quinta-feira, maio 31, 2012

Profissionais da saúde terão acesso a publicações científicas para auxiliar no trabalho




O objetivo do portal é melhorar a eficiência do trabalho dos médicos no país 

Profissionais da saúde já podem acessar conteúdo científico por meio do portal Saúde Baseada em Evidências. A iniciativa foi lançada no último dia 29, através de uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, estão disponíveis para consulta mais de 31 mil periódicos completos e mais de 200 mil trabalhos acadêmicos digitalizados, entre dissertações de mestrado e teses de doutorado.
“Esse portal de periódicos científicos da Capes ajuda em toda pesquisa no Brasil, toda a vida acadêmica, em todas as áreas do conhecimento, todos nossos estudantes no exterior, bolsistas, pesquisadores, utilizam esse portal como referência, porque ele é muito bem organizado, muito didático. Foi feita uma comissão de cientistas, de especialistas e desenhou quais são os periódicos que interessam ao profissional na ponta, para ele melhorar o atendimento, o tratamento e a saúde”, disse Mercadante.
Segundo Mercadante, o objetivo do portal é melhorar a eficiência do trabalho dos médicos no país, já que a proporção é relativamente pequena, com uma média nacional de 1,8 médico para cada mil habitantes. Na Argentina, a proporção é o dobro do que no Brasil.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, explica que a ideia é apostar nos profissionais e gestores que já atuam hoje para que eles tenham informações mais atualizadas e possam tomar decisões mais corretas.
“O portal ajuda os profissionais a tratarem num tempo mais adequado as pessoas. Um dos grandes problemas hoje é o tempo de demora, de espera para fechar um diagnóstico, para resolver o tratamento. Com esse portal, lá na ponta, o profissional de saúde, onde estiver, vai poder checar o diagnóstico, qual é a melhor forma de fazer o diagnóstico, pode usar o Telessaúde [sistema do Ministério da Saúde em que os médicos tiram dúvidas pelo telefone] pra mandar as informações do exame que fez, pegar uma segunda opinião e, com isso, tratar melhor as pessoas”.
O médico Délio Batista Pereira, que atua em Porto Velho (RO), considera a iniciativa muito interessante para todos que trabalham com saúde.
“Nós carecemos de bibliotecas de boa qualidade. Os livros são caros, os recursos são escassos e a abertura do portal da Capes para todo profissional de saúde é muito importante para gente manter a atualização e cuidar melhor dos nossos pacientes”.
Foram investidos R$ 10 milhões na criação do portal e na compra do acervo digital de sete bancos de dados (Rebrats, Embase, ProQuest Hospital Collection, Atheneu Livros Virtuais, Micromedex, Dynamed e Best Practice – British Medical Journal).
O acesso ao portal será feito com o número do registro profissional (CRM) e uma senha. Já estão cadastrados 920 mil trabalhadores em saúde. A expectativa é que esse número chegue a 1,8 milhões de profissionais.
O objetivo da medicina baseada em evidências é oferecer ao médico e profissionais de saúde subsídio de estudos e práticas anteriores para auxiliar na tomada de decisão. 

Autor: Akemi Nitahara
Fonte: Agência Brasil 

quarta-feira, maio 30, 2012

FORA COM O MINISTRO DA VEJA

Em defesa do Brasil e da Democracia!
BLOGOSFERA MOBILIZADA!
Golpe, nunca mais!
Urgente: favor divulgar em sites, facebook, orkut e twitter.



terça-feira, maio 29, 2012

SUOR E GAGUEIRA... o jornalismo da NÃO NOTÍCIA prende a língua...


Gilmar Mendes gagueja, sua, se enrola e solta um ato falho sensacional. Confira

O ministro Gilmar Mendes, que acusou o presidente Lula de tê-lo constrangido com o objetivo de que adiasse o julgamento do mensalão, deu uma entrevista à Rede Globo, em que suou, gaguejou, se enrolou e acabou cometendo um ato falho incrível:

Gilmar dizia que o presidente teria insinuado que haveria alguma irregularidade numa viagem do ministro a Berlim...

(Parêntesis longuíssimus: Só rindo. Segundo Gilmar, Lula teria perguntado apenas o seguinte: - E Berlim?. A partir daí, ele começou a se justificar, porque corre um boato na internet de que Gilmar teria viajado com Demóstenes a Berlim às custas de Cachoeira, que teria se encontrado com os dois na Alemanha. Gilmar conta uma história engraçadíssima (suando, gaguejando), de que tudo seria fruto de uma incrível coincidência, porque ele e Demóstenes - por motivos diferentes - teriam uma agenda em Praga, combinaram se encontrar naquela cidade e depois foram para Berlim, onde mora uma filha do ministro.

Amigo leitor, leitora amiga ou perdida aqui no blog, qual será estatisticamente a possibilidade de duas pessoas terem compromisso numa mesma data em Praga? )

Voltando ao que dizia Gilmar na entrevista, ele negava que houvesse qualquer problema na viagem, mas, aí, o inconsciente escapou e Gilmar disse o oposto do que gostaria de dizer. Confira:



Ao invés de dizer que a suposta especulação do presidente Lula era inadequada, ele disse que era adequada e ainda mostrava motivações sub-reptícias, ou seja, fraudulentas:
- "O uso dessa informação por parte do presidente me pareceu absolutamente ADEQUADO e revelador de qualquer outra intenção sub-reptícia."

