quinta-feira, agosto 31, 2006

Anti Vírus



Em Pauta




Lula segue na frente
A coligação "A força do povo" divulgou, nesta terça-feira 29 de agosto, seu programa de governo. Esperamos que as demais candidaturas façam o mesmo, a começar pela candidatura tucano-pefelista.
Setores da imprensa criticaram o programa da candidatura Lula, porque nele faltariam "metas quantitativas".
De fato, o programa de governo 2007-2010 optou por apresentar metas qualitativas, agrupadas nos seis grandes compromissos do segundo mandato de Lula: 1) combate à exclusão social, à pobreza e à desigualdade; 2) aprofundamento do novo modelo de desenvolvimento: crescimento com distribuição de renda e sustentatibilidade ambiental; 3) Brasil para todos: educação massiva e de qualidade. Cultura, comunicação, ciência e tecnologia como instrumentos de desenvolvimento e de de mocracia; 4) Ampliação da democracia; 5) Garantir a segurança dos brasileiros; 6) Inserção soberana no mundo.
Nos próximos dias, os meios de comunicação certamente gastarão muita tinta analisando (e criticando) nosso programa de governo. Nada mais previsível. Afinal, nosso programa de governo, o que pretendemos fazer no segundo mandato, o balanço de nosso primeiro mandato, a análise do que fizeram os governos anteriores, bem como aquilo que fariam os tucanos & pefelistas se conseguissem recuperar a presidência: estes são os argumentos de nossa militância, na batalha pela reeleição de Lula, bem como na conquista de governos de estado e mandatos parlamentares.
Argumentos que ajudam a entender o crescimento de Lula nas pesquisas. Segundo a mais recente rodada da pesquisa Datafolha, também divulgada nesta terça-feira, a intenção de v oto em Lula passou de 49% para 50% em relação à pesquisa divulgada na semana passada.
Os demais candidatos também oscilaram dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Geraldo Alckmin (PSDB) oscilou de 25% para 27% em relação à última pesquisa. Heloísa Helena (PSOL) também oscilou para baixo, de 11 para 10% das intenções de voto.
Cristovam Buarque (PDT) tem 1%; enquanto os demais candidatos não alcançaram este índice. Indecisos, brancos e nulos somam 12% das intenções de voto.
O índice de intenção de voto em Lula aproxima-se do que lhe foi atribuído pela pesquisa CNT/Sensus, também divulgada nesta terça: se a eleição fosse hoje, Lula venceria no primeiro turno com 51,4% dos votos. A pesquisa CNT/Sensus apontou ainda um ín dice de intenção de votos em Alckmin menor que o apontado pelo Datafolha: 19,6%. Quase sete pontos percentuais a menos.

Saneamento




Privatização nega saneamento para os mais pobres
O neoliberalismo de FHC estimulou pesadamente a privatização na área de saneamento ambiental. E fez isso especialmente por meio do estrangulamento do financiamento ao setor público. Era quase impossível para um governo municipal ou estadual investir em saneamento, tantas eram as exigências.
Esta postura, que Alckmin quer trazer de volta, defende que o saneamento básico é uma atividade econômica que visa prioritariamente o lucro, deixando de ser visto como um serviço público de caráter social. Os neoliberais não percebem que saneamento básico é direito social e coletivo e não mercadoria que se adquire (ou não) segundo a lógica do mercado.
O modelo de FHC provocou a paralisação dos investimentos do setor público no saneamento básico. O acesso a financiamentos foi cortado para os Estados e municípios, fazendo com que grande parte da população do país continuasse sem os investimentos necessários para ter água e esgoto. FHC suspendeu todos os financiamentos com recursos do FGTS aos operadores estatais e exigiu, nas negociações do ajuste fiscal com os Estados, que estes se desfizessem do controle acionário de suas companhias de saneamento.
Da mesma forma, os operadores sob controle municipal foram mantidos sem acesso a recursos para financiar seus investimentos. Durante o desgoverno tucano, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) retirou o apoio técnico e administrativo que dava a várias autarquias municipais de água e esgoto. E isso foi feito sem qualquer processo prévio de preparação, o que contribuiu para a degradação de alguns dos serviços e até mesmo para a privatização de outros.
A ausência da definição de uma política consistente para o setor durante o reinado tucano, atingiu em cheio a saúde das companhias estaduais de água e esgoto, que perderam as concessões dos serviços nas capitais e em muitos municípios importantes do País. Nas regiões Norte e Nordeste, as companhias estaduais ficaram em situação precária. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), das 26 empresas estaduais do Norte e Nordeste, apenas 9 apresentaram receitas superiores às despesas em 2001. As demais tiveram perdas de 51% (Norte) e 47% (Nordeste).
Lula foi o que mais investiu em saneamento
Em toda a história do País, o governo Lula foi o que mais investiu em saneamento, recuperação de áreas degradadas e em uma p olítica ambiental preventiva. Desde janeiro de 2003, foram direcionados R$ 10,5 bilhões para financiar projetos de água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem. Mais de 800 obras já foram concluídas, beneficiando 6 milhões de famílias.
No Programa Saneamento Para Todos foram investidos R$ 4,9 bilhões, valor vinte vezes superior ao investido nessa área entre 1999 e 2002. Já no Projeto Saneamento Ambiental em Regiões Metropolitanas, foram investidos mais R$ 562,8 milhões, beneficiando 149 mil famílias com abastecimento de água, 184 mil com esgotamento sanitário e 300 mil com destinação de lixo.
Através do Programa PATProsanear, destinado a planos e projetos para a recuperação ambiental de áreas degradadas, ocupadas por famílias de baixa renda, o governo investiu recursos da ordem de R$ 18,4 milhões. Lula tamb ém investiu em áreas indígenas e remanescentes de quilombos, atendendo a 120 mil índios e a 3, 8 mil famílias de quilombolas.
Nos quatro anos do governo Lula, o Brasil também se tornou o primeiro país da América do Sul a contar com um Plano Nacional de Recursos Hídricos que estabelece diretrizes, metas e programas para o uso racional da água. Entre as ações que estão sendo implementadas figuram a despoluição de bacias hidrográficas através da construção de estações de tratamento de esgoto, pesquisas no Aqüífero Guarani (uma das maiores reservas de água subterrânea do mundo) e programas de combate à desertificação.

Circula por aí




Paranóia
Alguns artigos na imprensa e muitas mensagens na internet divulgam uma "denúncia" seríssima: a de que o PT seria integrante de uma perigosa organização internacional chamada Foro de São Paulo.
Pois bem: a tal organização existe, chama-se mesmo Foro de São Paulo mas só oferece perigo para os partidos neoliberais.
Fundado em 1990, o Foro de São Paulo ganhou este nome porque sua primeira reunião, feita a convite do Partido dos Trabalhadores, realizou-se na capital do estado de São Paulo.
O Foro de São Paulo, como diz o nome, é um "foro" ou "fórum", que faz reuniões anuais de que participam não apenas partidos latino-americanos, mas também partidos socialistas e progressistas da Europa, África e Ásia.
A próxima reunião do Foro de São Paulo vai acontecer em janeiro de 2007, na cidade de San Salvador, na América Central. O tema central do XIII Encontro do Foro de São Paulo será "A nova etapa da luta pela integração latino-americana e caribenha".
A previsão é que sejam debatidos os seguintes assuntos: a) propostas alternativas ao neoliberalismo: desenvolvimento econômico, social e democratização política; b) colonialismo, ingerência imperialista e acordos de paz; c) segurança hemisférica: combate ao crime organizado, ao narcotráfico e a militarização; d) relação entre forças políticas, movimentos sociais e governos de esquerda e progressistas da América Latina e do Caribe.


Agenda
1/9
Dia Nacional de Mobilização da Classe Trabalhadora
12/9
Dia Nacional de Mobilização das Mulheres - Dia Lilás

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No Blog do WR

Indecência na TV

Antes que o dia termine, um registro de mau, de péssimo jornalismo.
Hoje de manhã, no Bom Dia Brasil da Globo, noticiou-se que a Polícia Federal, sem matar ninguém, apreendeu R$ 1 milhão em armas procedentes do Paraguai, supostamente encomendadas “por uma facção criminosa”, o tal de PCC, presume-se.
Grande feito da PF, pois não? Que nada. Grande feito seria se o autor fosse a polícia de São Paulo, aquela que recentemente matou cerca de 300 pessoas, geralmente escolhidas “pela cara”, a pretexto de vingar a morte de homens da lei. Nessa hipótese, gente do governo tucano diria na Globo algo assim como “estamos fazendo o possível” e gente como Arnaldo Jabor reclamaria da PF do Lula que "não fecha as fronteiras".
Mas já que foi a PF “do Lula” quem achou as armas, a matéria foi direcionada contra o Governo Federal, e de forma absolutamente indecente.

A apresentadora, depois de ouvir de um comentarista que as fronteiras são vulneráveis etc, esbravejou — sim, esbravejou, balançou os braços diante das câmeras, numa atitude provavelmente inédita em noticiosos da TV brasileira

— e cuspiu o seguinte:

— Se não fecham as fronteiras é porque alguma autoridade tem interesse nisso, não sei se é o presidente ou outra autoridade qualquer, mas com certeza tem alguém.

E o programa continuou tranqüilamente, como se a moça acabasse de culpar o Parreira pela derrota na Copa, e não de caluniar irresponsavelmente o presidente da República.

Escrito por WALTER RODRIGUES às 23h56
29.08.06

http://walter.rodrigues.zip.net/

Anti Vírus



Em pauta




Um debate necessário
A Coligação Força do Povo divulgou nesta terça-feira 29 o seu Programa de Governo 2007-2010. Como era de se esperar o lançamento teve repercussão na mídia. Mas, particularmente, um tema do documento teve destaque em todos os jornais: a comunicação.
Sobre esta questão, o Programa de Governo diz que será "garantida a democratização dos meios de comunicação, permitindo a todos o mais amplo acesso à informação, que deve ser entendida como um direito cidadão". O documento da Coligação A Força do Povo propõe "construir um novo modelo institucional para as comunicações, com caráter democratizante e voltado ao processo de convergência tecnológica; incentivar a criação de sistemas democráticos de comunicação, favorecendo a democratização da produção, da circulação e do acesso aos conteúdos pela população; e fortalecer a radiodifu são pública e comunitária, a inclusão digital, as produções regional e independente e a competição no setor".
Este debate é importante e extremamente urgente. E não nos causa espécie que os meios de comunicação de massa, que se reivindicam o quarto poder, fiquem surpresos ou ainda rechacem o fato de um partido político colocar em pauta a necessidade da democratização da comunicação no país.

