sábado, abril 22, 2006

A blogosfera Lulista, espertíssima e na luta.

No pasarán!

Aí vai, copiado de http://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/cedulas/cr42/5mil.asp?idpai=cedbrlista, o verso da nota de Cr$ 5.000,00, que circulou no Brasil até junho de 1974.

O quadro aí reproduzido é "Tiradentes ante o Carrasco", de Rafael Falco, pintado em 1941.
Essas células levavam as chancelas do então Ministro da Fazenda, Octávio Gouvêa de Bulhões e do então presidente do Banco Central, Dênio Chagas Nogueira.



Hoje, pela televisão, na parede do fundo, atrás da mesa na qual esteve o Ministro Marcio Tomas Bastos, onde foi inquisitorialmente massacrado, aos berros & zurros, pela famigerada figura de um Maia-Kid-brucutu-lá-qualquer, via-se hoje o MESMO quadro, como se pode confirmar abaixo, em fotomontagem cortada-colada do blog de Fernando Rodrigues, de hoje.

POIS VEJAM QUE INTERESSANTE.

O presidente do Brasil, no momento em que aquela nota de CR$ 5.000,00 estava em circulação, com a reprodução do quadro que hoje reencontramos pela televisão, era o general Ernesto Geisel (1974-1979).

O ministro da justiça, no momento em que aquela nota de CR$ 5.000,00 estava em circulação, com a reprodução do quadro que hoje reencontramos pela televisão, era o famigerado Armando Falcão (1974-1979).

A históra constrói-se devagar, nas entrelinhas.
E os personagens vão mudando, devagar, em inúmeros laboriosos trabalhos de parto, todos dolorosos, mas todos inevitáveis.

O QUE INTERESSA ver é que, sim, a história anda.

Se, por um lado, esse Armando Falcão foi dos mais sanguinários e brucutus dos vários ministros da [nenhuma]justica que a ditadura nos fez engolir, também é verdade que o mesmo Armando Falcão é autor de um dos mais DEMOLIDORES retratos que se conhece, no Brasil, de ninguém menos que "o Dr. Roberto Marinho". Verdade que o famigerado Falcão não demoliu o famigerado Marinho por qquer ímpeto democrático. O famigerado Falcão demoliu o famigerado Marinho... pq sentiu-se 'prejudicado' por ele [cascavel mordendo cascavel (risos muitos)].

Essa história está contada em detalhes no Blog "Fazendo Media", de Niterói, RJ, na Internet, em http://www.fazendomedia.com/globo40/romero9.htm -- aqui cortada-colada, pra facilitar a leitura, e em homenagem a mais um blogueiro-guerreiro da democracia brasileira:

O RETRATO DE ROBERTO MARINHO EM PRETO E BRANCO(por Roméro da Costa Machado, escritor)

No auge da briga do livro "Afundação Roberto Marinho", em 1988, e nos primeiros anos seguintes, principalmente em razão da CPI contra a "Afundação", desesperadamente abafada por Roberto Marinho para livrá-lo dos possíveis mais de 20 anos de prisão, conforme preconizado pelos criminalistas Paulo Goldrajch e Nilo Batista, uma briga paralela acabou revelando algo ainda mais estarrecedor do que o próprio escândalo da "Afundação". Qual seja, um retrato de Roberto Marinho, de corpo inteiro, em preto e branco, traçado pelo seu melhor e mais antigo e fiel amigo, Armando Falcão, ex-Ministro da Justiça da ditadura militar que abençoou a Globo.

Armando Falcão, amigo fiel e dedicado a Roberto Marinho por mais de 30 (trinta) anos, sofreu a maior das traições de sua vida. Teve seu filho, Guilherme Falcão, dirigente da "Afundação", demitido sumariamente por Roberto Marinho, e também pelo fato de seu irmão, José Armando Falcão estar defendendo a ex-esposa de Roberto Marinho, D. Ruth Albuquerque Marinho, na separação do casal.

Pai ferido, o ex-ministro Armando Falcão, em defesa do filho não poupou em nada o seu ex-melhor amigo Roberto Marinho e traçou um preciso, meticuloso e arrepiante retrato de Roberto Marinho, chamando-o de "desumano, mesquinho, exibicionista, um camelô de si mesmo, campeão da vaidade vã, faminto de fama e caçador insaciável de títulos honoríficos, senil, analfabeto cujos textos que assina são escritos por outra pessoa (Jorge Serpa), doutor entre aspas ("Doutor Roberto") que jamais cursou uma faculdade, não sendo formado em coisa alguma, nem mesmo em jornalismo" (embora obrigue as pessoas a chamá-lo de doutor).