Então, ficamos assim: Jobim já desmentiu Gilmar. Lula desmentiu Gilmar. E agora Gilmar desmentiu Gilmar.
http://blogdomello.blogspot.com.br/2012/05/gilmar-mendes-gagueja-sua-se-enrola-e.html

GILMAR NO JATINHO DO BICHEIRO É A NÃO NOTÍCIA. A mídia da direita sempre faz isso. Inventar uma distração para confundir e continuar enganando.


Por Rodrigo Vianna
Suarento e gaguejante, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes apareceu na tela da Globo na noite de segunda-feira. Confirmou o encontro com Lula e reafirmou que “houve a conversa sobre o Mensalão”.
Ok. Mas em que termos? E o que isso teria a ver com a CPMI do Cachoeira/Veja? Gilmar respondeu no melhor estilo rocambole, o estilo de quem está todo enrolado: “Depreendi dessa conversa que ele [Lula] estava inferindo que eu tinha algo a dever nessa conversa da CPMI”.
Depreendi”, “inferindo”. Hum…
De forma rocambolesca, Gilmar Mendes piscou. Pouco antes, Lula publicara nota em que manifesta “indignação” com o teor da reportagem…
PSDB/DEM/PPS e a velha mídia, numa estranha parceria com o PSOL, tentam transformar o encontro Lula/Mendes em notícia, para impedir que venham à tona fatos gravíssimos já de conhecimento de alguns integrantes da CPI Cachoeira/Veja.
Qualquer ser pensante pode concluir por conta própria: se Gilmar sentiu-se “chantageado” ou “pressionado” por um ex-presidente, por que levou um mês (a reunião entre ele e Lula teria ocorrido em 26 de abril) para revelar esse fato ao Brasil? E por que o fez pela “Veja”, em vez de informar seus pares no STF, como seria sua obrigação?
A explicação pode estar aqui, nos grampos que o tuiteiro Stanley Burburinho fez circular pela rede. Nesses grampos, depreende-se que um tal “Gilmar” (e o próprio agente da PF conclui que o citado parece ser ”Gilmar Mendes”) teria viajado num jatinho emprestado pelo bicheiro Cachoeira. Na companhia (ou compania?) de Demóstenes, o mosqueteiro da ética.
Parafraseando outro ministro do STF, Celso de Melo: “se” a viagem de Gilmar Mendes no jatinho do bicheiro se confirmar, estaríamos diante de um caso que não teria outra consequência possível, se não a renúncia ou o impeachment. Repito: “se” a viagem se confirmar. É preciso apurar. Os indícios são gravíssimos.
A entrevista para “Veja”, seguida do suarento balbuciar no JN da Globo, parece indicar desespero. Uma espécie de defesa antecipada. Fontes na CPI informam que haveria mais material comprometedor contra certo ministro do STF, nas escutas a envolver Cachoeira.
A entrevista à “Veja”, portanto, teria como explicação aquela velha canção: “foi por medo de avião… que eu peguei pela primeira vez na sua mão”.
Mais que um aperto de mãos, Gilmar Mendes e Veja podem ter dado um abraço de afogados. A Cachoeira é funda e não se sabe quem conseguirá nadar até a margem…

De: http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/gilmar-mendes-foi-por-medo-de-aviao.html


+++



28/5/2012 - 21:04 -

Jornal Correio do Brasil, por Redação
De: Najla Passos e Vinicius Mansur/Carta Maior - de Brasília
Demóstenes e ‘Gilmar’ viajaram em jatinho de Cachoeira, constata a PF
Cachoeira teria facilitado a viagem de Demóstenes Torres e um tal de 'Gilmar', da Alemanha até o Brasil
Agrava-se o ambiente de suspeição quanto às ligações do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e seu ex-amigo Demóstenes Torres, senador de Goiás, ex-líder do DEM hoje no centro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos da quadrilha de Carlos Augusto Ramos, o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Escutas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal (PF), com autorização da Justiça, durante a Operação Monte Carlo, reveladas nesta segunda-feira, questionam se o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, “pegou carona” em um jatinho fornecido por Cachoeira, no dia 25 de abril de 2011, quando teria retornado da Alemanha ao Brasil, na companhia do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).
Uma ligação interceptada pela PF no dia 18/4/2011, às 18:08 horas, mostra Carlinhos Cachoeira informando ao ex-funcionário da Delta e ex-vereador pelo PSDB, Wladimir Garcez, também preso durante a Operação Monte Carlo, que Demóstenes estava em Berlim. Em nova ligação, no dia 23/4/2011, às 19:31 horas, Wladimir pede autorização à Cachoeira para buscar o “Professor” (um dos codinomes de Demóstenes, segundo a PF), em São Paulo, no jatinho de alguém chamado Ataíde. Diz que está ele e Gilmar. Na degravação, a PF questiona entre parênteses (“?Mendes?”).
Mais tarde, às 20:24 horas, Wladimir liga novamente para Cachoeira dizendo que não conseguiu falar com Ataíde e que mandaria o avião de Rossini. Cachoeira pegunta qual é o avião de Rossini e Wladimir responde: um jatinho King Air.
Cachoeira: ‘um pequeno, né?’
Wladimir: é… aí eu peguei falei com ele. Ele falou não, não preocupa que eu organizo. Porque tá vindo ele e o GILMAR, né? Porque não vai achar vôo, sabe?
Cachoeira se despede falando que ligaria para Demóstenes em Berlim.
Às 20:38 horas, Cachoeira liga novamente para Wladimir. Tratam de outros assuntos. Depois, voltam a discutir a “carona”. Wladimir diz que Demóstenes chegará às seis da manhã do dia 25/4 e que deixará tudo organizado para o piloto ir buscá-lo.
No dia 25/4, às 12:10 horas, Wladimir diz à Cachoeira que o senador já chegou.
Gilmar Mendes foi à Europa participar de um congresso internacional em homenagem ao jurista italiano Antônio D’Atena, promovido pelo Fundação Peter Häberle e pela Universidade de Granada, da Espanha. O congresso foi aberto no dia 13/4/2011, mas a participação de Mendes se deu na manhã do dia seguinte, com a palestra “A integração na América Latina, a partir do exemplo do Mercosul”.
Não há registro públicos do que Mendes teria feito no restante do tempo em que permaneceu fora do Brasil. À revista Veja, ele teria dito que se encontrou com Demóstenes em Berlim, na Alemanha. Ainda segundo a Veja, o ministro teria uma filha residente em Berlim e, por isso, frequentaria a cidade com regularidade.
Não há registros públicos de quais atividades Demóstenes teria ido desenvolver na Europa, mas levantamento feito por Carta Maior demonstra que ele não participou das votações realizadas no plenário do Senado entre 13 e 25/4/2011.
Em nota oficial, Lula manifesta indignação
A assessoria de imprensa do Instituto Lula divulgou nota oficial onde o ex-presidente manifesta indignação com o teor da matéria publicada pela revista Veja. A nota afirma:
“Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:
“1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. ‘Meu sentimento é de indignação’, disse o ex-presidente, sobre a reportagem.
“2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.
“3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.
“4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público”.