Transporte




Com FHC, oito anos de caos no transporte
Cerca de 80% da população brasileira vive nas cidades. O êxodo rural que ocorreu nas décadas de 60 e 70 foi intenso, mas os governos não investiram de forma planejada e suficiente para acompanhar o processo acelerado de urbanização do país.
O governo tucano, em oito anos, não conseguiu, de forma integrada, equacionar o problema do transporte urbano caro e inadequado. Pesquisa realizada naquelas cidades que, reunidas, detêm 70% da frota de veículos do país, mostra que 35% da população brasileira se desloca a pé, 32% de transporte público, 28% de automóvel, 3% de bicicleta e 2% de moto.
O mesmo descaso com que o governo tucano teve à frente do governo federal, repetiu-se em São Paulo. O então governador Geraldo Alckmin, ao fazer o PPA 2004- 2007, anunciou a criação de vários programas que melhorariam o transporte metropolitano na capital paulista. Passados três anos, algum deles continuam no papel.
O projeto do Expresso Aeroporto previa a instalação de uma via exclusiva ligando o aeroporto de Cumbica à estação Barra Funda. O Trem de Guarulhos previa a instalação de um trem ligando a cidade de São Paulo com de Guarulhos, usando o mesmo ramal do Expresso Aeroporto. A previsão era de que ambos ficassem prontos até o final de 2007. No entanto, nada foi feito.
Outro projeto que deveria ser concluído em 2007 é o Rodoanel ? uma via expressa que vai atravessar a mancha urbana na Região Metropolitana da Grande São Paulo. Até agora, foi construído o trecho oeste, que interliga cinco das dez rodovias que chegam a São Paulo. Inaugurado em 2002, a uma semana d o 2º turno das eleições daquele ano, foram orçados R$ 338,8 milhões para a construção do trecho oeste. No final, o custo do Rodoanel ficou em R$ 1,3 bilhão e foi entregue (com vários problemas) em quatro anos ? a previsão era de dois anos. Por esses e outros motivos, foi solicitada abertura de CPI para investigar o caso.
Lula cria Ministério das Cidades
Preocupado com o inchaço das grandes metrópoles e com a falta de planejamento integrado para sanar os problemas urbanos, o governo Lula criou o Ministério das Cidades. Uma das prioridades deste Ministério é promover políticas públicas de saneamento, transporte, habitação e desenvolvimento urbano que beneficiem as famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos.
Um dos des afios enfrentado pelo governo é criar políticas para harmonizar o tráfego de pessoas e máquinas no mesmo espaço urbano. A estratégia é tratar a questão de forma integrada, um conceito consagrado nos países desenvolvidos, mas recente no Brasil.
A Política Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável, que será enviada ao Congresso Nacional neste ano e já vem sendo adotada pelo Ministério das Cidades, estabelece regras que orientam as ações da administração pública municipal, responsável pela regulação dos serviços do transporte coletivos nas cidades brasileiras.
O Ministério das Cidades criou programas e linhas de financiamento para infra-estrutura viária. Desde 2003, o governo investiu mais de R$ 680 milhões nas obras do metrô de Salvador, Fortaleza, Recife e Belo Horizonte. Em São Paulo, o governo federal, por mei o do BNDES, liberou R$ 313 milhões para a extensão da linha 2 do Metrô.

Circula por aí




Mais uma viagem
Circula pela Internet e-mails com mentiras, que usam dados falsos e comparações absurdas com o intuito de criar um cenário de falta de apoio popular ao governo. O mais recente destes exemplos é a mensagem com o assunto: "Pode estar sendo montada uma tremenda fraude".
O texto do e-mail, que convida os leitores para uma "reflexão", especula que algum tipo de fraude poderia ocorrer com as urnas eletrônicas nas Eleições 2006, colocando em dúvida as pesquisas eleitorais e citando estatísticas absurdas sobre o tamanho do eleitorado brasileiro e suas supostas preferências nas urnas. Cita também o suposto aumento das tarifas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para o Certificado de Capacidade Física (CCF) e Renovação de Licença de Vôo (RLV).
Somente pelos dados sobre a Anac já se pode constatar que o e-mail é mais uma armação. A tarifa do CCF citada no e-mail diz que o valor pago pelos pilotos subiu para R$ 950,00. É mentira! O valor correto pago, segundo informa a Junta Médica Militar da Força Aérea, é de R$ 301,50. Outra mentira diz respeito ao valor da da RLV, que depois do aumento teria alcançado a cifra de R$ 1.389,00. O valor correto, segundo o site da Anac e os técnicos da instituição consultados é de R$ 100,00.
Quanto às eleições, o e-mail cita supostas conversas com populares de diversos setores, sem informar quantas pessoas foram consultadas para realizar o cálculo apresentado. Não existem dados estatísticos no texto, não há nenhuma amostragem. Conversar com algumas pessoas não significa saber em momento algum qual o desejo eleitoral de uma categoria inteira. Pesquisas quantitativas partem de dados concretos e, quando realizada com rigor, tem caráter científico.
Sobre as urnas eletrônicas, existe há tempos uma polêmica sobre as medidas de segurança necessárias para que não haja manipulação dos resultados. Entretanto, há estudos sérios que afirmam a confiabilidade do sistema. No sítio do TSE (http://www.tse.gov.br/) pode-se ler, por exemplo, o relatório feito pela Universidade de Campinas (Unicamp) sobre a segurança do processo eleitoral com o uso das urnas eletrônicas. O documento que diz que o "sistema eletrônico de votação implantado no Brasil a partir de 1996 é um sistema robusto, seguro e confiável atendendo todos os requisitos do sistema eleitoral brasileiro". O relatório pode ser visto diretamente aqui www.tse.gov.br/eleicoes/seguranca/relatorio_unicamp/rel_final.pdf



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Podem rir agora...


A surra do povo na bancada do golpe no congresso

Surra: No Amazonas, Lula tem 75%; Arthur Virgílio, só 3%

Pesquisa Ibope/TV Amazonas (retransmissora da Globo) divulgada na terça-feira (29) mostra a resposta popular ao senador Arthur Virgílio (PSDB), que no ano passado subiu à tribuna do Senado e ameaçou "dar uma surra" no presidente.

Na disputa estadual, Virgílio, que é candidato ao governo, tem apenas 3% das intenções de voto; enquanto Lula, na corrida presidencial, conta com o apoio de nada menos do que 75% do eleitorado amazonense.

Lidera a disputa para o governo do Amazonas Eduardo Braga (PMDB), candidato a reeleição, com 47%. Seu principal adversário, Amazonino Mendes (PFL) tem 36%.A pesquisa Ibope, realizada no período de 26 a 29 de agosto e ouviu 812 pessoas em 25 municípios amazonenses.

De acordo com o Ibope, Braga tem hoje 54% dos votos válidos (descontados brancos, nulos e indecisos) e seria reeleito no primeiro turno.Em um eventual segundo turno, Braga teria 50%, e Amazonino, 40%.Presidência

Na eleição presidencial a pesquisa do Ibope mostrou que Lula tem hoje 75% da preferência dos votos no Amazonas. Geraldo Alckmin (PSDB) tem 9%, e Heloísa Helena (PSOL), 7%.

Os outros candidatos não foram citados. Brancos e nulos são 2%, e 6% não sabem ou não opinaram.Na simulação para um eventual segundo turno, Lula tem 78% dos votos válidos, contra 13% de Alckmin.

Com informações da Folha Online

Na Globo foi às 2 da manhã, mas você pode ler aqui



Entrevista com Lula



O Jornal da Globo prossegue a série de entrevistas com os presidenciáveis conversando no Palácio da Alvorada com o presidente Luis Inácio Lula da Silva, na condição de candidato à reeleição pelo PT.

Os partidos se comprometeram a não usar no horário da propaganda política as entrevistas concedidas, no todo ou em parte.

O tempo estipulado foi de 18 minutos, divididos em dois blocos, com tolerância máxima de 30 segundos.



