sexta-feira, maio 26, 2006

Ato em Brasília lança comitê pela reestatização da Vale

O Comitê pela Anulação do Leilão de Privatização da Vale do Rio Doce será lançado na noite desta quarta-feira (24/05), no auditório do Sindsep-DF, em Brasília. CUT (Central Única dos Trabalhadores), sindicatos, federações, entidades estudantis e parlamentares de diversas forças políticas integrarão a nova entidade.

Para o secretário nacional de comunicação da CUT, Antonio Carlos Spis — que participará do ato — , é importante haver pressão do povo e dos movimentos sociais para a anulação da privatização da companhia. Segundo ele, sensibilizar o governo é o primeiro passo para reverter o processo do leilão de privatização. “Privatizar empresa pública nunca pagou as dívidas do país e muito menos melhorou os serviços”, enfatiza.

No ano passado, a Justiça reabriu o processo contra a privatização da Vale para analisar as denúncias de irregularidades que envolveram a venda da empresa. A companhia foi vendida por R$ 3,3 bilhões, sendo que em 2005 teve um lucro que superou R$ 10 bilhões, três vezes mais do que o que foi pago pela compra da empresa.

Confira a convocação feita pelos movimentos

Convocação do Comitê pela Valorização do Patrimônio Público –
Pela Anulação da Privatização da Vale do Rio Doce.

Foi com grande alegria e esperança que o povo brasileiro recebeu a decisão judicial que prevê a reabertura das ações contrárias à privatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVDR), trazendo possibilidades concretas de êxito na luta pela anulação da venda da CVRD. A privatização da Vale realizada ao arrepio da legalidade e dos interesses nacionais, foi uma das mais emblemáticas do Programa Nacional de desestatização, levado a cabo pelo governo FHC.

À época centenas de Ações Populares se somaram às manifestações dos movimentos sociais organizados para defender o patrimônio público e o país de um crime de lesa pátria. A privatização foi levada a ferro e fogo pelo governo e a Vale foi vendida pelo irrisório valor de R$ 3,3 bilhões, quando especialistas calculavam o patrimônio da empresa em pelo menos R$ 100bilhões. Foram sub-avaliadas as reservas de minério de ferro da Companhia Vale do Rio Doce. A avaliação do patrimônio estava a cargo da corretora Merill Lynch, que era acionista do grupo Anglo American, concorrente da Vale e participante do processo de venda. A privatização da Companhia Vale do Rio Doce também retirou das mãos do estado minérios de Urânio, de responsabilidade exclusiva da União, além da internacionalização de uma área estimada em 26 milhões de hectares, o que não poderia ser feito sem a aprovação do Congresso Nacional.

Por representar uma empresa estratégica para o país e motivo de orgulho para os brasileiros é que voltamos a nos organizar para que seja revisto o processo lesivo de privatização da Vale do Rio Doce. Nosso movimento se soma à luta dos povos do continente pelo resgate do controle das riquezas naturais como base para o estabelecimento da soberania nacional, contra as pressões e agressões das multinacionais, como acabam de denunciar recentemente os trabalhadores da Bolívia e de outros países latinos americanos.

Nos dirigimos ao governo do presidente Lula para que, em conjunto com todos os movimentos sociais e entidades democráticas, sindicatos e parlamentares possamos retomar a Vale. Pedimos ao presidente que a União deixe o pólo passivo no processo e vá para o pólo ativo, passando de acusada para acusadora. O governo Lula tem a legitimidade do mandato de 53 milhões de brasileiros para anular o leilão de privatização. É igualmente necessária a instalação dos trabalhos de CPI das Privatizações no Congresso Nacional para que sejam investigados e punidos os que lesaram o patrimônio do povo brasileiro.

É fundamental a participação popular nessa luta. Por isso, convocamos todos/as ao lançamento do Comitê pela Valorização do Patrimônio Público - Pela Anulação da privatização da Vale do Rio Doce!

CUT