Matérias Relacionadas:

Leia também:

A DIREITA QUER TOCAR FOGO NO BRASIL


Mensalão só foi denunciado ao STF porque Lula não interferiu

Buzz This
Post to Google Buzz
Bookmark this on Delicious
Bookmark this on Digg
Share on FriendFeed
Share on Facebook
Share on LinkedIn

Se você anda espalhando por aí que acredita nessa denúncia de Gilmar Mendes contra Lula que a revista Veja publicou, ou é estúpido ou não tem um pingo de caráter. É possível a qualquer pessoa, mesmo não sendo muito inteligente, concluir, sem a menor sombra de dúvida, que tal denúncia não faz o menor sentido.
Lula foi acusado de tentar interferir no andamento do inquérito do mensalão propondo um escambo ao magistrado: ele postergaria o julgamento até depois das eleições em troca de indulgência da CPI do Cachoeira em relação a supostas evidências de seu envolvimento com Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira.
Gilmar foi Advogado-Geral da União do Governo Fernando Henrique Cardoso. No último ano de seu mandato, FHC o indicou para ministro do Supremo Tribunal Federal. Naquele momento, o professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Dalmo de Abreu Dallari teve um artigo publicado na Folha de São Paulo em que declarou o seguinte sobre tal indicação:
Se essa indicação (de Gilmar Mendes) vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. (…) o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.
Gilmar tentou processar criminalmente o jurista Dallari por esse artigo, mas a Justiça recusou a instauração da ação penal que o agora ministro do STF pretendia mover. Dizia a sentença: “A crítica, como expressão de opinião, é a servidão que há de suportar (…) quem se encontrar catalogado no rol das figuras importantes
A previsão de Dallari se faria sentir cerca de seis anos após a nomeação de Gilmar. Em 2008, o magistrado concedeu habeas-corpus ao banqueiro Daniel Dantas. No mesmo dia, 42 procuradores da República, 134 juízes federais e a Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF) divulgaram documentos manifestando indignação com a soltura do banqueiro.
Alguns Procuradores Regionais da República estudaram até fazer um abaixo-assinado solicitando o impeachment de Gilmar. O senador Demóstenes Torres, então, já exibia suas relações com ele: classificou esse movimento dos Procuradores Regionais da República como “ridículo”.
Esses são apenas alguns fatos que deveriam ser considerados antes de pessoas subdotadas intelectualmente ou moralmente comprarem a acusação de Gilmar a Lula sem o menor questionamento, mas não são o cerne da questão. Servem apenas para lembrar quem é o sujeito que acusa o presidente mais querido da história do Brasil.
O cerne da questão é que os oito anos de mandato de Lula provam que ele jamais interferiu na Justiça com nenhum fim, muito menos para impedir o progresso do inquérito do mensalão. Venho dizendo isso desde 2010, quando publiquei um post contendo informação que desmonta completamente a tese de Gilmar sobre o ex-presidente.
Lula nomeou três procuradores-gerais da República enquanto que FHC manteve o mesmo, Geraldo Brindeiro, de 1995 a 2002, contrariando o Ministério Público Federal por oito anos seguidos.
Claudio Fonteles, que hoje integra a Comissão da Verdade, foi indicado por Lula em 2003 e ficou no cargo até 2005, quando o nome indicado pelo MP foi acatado por Lula novamente. Antonio Fernando de Souza denunciou o mensalão e foi reconduzido por Lula ao cargo. Ficou até 2009, quando Roberto Gurgel, o novo escolhido pelo MP, foi nomeado. O mesmo Gurgel que recentemente difamou o partido do ex-presidente na tevê.
Lula tinha o poder. Se não interferiu nem no Judiciário nem no Ministério Público naquela época, se não há uma só denúncia de outro ministro do STF de que tenha sofrido qualquer pressão do ex-presidente, por que ele escolheria começar a fazê-lo justo com Gilmar Mendes, que tantas vezes se mostrou um adversário político?
A história não se sustentaria só por isso, mas há mais. Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo e ministro da Defesa de Lula e Dilma, saiu do governo dela descontente porque foi demitido por declarar publicamente que votou em seu adversário José Serra em 2010. Esse mesmo Jobim desmentiu a acusação de Gilmar a Lula.
É desolador o volume de desonestidade ou burrice que vêm sendo espargidas com ímpeto tão infatigável. Tudo isso produz uma reflexão: será possível que tanta canalhice venha a vingar? Até quando o Brasil será esbofeteado dessa forma? Em que tipo de país mentiras tão grosseiras ganham tal dimensão?
http://www.blogdacidadania.com.br/2012/05/mensalao-so-foi-denunciado-ao-stf-porque-lula-nao-interferiu-2/