William Waack: O senhor tem elogiado bastante o desempenho da economia brasileira. Mas se nós compararmos o desempenho da economia brasileira com o desempenho dos seus principais concorrentes – por exemplo, China, mesmo a Venezuela do seu amigo Chavez, ou Rússia, ou o Chile – nós somos o que menos crescemos. Por quê?Lula: William, há uma coisa engraçada nisso tudo. Eu, de vez em quando, vejo na televisão as pessoas compararem o Brasil à China, à Índia, já chegaram a comparar ao Haiti, já chegaram a comparar à Argentina. Veja, primeiro, é preciso ver a realidade de cada país. Nós temos que comparar o nosso país com o nosso país, com a nossa cultura, com a nossa indústria, com o nosso comércio, com a nossa capacidade de vender e de comprar. De todos esses países, podem ter alguns crescendo mais do que o Brasil. Mas nenhum tem a conjuntura de fatores positivos que tem a macroeconomia brasileira. Nós temos um conjunto de fatores positivos, de crescimento econômico, de crescimento das exportações, de crescimento da produção industrial, de crescimento do crédito, de crescimento da balança comercial, de crescimento da balança de conta corrente – o que é uma coisa inusitada na história do Brasil. Eu tenho pedido para economistas meus amigos analisarem, desde que foi proclamada a República até os dias de hoje, se houve algum momento na história do Brasil que a economia brasileira tenha tantos fatores positivos combinando entre si.
Christiane Pelajo: O senhor está feliz, então, com o crescimento atual do Brasil?Lula: Estou feliz com a situação econômica do país e desejoso, torcendo como eu torço para o futebol, que melhore cada vez mais. Estamos trabalhando para isso. As condições hoje estão colocadas para eu poder afirmar a vocês e ao Brasil de que nós vamos ter agora mais desenvolvimento, vamos ter mais distribuição de renda e vamos ter mais investimento em educação. Isso só foi possível porque nós preparamos o Brasil para crescer.
William Waack: Essa é a pergunta. O senhor preparou o país para crescer, se só 2% do Orçamento estão reservados para investimentos em infra-estrutura? Lula: O Brasil está altamente preparado para crescer. Primeiro, por que o crescimento depende da capacidade de investimento do Estado brasileiro, e nós estamos preparando o Estrado brasileiro para investimentos. Segundo, nós preparamos os marcos regulatórios para começarmos a implantar as PPPs, que são as parcerias público-privadas. E terceiro, nós temos projetos para incentivar que as grandes empresas desse país comecem a investir em projetos em que o Brasil não tem competição internacional. Eu vou dar um exemplo: papel e celulose. Não tem sentido você ter países nórdicos, como a Finlândia, tendo mais capacidade produtiva do que o país, se um pinho lá, entre plantar e dar o tempo de corte, leva 40, 50, até 60 anos, e aqui nós cortamos em sete anos. Então, o que nós precisamos, na verdade, é dizer o seguinte: o Brasil nunca, nunca, em nenhum momento da sua história, esteve tão preparado para dar o próximo passo como ele está agora.
Christiane Pelajo: O seu programa de governo, lançado ontem, não toca na redução de carga tributária. No começo do seu governo, o então ministro Antônio Palocci garantiu que a carga tributária não aumentaria – compromisso, esse que não fui cumprido. Por que, presidente? Lula: Bom, depende do que você enxerga por carga tributária. Se você enxerga carga tributária da relação do que o governo arrecada em função do PIB, você vai dizer que houve um aumento.
Christiane Pelajo:De 35,53% em 2002, para 37,37% agora. Lula: Isso, isso, exatamente. Os números não mentem. Mas se você for analisar a carga tributária como aumento de impostos, eu pergunto para você: você teve algum aumento de imposto? Pelo contrário, minha querida, você teve redução do Imposto de Renda – nós reajustamos a alíquota duas vezes, a alíquota que tinha ficado cinco anos sem reajuste. Desoneramos R$ 19 bilhões nesse país de impostos, e vamos continuar desonerando. Terceiro: ninguém pode esquecer, gente, que em abril de 2003 eu fui ao Congresso Nacional com 27 governadores levar uma proposta de reforma tributária. A parte federal foi votada; a parte estadual, não. Eu de vez em quando vejo alguém conversar com vocês e dizer “ah, porque eu vou fazer política tributária”, mas não fez. A parte dos estados está lá no Congresso Nacional, porque eles pretendem continuar fazendo a guerra fiscal, e nós queremos fazer a reforma tributária de verdade.
William Waack: O senhor se referiu à eficiência da arrecadação. A minha pergunta é a seguinte: por que esse ganho de eficiência não foi, por exemplo, repassado para a sociedade sob a forma de menos impostos. Vamos admitir o seu argumento, de que os impostos não subiram. Por que eles não desceram, se houve essa eficiência na arrecadação?Lula: Houve, acabei de falar que nós desoneramos R$ 19 bilhões. Pergunta para a dona de casa...
Christiane Pelajo: Por que não desceram ainda mais, então, presidente? Por que o senhor não repassou essa eficiência, portanto, para a sociedade, baixando ainda mais os impostos?Lula: Vai descer mais. Cada coisa tem o seu tempo. Primeiro, que nós passamos parte da eficiência para a indústria de máquinas, nós passamos essa eficiência para o arroz, para o feijão, para a farinha de mandioca, para o leite, nós passamos para o material de construção civil. Nós estamos preparando agora um novo pacote para a construção, nós passamos para vários setores da sociedade. E vamos passando, na medida em que a gente vai ajustando setor por setor, sem a pressa e sem o ufanismo daqueles que ficam dizendo que tudo se resolve com a política tributária. Governaram o Brasil 500 anos e não fizeram. Eu só quero dizer o seguinte: faz um pouco mais de 30 dias, eu tive uma reunião com o deputado Virgílio Guimarães, que é o relator da reforma tributária, preparamos o pacote que ia ser votado, fizemos até a concessão de dar 1% a mais do Fundo de Participação dos Municípios. Acontece que a oposição não quis votar. Então, os que eu vejo vocês entrevistarem dizendo que vão fazer a reforma, ela (a reforma) está lá no Congresso Nacional! É só mandar os seus deputados e senadores votarem, que nós teremos uma reforma tributária ainda este ano, reduzindo de 27 alíquotas do ICMS para apenas cinco.
William Waack: Vamos falar de emprego? O senhor tem uma longa carreira como líder sindical, e justamente onde o senhor começou a sua carreira, lá no ABC paulista, lá em São Bernardo, nós estamos vendo hoje milhares de demissões – 1.800 demissões, numa das fábricas mais tradicionais na sua região, e acho que inclusive na sua biografia. Se o senhor fosse hoje líder sindical, o senhor esperaria o que do presidente da República nessa situação do ABC?Lula: Você sabe que eu já fui chorar na porta da Volkswagen quando ela mandou embora, de uma única vez, oito mil trabalhadores? Eu já chorei na porta da Mercedes, quando ela mandou embora seis mil trabalhadores. Veja, há um problema sério com a indústria automobilística no caso da Volkswagen. Primeiro, a Volkswagen teve um projeto a mais confeccionado no Brasil, e a Volks sabe que não pode ter um projeto a mais. Ou seja, não deu certo o produto que eles imaginavam que pudesse dar certo. Eu estive com o ministro do Trabalho, pedi para o ministro do Trabalho conversar com os dirigentes sindicais e propôs à empresa uma negociação. Uma negociação para evitar que nós causássemos dispensa. Porque está mandando embora 1.600, mas é importante lembrar que desde que eu tomei posse nós contratamos, só no setor automobilístico, 27 mil trabalhadores.
William Waack: Mas o perigo é fechar a fábrica.Lula: Agora, veja, eu não tenho noção de como está a Volskwagen internamente, de como está a Volkswagen mundial. Nós vamos trabalhar para que uma indústria brasileira não feche. Nós vamos trabalhar para que a indústria brasileira continue produzindo. A verdade é que eles continuam exportando carro como poucas vezes exportaram, a verdade é que o mercado interno está crescendo. Agora, se uma empresa faz um projeto errado, ela também paga o preço de ter feito um projeto errado. Eu disse ao ministro do Trabalho que gostaria de conversar com a direção da Volkswagen, acho que a Volkswagen se precipitou em anunciar a dispensa dos trabalhadores por carta sem conversar, sabe, sem conversar com o governo e sem conversar com o sindicato adequadamente. Possivelmente, a gente venha a ter essa conversa, e nós obviamente que vamos trabalhar para ver se a indústria automobilística consegue produzir mais, consegue vender mais, consegue exportar mais e consegue gerar mais empregos.
Christiane Pelajo: Presidente, no conselho politico de sua campanha há nomes que o senhor sempre combateu, como, por exemplo, o deputado Jarder Barbalho – que, aliás, foi processado e chegou até a ser preso no caso do Banpará. O senhor também tem apoio de Ney Suassuna, um dos senadores acusados no caso das Sanguessugas, e também de Nilton Cardoso, um adversário histórico do senhor. Isso não constrange, presidente?Lula: Olha, primeiro vamos separar o conselho político das alianças políticas. O conselho político é um conselho de pessoas representadas pelos partidos que me apóiam, e dentro do PMDB tem uma parte que me apóia, que é uma parte que tem a representação do presidente do Senado, Renan Calheiros, do presidente José Sarney e de outra metade do PMDB na Câmara e no Senado. Eu não escolho quem participa das reuniões. E também não veto, porque eu não sou juiz para julgar as pessoas. As pessoas estão exercendo o seu mandato, foram eleitas democraticamente pelo povo, e o que você pensa ou o que eu penso das pessoas se torna uma coisa muito subjetiva se as pessoas reconquistaram o direito de ser mandatários de um cargo público.Segundo, eu tenho as alianças com quem quer me apoiar. Tem muita gente que gostaria que eu tivesse aliança com o PSDB, o PSDB virou o nosso adversário principal. Possivelmente, tem muita gente que quisesse aliança com o PFL, não é possível porque não era adversário nosso. Nós queríamos ter aliança com o PMDB total, e não temos, temos apenas com uma parte do PMDB – na maioria dos Estados o PMDB não tem aliança com o PT. Então, aliança é como casamento. Você, muitas vezes, só casa quando você encontra o par certo, que gosta de você e quer casar. Sabe, não adianta você ficar achando “olha, eu não quero casar com fulano”, porque, se você gosta dela, você vai casar. Eu acho que nós estamos numa situação de alianças políticas por causa da lei que foi feita, que você não pode fazer aliança completa porque tem problemas na legislação complicados. Agora, eu sinto orgulho do apoio que eu estou dando, sinto orgulho porque nós vamos ganhar as eleições, se Deus quiser e o eleitor brasileiro compreender a necessidade de continuar esse governo, e vamos construir uma força política para dar ao Brasil a sustentabilidade e a tranqüilidade que o Brasil precisa.
William Waack: Candidato, presidente, eu gostaria de citar uma frase que o senhor gostou de repetir ao longo de sua carreira política, e mesmo aqui como presidente do país. O senhor gosta de dizer que prefere e é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe. Agora, por que o seu governo gasta mais em programas que dão o peixe, como o Bolsa-Família, e menos, por exemplo, do que com o Fuindeb – que ainda não foi aprovado, mas vai ter menos dinheiro que o Bolsa Família.Lula: Eu já vi que você nunca foi pescador. Se você fosse pescador, você ia saber que enquanto a gente está pescando, é importante a gente comer um peixinho. Se você chegar na beira de um rio qualquer e tiver um pescador que já tenha pego um peixe e ele te der aquele para você comer enquanto você está preparando a tua vara, você vai ficar muito agradecido. O problema das políticas sociais, William, é que nós precisamos saber de uma coisa. Uma estrada pode esperar um dia, uma semana ou um mês. O Fundeb está no Congresso há um ano e meio, ele atrasa, mas ele não causa prejuízo. A fome não pode esperar, meu filho. Quem está com fome não tem como aprender, sequer. Se for à escola, vai ser menos capaz do que o outro que come todo santo dia. Então o que nós estamos fazendo é criar uma forte política de assistência social para garantir que as pessoas possam tomar café de manhã, almoçar e jantar. Isso está na Bíblia, isso está na nossa consciência de cristão e na nossa consciência de homem público. Não adianta eu ficar falando em avanços tecnológicos se eu não garanto dar para as pessoas um pão e um copo de leite de manhã para as crianças. Então, quando eu resolvi priorizar a política social – saímos de um gasto de R$ 7 bilhões para R$ 22 bilhões – , é porque eu sei o que é a fome. Eu sei o que é uma mãe ver cinco ou seis filhos agarrados no rabo da sua saia pedindo um pedaço de pão, e não ter para dar. Então, isso nós vamos fazer e vamos continuar fazendo. E vamos trabalhar para que dêem emprego e para que as pessoas possam ter uma porta de saída, e não precisar de auxílio do governo.
William Waack: O senhor vê o cadastro sendo bem-feito? Sessenta e quatro mil famílias por dia foram cadastradas no Bolsa Família em junho, em abril foram 6.900. Houve aí uma aceleração, tem agradado?Lula: Veja, o problema é o seguinte. O cadastramento normalmente é feito numa parceria com as prefeituras, é fiscalizado pelo Ministério Público, muitas cidades têm comitês da sociedade que fiscalizam. Agora, são 11,1 milhões de famílias, você pode ter uma margem de erro em tudo; até as pesquisas de opinião pública que vocês fazem com todos os institutos falam “dois pra mais, dois pra menos, três pra mais, dois pra menos”. Ora, num programa que envolve 11 milhões de pessoas você pode ter um erro! E o que nós queremos fazer? Nós queremos, primeiro, aumentar a fiscalização para acabar com as fraudes. Segundo, nós queremos aumentar o programa para atender a todas as pessoas que precisam e terceiro, nós precisamos fazer com que haja muita formação e muita geração de empregos, porque esta sim é a porta de saída das pessoas que estão vivendo com os programas sociais.
Christiane Pelajo: Presidente, vamos falar um pouquinho de educação. O senhor não acha que faltou apoio ao Ensino Fundamental? O senhor me permita dar alguns números: no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Educação Pública Anísio Teixeira (o Inep, que é ligado ao MEC), de todas as escolas públicas de Ensino Fundamental, apenas 23% têm biblioteca, só 5% dispõem de laboratórios de ciências, 9% possuem laboratórios de informática e somente 10% têm acesso à Internet. E entre os professores que trabalham para a rede pública, 45% não têm curso superior. Não é um quadro desolador, presidente?Lula: É. É. Agora, isso, é um acúmulo de 500 anos que está sendo mudado nos últimos 36 meses. Você vai perceber agora que todos os Estados têm uma quantidade enorme de escolas com laboratórios, você vai perceber que nós aprovamos uma lei aumentando de oito para nove anos o tempo de permanência da criança na escola, você vai perceber que desde junho do ano passado nós colocamos o Fundeb para ser votado, porque vem R$ 5 bilhões a mais para investimento na educação – inclusive criar um piso nacional para os professores, e mais ainda: acabamos de anunciar, no palácio do Planalto, a coisa de dois meses atrás, convênios com 309 prefeituras criando a Universidade Aberta, para que a gente possa fazer a formação dos nossos professores. E nós achamos que, nos próximos dois anos, nós poderemos ter em 80% dos municípios brasileiros Universidades Abertas em que as pessoas não precisam sair da sua região para fazer o seu curso para se tornar professor, fazer a sua reciclagem, e poder melhorar a qualidade das aulas da criança.Eu vou lhe dizer mais uma coisa que você não disse na pergunta, mas eu vou dizer: neste país, se media a qualidade da educação investigando apenas seis mil escolas, meninos da quarta série, em 290 mil alunos. Nós, em 2004, mudamos. Passamos a investigar 41 mil escolas e passamos a investigar 3,6 milhões alunos da quarta e da sexta série. Agora, veja uma coisa interessante: o que aconteceu na verdade? Nem todos os estados quiseram fazer o teste. São Paulo, por exemplo, não fez o teste, possivelmente para que nós não descobríssemos que São Paulo, que é o estado mais rico, não tem a melhor qualidade de educação. Mas como Deus é justo e escreve certo por linhas tortas, fizemos o Enem. E no Enem, São Paulo ficou em oitavo lugar.
William Waack: Nossa última pergunta. O PT não vai indo bem nas pesquisas de opinião. Três estados, talvez, acabem com governadores do PT do jeito que as coisas, mais ou menos, estão hoje. O senhor vê o eleitor reprovando o seu partido?Lula: Olhe, para você dizer que o PT não vai bem nas pesquisas, precisa dizer quem vai melhor. Se tiver algum partido que vai melhor do que o PT, eu reconheço que o PT não vai bem. Eu acho que nós temos uma dificuldade no Legislativo. Nós temos uma dificuldade. Agora, meu caro, nós estamos chegando no final. Isso é que nem campeonato de Copa do Mundo, ou seja, vai chegando no final, o povo vai entrando, vai entrando, vai entrando, e, como sempre, o povo vai votar, vai escolher deputados estaduais, senadores, governadores, presidente da República, e a vida continua. Os partidos que tiverem menos votos vão ter que se ajustar e vão ter que fazer as coisas de forma mais correta daqui pra frente, para que a gente possa ganhar cada vez mais.

