quinta-feira, fevereiro 16, 2006

ECONOMIA & POLÍTICA - LII 16/02/2006

evaristoalmeida

a) Para entender a política fiscal

A política fiscal é representada pelo que o governo arrecada e o quanto gasta. Pelo lado da arrecadação ela é feita através do recebimento de impostos, taxas e lucro de empresas estatais. A forma de gastar é através do chamado gasto primário que são as despesas do governo com pagamento de folha de servidores públicos, previdência social, programas sociais, funcionamento da máquina entre outros. Também faz parte do gasto do governo a despesa financeira que é representada pelo pagamento de juros e amortização da dívida que o governo tem no mercado. Outro gasto do governo são os investimentos que melhoram a infraestrutura do país, abertura de novas escolas, hospitais, entre outros. Quando o governo gasta mais do que arrecada dizemos que há um déficit, e ele é obrigado financiar essa dívida através do aumento de impostos, empréstimos ou lançamento de títulos públicos. Se o governo arrecada mais do que gasta dizemos que ele foi superavitário. A dívida do governo se divide em interna feita em moeda nacional que geralmente é financiada pelo mercado financeiro local e dívida externa que é aquela contraída em moeda forte e financiada no mercado internacional. Se o governo efetua gastos com a ampliação dos serviços a política fiscal é expansiva e ajuda a aumentar o crescimento do país. Se ele contrai gastos, a política fiscal é recessiva segura o crescimento do país. Com os 8 anos de política econômica irresponsável do FHC, o Brasil viu aumentar sua dívida tanto interna quanto externa de forma astronômica. No início FHC financiou através do aumento dos impostos, que passaram de 24% do PIB em 1995 para 36% do PIB em 2002. Esse aumento de impostos não melhorou a vida do cidadão, pois ele foi para pagar os juros que cresceram de forma exponencial nesse período. O governo FHC fez uma proeza, criou a política em que o pobre via pagamento de impostos passa renda para os mais ricos da população que recebem os juros pagos pelo governo. Como a carga tributária ficou muito alta o governo FHC emitiu dívida pública inclusive indexada ao dólar, o que propiciou um ganho espetacular à elite brasileira (é por esse motivo que eles amam tanto os tucanos). Como o que o governo brasileiro paga de juros é muito alto, convencionou-se chamar o resultado da política fiscal de primária ou nominal. Quando se fala em política fiscal primária, está se contando a arrecadação do governo e todos os gastos menos os com pagamento de juros. Neste caso houve superávit de 4,9% do PIB em 2005, ou seja, o governo pagou todas as dívidas e sobrou esse porcentual. Quando se fala em política fiscal nominal, ou seja, envolvendo o pagamento de juros, houve déficit de quase 3% do PIB em 2005. Ou seja, o governo brasileiro está pagando cerca de 8% do PIB em juros da dívida pública. Esse dinheiro vai para as 20.000 famílias mais ricas do Brasil que detém os títulos públicos que fazem parte da dívida (a bagatela de R$ 160 bilhões). Essa foi a herança maldita deixada pelos tucanos, o Brasil altamente endividado. O governo Lula tem trabalhado de forma exemplar ao acabar com a dívida indexada ao dólar, que representava 27 % do total, diminuição do porcentual da dívida atrelada a taxa Selic e aumento percentual em cerca de 30% da dívida pré-fixada, que não segue a taxa Selic. A taxa Selic é aquela fixada pelo Banco Central, sendo que quanto menor a quantidade de dívida fixada nessa taxa melhor é em função dos juros altos no Brasil. Outra bomba para o governo Lula é o prazo dessa dívida, que vence em média em 27 meses, extremamente baixo e coloca o governo à mercê do mercado financeiro que pode especular e forçar sempre uma taxa de juros maior, senão os agentes financeiros não compram o título público e o governo não tem como rolar a dívida. A dívida externa do governo está praticamente zerada, contando os recursos disponíveis em caixa. A missão agora é alongar o prazo da dívida interna, com isso o Brasil poderá ter uma taxa de juros menor. Os economistas neoliberais não aceitam o fato de que o grande problema monetário do Brasil são os juros altos e seu reflexo na dívida interna. Como proposta querem diminuição do gasto público primário, aquele em educação, saúde, habitação, pagamento de funcionários entre outros. Para isso pregam até uma nova reforma previdenciária, com idade mínima de 65 anos para o trabalhador se aposentar ou redução de programas como o Bolsa Família. Eles acusam o governo Lula de ter aumentado os gastos públicos no Brasil. Para criar 10 novas universidades, 40 novos campi, proporcionar a 11,2 milhões de famílias o Bolsa Família, contratar 40.000 funcionários públicos através de concursos, aumentar o valor da merenda escolar, dos repasses aos hospitais (quanto tempo não há uma matéria de que algum hospital está em dificuldade?), Recuperar 26.000 Km de estradas; enfim para reorganizar o Brasil, é necessário um estado forte. Os neoliberais do PSDB querem um estado de eunucos, um país de castrados, sem nenhuma possibilidade de desenvolvimento, como foram os 8 anos de desgoverno do FHC. Para resolver a questão fiscal do Brasil basta ir diminuindo os juros básicos da economia e alongar o prazo médio da dívida interna.