segunda-feira, maio 28, 2012

TE CUIDA BRASIL...


TWITAÇO FORA GILMAR MENTES


“A Constituição Federal, nos artigos 5o., incisos IV e IX, e 220, garante o direito individual e coletivo à manifestação do pensamento, à expressão e à informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, independentemente de licença e a salvo de toda restrição ou censura”


Lula enaltece o papel dos blogueiros em encontro na Bahia


O ex-presidente Lula gravou um vídeo especial para abrir o 3˚ Encontro Nacional de Blogueiros (sujos), que se realiza a partir desta sexta feira (25), às 19h, no Hotel Sol Bahia, em Salvador, até o domingo (27).



No vídeo, Lula enaltece o papel democratizador dos blogueiros e enfatiza a necessidade de se libertar o fluxo da informação do círculo fechado – e elitista – do PiG (*) – não exatamente nessas palavras…

Também especialmente para este evento, dois ministros do Supremo Tribunal Federal enviaram frases que se transformaram em banner para ilustrar a mesa de abertura dos trabalhos.

O Presidemte do Supremo, Ayres Britto, enviou a seguinte frase, de sua autoria: “A liberdade de expressao é a máxima expressão da liberdade”.

O Ministro Ricardo Lewandowski enviou a seguinte frase: ” “A Constituição Federal, nos artigos 5o., incisos IV e IX, e 220, garante o direito individual e coletivo à manifestação do pensamento, à expressão e à informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, independentemente de licença e a salvo de toda restrição ou censura” “

Cultura

Durante a solenidade de abertura foi realizada uma leitura de trechos do poema O livro e a América, de Castro Alves, em homenagem à Bahia, e a todos os blogueiros sujos que tem de enfrentar a “judicialização da censura”.

Este é um dos eixos dos debates do 3˚ Encontro de sujos: a judicialização da censura, uma nova etapa da luta dos sujos pela liberdade de expressão, depois que eles conseguiram desnudar o PiG (*).

Outro eixo é a luta por uma Ley de Medios.

Ah!, que inveja da Argentina, que acaba de consumar a “desmonopolização” da Globo.)

Abertura

Nessa perspectiva se deu o debate de abertura, com Franklin Martins, ex-Ministro da Secretaria de Comunicação de Lula e autor de uma excelente Ley de Medios que o Acorda Bernardo engavetou, como FHC fez com três Leys de Medios do Serjão Mota. Ainda estarão presentes à abertura Emiliano José, da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão; Rosane Bertotti, do Forum Nacional pela Democratização da Comunicação; Robinson Almeida, Secretário de Comunicação Social do Governo da Bahia; e Barbara Lopes, do Blogueiras Feministas.

O Barão aguarda ansioso a presenca de Ali Kamel, que tratará do polêmico assunto “A bolinha de papel e uma eleição”, Judith Brito (que até hoje nao foi buscar o prêmio O Corvo, a que tem direito), do Catão dos Pinhais, responsável por imperdível blog sobre a Ética na política, um dos mervais do Globo, da Urubóloga, da Eliane Catanhêde, que seria convidada a falar sobre o tema “Mídia brasileira e Imparcialidade” , e do Otavinho sobre ” Papai inventou a Ditabranda”.

No Barão, é assim: a bronca é livre.

Ou, entre sem bater !

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Fonte: Da redação com o Conversa Afiada



http://www.vermelho.org.br/tvvermelho/noticia.php?id_noticia=184267&id_secao=29

sexta-feira, maio 25, 2012

Luis Nassif: A Globo e o liberalismo de jabuticaba


Há anos, por seu alcance, o sistema Globo tornou-se a principal influência na opinião pública, inclusive em questões econômicas. TV Globo, Globonews, CBN, jornal O Globo, portal G1, constituem-se na mais formidável caixa de irradiação de opiniões no país.

Por Luis Nassif, no Luis Nassif Online

Por isso mesmo, é um bom laboratório para se analisar como se formam consensos, especialmente em temas ligados ao mercado e à economia.

Em geral, o discurso assenta-se em bordões de fácil assimilação que, pela repetição, vulgarizam-se, podendo ser repetidos tanto por executivos com pouca formação econômica até em papos de boteco. Paradoxalmente, essa banalização de conceitos responde pela extrema superficialidade da análise e, ao mesmo tempo, por sua enorme eficácia.