O INFORMANTE

Notícias do dia:


FERNANDO HADDADO impacto do Prouni sobre a qualidade da educaçãoA quase universalização do Enem, propiciada pelo Prouni, permite, com tratamento estatístico sofisticado e infelizmente ainda pouco conhecido.

JUSSARA SEIXASSem novidadeMostrar os 8 anos de FHC, não podem. Desemprego recorde, apagão, todas as CPIs engavetadas, a compra de parlamentares para a reeleição.

JOSÉ LOPEZ FEIJÓOVolkswagen: momento de impasseO sindicato não perde a esperança. E, mesmo neste momento de luta, está aberto a um verdadeiro processo de negociação.

O Estado de S. Paulo (30/08/06)Lula promete reforma política, mas diz que governabilidade virá das urnasAo lançar programa de governo, presidente afirma que críticas passarão após nervosismo do período eleitoral.

Agência Folha (30/08/06)Surra: No Amazonas, Lula tem 75%; Arthur Virgílio, só 3%Na eleição presidencial a pesquisa do Ibope mostrou que Lula tem hoje 75% da preferência dos votos no Amazonas.

Lula.org (30/08/06)Lula prepara revolução energética com o BiodieselSegundo Lula, o Brasil tem tudo para ter, no biocombustível, o passaporte que lhe permitirá atravessar as fronteiras do desenvolvimento.

Folha Online (30/08/06)Copom surpreende e corta juro em 0,5 pontoA aposta quase majoritária de um corte ce 0,25 ponto era sustentada pela ata da última reunião do Copom, que indicava "maior parcimônia".

ALTAMIRO BORGESLula, Alckmin e a questão da éticaO Governo FHC esteve envolvido em escândalos de corrupção que totalizaram mais de R$ 40 bilhões de prejuízos para os cofres públicos.

Agência Reuters (30/08/06)Cobertura dos jornais não acompanha tendência do eleitoradoPara Fábio Wanderley Reis, as notícias negativas afetam a opinião da classe média, mas não da população em geral.

ZUENIR VENTURAOs reforçadores de opiniãoOs colunistas politicos mal disfarçam uma justa frustração e um certo (re)sentimento de derrota. É como se todo o seu trabalho tivesse sido inútil.

Portal do PT (30/08/06)Tucanos riem do Bolsa-Família"O Bolsa-Esmola, eu não contemplo a atitude, não. Trata-se de reverberar a onda de quem não trabalha", disse Tom Cavalcante.

Ministério da Cultura (30/08/06)Ministro Gil recebe o presidente Lula nos aniversário da Cinemateca BrasileiraDurante visita do presidente da República, o ministro da Cultura destaca a importância do setor audiovisual brasileiro para a integração nacional.

O Informante - preenchendo lacunas da mídia

O Informante é fruto da rede Tribuna da Intenet. Venha participar.

terça-feira, agosto 29, 2006

Com a gente ele fala



NÃO FALO.
Grande presidente LULA...

Mas vocês se lembram também do que diz La Boétie da luta contra a servidão voluntária: não é preciso tirar coisa alguma do dominador; basta não lhe dar o que ele pede... Falarei quando minha liberdade determinar que é chegada a hora a vez de falar.

(ver colado lá embaixo na carta de Marilena Chauí)... am


In: http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=296977

O silêncio de Lula no 'Washington Post'

O Globo 28/8/2006

Porta-voz explica tática ao jornal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita que a sua administração tem sido tão boa que não é preciso dar entrevistas ao longo de sua campanha de reeleição. Além disso, ele anda aborrecido com a mídia nacional "por ter publicado ataques injustos e sem comprovação contra ele, e revelado um inerente preconceito contra as classes mais baixas que diz representar". Essa argumentação foi feita por um dos porta-vozes da campanha de Lula, Giancarlo Summa, ao jornal "Washington Post", que a publicou na edição de ontem, num artigo intitulado "O silêncio de Lula só faz o público brasileiro apreciá-lo ainda mais". -- Algo incrível está acontecendo no Brasil: o governo trabalhou tão bem com a economia e a política social que é possível evitar os canais tradicionais de consenso político. Estamos começando a pensar nisso, e esta é uma das razões por que o presidente não está falando com os jornais agora - disse Summa ao jornal americano. O "Washington Post" afirmou que quanto mais Lula evita "as formas convencionais de comunicação eleitoral, mais alto ele decola nas pesquisas de opinião", e acrescentou que Lula é criticado por muitos na mídia brasileira por falar mal de improviso. Para ilustrar a atual vantagem do presidente sobre o ex-governador Geraldo Alckmin, o jornal contou que num recente comício em São Paulo, Lula citou o preço do saco de cimento. "Em 2003 um saco de cimento custava R$22. Hoje vocês podem comprá-lo por R$10", disse Lula à multidão, citou o jornal, acrescentando que coisas desse tipo, assim como o Bolsa Família, representam um duro obstáculo para Alckmin, uma vez que os brasileiros têm visto o seu poder aquisitivo melhorar. "O ex-governador de São Paulo tem a dura tarefa de convencer os eleitores de que a economia não está indo particularmente bem, apesar do que as suas carteiras podem estar dizendo a eles. Até aqui ele tem lutado para convencê-los do contrário", dizia um trecho da reportagem, registrando ainda que o apoio a Lula vem crescendo nas pesquisas. O "Post" explica aos seus leitores que a situação de Lula não era tão boa um ano atrás devido aos escândalos financeiros envolvendo o PT, e que a sua insatisfação com a imprensa começou durante essa crise política. "Segundo a sua equipe de campanha, Lula acredita que a imprensa escrita se agarrou ao escândalo com um ardor fora do comum, publicando ataques injustos e não comprovados contra ele e, ao mesmo tempo, revelando um preconceito inerente contra as classes mais baixas que Lula diz representar. Desde então ele tem se recusado a dar entrevistas, embora ocasionalmente apareça na televisão ou no rádio", descreveu o jornal, destacando que Alckmin tem sido menos crítico do que a imprensa sobre os escândalos. "Muitos eleitores acreditam que, embora a corrupção seja um grande problema, todos os partidos - e não apenas o de Lula - têm sido afetados por ela", descreveu o jornal.

In: http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/08/26/AR2006082600677.html

Carta de Marilena Chauí aos seus alunos

São Paulo, 31 de agosto de 2005

Prezados alunos, Soube, por alguns colegas professores, que muitos de vocês estão intrigados ou perplexos com meu suposto "silêncio". Digo suposto porque, como lhes mostrarei a seguir, essa imagem foi construída pelos meios de comunicação, particularmente pela imprensa. Na verdade, tenho falado bastante em vários grupos de discussão política que se formaram pelo país, mas tenho evitado a mídia e vou lhes dizer os motivos. Antes de fazê-lo, porém, quero fazer algumas observações gerais.

1. vocês devem estar lembrados de que, durante o segundo turno das eleições presidenciais, a mídia (imprensa, rádio e televisão) afirmava que Lula não iria poder governar por causa dos radicais do PT, isto é, pessoas como Heloisa Helena, Babá e Luciana Genro. Você não acham curioso que, de meados de 2003 e sobretudo hoje, essas pessoas tenham sido transformadas pela mesma mídia em portadores da racionalidade e da ética, verdadeiros porta-vozes de um PT que foi traído e que teria desaparecido? Como indagava o poeta: "mudou o mundo ou mudei eu?". Ou deveríamos indagar: a mídia é volúvel ou possui interesses muito claros, instrumentalizando aqueles podem servi-los conforme soprem os ventos?

2. vocês devem estar lembrados de que, desde os primeiros dias do governo Lula, uma parte da mídia, manifestando preconceito de classe, afirmava que, o presidente da república, não tendo curso universitário nem sabendo falar várias línguas, não tinha competência para governar? Cansando dessa tecla, que não surtia resultado, passou-se a ironizar e criticar os discursos de Lula e seus improvisos. Não tendo isso dado resultado, passou-se a falar o populismo presidencial, isto é, a forma arcaica do governo. Como isso também não deu resultado, passou-se a falar num país à beira da crise, alguns chegando a dizer que estávamos numa situação parecida com a de março de 1964 e, portanto, às vésperas de um golpe de Estado! Como o golpe não veio (ele veio agora, sob a forma de um golpe branco), passou-se a falar em crise do governo (as divergências entre Pallocci e Dirceu) e em crise do PT (as divergências entre as tendências). Penso que um dos pontos altos dessa seqüência foi um artigo de um jornalista que dizia que, na arma do policial que matou o brasileiro em Londres, estava a impressão digital de Lula, pois não criando empregos, forçara a emigração! Além de delirante, a afirmação ocultava:

a) que aquele brasileiro estava na Inglaterra há cinco anos (emigrou durante o governo FHC);

b) estavam publicados os dados de crescimento do emprego no Brasil nos últimos dois anos. Eu poderia prosseguir, mas creio ser suficiente o que mencionei para que se perceba que estamos caminhando sobre um terreno completamente minado.

