quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Petrobras prepara campanha sobre auto-suficiência
A megacampanha que está sendo preparada trata de um tema forte. A auto-suficiência do petróleo, que ganhou força no fim dos anos 40, culminou com a criação da Petróleo Brasileiro S.A, em 1953, no governo de Getúlio Vargas.
O "timing" da auto-suficiência do petróleo será dado pelo início da produção pela plataforma P-50, uma gigante com capacidade de processar 180 mil barris de petróleo por dia e que está em fase final de testes no estaleiro Mauá Jurong, em Niterói. A previsão é de que a fase de testes comece em fevereiro, e ela deve ser conectada ao campo de Albacora Leste, na bacia de Campos, em março.A Petrobras pretende encerrar 2006 produzindo uma média de 1,910 milhão de barris/ dia. Em 2005 foram 1,684 milhão. Esse volume é maior que a atual demanda brasileira, de aproximadamente 1,850 milhão de barris/dia. Como as refinarias da estatal precisam de óleo leve importado para misturar ao nacional de modo a otimizar a produção de derivados, a auto-suficiência não trará o fim das importações.Desde 2005 a Petrobras já atinge picos de auto-suficiência ao produzir, em determinados dias, mais do que o consumido. Mas o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, vem tendo o cuidado de alertar que a auto-suficiência só será anunciada quando for sustentável. Isso porque a produção da estatal tem picos e vales, podendo cair quando são necessárias paradas programadas de plataformas.
Petrobras faz parceria com estatal boliviana
O negócio do gás natural vai ser compartilhadoA Bolívia conseguiu seu primeiro acordo com a brasileira Petrobras, que aceitou compartilhar 50% de seu lucrativo negócio de gás natural boliviano, dentro da iniciativa do governo de Evo Morales de voltar a estatizar as empresas do país, informou ontem o ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz.A Petrobras, que controla cerca de 46% das reservas de gás natural boliviano, trabalhará em parceria com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPFB), em toda a rede produtiva dos hidrocarbonetos, segundo o ministro boliviano.Soliz que se encontrou com o diretor da Petrobras José Fernando de Freitas anunciou ter encontrado “disposição para voltarmos a ser sócios na rede produtiva de exploração, produção, comercialização e transporte”.“Deste diálogo, vamos poder garantir que vão surgir no futuro melhores condições e melhores oportunidades para a Bolívia e a YPFB, e também para a Petrobras”, disse Freitas.Segunda-feira passada, Soliz se reuniu com o diretor da espanhola Repsol, filial Bolívia, Julio Gavito, e antes com o representante da francesa Total Fina, Michel Leo. Na ocasião, Gavito declarou a disposição da Repsol em “ser sócia energética da Bolívia.”O ministro do setor disse que, quando a Petrobras chegou ao País em 1994, já havia um acordo 50%-50% com a YPFB para a administração do negócio do gás, mas em conseqüência das políticas de privatização dos governos posteriores a estatal boliviana ficou em condições piores do que as multinacionais.Soliz citou como exemplo um convênio com a falida empresa americana Enron, que reduziu a participação boliviana a 18%, assim como aconteceu no caso de outras empresas estrangeiras que operam no país.Semana passada, o governo boliviano anunciou um plano de reestatização das refinarias controladas pela Petrobras e outras multinacionais, e mais cerca de 20 postos de gasolina. A Bolívia possui a segunda maior reserva de gás natural da América do Sul: 108 bilhões de metros cúbicos.
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