Até agosto do ano passado, esse discurso mercadista era facilitado pelo sofisma da prioridade única. Todas as análises tinham como mote a inflação. Justificava-se qualquer nível de taxa de juros porque era anti-inflação. Criticava-se qualquer redução da Selic, por mínima que fosse, por acirrar a inflação.

Não havia a menor necessidade de pensar. Baixou a taxa, imediatamente rebimbava o coro anti-inflação. Aumentou em percentuais ínfimos gastos sociais, acordava o coro contra a gastança.

Quando, em fins de agosto passado, o Banco Central reduziu a Selic e a inflação continuou caindo, o discurso desmoronou. Seria preciso refazer o discurso, recriar bordões. E aí o sistema deu tilt.

Por exemplo, a boa análise econômica sabe que não é possível desenvolvimento sustentável sem dois eixos bem azeitados: consumo e investimento.

Primeiro, trata-se de montar o mercado – o interno, através da ampliação da base de consumo, e o externo, através de instrumentos de apoio à exportação.

Dado o mercado, garantir o investimento, através de ferramentas fiscais, financeiras e cambiais.

Cria-se o mercado interno. Estimula-se o investimento na produção. Amplia-se a capacidade produtiva do país, geram-se empregos mais qualificados e, por conseguinte, mais consumidores, completando o ciclo virtuoso do crescimento.

Sem o investimento, esse crescimento será apropriado pelo produto importado até o limite do estrangulamento externo. Não se completaria o ciclo. Mas não se investe sem dispor de um mercado de consumo em expansão.

No entanto, anos de defesa de juros altos criaram um pensamento anti-crescimento irracional – que é repetido de cabo a cabo por todo aparato midiático das Organizações Globo.

Ontem, as medidas de redução do custo do financiamento foram taxadas de temerárias por induzir o consumidor ao “endividamento irresponsável”.

Ora, o discurso econômico das Organizações é fundamentalmente neoliberal.

É princípio elementar do liberalismo o pleno direito de opção ao consumidor, ao investidor, à empresa. Ao Estado compete apenas criar condições adequadas, sem pretender tutelar os agentes econômicos. Mas nossos liberais de araque julgam que, em qualquer circunstância, consumidores, empresas, mercado preciam ser tutelados.

Na hora de criar o bordão, esquece-se o livre arbítrio do consumidor, as ferramentas de análise de crédito dos bancos, o monitoramento da inadimplência pelo Banco Central, o fato do financiamento de automóvel ser garantido pelo próprio veículo, aspectos técnicos e conceituais.

Em Wall Street – onde esse pessoal se espelha -, seria motivo de chacota.

quarta-feira, maio 23, 2012

O jeito vai ser o CALOTE GERAL NOS BANCOS




Tarifaço de bancos privados aumentou a inflação!

TARIFAÇO BANCÁRIO: DILMA REAGE À SABOTAGEM

Economistas de bancos, nariz empinado, gostam de pontificar que o corte dos juros exigido pelo governo aquecerá a demanda, uma  irresponsabilidade heterodoxa, sublinham, que atiçará o vento frio da inflação e a tempestade da inadimplência. 



Na verdade, o raciocínio mecanicista vendido com soberba professoral --a mesma que jogou o capitalismo na pior crise desde 1929-- recobre uma ardilosa manobra de profecia auto-realizável. 


Sob pressão direta da Presidenta Dilma para cortar taxas e reduzir seus spreads -- os maiores do mundo, diga-se-- os bancos simularam adesão ao apelo oficial, depois de escaramuças em que o sindicato do setor, a Febraban e seu presidente, sairam chamuscados. 


Ao mesmo tempo, porém, conspiravam deflagrando um aperto no crédito e um salto abusivo nos preços das tarifas, componentes que juntos mais do que anulam qualquer corte que possam fazer nos juros, ademais de insuflar, aí sim, a inadimplência. 


A prévia do INPC para o mês de maio revelou a eficácia dessa manobra: a alta do índice, de 0,51%,  foi tratorada pela explosão do tarifaço bancário. 


Os serviços da banca tiveram um aumento de 1,66%: três vezes mais do que a média dos preços (no primeiro trimestre subiram 17% contra inflação de 1,2%). 


O dispositivo midiático neoliberal estampará manchetes cínicas e análises alarmistas para sancionar os alerta da ortodoxia contra a política econômica. 


Existe um nome adequado para isso: sabotagem. Contra ela o governo determinou a divulgação pública --leia-se a execração política--  da lista com o tarifaço e a sua respectiva paternidade entre os grandes bancos. 