3. as duas primeiras observações me conduzem a uma terceira, que julgo a mais importante. Vocês sabem que, entre os princípios que norteiam a vida democrática, o direito à informação é um dos mais fundamentais. De fato, na medida em que a democracia afirma a igualdade política dos cidadãos, afirma por isso mesmo que todos são igualmente competentes em política. Ora, essa competência cidadã depende da qualidade da informação cuja ausência nos torna politicamente incompetentes. Assim, esse direito democrático é inseparável da vida republicana, ou seja, da existência do espaço público das opiniões. Em termos democráticos e republicanos, a esfera da opinião pública institui o campo público das discussões, dos debates, da produção e recepção das informações pelos cidadãos. E um direito, como vocês sabem, é sempre universal, distinguindo-se do interesse, pois este é sempre particular. Ora, qual o problema?

Na sociedade capitalista, os meios de comunicação são empresas privadas e, portanto, pertencem ao espaço privado dos interesses de mercado; por conseguinte, não são propícios à esfera pública das opiniões, colocando para os cidadãos, em geral, e para os intelectuais, em particular, uma verdadeira aporia, pois operam como meio de acesso à esfera pública, mas esse meio é regido por imperativos privados. Em outras palavras, estamos diante de um campo público de direitos regido por campos de interesses privados. E estes sempre ganham a parada. Apesar de tudo o que lhes disse acima, fiz, como os demais (no mundo inteiro, aliás), uso dos meios de comunicação, consciente dos limites e dos problemas envolvidos neles e por eles. Exatamente por isso, hoje, vocês perguntam por que não os usei para discutir a difícil conjuntura brasileira. Tenho quatro motivos principais para isso.

O primeiro, é de ordem estritamente pessoal. Os que fizeram meu curso no semestre passado sabem que mal pude ministrá-lo em decorrência do gravíssimo problema de saúde de minha mãe. Aos 91 anos, minha mãe, no dia 24 de fevereiro, teve um derrame cerebral hemorrágico, permaneceu em coma durante dois meses e, ao retornar à consciência, estava afásica, hemiplégica, com problemas renais e pulmonares. De fevereiro ao início de junho, permaneci no hospital, fazendo-lhe companhia durante 24 horas. Cancelei todos os meus compromissos nacionais e internacionais, não participei das atividades do ano Brasil-França, não compareci às reuniões do Conselho Nacional de Educação, não participei das reuniões mensais do grupo de discussão política e não prestei atenção no que se passava no país. Assim, na fase inicial da crise política, eu não tinha a menor condição, nem o desejo, de me manifestar publicamente.

O segundo motivo foi, e é, a consciência da desinformação. Vendo algumas sessões das CPIs e noticiários de televisão, ouvindo as rádios e lendo jornais, dava-me conta do bombardeio de notícias desencontradas, que não permitiam formar um quadro de referência mínimo para emitir algum juízo. Além disso, pouco a pouco, tornava-se claro não só que as notícias eram desencontradas, mas que também eram apresentadas como surpresas diárias: o que se imaginava saber na véspera era desmentido no dia seguinte. Mas não só isso. Era também possível observar, sobretudo no caso dos jornais e televisões, que as manchetes ou "chamadas" não correspondiam exatamente ao conteúdo da notícia, fazendo com que se desconfiasse de ambos. A desinformação (como disse alguém outro dia: "da missa, não sabemos a metade"), não permitindo análise e reflexão, pode levar a opiniões levianas, num momento que não é leve e sim grave.

Além disso, a notícia já é apresentada como opinião, em lugar de permitir a formação de uma opinião. Por isso mesmo, a forma da notícia tornou-se assustadora, pois indícios e suspeitas são apresentados como evidências, e, antes que haja provas, os suspeitos são julgados culpados e condenados. Esse procedimento fere dois princípios afirmados em 1789, na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, quais sejam, todo cidadão é considerado inocente até prova em contrário e ninguém poderá ser condenado por suas idéias, mas somente por seus atos. Ora, vocês conhecem o texto de Hegel, na Fenomenologia do Espírito, sobre o Terror (em 1793), isto é, a transformação sumária do suspeito em culpado e sua condenação à morte sem direito de defesa, morte efetuada sob a forma do espetáculo público. Essa perspectiva, como vocês também sabem, é também desenvolvida por Arendt e Lefort a respeito dos totalitarismos e seus tribunais, e para isso ambos enfatizam, na Declaração de 1789, o princípio referente à não criminalização das idéias, assinalando que nos regimes totalitários a opinião dissidente é tratada como crime.

Assim, na presente circunstância brasileira, a impressão geral deixada pela mídia é da mescla de espetáculo e terror, tornando mais difícil do que já era manifestar idéias e opiniões nela e por meio dela.

Meu terceiro motivo será compreendido por vocês quando lerem os artigos de jornal que inseri no final desta carta. Um artigo foi escrito antes da posse de Lula, alertando para o risco de uma "transição", isto é, um acordo com o PSDB. Os outros dois foram escritos em 2004, quando do "caso Waldomiro". Ambos insistem na necessidade urgente da reforma política. Os fatos atuais (ou o que aparece como fato) não modificam em nada o que escrevi há quase um ano, pelo contrário, reforçam o que havia dito e por isso não vi razão para voltar a escrever, pois eu escreveria algo ridículo, do tipo: "Como já escrevi no dia tal em tal lugar...". Ou seja, se meu segundo motivo me leva a considerar que não há a menor condição para opinar no varejo sobre cada fato ou notícia, o meu terceiro motivo é que, no que toca ao problema de fundo, já me manifestei publicamente.

Resta o quarto motivo. Aqui, há duas ordens diferentes de fatos que penso ser necessário apresentar. A primeira, se refere ao ciclo "O silêncio dos intelectuais"; a segunda, à atitude da mídia. Há 20 anos, Adauto Novais organiza anualmente ciclos internacionais de conferências e debates sobre temas atuais. Sempre com um ano de antecedência, Adauto se reúne com alguns amigos para discutir e decidir o tema do ciclo.

Participo desse grupo de discussão. Em abril de 2004, quando nos reunimos para decidir o ciclo de 2005, alguns membros do grupo (entre os quais, eu) preparavam-se para um colóquio, na França, cujo tema era "Fim da política?", outros iam participar de um seminário, nos Estados Unidos, sobre o enclausuramento dos intelectuais nas universidades e centros de pesquisa, e outros iniciavam os preparativos para a comemoração do centenário de Sartre, símbolo do engajamento político dos intelectuais. Nesse ambiente, acabamos propondo que o ciclo discutisse a figura contemporânea do intelectual e Adauto propôs como título "O silêncio dos intelectuais". Uma vez feitos os convites nacionais e internacionais aos conferencistas, recebidas as ementas e organizada a infra-estrutura, Adauto fez o que sempre faz: com muitos meses de antecedência, conversou com jornalistas, passou-lhes as ementas, explicou o sentido e a finalidade do ciclo. Ou seja, no início de 2005, a imprensa tinha conhecimento do ciclo e de seu título.

E eis que, de repente, não mais que de repente, durante a crise política, alguns falaram do "silêncio dos inocentes", referindo-se aos intelectuais petistas! Curiosa escolha de título para uma matéria jornalística... Veio assim, sem mais nem menos, por pura inspiração. Mais curiosa ainda foi essa escolha, se se considerar que, ao longo de 2005, praticamente todos os intelectuais petistas (talvez com exceção de Antônio Cândido e de mim) se manifestaram em artigos, entrevistas, programas de rádio e de televisão!!! Onde o silêncio?

Como eu lhes disse, notícias são produzidas sem ou contra os fatos. E com as notícias vieram as versões e opiniões, os julgamentos sumários e as desqualificações públicas, culminando no tratamento dado ao ciclo, quando este se iniciou. A mídia decidiu que o ciclo se referia aos intelectuais petistas, apesar de saber que fora pensado em 2004, de ler as ementas, de haver participantes que não são petistas, para nem falar dos conferencistas estrangeiros. O ciclo virou espetáculo. Uma revista afirmou que, entre os patrocinadores (MINC, Petrobrás e SESC), estavam faltando os Correios. Uma outra afirmou que os participantes eram intelectuais do tipo "porquinho prático" (não explicou o que isso queria dizer). Um jornal colocou a notícia da primeira conferência (a minha) no caderno de política, sob a rubrica "Escândalo do Mensalão", com direito a foto. Etc..

A segunda ordem de fatos está diretamente relacionada comigo. Quando publiquei o artigo sobre o "caso Waldomiro", um jornalista escreveu uma coluna na qual me dirigiu todo tipo de impropérios e usou expressões e adjetivos com que me desqualificava como pessoa, mulher, escritora, professora e intelectual engajada. Não respondi. Apenas escrevi o segundo artigo, sobre a reforma política, e dei por encerrada minha intervenção pública por meio da imprensa. A partir de então, além de não publicar artigos em jornais, decidi não dar entrevistas a jornais, rádios e televisões (dei entrevistas quando tomei posse no Conselho Nacional de Educação porque julgo que, numa república, alguém indicado para um posto público precisa prestar contas do que faz, mesmo que o meios disponíveis para isso não sejam os que escolheríamos). A seguir, veio a doença de minha mãe e, depois, a crise política como espetáculo.

No entanto, paradoxalmente, não fiquei fora da mídia: houve, por parte de jornais, revistas, rádios e televisões, solicitações diárias de entrevistas e de artigos; a matéria jornalística "O silêncio dos inocentes", não tendo obtido entrevista minha, citava trechos de meus antigos artigos de jornal; matérias jornalísticas sobre o PT e sobre os intelectuais petistas traziam, via de regra, uma foto minha, mesmo que nada houvesse sobre mim na notícia.

Finalmente, quando se iniciou o ciclo sobre o silêncio dos intelectuais, um jornal estampou minha foto, colocou em maiúsculas NÃO FALO (resposta que dei a um jornalista que queria uma entrevista quando da reunião dos intelectuais petistas com Tarso Genro, em São Paulo) e o colunista concluía a matéria dizendo que o silêncio dos intelectuais petistas era, na verdade, o silêncio de Marilena Chaui, o qual seria rompido com a conferência. Resultado: jornais e revistas, com fotos minhas, não deram uma linha sequer sobre a conferência, mas pinçaram trechos dos debates, sem mencionar as perguntas nem dar por inteiro as respostas e seu contexto, transformando em discurso meu um discurso que não proferi tal como apresentado. E entrevistaram tucanos (até as vestais da República, Álvaro Dias e Artur Virgílio!!!), pedindo opinião sobre o que decidiram dizer que eu disse! E os entrevistados opinaram!!! Num jornal do Rio de Janeiro e num de São Paulo, FHC disse uma pérola, declarando que por não entender de Espinosa, não fala nem escreve sobre ele e que eu, como não entendo de política, não deveria falar sobre o assunto. Como vocês podem notar, o princípio democrático, segundo o qual todos os cidadãos são politicamente competentes, foi jogado no lixo.

Qual é o sentido disso? Deixo de lado o fato de ser mulher, intelectual e petista (embora isso conte muitíssimo), para considerar apenas o núcleo da relação estabelecida comigo. A mídia está enviando a seguinte mensagem: somos onipotentes e fazemos seu silêncio falar. Portanto, fale de uma vez! É uma ordem, uma imposição do mais forte ao mais fraco. Não é uma relação de poder e sim de força. Vocês sabem que a diferença entre a ordem humana, a ordem física e a ordem biológica (para usar expressões de Merleau-Ponty) decorre do fato de que as duas últimas são ordens de presença enquanto a primeira opera com a ausência.

