segunda-feira, março 13, 2006

NENHUMA DESSAS ONGs fala pelo MST e pela VIA CAMPESINA


Concordo completamente com o ministro Rosetto: "...episódios deste tipo em nada contribuem para um debate sério e conseqüente a respeito do modelo de desenvolvimento rural que queremos para o nosso país."

De importante, hoje, apenas, que o governo Lula NÃO MANDOU ATIRAR EM NENHUM SEM-TERRA, como SEMPRE FIZERAM os governos tucano-pefelistas.

Civilizar essas empresas destruidoras da natureza é assunto político; elas não destróem, por exemplo, nos seus países de origem. Não porque lá haja mais ONGs. Elas não destróem lá, porque lá JÁ HÁ ESTADO MAIS DEMOCRATIZADO e, lá, não houve nem golpe de 1964 nem 10 anos de governos neoliberais.

O governo Lula é o que o Brasil conseguiu construir até hoje, de melhor. O MST e a Via Campesina sabem disso. Quem não sabe são esses ongueiros pirados.

Conseguir que o governo mantenha abertos os canais de conversa e conseguir que o governo NÃO MANDE MATAR sem-terras são conquistas democráticas DO MEU VOTO DEMOCRÁTICO.

Essa é a vitória possível, hoje, sem chiliques ongueiros infantilóides (doentes de esquerdismo, essa "doença infantil do comunismo", como Lênin já sabia há muuuuuuuuuuuuuuuuito tempo) ou deliberadamente safados, à moda das HH, senadora Histérica-Histérica e Babás-ACMs-Bornhausens. Ou, então, apenas metidos a saber mais do que o MEU VOTO DEMOCRÁTICO.

O MST e a Via Campesina, sim, podem dizer e fazer o que deliberarem que deva ser dito e feito. Mas ELES MESMOS.

NENHUMA DESSAS ONGs fala pelo MST e pela VIA CAMPESINA. Essas ongs infantilóides são auto-proclamadas porta-vozes dos movimentos.

Se fossem politicamente confiáveis, o MST e a Via Campesina as autorizariam. Que eu saiba, nenhum MST ou Via Campesina JAMAIS autorizou nenhum INGA a falar por eles.

Essas ongs infantilóides só falam para dentro da esquerda (enroladas, provavelmente, ou nas brigas internas do PT ou aliadas aos PSOL mais pirados-ainda ou, então, são Ongs de professô-dotô metidos a saber mais do que O MEU VOTO DEMOCRÁTICO.

Quem, afinal, assina a msg abaixo?

Por algum motivo que eu não entendo, não se encontra UM ÚNICO NOME DE GENTE, nem NENHUMA informação sobre quem patrocina e mantém essa Ong INGA. Verifiquei em http://www.inga.org.br/oquee.html

A julgar pelo que se informa na página dessa ONG, ela pode ser patrocinada por QUALQUER Bornhausen ou UDR. Não estou dizendo que seja (não sei se é). Estou dizendo é que PODE SER. E pode.

De Cristiano Kern Hickel, a única notícia que encontrei na Internet está numa Página chamada RURALNET, http://www.ruralnet.com.br/MEIOAMBIENTE/default.asp?noticia=1674, em notícia assinada por uma tal de OSC CTA - Consultants, Traders and Advisors - GERADORES DE NEGÓCIOS SOCIAMBIENTAIS NOS MERCADOS DE COMMODITIES.
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Ninguém ganha nada com esse tipo de discurso de radicalização que se lê na msg abaixo, desses ongueiros.

Não porque não seja importante radicalizar -- radicalizar é importante sempre. Mas é preciso radicalizar em direção às raízes POLÍTICAS. Radicalizar em direção ao próprio umbigo, como fazem essas ONGs, é igualzinho a radicalizar em direção ao umbigo do Bornhausen, dos Lupion, dos Ronaldo Caiados.

Digo que esse tipo de discurso de radicalização não ajuda em nada -- e não ajuda, sequer, o MST ou Via Campesina --, pela suficiente razão de que esses ongueiros discursam muito 'belamente' mas não se sabe de ongueiro anti-lulista que, algum dia, tenha ocupado alguma fazenda.

Como no caso da ministra Dilma Roussef, esses ongueiros anti-lulistas ajudariam mais a causa que eles pensam que defendem (mas, de fato, só atrasam), se eles fizessem passeatas na frente da UDR, com faixas de "Rosseto é nosso ministro! Lula é muitos!"

A situação objetiva é, hoje, a seguinte: as mulheres da Via Campesina invadem as fazendas e criam os fatos que podem pressionar OS RURALISTAS; e esses ongueiros anti-lulistas fazem os discursos ditos 'incendiários' que dificultam a luta do MST e da Via Campesiana e AJUDAM os ruralistas.

Com discursar feito idiotas, esses ongueiros anti-lulistas 'sentem-se' muito 'revolucionários', satisfazem os seus 'instintos' de classe média burguesa 'discursante', e ganham uns votinhos das suas próprias Ongs autistas... e enfraquecem o ÚNICO INSTRUMENTO COM O QUAL o MST pode contar: o governo Lula, eleito COM O MEU VOTO DEMOCRÁTICO.

Se há coisa que o MST e a Via Campesina DETESTAM é onguinha de classe média.

ONG útil ao MST e à Via Campesina, hoje, seria ONG (ou partido) que ajudasse o MST e a Via Campesina a invadir cada vez mais e melhor e que, na discussão social, ajudasse a DEFENDER o governo Lula.

