quinta-feira, março 23, 2006

Comunidade GLBT lança manifesto de apoio a Marta Suplicy e Lula


Embora não tenha sido definido quem será o candidato petista ao governo de São Paulo, militantes gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros paulistas já fizeram sua opção pelo PT e contra o PSDB. Foi lançado nesta terça-feira (21) o manifesto “São Paulo sem homofobia: Marta governadora”, em apoio à pré-candidatura da ex-prefeita de São Paulo ao governo do Estado.
Assinam o manifesto, entre outros, Beto de Jesus, Secretário da International Lesbian and Gay Association para América Latina e Caribe; Valéria Melki Busin, escritora e ativista lésbica pelos direitos dos GLBTT; Bárbara Graner, do Coletivo Nacional de Transexuais; a jornalista Yáskara; e Cláudia Wonder, da ONG Flor do Asfalto. Os manifestantes declaram que “Marta tem um perfil combativo, aguerrido, capaz de bater de frente com o discurso tecnocrata, falsamente moderno, essencialmente conservador e higienista do PSDB”. São Paulo sem homofobia: Marta governadora Nós, abaixo-assinados, militantes do movimento GLBT – gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais - filiados ou simpatizantes do Partido dos Trabalhadores, expressamos publicamente nosso apoio à pré-candidatura de Marta Suplicy ao governo do Estado de São Paulo. Derrotar a homofobia, combater o conservadorismo moralista, o machismo, o racismo e as idéias privatistas é uma tarefa de todos os militantes petistas do movimento GLBT, que compreendem a importância que a eleição para o governo de São Paulo tem na disputa nacional que ocorre em 2006. Nesse sentido, é fundamental tirar o PSDB do governo do Estado e impedir qualquer retorno dessa mesma força política conservadora no governo federal. Acreditamos que Marta Suplicy representa o melhor nome para confrontar os tucanos e impor a vitória de um projeto de esquerda, voltado aos interesses da maioria da população, em detrimento dos interesses do capital financeiro e industrial. Marta realizou uma bem-sucedida e bem avaliada gestão municipal em São Paulo, onde conseguiu inverter as prioridades e fazer uma administração voltada às classes populares, como foi possível constatar, entre muitos outros exemplos, pela ênfase dada à educação, com os CEUS, e a revolução no transporte público com a criação do bilhete único. Além disso, ressaltam-se as diversas ações realizadas nas Secretarias destinadas a acolher e atender com dignidade a população GLBT. Destacamos o fato de Marta ter recebido nosso movimento desde os primeiros meses do seu mandato. Trata-se, portanto, de um momento ímpar para superar a herança de doze anos do tucanato em São Paulo, responsável pelo desmonte do Estado, pelo endividamento público, pelas privatizações e pela absoluta falta de políticas sociais, em especial para os GLBT. Marta tem um perfil combativo, aguerrido, capaz de bater de frente com o discurso tecnocrata, falsamente moderno, essencialmente conservador e higienista do PSDB. Ela simboliza a necessidade de uma guinada radical na condução do Estado, deixando para trás a herança maldita dos doze anos de neoliberalismo. Ela trará, de fato, mais políticas sociais, investirá em infra-estrutura e abrirá a máquina estatal para que esta se democratize cada vez mais, colocando-se a serviço do povo. Tudo isso sem a necessidade de privatizar ou terceirizar as ações do Estado. Além disso, Marta Suplicy é uma militante histórica da luta feminista e uma apoiadora constante do movimento GLBT, além de extremamente comprometida com o combate ao racismo. Inovadora e com muitos projetos de ação afirmativa, desde o de União Civil entre pessoas do mesmo sexo – apresentado quando exercia o mandato de deputada federal – até sua ação como prefeita, criando a Coordenadoria da Mulher, o Orçamento Participativo com conselheiros GLBTs, garantindo a Previdência Municipal para os funcionários públicos homossexuais com relações estáveis e a possibilidade de casais homossexuais terem sua moradia popular, assim como as várias ações na área da educação para a diversidade. Marta sempre foi uma aliada fundamental no combate ao machismo e à homofobia. Em relação ao governo federal, é necessário mostrar o retrocesso que foi a coligação PSDB-PFL, que nada fez de concreto pela comunidade GLBT nos oito anos em que lá esteve, deixando-nos um saldo pífio de declarações de intenção e aparições oportunistas na mídia. É necessário trabalhar pela reeleição de Lula, cujo governo tem avanços significativos em relação à era FHC. Ao mesmo tempo, lutaremos para que o segundo governo seja superior ao primeiro, em todos os campos, garantindo uma alteração da política econômica. Entre os avanços do governo Lula, o que mais se destaca para a comunidade GLBT é o programa Brasil Sem Homofobia, onde pela primeira vez se definem ações e políticas públicas para os não-heterossexuais. Estamos, assim, conscientes de que um segundo governo Lula pode garantir o já conquistado e avançar ainda mais na luta pelo reconhecimento social e da plena cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Por estas razões, nós, que lutamos contra a homofobia, o sexismo e o racismo e queremos um governo democrático e popular capitaneado pelo PT no Estado de São Paulo, apoiamos a pré-candidatura de Marta Suplicy. E assim conclamamos a todas e todos os petistas a votarem em Marta nas prévias de 7 de maio.

Contatos e novas adesões: Beto Jesus e Julian