A ver 


Carta Maior, 23 de Maio de 2012

http://guerrilheirodoentardecer.blogspot.com.br/2012/05/tarifaco-de-bancos-privados-aumentou.html

segunda-feira, maio 21, 2012

Eu posso assegurar a vocês, nós estamos 100% preparados, 200% preparados, 300% preparados (…)


Vamos resistir à crise criando empregos e investindo em infraestrutura, afirma Dilma


Presidenta Dilma Rousseff cumprimenta populares após cerimônia de assinatura da ordem de serviço das obras de construção da ponte sobre a Lagoa do Imaruí, em Santa Catarina. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (21) que o Brasil resistirá à crise econômica internacional gerando empregos e investindo em infraestrutura. Ao participar da cerimônia de assinatura da ordem de serviço das obras de construção da ponte sobre a Lagoa do Imaruí, na BR-101, em Santa Catarina, Dilma abordou os problemas econômicos enfrentados pela Europa e disse que o Brasil criou um conjunto de armas para enfrentar as crises externas.
“Me perguntaram outro dia se a gente estava preparado para o que puder acontecer na Europa. Eu posso assegurar a vocês, nós estamos 100% preparados, 200% preparados, 300% preparados (…) Nós vamos resistir à crise criando emprego, investindo em infraestrutura”.
Segundo a presidenta, o Brasil tem condições de enfrentar os graves efeitos da crise internacional que atinge os países ricos.
“Nós últimos anos, a partir do governo do presidente Lula, nós tivemos o cuidado de criar um conjunto de armas contra crises externas. Se vocês lembram bem, no passado, o mundo espirrava lá fora e nós pagávamos uma pneumonia. Hoje, nós não pegamos pneumonia”.
A presidenta reiterou o compromisso do seu governo com o crescimento do país e citou o investimento de R$ 500 milhões do governo federal na construção da ponte sobre a Lagoa do Imaruí como forma de melhorar a infraestrutura e gerar emprego e renda. Dilma disse ainda que o governo vai investir, em Santa Catarina, na duplicação das rodovias BR-470 e BR-280 e na construção do túnel do Morro dos Cavalos.

http://blog.planalto.gov.br/vamos-resistir-a-crise-criando-empregos-e-investindo-em-infraestrutura-afirma-dilma/

A FÚRIA DO PIOR JORNALISMO DO MUNDO


A Blogosfera tem uma dívida de gratidão para com o PIG

Buzz This
Post to Google Buzz
Bookmark this on Delicious
Bookmark this on Digg
Share on FriendFeed
Share on Facebook
Share on LinkedIn


Semana passada, conforme anunciei aqui, o Centro de Estudos Barão de Itararé promoveu reunião de seu Conselho Consultivo, o qual tenho o prazer de integrar, e, depois, jantar comemorativo dos dois anos da entidade.
Durante a reunião, o jornalista Rodrigo Vianna, membro da diretoria do Barão, teceu considerações sobre o clima de fúria que se instalou nas redações da grande imprensa contra os blogs progressistas.
Rodrigo, repórter da TV Record, ainda navega nesse mundo, o das grandes redações,  não só por pertencer a uma delas, mas, também, por ter pertencido à da Rede Globo. Por conta disso, ainda mantém interlocução com vários jornalistas desses grandes meios.
O relato do amigo se prendeu à cólera que vem notando crescer entre esses jornalistas contra a blogosfera. O melhor sinal disso têm sido as tentativas de intimidação contra blogs que vêm assumindo as mais variadas formas.
Blogueiros estão sendo processados, difamados e até ameaçados de violência – este blogueiro se enquadra no último caso.
Ali Kamel, que é, simplesmente, diretor de jornalismo da Globo, processa vários blogueiros conhecidos. Jornalistas da Veja que escrevem em seções do portal da revista que chamam de “blogs” não passam dois dias sem difamar e insultar um blogueiro independente. Gente que aparece em fotos com jornalistas da grande mídia ameaça blogueiros de espancamento.
A blogosfera, no entanto, foi ignorada pela grande mídia durante muito tempo. Este blog está chegando ao seu oitavo ano e só começou a notar esse processo há, no máximo, uns dois anos, dois anos e pouco. E, desde então, a virulência midiática só fez aumentar.
Âncoras de telejornais, por exemplo, estão atacando a blogosfera com ímpeto irrefreável. Um deles chegou a criar um blog só para atacar blogueiros progressistas. E as principais colunas políticas dos grandes jornais e revistas não passam mais de uma semana sem atacar.
A Folha de São Paulo, O Globo e a revista Veja têm sido os mais virulentos. A Folha, por exemplo, frequentemente publica ataques a blogs em sua página A2. Na sua versão digital, os ataques a blogs são ainda mais comuns.
Os ataques se baseiam exclusivamente em acusação a tais blogs de serem “chapas-brancas” e “financiados pelo governo” – e quando a grande imprensa alude a “governo”, refere-se ao governo federal, o mesmo que despeja milhões em suas arcas.
A característica que une esses ataques midiáticos é o cuidado em não dar nomes aos bois, ou seja, acusam genericamente porque não podem provar o que dizem e sabem que, à exceção de dois blogs que já citaram em meio a centenas deles, o que dizem é mentira.
Só dois blogs têm anúncios de empresas estatais, os de Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif. Isso porque esses dois jornalistas são expoentes da televisão e, assim, atraem anunciantes públicos e privados. Quanto ao resto da blogosfera, a mídia mente na cara dura. Inventa.
Todavia, o que tem feito aflorar a ira dos jornalistas e das direções dos grandes meios é o fato de que, a despeito dos ataques, a blogosfera só faz ganhar audiência. Este blog, por exemplo, tem saído do ar frequentemente devido a picos de acessos que o “derrubam”.
Como o blog subsiste sem recursos, não tem como financiar um plano adequado com provedor de forma a evitar que o excesso de tráfego faça a página sair do ar. Isso porque este blogueiro jamais bateu à porta de governo algum atrás de dinheiro como faz a mídia que o acusa daquilo que é ela quem faz.
Como já relatei, o blogueiro vive de atividade comercial. O blog não rende um centavo. Pelo contrário, há gastos com hospedagem, gastos enormes com telefonemas para coletar informações, fazer entrevistas etc., e até com deslocamentos físicos – transporte, combustível, estacionamento etc.
Ainda assim, há que suportar acusações freqüentes de receber para escrever – acusações que não partem só da mídia, mas da militância midiática (como a mídia virou partido, tem até militância), que sai pela internet difamando a blogosfera.
A única recompensa que um blog como este propicia, portanto, é o prazer intelectual de estar se tornando alvo dos recibos que a grande imprensa vai passando ao atacar, o que vai carreando multidões para a blogosfera.
Quando um grande jornal acusa blogs sem citá-los, desperta a curiosidade do seu público justamente por não dar nomes aos bois. O que se supõe é que o público que lê esses jornais fica curioso e vem à internet buscar os tais blogs sem nomes.
Uma mera busca no Google resolve. Faça uma experiência: busque a expressão “blogs políticos”, por exemplo. Se não quiser ter o trabalho, veja, abaixo, o resultado de uma busca assim.

