terça-feira, abril 18, 2006

IBGE: distribuição de renda é a maior em 23 anos

Sabrina Lorenzi

InvestNews

A distribuição de renda no ano passado foi a
maior dos últimos 23 anos. A redução da
desigualdade nos dois primeiros anos do governo
Lula aconteceu num ritmo 50% maior do que nos
dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, de
acordo com dados divulgados hoje pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos
últimos anos, a concentração de rendimentos estava praticamente estacionada.

Na escala de 0 a 1 do índice de Gini - quanto
mais próximo de 0 melhor a distribuição e de 1
maior a concentração da renda -, o índice ficou
em 0,559 em 2004, depois de registrar 0,566 em
2003. A queda nos dois últimos anos é de 1,4
ponto percentual, já que em 2002, a escala
apontava 0,573. De 2001 a 2002 concentração de
renda chegou a crescer. E de 1998 até 2002, no
segundo mandato de FHC, a redução da desigualdade
foi de apenas 0,3 ponto percentual. De 1995 a
1998, em plena euforia do Plano Real, o índice de
Gini caiu somente 0,8 ponto percentual.

"Em 2004, o índice de Gini da distribuição dos
rendimentos do trabalho atingiu o mais baixo
resultado desde 1981", aponta o IBGE na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), estudo
anual que vai a campo em quase todo o país. Desta
vez, a desigualdade minguou graças aos ganhos dos
mais pobres e não somente por causa da perda dos ricos, como vinha ocorrendo.

De 2003 para 2004, os 50% trabalhadores mais
pobres conseguiram aumento de 3,2% nos salários.
No mesmo período, a média dos rendimentos ficou
estacionada (em R$ 730) e os 50% mais ricos
sofreram perda de 0,6%. De 1996 a 2003, a renda
do trabalhador acumulou perda de 18,8%.

O poder da distribuição de renda sobre a miséria
é mais forte que o impacto do crescimento da economia, como destacam analistas.

JB on line Segunda, 17/04/06

Economia