As leis físicas se referem às relações atuais entre coisas; as normas biológicas se referem ao comportamento adaptativo com que o organismo se relaciona com o que lhe é presente; mas a ordem humana é a do simbólico, ou seja, da capacidade para relacionar-se com o ausente. É o mundo do trabalho, da história e da linguagem. Somos humanos porque o trabalho nega a imediateza da coisa natural, porque a consciência da temporalidade nos abre para o que não é mais (o passado) e para o que ainda não é (o futuro), e porque a linguagem, potência para presentificar o ausente, ergue-se contra nossa violência animal e o uso da força, inaugurando a relação com o outro como intersubjetividade. Num belíssimo ensaio sobre "A experiência limite", Blanchot marca o lugar preciso em que emerge a violência na tortura de um ser humano. A violência não está apenas nos suplícios físicos e psíquicos a que é submetido o torturado; muito mais profundamente ela se encontra no fato horrendo de que o torturador quer forçar o torturado a lhe dar o dom mais precioso de sua condição humana: uma palavra verdadeira. NÃO FALO.

Vocês já leram La Boétie. Sabem que a servidão voluntária é o desejo de servir os superiores para ser servido pelos inferiores. É uma teia de relações de força, que percorrem verticalmente a sociedade sob a forma do mando e da obediência. Mas vocês se lembram também do que diz La Boétie da luta contra a servidão voluntária: não é preciso tirar coisa alguma do dominador; basta não lhe dar o que ele pede. NÃO FALO. A liberdade não é uma escolha entre vários possíveis, mas a fortaleza do ânimo para não ser determinado por forças externas e a potência interior para determinar-se a si mesmo. A liberdade, recusa da heteronomia, é autonomia. Falarei quando minha liberdade determinar que é chegada a hora a vez de falar.

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domingo, agosto 27, 2006

Anti Vírus



Nº 14 - 25/08/2006

Em pauta




Compromisso de coração
O crescimento da aprovação do governo federal e a vantagem que Lula mantém nas pesquisas eleitorais são tratados por setores da oposição como um mistério a decifrar.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, "na visão de acadêmicos de variadas tendências, os escândalos de corrupção que atingiram a gestão petista não impediram o salto de Lula porque a opinião pública brasileira é volátil e, em sua maioria, subestima os valores da ética na política, estando mais preocupada com necessidades elementares como renda e alimentação". Um economista entrevistado pelo jornal foi mais direto: "Nas camadas mais populares, essas questões morais não têm tanta importância quanto têm para a classe média".
Segundo este tipo de análise, Lula vai vencer porque o povo não sabe votar, porque o povo não dá bola para a ética, porque o povo vota com o estômago.
Quem pensa assim esquece que estamos na quinta eleição presidencial consecutiva, desde o fim da ditadura militar. Todas estas eleições (1989, 1994, 1998, 2002 e 2006) foram polarizadas por dois campos: o democrático e popular, encabeçado por Lula; e o campo conservador e neoliberal, encabeçado por Collor, FHC e agora Alckmin.
Portanto, não há nada de volátil ou surpreendente no quadro eleitoral. A força eleitoral de Lula foi construída ao longo de um quarto de século e consolidada nos últimos quatro anos. Debate político após debate político, luta social após luta social, eleição após eleição, governo após governo, setores crescentes do povo perceberam que seus interesses não podiam ser defendidos e suas necessidades não podiam ser atendidas por governos e partidos conservadores, de direita, neoliberais.
Ricos e pobres, trabalhadores braçais e setores médios, todos votam de acordo com seus interesses e suas necessidades. Que para muitas pessoas, estas necessidades ainda sejam "elementares", é motivo de vergonha para as classes dominantes, não para o povo brasileiro. Mas não há motivo algum para achar que o voto da madame freqüentadora da Daslu seja mais "ético" do que o voto de um trabalhador que quer mais empregos, salários e políticas sociais.
Ao contrário do que insinuam setores da oposição, a solidariedade, o senso de comunidade, os valores familiares e a honestidade pessoal são extremamente fortes nas camadas populares. Seu voto em Lula não é produto apenas do estômago, assim como o voto dos muito ricos em Alckmin nãoé produto apenas do bolso. Trata-se, num caso e noutro, de algo nada misterioso: compromisso de classe. A diferença, em 2006, é que mais gente do povo aprendeu que o coração é vermelho e bate do lado esquerda do peito.




Salário mínimo




Tucanos reduzem poder de compra
Recuperação salarial é uma expressão que não combina com governo FHC. O governo tucano não era um ambiente favorável para que as diferentes categorias profissionais conseguissem reajustes salariais acima ou iguaisà inflação.
Em 2002, por exemplo, de 292 categorias profissionais com datas-base situadas entre janeiro e junho, apenas 54,8% conseguiram reajustes acima ou iguais à inflação, sendo que apenas 30,1% tiveram aumento acima do INPC do período.
O governo FHC também não ajudou a elevar o valor do salário mínimo. No seu primeiro ano de mandato, em 1995, o valor do salário mínimo era de R$ 100. Depois de quatro anos, o valor real reduziu para R$ 98,83.
Reduzir valores foi o que fez o governo Alckmin, com o programa Renda Minha. Para aumentar o número de famílias beneficiadas em 2005, o governo tucano reduziu o valor do benefício. Em 2004, cada família inscrita no programa recebia R$ 60,09 por mês. No ano seguinte, o valor caiu para R$37,08.
Enquanto isso, naquele ano, o Bolsa Família do governo Lula repassava às famílias beneficiadas de São Paulo R$ 51,23. Além disso, o governo federal investiu sete vezes mais recursos em São Paulo do que o programa estadual tucano.
Com Lula, maioria dos acordos salariais repõe a inflação
Lula já dirigiu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Seu governo ajudou a criar um ambiente favorável para as negociações salariais. Já em 2003, de 271 categorias profissionais com datas-base situadas entre janeiro e junho, 82% asseguraram reajustes superiores ao INPC, 14% garantiram reposição integral e somente 4% não conseguiram recuperar as perdas salariais acumuladas desde a data-base anterior. Desde então, a maioria dos acordos salariais têm conseguido repor a inflação. Ponto para o movimento sindical e ponto para o governo.
O governo Lula elevou o poder de compra do salário mínimo. Em quatro anos de governo, o crescimento nominal foi de 75% e o aumento real chegou a 25,8%.
Isso fez com que o poder de compra do salário mínimo seja hoje um dos mais altos nos últimos 40 anos.
Outro ponto a favor do governo Lula é a melhoria dos indicadores sociais, conseguida não somente com os programas oferecidos pelo governo - como o Bolsa Família, que já atendeu mais de 11,1 milhões de família - mas com a geração de empregos e aumentos reais do salário mínimo. Como efeito disto, no ano de 2004 o índice que mede a desigualdade de renda (Gini) foi o mais baixo desde 1976. Vários estudos apontaram que, no governo Lula, sete milhões de pessoas ascenderam à padrões de consumo de classe média.




Circula por aí




Perfis ofensivos no Orkut
A criação de perfis falsos no Orkut para difamar, divulgando mensagens ofensivas e preconceituosas, é uma prática corriqueira neste período eleitoral. Os detratores, que não tem coragem de mostrar o rosto e enfrentar um debate franco de idéias, preferem alimentar comunidades com fotos e textos contra movimentos sociais, atacando também o presidente Lula.
O Orkut possui um mecanismo de denúncias contra perfis falsos e comunidades ofensivas que pode ser utilizado por qualquer usuário que se sentir atingido de alguma maneira por estas mensagens.
Portanto preste atenção nas instruções a seguir e divulgue para todos os companheiros:
Ao encontrar um perfil falso (página pessoal do Orkut com informações de uma pessoa) clique na opção "denuciar abuso" que fica localizado no último item abaixo da foto do usuário. Uma das seguintes opções deverá ser marcada para justificar a denúncia:
este perfil é falso
a foto contém nudez
a foto é inadequada
esta página possui conteúdo ilegal
este perfil é ofensivo
este perfil está fazendo passar-se por mim
outro (dê detalhes a seguir)
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o perfil ou a comunidade apresenta conteúdo racista ou que incita ao ódio
o perfil ou a comunidade contém sérias ameaças de violência
Um campo com mais informações também deve ser preenchido para facilitar a identificação do conteúdo pelos técnicos do Orkut.
Para denunciar o abuso em comunidades (locais virtuais dor Orkut que reúnem pessoas com as mesmas afinidades), dentro de cada uma delas acione o link"falso, denunciar". Dentro dele escolha as opções:
Esta comunidade tem postado informações falsas ou é difamatória
esta foto contém nudez
a foto é inadequadaesta página possui conteúdo ilegal
outro (dê detalhes a seguir)
Preencha também o campo de mais informações e não esqueça de apertar "enviar" para as duas opções explicadas acima.**
Quanto mais denúncias forem feitas pelos companheiros, maiores as chances da equipe de tecnologia do Orkut retirar a comunidade do ar. Então é preciso a mobilização de todos via blogs, e-mail, fóruns e sites para formarmos uma grande massa de denúncias contra as mentiras e o preconceito.


Agenda
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Clique para visitar o site oficial da campanha de Lula, clique no botão ao lado ou digite no navegador: http://www.lula13.org.br/

DES-Pensatas...

DES-Pensatas... propaganda de DES-democratização e conversê fiado. Mas... cadê o jornalismo, sô?!

O artigo abaixo, de Kennedy Alencar, mistura um monte de asneiras com um monte de coisas certas, para chegar a uma 'conclusão' que não é nem conclusão nem jornalismo: é malho de propaganda política de DES-DEMOCRATIZAÇÃO do eleitor leitor de jornais ou do eleitor internauta.

O problema é primeiro político, depois lógico.

Não vou discutir o problema político -- pq todos já sabemos que todos os 'jornalistas' da Folha de S.Paulo só fazem 'argumentar' à moda diabo para 'demonstrar' que o presidente Lula 'deveria', digamos, se autodeletar do mundo, ou, sabe-se lá, 'deveria' ser um FHC.

Ora bolas! Vá se catá, o Kennedy Alencar. Se o Brasil quisesse FHC-Bornhausens elegeria FHC-Bornhausens.

FHC já apelou total. Já apelou tão total e totalmente, que a apelação de FHC já não cola, sequer, no "Jornal Nacional". (Houvesse jornalismo, no Brasil-2006, ISSO, SIM, seria notícia, hein?!)

Até o ectoplasma de Carlos Lacerda já mandou dizer que FHC não se atreva a convocá-lo, porque ele (o ectoplasma do Carlos Lacerda) sempre foi udenista e golpista, mas nunca foi burro.

Fiquemos então com o erro lógico, na 'conclusão' de Kennedy Alencar -- que explica todos os demais erros da argumentação TOTALMENTE falaciosa, da DES-pensata de Kennedy Alencar, hoje.

Não é verdade que "Lula paga o preço de uma tremenda desilusão de grande parcela do eleitorado mais bem informado com a política, o governo e o PT".