Como pode notar, o quarto resultado que o leitor curioso da mídia irá encontrar é o do maior agregador de blogs políticos do país, o Poliarquia, linkado nesta página. Lá você encontrará uma coletânea dos blogs políticos (de direita e de esquerda) mais conhecidos.
Veja, abaixo, a página do Poliarquia ou clique na imagem para acessar o agregador.
Como se vê, pouco adianta a mídia atacar blogs sem lhes dar nomes para, além de driblar a falta de provas para as acusações que lhes faz, evitar que se tornem conhecidos. Basta citar blogs para o seu público que este poderá facilmente saber quais são.
Diante dos fatos, imagino que a blogosfera tenha uma dívida de gratidão para com seus difamadores. Da parte deste blog, que não é ingrato, vai, então, o cumprimento de seu dever: obrigado, PIG, por ajudar a blogosfera a combatê-lo.

VEJA: cachoeira de crimes...


Record responde aos ataques da Veja


domingo, maio 20, 2012

O papel de nossa imprensa corporativa como eficiente correia de transmissão da ideologia da Guerra Fria


Roberto Amaral

Roberto Amaral


Cientista político e ex-ministro da Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004.

Opinião

15.05.2012 12:38

Na contramão da História

Leitor da seção “O Globo há cinquenta anos”, recomendo sua leitura por alunos e professores em sala de aula. Ali, quase diariamente, encontra-se um repositório notável do atraso de nossa vida republicana, o que nos possibilita conhecer o papel de nossa imprensa corporativa como eficiente correia de transmissão da ideologia da Guerra Fria (importando um embate que não nos dizia respeito e trazendo para cá a visão estadunidense), invariavelmente de costas para os interesses nacionais, avessa aos interesses populares e sempre atenta aos negócios do grande capital, principalmente o capital internacional.