Comigo é o seguinte: se o cara é de ONG e NÃO É DE PARTIDO POLÍTICO, eu primeiro jogo pedra. Se o cara espinafra o governo Lula, em nome de algum delírio de "Lula é igual a FHC", eu já jogo MUUUUUUUUUUUUITA pedra.

Por que a ONG que assina a msg abaixo não está organizada dentro de algum partido político?
Aposto que essa ONG deve ter algum discurso do tipo "todos os políticos são ladrões".

Taí: é o onguismo neoliberal, ensinando a sociedade a DESPOLITIZAR-se e a des-partidarizar-se: o Clóvis Rossi não faria melhor esse MESMÍSSIMO serviço sujo.

Com o MST, a Via Campesina e o governo Lula! A bancada ruralista no pasará!

Caia Fittipaldi
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O Horto Florestal e os Terroristas

O Horto Florestal Barba Negra, em Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul, amanheceu sendo furiosamente destruído neste 8 de março. Terroristas da mais perigosa estirpe, ao que parece. Daqueles sem escrúpulos. Gente que ao longo das últimas décadas vem aniquilando o modo de vida de comunidades locais pelo Brasil, quilombolas, Tupinikins,Pataxós, Guaranis, pescadores e campesinas, sem o menor remorso. Invadem terras, causando êxodo rural e a dispersão de muitas comunidades. Rios degradados. O uso intensivo de agrotóxicos contamina a água, o solo e as pessoas. Mentem deslavadamente. definitivamente, são perigosos.

Como se fosse pouco, ainda recebem gordos incentivos do Governo, desde a época da ditadura militar (quando foram favorecidos para ocupação de terras indígenas quilombolas).

Em dezembro de 2005, foi aprovado empréstimo de R$297.209.000,00 pelo BNDES à Aracruz que, entre outros, servirá para modernização da sua fábrica de celulose no Rio Grande do Sul. O prazo de carência desses créditos do BNDES é de 21 meses, só a partir daí começam os pagamentos do empréstimo: os prazos das amortizações chegam a 84 meses.Tudo isso a juros de até incríveis 2% ao ano!

O BNDES também emprestou US$ 318 milhões para a construção da fábrica da Veracel (empresa da Aracruz Celulose e Stora Enso, sueco-filandesa - são concorrentes mas ao mesmo tempo sócias, alguém entende?), na Bahia.

Além do Governo Federal, o Governo do Rio Grande do Sul já financiou mais de R$ 29 milhões, desde 2004, no agronegócio "florestal". Com tantos aliados assim, fica fácil atingir o lucro líquido de R$ 1,2 bilhão (como em 2005).

Vejamos, agora, o contraste com outras notícias dessa semana: O endividamento e a descapitalização dos pequenos produtores rurais provocarão, pelo menos, oito atos públicos até o final do mês (março) no Rio Grande do Sul.

Um levantamento feito pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) aponta que mais de 100 mil agricultores não terão condições de pagar os financiamentos, o equivalente a 25% do segmento familiar no Estado. Atualmente, as taxas de juros praticadas no Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) variam até 8,75% ao ano.

Ainda falando em números, em 2001 a agricultura familiar recebeu de investimentos públicos R$ 600 milhões para todo país, enquanto a Aracruz recebeu das mãos do BNDES R$ 666 milhões para sua terceira fábrica.

Talvez não esteja explícito a importância da agricultura familiar, propositalmente, afinal, não é do interesse do modelo de desenvolvimento excludente que está por detrás desta atividade.

Mesmo assim, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, falou que a consciência democrática dos brasileiros foi ferida, e que "...episódios deste tipo em nada contribuem para um debate sério e conseqüente a respeito do modelo de desenvolvimento rural que queremos para o nosso país.".

O que é democracia, afinal? Esses movimentos sociais sempre estiveram batendo na porta do Governo para conversar, sempre tentaram buscar acordos com as empresas. O que será que houve? Sejam ingênuos, mas não sejam marionetes.

O Governo do Estado do Rio Grande do Sul foi radical: suspendeu toda e qualquer relação institucional com a Via Campesina e com as instituições a ela vinculadas (como se tivesse tido alguma relação decente).

A Aracruz Celulose, e todas outras do setor, vêm sofrendo forte pressão popular, pelas razões descritas aqui e muitas outras, há muito tempo. Por isso estava precisando de um "descuido", como esse da Via Campesina, para desmantelar seus oponentes frente à opinião pública. Apoiada no sensacionalismo "a la reality show" da mídia, mais diversas notas pagas de capa e meia página de jornal, ela coseguiu.

Pobre vítima.

Toda essa briga é pela produção de papel para exportação (e não esqueçam que não é apenas a Aracruz nesse jogo), principalmente para os EUA, que consomem 9 vezes mais papel que os brasileiros. Então, perguntamos, porque não produzem direto lá, mesmo? Será pela mão-de-obra barata? Isenção de impostos e incentivos do Governo? Os passivos ambientais que ficarão para as próximas gerações? Ou será que é porque aqui o povo não se importa? Até pagamos por isso, não?

Este fato - que de isolado não tem nada - trouxe à tona, também, uma questão interessante: os políticos desse país nunca estiveram tão afinados, em esfera municipal, estadual e federal, todos empenhados em construir um país para inglês ver.

Será que chegaram à conclusão de que a solução é comer papel?


Cristiano Kern Hickel
Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais
www.inga.org.br

From: castorphoto

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