Isso é delírio (ou é erro lógico, ou é desinformação), pq (dou duas razões, mas poderia dar 300, 350, uma legião de razões):

(1) Kennedy Alencar NÃO FALA pelo "o eleitorado mais bem informado com a política, o governo e o PT"; Kennedy Alencar fala, no máximo, pela sua pessoal opiniãozinha ou pela opiniãozinha da Folha de S.Paulo;

(2) Kennedy Alencar NÃO FALA de alguma "desilusão" (do eleitorado mais bem informado [etc.], que, como se sabe e vê, não existe.

Kennedy Alencar fala, no máximo, da RAIVA nua e crua, irracional e pirada ("nojo e ódio!"), que sente hoje a tucanaria pefelista, pq NÃO SE CONFORMA com estar sendo mantida afastada dos centros de decisão política, no Brasil, pela segunda vez, em 4 anos.

O presidente Lula não está, é óbvio, nem "pagando o preço", nem de nenhuma "desilusão".

O presidente Lula está hoje praticamente reeleito pela maioria dos votos DEMOCRÁTICOS, LÚCIDOS, INTELIGENTES E BEM INFORMADOS, como o MEU VOTO DEMOCRÁTICO.

Só falta, mesmo, algum Kennedy de Alencar 'demonstrar' que eu-euzinha sô uma besta ou que eu-euzinha tô "desiludida".

Eu não sou uma besta e (o melhor de tudo) eu estou CHEIA DE ESPERANÇAS, animadíssima!

E, ilusão, nunca tive nenhuma, no mundo político. Quem vive de ilusões, no mundo político, no Brasil, é a sociologia uspeana udenista ("E faz tempo!") [risos muitos].

Não há coisa alguma que impeça que o presidente Lula seja reeleito.
E, hoje, nenhum golpe é possível.

Já não há golpe 'lacerdista' que derrote os votos democráticos, na América Latina. De fato, já não há golpes 'lacerdistas' que derrotem COISA ALGUMA, no mundo, hoje.

Por isso, precisamente, é que os Bushes do mundo, hoje, já estão tendo de recorrer a soluções da idade da pedra -- e já não enganam ninguém e sempre acabam derrotados (aconteceu no Vietnã, aconteceu no Afganistão, aconteceu no Líbano e acontecerá no Iraque).

Se o jornalismo noticiasse pelo menos ISSO... Kennedy Alencar poderia estar mais bem empregado, ganhando melhor salário e dando uso mais civilizado e democrático ao seu talento profissional. Mas.. Não. Em vez disso tá ele aí, escrevendo besteiras em Folha de S.Paulo...

O presidente Lula (e eu-euzinha) acertou (acertamos) em quase tudo. E, no que não acertou (acertamos), o presidente Lula (e eu) aprendeu (aprendemos).

Os FHC-Bornhausens, no que pensam que acertam, erram sempre, e erram cada dia mais, e mais gravemente ("E faz tempo!").

O des-jornalismo brasileiro lacerdista (mas já sem nem rastro do gênio de Carlos Lacerda) vive seus últimos dias.

Kennedy Alencar (Clóvis Rossi, Fernando de Barros e Silva, Eliane Cantanhede, Dora Kramer e tantos outros) são os últimos de uma geração fanada, de jornalismo fanado, profissionais, de fato, do des-jornalismo. Pode-se dizer que são, em 2006, os últimos filhotes da ditadura.

O governo Lula (e seus zilhões de votos democráticos, lúcidos, esclarecidos, conscientes e bem informados), de fato, está(estão) dizendo, todos os dias, sem conversê fiado, ms com muita clareza a esses des-jornalistas, do des-jornalismo, no Brasil-2006:

"Escrevam o melhor que possam e saibam; escrevam o mais que possam. Na democracia, tudo sempre se decidirá, mesmo, na multidão, no voto das maiorias e na disputa democrática com as minorias derrotadas em eleições democráticas.

O jornalismo é tão essencialmente importante, na democracia, que até quando se aluga, se arrenda, se corrompe ou emburrece completamente, o jornalismo ajuda a democracia, pq o jornalismo alugado, arrendado, corrompido ou burro TAMBÉM ensina... PORQUE AJUDA A VER QUE NINGUÉM PRECISA DE JORNALISMO-QUALQUER.

As democracias precisam de jornalismo democrático... ou os jornalões autistas vão à falência, viram piada, viram nada."

Nesse ponto estamos, no Brasil: tudo está em disputa (até o jornalismo de jornalão).

É claro que, sim, TUDO cabe numa urna só! Claro que cabe! Bom... E, se não coubesse em urna, caberia ONDE?! Na cabeça de algum Kennedy Alencar?!

A tal da "anistia de Lula" foi inventada ontem, em editorial do patrão de Kennedy Alencar. Bandêra pôca é bobagi.

Nenhum presidente Lula, com seus ZILHÕES de votos democráticos, precisa de nenhuma anistia, 'outorgada' por algum Frias. Piraram todos?!

Sim, o presidente Lula parece que será reeleito, logo no primeiro turno.
Melhor, sim, que seja.
Viva o Brasil! LULA É MUITOS!

Caia
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O INFORMANTE

Notícias do dia:


Agência KaxiAna (26/08/06)Acre vai produzir guitarras para o mundo com selo VerdeA Hering chega ao Acre para produzir a procurada guitarra Walker e gerar dezenas de empregos com o beneficiamento da madeira certificada.

Agência Brasil (25/08/06)Mercado de trabalho continua aquecido, diz diretor do DieeseGanz Lúcio lembrou que quando há uma melhoria no quadro econômico, mais pessoas ingressam no mercado.

Agência Nordeste (25/08/06)SE: Marcelo Déda venceria no 1º turno em Sergipe, segundo o IBOPEConsiderando os votos válidos, o Ibope aponta a vitória de Marcelo Déda no primeiro turno, com 55%. Na primeira pesquisa, ele obteve 52%.

Folha Online (25/08/06)Humberto Costa rebate acusaçõesAinda segundo Costa, a acusação "não faz sentido" porque teria sido ele mesmo o autor da denúncia que levou a PF a investigar o caso.

Blog Entrelinhas (25/08/06)Folha endurece o jogo para tentar evitar a reeleição do presidente LulaO diretor de redação, Otavio Frias Filho passou o pito e o pessoal da redação parece ter entendido bem o recado.

Agência Brasil (25/08/06)Imóveis do INSS dão lugar a moradias popularesNosso esforço é para que as pessoas morem em áreas bem localizadas, com acesso aos serviços de saneamento, transporte, saúde, cultura e lazer.

Agência Carta Maior (25/08/06)Nova lei abranda pena a usuários, mas mantém criminalizaçãoApesar de vetar a detenção, lei sancionada continua criminalizando usuários e dependentes de entorpecentes.

O Dia-PI (25/08/06)PI: Wellington quer o Piauí como referência nacional no biocombustívelDisse a Lula que apoio dos piauienses deve ser retribuído na forma de mais investimentos, comentou Wellington Dias.

O Povo (25/08/06)CE: Cid Gomes vira o jogo e venceria no 1º turno, segundo DatafolhaO crescimento de Cid Gomes é tamanho que ele, do segundo lugar na pesquisa anterior, agora venceria no primeiro turno, com 56% dos votos válidos.

Agência Brasil (25/08/06)CGU começa em setembro a fiscalizar contratos da Planam com municípiosJorge Hage explicou que as empresas vencedoras dos três primeiros lugares da licitação também serão fiscalizadas.

TESESA CRUVINELA oferta de LulaAs falas de ontem podem terminar na lixeira da retórica, mas serviram para agregar o empresariado.

Finantial Times (25/08/06)De favelas para subúrbios: Diadema mostra como civilizar uma megacidadeA violência perturba a maior metrópole da América do Sul, mas esta começa a se beneficiar das iniciativas para melhorar as áreas pobres.

O Informante - preenchendo lacunas da mídia

O Informante é fruto da rede Tribuna da Intenet. Venha participar.

Não anule o seu voto! O anulado pode ser você!

Da série: Macunaíma c'est moi!

SOBRE: “Horário eleitoral gratuito”, na Folha Online, 16/08/2006 - 12h34 (requentado hoje, na Folha Online27/8/2006), em http://polls.folha.com.br/poll/0622801/results, e aqui tratado an-tro-po-fa-gi-ca-men-te. Para adultos.) _________________________
Horário eleitoral gratuito
PERGUNTA: O 'marketing político' da tucanaria pefelista (na TV, no rádio e nos jornalões) ajuda a apresentar as propostas dos candidatos e influencia o seu voto?
RESULTADOS:Sim. 26% (4.252 votos)Não. 74% (12.195 votos)Total 16.447 votos_________________________________________________________
Portanto-1... Não leia assista televisão e não leia a Folha de S.Paulo! O burrificado pode ser você! Portanto-2... Não anule o seu voto! O anulado pode ser você! O raciocínio é simples, fácil, curtinho e democrático (e de graça. Depois de entender, todo mundo pode ir brincá):

(1) Se se acrescentam aos números acima (sem nenhum valor científico) os números da campanha “Anule o seu voto” (sem nenhum valor democrático), facilmente se vê que o tal de ‘marketing político’ do Prof. Antonio Lavareda -- ex-sociólogo e eterno marketeiro dos ex-FHC & ex-Sérgio Motta, desde a privataria -- só faz, mesmo, é des-cientifizar, des-democratizar, des-politizar e, numa palavra, BURRIFICAR o eleitor brasileiro. (2) Se se acrescenta a esses números e a essa burrificação ampla geral e irrestrita do eleitor brasileiro, a evidência de que os marketeiros da tucanaria pefelista estão hoje LITERALMENTE casados com os colunistas da Folha de S.Paulo (‘literalmente’, no caso da Folha de S.Paulo, significa “de véu e grinalda”, casados MESMO; nos outros jornalões, o negócio é só negócio, um amancebamento DA-QUE-LES!), facilmente se vê que, se o eleitor brasileiro NÃO ASSISTIR TELEVISÃO e NÃO LER A FOLHA DE S.PAULO há boa chance de ele não ser burrificado.

ATENÇÃO: Se o eleitor brasileiro, além de NÃO LER A FOLHA DE S.PAULO também não ler O Estado de S.Paulo, suas chances de conservar a sanidade democrática AUMENTAM MUITO.(3) Se se acrescenta a esses números e a essa tentativa ampla, geral e irrestrita de SUPER burrificar o eleitor brasileiro, também a farsa da ‘sociologia-de-araque’, que super burrifica eleitores, operada como ‘sociologia de golpismos de araque’ pelo ex-sociólogo e eterno golpista FHC, facilmente se vê que, se o eleitor brasileiro NÃO ASSISTIR TELEVISÃO, NÃO LER A FOLHA DE S.PAULO e rir muuuuuuuuuuuuuuuuuito da sociologia de araque do ex-FHC (como VERDADEIRO MACUNAÍMA, dos bons!)... há boa chance de o eleitor brasileiro reeleger o presidente Lula e continuar, como até aqui, a democratizar-se e a des-burrificar-se LINDAMENTE, DEMOCRATICAMENTE e COMPLETAMENTE.
"Macunaímico" é a mãe! Macunaíma c'est moi! [risos muuuuuuuuuuuuuuuuuuitos]
________________________________________________[Se você, eleitor, pesquisador, colunista da Folha de S.Paulo, editor-chefe, ex-sociólogo uspeano fanado ou idiota anulador de voto, já está totalmente burrificado e desdemocratizado, e não entendeu nada até aqui, NÃO DESISTA! RESISTA! Releia o que aqui se demonstra por PURA LÓGICA DEMOCRÁTICA. Não é difícil, não dói e faz bem pra tosse (é é de grátis!)]