os grandes jornais sempre se opuseram ao nacional e ao popular, e assim combateram a campanha do “Petróleo é nosso” e ainda hoje rejeitam a Petrobrás. Foto: José Vieira Trovão / Ag. Petrobras
Escrevo “nossa imprensa” de forma proposital, pois O Globo não era, não foi e não é uma exceção nesse servilismo aos interesses antinacionais e, sobretudo, contrários ao desenvolvimento do país e a tudo que diga respeito ao povo. O cheiro dos marmiteiros sempre ofendeu ao olfato sensível dos comensais dos Le bec fin.
Por coerência, os grandes jornais sempre se opuseram ao nacional e ao popular, e assim combateram a campanha do “Petróleo é nosso” e ainda hoje rejeitam a Petrobrás e se arrepiam, irritadiços, sobressaltados, diante de qualquer movimento que lhes possa sugerir o menor sintoma de nacionalismo (ou defesa dos interesses nacionais) que possa pôr em risco o projeto do grande Império. Ou de defesa do Estado. E sempre que este submerge, quem paga o pato são os interesses da Nação e dos mais pobres.
Exemplar do que afirmo é a primeira página da edição do Globo do dia 26 de abril de 1962. Depois de anunciar com alegria a “Primeira explosão nuclear no Pacífico”, sem danos ambientais (embora também diga que “o engenho lançado de um avião que voava a grande altitude, desencadeou numa força explosiva calculada entre 20.000 e um milhão de toneladas de TNT”), o jornal condenava a ameaça de aprovação do projeto do deputado Aarão Steinbruch que instituía o 13º salário: “Os meios financeiros consideram altamente inflacionária e de consequências desastrosas para a economia nacional a implantação de um 13º salário”.
A previsão catastrofista vem no discurso do oráculo do conservadorismo de então: “Deixando de lado a agricultura, para a qual faltam dados positivos, o economista Eugênio Gudin calcula em cerca de Cr$ 80 bilhões a sobrecarga que o aumento representaria no orçamento das empresas”.
Contam os fatos que o projeto foi aprovado e que sua aplicação acumula, hoje, 50 anos de sucesso. Nenhuma empresa faliu por conta dele, o comércio ganhou (e ainda hoje festeja a iniciativa) e começávamos ali a investir no que até os ortodoxos reconhecem ser a alternativa de nossa economia, a saber, o fortalecimento do mercado interno.
Na contramão da História, a mesma imprensa combatia, desde sua instituição, tanto o salário mínimo (Decreto-Lei n.2 2.162 , de 12 de maio de 1940), quanto seus reajustes anuais, sempre apontados como inflacionários. Assim, em 1954, o anúncio de um reajuste de 100%, afinal concedido, provocou grande campanha de imprensa, a edição de um famoso e subversivo “Memorial dos Coronéis” e, afinal, a demissão do Ministro do Trabalho, João Goulart. Jamais aumentar salários, jamais regular a remessa de lucros para o exterior, taxar as grandes fortunas e as grandes heranças. Jamais estabelecer alíquotas crescentes do Imposto sobre a Renda. Derrubar a CPMF e assim desfalcar o orçamento de nada menos que o ministério da Saúde, ah! isso, sim… Para “destravar a economia”? Não. Seu objetivo era reduzir o controle das movimentações financeiras.
Lembremo-nos de que um dos primeiros atos dos golpistas de 1964 foi a revogação da lei de remessa de lucros…
Agora, já começa a mesma imprensa a dizer que o combate aos juros altos, aumentando o crédito ao consumidor, pode constituir-se em agente inflacionário. Todos os países do mundo podem ter juros mais baixos que o nosso e muitos deles crescer em índices superiores ao nosso. Mas o Brasil, não. Esquecem-se os catastrofistas, e esquecem propositalmente, que nosso país sempre cresceu por força da expansão de seu mercado interno, responsável, ademais, pela resistência de nossa economia ao abalos exógenos, de que é exemplo esta última (no sentido de a mais recente) crise do capitalismo financeiro.
O panorama internacional é de desaceleração (e sabemos hoje que as potências europeias não conhecem vacina para a crise, cenário persistente ainda por muitos anos), principalmente na medida em que insistem na suicida política recessiva, imposta unilateralmente (contra os países e suas populações) por uma Alemanha governada pelos interesses dos banqueiros.
A desaceleração das grandes economias, seja qual for o comportamento da China, cuja taxa de crescimento tende a decair sob controle (felizmente), indica, para países como o Brasil, uma queda de suas exportações, principalmente em setores como a exportação de produtos primários, commodities e minérios.
Esse panorama, que assim se descreve desde a aceleração da crise, cobra da economia brasileira o fortalecimento do mercado consumidor interno. Consumidor, bem entendido, na medida em que tiver trabalho e renda.
O fortalecimento desse mercado interno – antigo e permanente pleito da esquerda brasileira – é uma das mais significativas conquistas do governo Lula. Para tal objetivo foi importante o Bolsa Família, foram importantíssimas as políticas de transferências previdenciárias e de assistência social e o apoio à agricultura familiar. Mas fundamental foi o aumento de algo como 60% do salário mínimo. Essas medidas foram responsáveis, em seu conjunto, pela criação do que se chama de Classe C (ou de uma nova classe C), cujo poder de compra é equivalente a 12% do PIB.
Essa política é aprofundada pela presidente Dilma quando, corajosamente, decide enfrentar a ganância do sistema financeiro insaciável e irresponsável, impondo uma política de juros consentânea com nossa realidade e as necessidades de nosso mercado, a saber, aumentando o acesso ao crédito, de que decorre o aumento do poder de compra do mercado interno, a reativação do comércio e da indústria, transformando em virtuoso o círculo vicioso da recessão que aumentaria a recessão.
Nesse ponto identificamos um salto de qualidade da atual política, na medida em que se livra dos grilhões do sistema financeiro (parasita por definição) e se associa ao capital produtivo, construindo novas perspectivas de vida para as grandes massas, sempre marginalizadas pelos monetaristas de plantão.
Sabe-se, porém, que a nova política de Dilma, nada obstante sua decisão pessoal, não seria exequível se o governo não dispusesse do tripé Banco do Brasil-Caixa Econômica Federal-BNDES, quase privatizados pela insânia neoliberal.
A política Lula-Dilma, assim, incorpora ao desenvolvimento sua fundamental dimensão social, o acesso à cidadania das populações mais pobres.
Enquanto isso, do outro lado do Equador, as economias classicamente desenvolvidas (EUA, Inglaterra e Japão, para não lembrar Grécia, Irlanda, Espanha e Itália…) convivem com altas taxas de desemprego, baixíssimas taxas de crescimento (tendendo para a estagnação) e no limiar da recessão, com seu perverso custo político, as restrições ao Estado do bem-estar, a xenofobia, as restrições ao livre-trânsito dos nacionais em suas fronteiras, e, mesmo, a realimentação da direita, na França com o fortalecimento da herdeira de Le Pen e na Grécia com o reaparecimento de um arremedo de nazismo, e como tal tanto abjeto quanto grotesco.
A combinação de recessão, miséria e desemprego foram sempre o caminho mais curto para a instauração das tiranias.
De outra parte, os países que se afastaram do monetarismo e do catecismo neoliberal, como o Brasil, retomaram o crescimento, aumentaram suas taxas de emprego e até aqui mantêm sob controle a ameaça da recidiva inflacionária, e, assim, em situação melhor que os “ricos” a enfrentar a crise global, uma crise do sistema privado que estourou no colo do setor público.
Por isso mesmo, cada vez mais consolidamos a opção democrática e começamos a transitar da democracia formal (política), para o que, num amanhã ainda distante, poderemos chamar de democracia real (à falta de denominação mais adequada), aquela que realizará a justiça social.