A tarefa fundamental do PT, após a reunião do Diretório Nacional, que ocorreu neste sábado (18), é mobilizar as bases partidárias para denunciar as manobras da oposição. Foi assim que o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, definiu a onda de ataques ao governo e ao ministro Antonio Palocci (Fazenda).
Para Berzoini, a dificuldade para se votar o Orçamento da União para 2006 é uma dessas manobras “inadmissíveis”. “Na prática, é um boicote aos programas sociais. O orçamento público se refere aos investimentos, ao custeio e aos programas sociais de transferência de renda e de apoio às políticas públicas. Portanto, o que a oposição está fazendo é trabalhar contra o país e contra a população brasileira”, denunciou.
De acordo com o dirigente petista, a tentativa da oposição de desgastar o ministro Palocci (Fazenda) tem o objetivo de criar um ambiente de crise e instabilidade do país. “Todos conhecem o papel fundamental do ministro Palocci na credibilidade econômica do país”, afirmou.
Resolução
O dirigente petista explicou o conteúdo da resolução aprovada pelo Diretório Nacional, que dialoga com uma questão de conjuntura imediata. Berzoini ressaltou do texto a dura crítica à CPI dos Bingos, considerada pelo partido um instrumento de disputa político-eleitoral.
Ele destacou também a caracterização das conquistas importantes do governo Lula, que resultou na mudança de ânimo da opinião pública neste período. Tanto o governo quanto o PT foram responsáveis por esse processo, em sua opinião. Berzoini lembrou que, não apenas o presidente Lula e a imagem do governo estão muito bem posicionados, como o PT recuperou seu patamar histórico de preferência partidária, de acordo com as pesquisas de opinião divulgadas recentemente.
Há divergências naturais de opinião sobre economia dentro do partido, mas procura-se construir o máximo de consenso possível, segundo Berzoini. “É óbvio que o governo está colaborando muito para que o diálogo dentro do partido seja objetivo e consistente”, disse. O líder petista está convencido de que o PT vai estar unido na defesa dos resultados econômicos do governo e da perspectivas de ter um programa de governo que reflita esta evolução da economia brasileira.
Alckmin
Berzoini criticou a forma como foi feita a definição do nome do candidato tucano à presidência. "Uma cúpula reduzida escolhe, em nome de todo o partido, sem que haja consulta às bases”.
Definiu o discurso do governador Geraldo Alckmin como extremamente conservador (em seu primeiro discurso como candidato, Alckmin defendeu a família, a religião e a propriedade) e lembrou que sua gestão, em São Paulo, tem inúmeras fragilidades, que o PT vai debater durante a campanha.
“Acredito que o presidente Lula tem todas as condições de fazer uma campanha propositiva, dialogando com o sentimento de o país de crescer, gerar empregos e viabilizar um novo padrão de desenvolvimento para o país”, ressaltou.
O centro da campanha do PT será destacar as realizações do governo Lula, especialmente no campo das políticas sociais. Berzoini diz também que o bom desempenho da economia será ressaltado. “Em especial, o fato de que eliminamos todos os fatores de constrangimentos que havia em 2002, e o Brasil hoje tem condições de ter uma economia mais sólida e as bases fundamentais para um crescimento mais acelerado”, falou.
PMDB
Questionado sobre possíveis alianças eleitorais com o PMDB, Berzoini afirmou que, independentemente da prévia do PMDB, que deverá ocorrer neste domingo, está disposto a manter a interlocução, por meio de lideranças mais próximas do PT, dos três ministros no governo e o presidente do partido, Michel Temer.
“Respeitamos o processo interno do PMDB e entendemos que cabe ao PMDB decidir seu destino. Mas temos que manter esta interlocução no sentido de discutir, independentemente do candidato próprio, a conjuntura política do país e avaliar o cenário”, disse Berzoini.
O PT tem trabalhado, de acordo com o deputado petista, com a perspectiva de dialogar com todos os partidos que estão na base do governo. Quem está no governo tem a responsabilidade de dialogar. “Se isso vai se concretizar em aliança ou não, só o futuro dirá”.