Arrematando o quadro que traçava com fortes pinceladas, Armando Falcão reforça um outro lado do perfil de Roberto Marinho com outros "atributos" do falso Doutor Roberto, como por exemplo usar de todos os meios - lícitos e ilícitos - para conseguir o que queria, construindo a gosto e bel prazer falsas reputações ou destruindo algumas das mais nobres reputações do país, conseguindo, inclusive, abafar todo e qualquer escândalo, até mesmo quando poderia ser preso (como no escândalo da "Afundação"), caso fosse um cidadão comum. E citando as próprias palavras de Roberto Marinho: "Não te mete. Deixa comigo. Sempre ganho as minhas guerras. Hoje, sou tão poderoso que me sinto um homem colocado acima do bem e do mal."

Esta carta duríssima, terrível, datada de 13 de julho de 1989, endereçada a Roberto Marinho, foi postada com cópia para toda a grande imprensa, mas somente a Tribuna da Imprensa publicou-a na íntegra, num primeiro momento. Os demais jornais preferiram aguardar o primeiro impacto da publicação para somente depois publicar parte da carta, ainda assim meticulosamente escolhida a dedo. As revistas de programa (assim como tem garota de programa também tem revista de programa) Vejé e Isto Eja - exatamente iguais, como irmãs siamesas - mantiveram um silêncio sepulcral, exatamente igual ao que vinham mantendo diante dos escândalos da "Afundação".

E encerrando a famosa carta, o ex-ministro Armando Falcão arremata: "Francamente, não sei se valeu a pena você envelhecer tanto para, chegando ao topo da montanha, mostrar-se tão diminuto, tão pequenino, tão minúsculo, tão ínfimo."
Este é o retrato mais perfeito e fiel de Roberto Marinho, em preto e branco, traçado com autoridade e conhecimento de causa pelo seu ex-amigo de mais de 30 anos, o ex-ministro Armando Falcão.

ONDE TUDO SE JUNTA
Não há, mesmo, muitas novidades.

A história do Brasil ainda é praticamente a mesma, com praticamente todos os mesmos personagens em praticamente todos os mesmos lugares (as revistas semanais, por exemplo, continuam idênticas; os colunistas da colunagem & michê mudaram de nome, mas não mudaram nem de discursos nem de endereço [risos]), apesar dos mais de 30 anos que vão do quadro na nota de Cr$5.000,00 ao quadro na parede da neo-inquisição udenista-tucano-pefelista, nas CPMIs, CPIs e CCJs, em 2006 -- e com Tiradentes, ainda, enfrentando sempre o mesmo eterno carrasco.

(1) Mas conseguimos mudar o governo, no Brasil, por vias eleitorais, democráticas, legítimas e perfeitas: onde havia Geisel, temos hoje o presidente Lula, eleito em eleições democráticas.
(2) E mudou, também, o ministro da Justiça: onde havia Armando Falcão, temos hoje Marcio Tomas Bastos.

Essas não são pequenas mudanças: são enormes, imensas.Essas são as mudanças que temos de comemorar.Mesmo que ainda esteja ativado, contra elas [e CONTRA O NOSSO VOTO DEMOCRÁTICO], a mesma guerra vergonhosa, movida pela mesma UDN-PFL-PSDB de sempre. Mesmo que a mesma mídia de jornalão ainda opere contra essas mudanças, como sempre operou, no Brasil, desde 1964. Não faz mal: a sociedade brasileira está, sim, atenta e na luta -- e a TELEVISÃO PÚBLICA, hoje, tudo mostra e a INTERNET hoje, tudo facilita.Lula é muitos! Lula 2006!Toda a solidariedade ao ministro Marcio Tomas Bastos.No pasarán!_____________________________________________________________
Abaixo, pra quem ainda duvide, a prova de que o mesmo Tiradentes lá esteve, todo esse tempo, sim. Mas a democracia brasileira avançou muito.
Viva o Brasil! Viva o Ministro Marcio Tomas Bastos! LULA É MUITOS!




From: Caia Fittipaldi