[Para vários destinatários]

________________________________________________
PARA NÃO ESQUECER: O internauta é um cidadão eleitor.
Todas as mensagens de propaganda eleitoral de DES-democratização que circulem na rede, com conteúdo preconceituoso ou golpista, que desrespeitem as instituições democráticas e que veiculem conteúdos ofensivos ao presidente da República, à democracia brasileira ou ao NOSSO VOTO DEMOCRÁTICO devem ser direcionadas para:-- o endereço internet@pt.org.br ;-- para a página da campanha http://www.lulapresidente.org.br/, no ícone “Força militante”; e para-- o Digidenúncia, do Ministério Público Federal, por formulário, em http://www.prsp.mpf.gov.br/digidenuncia.htm. Ao denunciar a propaganda de DES-democratização do NOSSO VOTO DEMOCRÁTICO, não esqueça de incluir data, o endereço do blog, site, veículo que esteja fazendo PROPAGANDA DE DESDEMOCRATIZAÇÃO do eleitor brasileiro. Essa providência agiliza o processo de distribuir respostas-vacinas e o encaminhamento de medidas legais cabíveis caso a caso.

Caia

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quinta-feira, agosto 24, 2006

As aventuras tucanas da semana



FHC, LACERDA E BILL CLINTON

22/08/2006 14:12h
Paulo Henrique Amorim

“As famílias felizes são todas iguais. As infelizes são infelizes cada uma à sua maneira.”
Esta não é uma frase de um correligionário de Geraldo Alckmin, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Esta é a primeira frase do romance Ana Karenina, de Leão Tolstoi. E a mesma frase com que o ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso, Pedro Malan, abriu, em Washington, uma reunião de emergência de ministros da Fazenda latino-americanos, para anunciar que o Real e o cambio fixo tinham ido para o vinagre. Isso aconteceu em setembro de 1998.
No dia 4 de outubro de 1998, Fernando Henrique Cardoso foi reeleito Presidente.
De setembro de 98 a 12 de janeiro 1999, o Real sobreviveu, segundo um jornalista americano (1), por um ato de levitação. Quando o corpo finalmente caiu e Malan voltou a Washington e ao FMI, Malan “não tinha menor idéia do que fazer”. (2)
Entre setembro de 98 e janeiro de 99, Bill Clinton reelegeu Fernando Henrique Cardoso.
Porque foram Bill Clinton e seus Secretários do Tesouro, Robert Rubin e Larry Summers, quem “persuadiram” o FMI a sustentar o Real até que Fernando Henrique fosse reeleito. (3)
Se Fernando Henrique fosse outro, teria saudades de Bill Clinton e não de Carlos Lacerda. Pelo menos por gratidão.
Lacerda foi um golpista.
Ajudou a dar o golpe em Vargas.
Trabalhou todos os dias para dar o golpe em JK, na Radio Globo (foi o que me disse JK, numa entrevista, em 1972).
Ajudou a dar o golpe contra Jango.
Lacerda faria qualquer coisa para tomar o poder.
Não fica bem um presidente eleito duas vezes pelo voto popular prever um “curto-circuito”, quando faltam menos de dois meses para uma eleição. E muito menos sentir saudades de alguém como Carlos Lacerda, “... que tinha essa capacidade de dramatizar e de cobrar. A meu ver, cobrava errado mas tinha conseqüência", disse Fernando Henrique. (4)
Que conseqüência ?, pergunta-se. As cobranças de Lacerda tinham a “conseqüência” de provocar um “curto-circuito” institucional ?
Quer dizer, então, que Fernando Henrique prega o golpe ? O curto-circuito, como conseqüência de uma cobrança à Lacerda ?
É disso o que precisamos ?
Ou de eleições, como aquelas que elegeram Fernando Henrique – e Bill Clinton ?
Clinton, como Fernando Henrique, se elegeu presidente duas vezes. Depois que deixou a presidência instalou uma fundação que tem a finalidade de fazer o bem.
Na ultima viagem que fez à África (5), esteve na África do Sul, com Mandela e Bill Gates, no Lesotho, Nigéria e Libéria para inspecionar investimentos da fundação no combate à AIDs; no Malawi e em Ruanda para ver como estão projetos de desenvolvimento.
Daqui para frente, Clinton pretende dedicar a maior parte do tempo à luta contra o aquecimento da Terra.
Desde que deixou a presidência, não se tem noticia de um ato de Fernando Henrique em beneficio do outro.

Notas:
(1), (2) e (3) - Livro “The Chastening”, de Paul Blustein, editora BBS, 2001, Cap 11 e 12, págs 335 a 369.
(4) – Folha de S. Paulo – pág A6 – 22 de agosto de 2006, “FHC diz que é preciso alguém como Lacerda”
(5) – Jornal Financial Times, - Arts & Weekend – 18 de agosto, 2006, “Charm offensive”

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As aventuras tucanas da semana

"Eu seria ingênuo se acreditasse nisso", diz Lembo

Quarta, 23 de agosto de 2006, 20h58

O governador paulista Cláudio Lembo afirmou que "seria ingênuo" se acreditasse na suposta ligação entre PT e PCC.

Perguntado pela Rádio CBN sobre a reportagem publicada nesta quarta pela Folha de S. Paulo, que fala de investigações que ligariam o PCC ao PT, ele disse que acha o assunto "superficial".
Lembo afirmou ainda que sabia do assunto desde o primeiro ataque, em maio, e, na ocasião, orientou o secretário de segurança a instaurar sindicância necessária e esquecer do episódio publicamente. "Não há porque dar ênfase a isso", disse.

Questionado sobre o que levaria os presos a falarem no PT e atacar o PSDB, ele respondeu:

"Sei lá. Você sabe, uma pessoa presa tem um tempo enorme e eu diria a você que cérebro vazio é muído de ar então se pensa em tudo até para criar um problema político social e externo. Eu não dou importância a isso não"

A Secretaria de Segurança Pública divulgou em seu site na noite desta quarta uma nota em que desmente reportagem publicada pela Folha de S.Paulo sobre investigações que ligariam o PCC ao PT. A SSP informa que "a polícia abriu inquérito para investigar a autoria dos ataques", e não a suposta relação do partido com a organização criminosa.

Com o título "Inquérito investiga se há ligação entre PCC e petistas"', a reportagem da jornal mostra seqüência de conversas já reveladas por Terra Magazine, em 9 de agosto (leia aqui), mostra dois criminosos que falam em atacar "políticos todos, menos do PT".

Leia íntegra da nota da SSP:

"É falsa a informação de que a polícia de São Paulo investiga a existência de ligação entre presidiários de facção criminosa e militantes de partido político. A polícia abriu inquérito para investigar a autoria dos ataques, como informamos ontem ao repórter André Caramante, por escrito. Como ficou sabendo da existência de interceptações telefônicas em que criminosos ordenavam ataques a políticos, a polícia pediu à Justiça para ter acesso a essas gravações. O mais é especulação da reportagem. Aproveitamos para desmentir cabalmente que o secretário de Segurança, Saulo Abreu, tenha recebido essas gravações."


Terra Magazine

Berzoini diz que ligação é armação

Terra Magazine - Terra Magazine publicou há 14 dias trechos de diálogos entre criminosos ligados ao PCC que ameaçavam "atacar políticos do PSDB". Hoje, a Folha de S. Paulo publica outros trechos do que parece ser a seqüência desta mesma conversa, mas já identificando os criminosos, como "Moringa" e "Magrelo", e datando a conversa de 12 de maio, e não 12 de junho segundo as informações que havíamos publicado. Na conversa se diz que é "atacar políticos do PSDB, menos do PT". O que o senhor tem a dizer?
Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT - É uma armação, aliás mais uma, que tem a óbvia participação do secretário de Segurança de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho. Quem o conhece e ao seu grupo de pessoas em São Paulo sabe como eles operam.
Ao que o senhor se refere? Por exemplo, no caso do Castelinho (ação da polícia em março de 2002 quando 12 criminosos foram mortos na estrada Castelinho, na região de Sorocaba), quando eles armaram um grupo, o Gradi, que supostamente seria para reprimir o crime organizado e que, na verdade, aquilo foi um "aparelho" criado pelo grupo do Saulo.
Existiria vinculação entre o PCC e alguém do PT? Isso é armação, é parte da campanha do Saulo. Quando ele vai para a TV Bandeirantes, como ele foi num outro dia, e dá entrevistas que "tem ligação, sim" entre PT e PCC, e lança supostas insinuações entre Gilmar Tatto (ex-secretário dos Transportes de Marta) com perueiros que estariam participando de atos ilegais, fica claro que estão armando.
Essa história do Gilmar Tatto... ...o Tatto é um político que se reúne com centenas, com milhares de pessoas, como qualquer um que faça política.
Vocês conheciam essas denúncias? Isso está sendo "trabalhado" por eles já há muito tempo, como é que só aparece agora quando a eleição avança?
Na fita eles falam em atacar "políticos todos, funcionários do PSDB, menos do PT". Eles dizem que essa conversa é 12 de maio, estamos em agosto. Quem arma um esquema logístico para aterrorizar São Paulo - que há 12 anos está sob comando da polícia deles - quem monta um esquema para aterrorizar como esses criminosos montaram, quem mata meia centena de policiais em 48 horas, se quisesse que dificuldade teria para, a essa altura, já ter atingido políticos de qualquer partido? Isso é forçar a barra, e é extremamente irresponsável, para dizer o mínimo.
Por quê? No mínimo, porque está dando uma péssima idéia, e indicação, para criminosos. E cabe uma pergunta: exatamente por quê agora?
Vocês já sabem a data em que a polícia de SP abriu inquérito para investigar isso? Essa é uma grande pergunta. Porque a irresponsabilidade se torna ainda mais flagrante se isto está há tempos nas mãos deles e eles não comunicaram à população.
Mas já havia quem soubesse... ...claro que já. O ACM foi à Tribuna do Senado na semana retrasada para falar desse assunto...
... O Bornhausen em 12 de julho... ...Serra, Alckmin e o próprio Saulo já vinham fazendo insinuações, tentando montar esta escada, criar um ambiente.
O senhor acha que isso pode atingir o PT eleitoralmente? O povo sabe que não se pode controlar a língua de bandidos, como parece ser o caso desta gravação, o povo sabe quem é o PT, conhece a sua história, sabe que esse tipo de armação já é feito contra o PT há muito tempo. Basta lembrar o caso dos sequestradores do Abílio Diniz em 1989.

Vocês não temem uma "contaminação" na eleição? Esse é um risco pequeno. Muito mais grave é quando se usa a polícia para produzir fatos tentando influenciar numa eleição. Isso, sim, é uma ameaça à democracia. Eles estão passando todos os limites da convivência democrática.

Terra Magazine
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1103626-EI6578,00.html

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