
Lunes 29 de agosto de 2011, p. 26
Jerusalén. Israel teme en septiembre un voto masivo en la Organización de Naciones Unidas (ONU) a favor de la creación de un Estado palestino, pese a su oposición y a la de Estados Unidos. Según un telegrama, el embajador israelí ante la ONU, Ron Prosor, manifestó su pesimismo sobre las posibilidades de Israel de frenar esta iniciativa en la Asamblea General, informó ayer el diario Haaretz. De acuerdo con el rotativo, sólo cinco países apoyarán a Israel y votarán en contra: Estados Unidos, Alemania, Italia, Holanda y República Checa. El ministerio israelí de Relaciones Exteriores prevé que entre 130 y 140 países de las 193 naciones voten a favor.

Só não pode é demorar 1.000 anos... Jornalista criminoso tem que puxar cadeia...


Polícia Federal já está no caso Veja/Hotel Naoum

por Conceição Lemes
O principal cenário da “denúncia” da Veja desse final desse final de semana é o Hotel Naoum, em Brasília. Nele, segundo a revista, José Dirceu tem um “gabinete” instalado, onde “o ex-ministro recebe autoridades da República para, entre outras atividades, conspirar contra o governo Dilma.”
A matéria traz uma sequência de dez fotos tiradas do andar em que fica o apartamento de José Dirceu. Numa delas, aparece o próprio. Nas demais, ministros, deputados, senadores que lá estiveram. Por isso, entrevistei há pouco Rogério Tonatto, gerente geral do hotel.
Viomundo — No seu ramo de negócio, privacidade é vital. A do Naoum, porém, foi quebrada com a reportagem da Veja. O senhor não teme que, por isso, clientes deixem de se hospedar no seu hotel?
Rogério Tonatto — Eu não acredito, não, porque todo mundo conhece a nossa respeitabilidade. O hotel tem 22 anos, é considerado o melhor da cidade. É o hotel que mais recebeu comitivas oficiais em todo o país, da Princesa Diana a Fidel Castro. São mais de 150 comitivas oficiais.
O que foi feito aqui é uma coisa criminosa, que a gente repudia. Nós estamos realmente chocados, pois temos uma história muito forte com a cidade. Não vamos deixar que episódio isolado como esse abale o nome do hotel.
Viomundo – Acha mesmo que não vai ter repercussão na sua clientela? As fotos exibidas na Veja demonstram que a privacidade do seu cliente está em risco.
Rogério Tonatto – A privacidade de clientes está sob risco em qualquer lugar do mundo. O que fizeram no hotel é um crime. Aliás, muitos clientes têm-nos ligado para prestar solidariedade, dizendo que o hotel não merece isso.
Viomundo – O senhor sabe como foram feitas as imagens?
Rogério Tonatto — A gente não sabe ainda com certeza, pois a questão está sob investigação. A nossa suspeita é de que essa câmera foi plantada. Achamos que não saíram do circuito interno do hotel.
Viomundo — Não saíram mesmo do circuito interno?
Rogério Tonatto — Nós estamos investigando. Mas tudo indica que não. Até porque a maioria dos nossos funcionários tem muito tempo de casa, são pessoas comprometidas com o hotel. Eu sinceramente não acredito que possa ter saído de forma inconseqüente do hotel. Nisso, a gente está bem tranqüilo.
Já falamos com todos os funcionários, a começar pelo pessoal de segurança. Está todo mundo muito chateado, muito perplexo. São pessoas que têm um carinho muito grande pelo empreendimento. Você não tem noção do que a gente realmente está passando…
Viomundo – É possível dizer com 100% de certeza que as fotos não foram tiradas do seu sistema de segurança?
Rogério Tonatto – Neste instante, não tenho condições de precisar 100%. A principal hipótese é a de que uma câmera tenha sido plantada no hotel. A gente trabalha mais com essa hipótese.
Viomundo – A sua equipe tem condições de avaliar se as imagens saíram ou não do circuito interno, não tem?
Rogério Tonatto – Tem, sim, e já detectaram algumas diferenças em relação às fotos publicadas. Por exemplo, são horas diferenciadas em relação às presenças das pessoas citadas. Mas isso a Polícia Civil de Brasília e a Polícia Federal estão apurando. Agora, é precipitado eu falar mais coisas. Não quero atrapalhar a investigação. O que eu posso dizer é que vamos apurar todo esse delito até o final.
Viomundo — Tem ideia de quem teria filmado o andar do apartamento do ex-ministro José Dirceu?
Rogério Tonatto — Não temos a menor ideia. Sabemos que um repórter esteve lá, que tentou invadir um dos apartamentos. Prontamente nosso staff não deixou. É um staff bem preparado, conseguiu detectar a tentativa de invasão. Demos queixa na polícia. Enfim, tomamos todas as medidas que medidas que tem de ser adotadas nessas circunstâncias.
Esse é um caso que tem de ser apurado pela polícia especializada, porque a gente não compartilha com esse tipo de conduta, independentemente de quem seja o cliente.
Viomundo – O senhor disse que a Polícia Federal está apurando o caso…
Rogério Tonatto — A Polícia Federal foi acionada, está tomando providências, já está no caso, assim como a Polícia Civil. Elas já estão no encalço de quem cometeu esse crime. Nós estamos trabalhando em todas as frentes para que ele seja solucionado o mais rapidamente possível.
Viomundo — Que medidas o hotel vai tomar em relação à Veja?
Rogério Tonatto – Amanhã às 9 horas da manhã já temos uma reunião agendada com os nossos advogados. Neste momento, não tenho condições de dizer se a gente a vai processar a Veja. Não sou competente na área, preciso de orientação jurídica sobre as medidas a serem tomadas.
Viomundo – Quem vai pagar os prejuízos do hotel, já que a imagem dele foi manchada?
Rogério Tonatto — Nós estamos realmente indignados e preocupados com tudo isso. Mas uma coisa garanto: alguém vai pagar. Não sei lhe precisar quem neste momento, mas alguém vai pagar. Vamos tomar todas as medidas para que esse episódio não fique impune. Nós estamos muito seguros da nossa importância. E o hotel não merece um espetáculo criminoso como este.

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