b) Cai o número de aprovados da escola pública na Fuvest

A Fuvest seleciona alunos para a Universidade de São Paulo, a Santa Casa e a Academia do Barro Branco, que prepara os oficiais da Polícia Militar do estado. Neste ano a escola privada aprovou 73% dos alunos no vestibular. Foi o pior desempenho da escola pública desde 2001. Na verdade a USP vai na contramão da Unicamp, que tem aumentado o número de aprovados da escola pública no seu vestibular, sem queda da qualidade de ensino da instituição. A saída encontrada pela universidade foi tratar desiguais de forma desigual. O aluno oriundo da rede pública tem 30 pontos a mais no vestibular. Se for negro ou indígena tem mais 10. Com isso além do número de alunos da escola publica, também houve o aumento de negros na Unicamp. A USP é uma universidade elitista e coloca o problema na queda do ensino público. Nisso ela está certa, pois depois de 11 anos de governo tucano no estado, caiu muito o nível educacional público em São Paulo. Agora a USP é uma instituição pública e TODOS têm o direito de estudar lá. Não somente quem fez escola privada e passou no vestibular pelo mérito de ter nascido rico. Pelo sistema de avaliação do vestibular, passam os mais adestrados a colocar o x no lugar correto. Para se preparar para isso é necessário pagar escolas com mensalidades altas. O vestibular não mede o grau intelectual e de capacidade do aluno. Dessa forma a USP continua tratando de forma igual pessoas que são desiguais, reservando vagas para alunos de escolas privadas. É necessário a sociedade discutir essa particularidade e acabar com a hipocrisia reinante nas classes de alta renda que são contra a política de cotas. E elas são representadas politicamente pelo PSDB e PFL. Afinal são eles que estão dificultando a aprovação do sistema de cotas nas universidades federais.


Secos & Molhados

- Tucanaram a rebelião. Rebelião na prisão de Mirandópolis no interior de São Paulo, de responsabilidade do governador tucano Geraldo Alckmin, durou 3 dias com 19 reféns e não foi noticiado pela imprensa. Só apareceu na mídia quando a rebelião tinha acabado. Parece que os cursos de jornalismo da Universidade de Navarra aplicados no Brasil têm Joseph Goebbels como guia.


- Não ampliou e piorou. A avaliação do grau satisfação do sistema de transporte de ônibus
na cidade de São Paulo, caiu de 61% para 52%, segundo a Associação Nacional do - Transporte Público (ANTP). Os motivos principais foram à superlotação dos ônibus e o aumento da tarifa de R$ 1,70 para R$ 2,00. Dessa forma José Serra está se candidatando a ser o pior prefeito que a cidade já teve.

- Desespero tucano - Frase do ave de mau agouro FHC “A imprensa tem de exagerar. Se não exagerar não acontece nada”.

- Ópera bufa – A ave de mau agouro conhecido como FHC sempre tentou encarnar a figura de um estadista e de mandatário. Triste ilusão, nem uma coisa nem outra. O FHC tem hoje a maior taxa de rejeição no eleitorado brasileiro que não esquece os 8 anos de desgoverno da triste figura (apesar de dizerem que brasileiro tem memória curta). Como um bufão em desespero pelo resultado das últimas pesquisas eleitorais ele usou a cumplicidade da mídia para atacar o governo. O tiro saiu pela culatra e constrangido os tucanos querem que ele saia de cena. Como diria a música do conjunto Os Originais do Samba: “falador passa mal rapaz, falador passa mal”.

- Reduziu e piorou – O Serra está fazendo escola, no mal sentido, pois o Alckmin reduziu os bônus dos professores das escolas estaduais do estado de São Paulo. Alguns não receberam nem o piso estipulado, outros receberam apenas 1/3 do que esperavam. Os professores se mataram de trabalhar, não faltaram, foram até trabalhar doente, pois quem tira licença médica não tem direito ao bônus e tomaram um calote. Governo tucano é assim não dá para confiar. E tudo isso tendo a mídia como cúmplice.

-Caridade com o chapéu alheio. Quem ganhar a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) na ação entre amigos entre tucanos e empresários, que chamam de privatização, mas quem conhece os meandros do processo chama de privataria, será eternamente grato ao Alckmin. Afinal uma mão lava a outra ou é dando que se recebe. O resultado prático disso são milhões de “doações” para campanhas do PSDB. Tudo com a utilização do erário público.

Bomba atômica – Depois do Irã anunciar que vai parar de usar o dólar nas transações comerciais, principalmente na venda de petróleo, a Síria também está anunciando que vai abdicar da moeda estadunidense nas suas transações comerciais. Isso poderá fazer com que o dólar desabe no mercado internacional, levando a uma crise financeira de incrível proporção e difícil de mensurar, arrasando os Estados Unidos. Uma das causas da invasão do Iraque, segundo algumas fontes, foi justamente o fato do país ter parado de aceitar o dólar na venda de petróleo.

Licença para matar – O TJSP deu um recado muito claro aos que fazem o jogo sujo para a elite. Podem continuar fazendo porque se for condenado em primeira instância, o tribunal os liberará. Não é a primeira vez que tal fato ocorre, o mesmo tribunal isentou de culpa o secretário tucano Saulo de Castro e vários policiais militares na farsa da Castelinho. Isso estarrece quem luta pelos direitos humanos no Brasil e mancha a imagem do país no exterior.



Contraponto

O senador tucano Arthur Virgílio levantou suspeitas sobre a última pesquisa CNT/SENSUS. Parece que de manipulação eleitoral ele entende muito. Agora está explicado porque o Serra apareceu na frente do Lula nas pesquisas anteriores.


Boas Novas

- Classe C vai ao paraíso. Devido à estabilidade da economia, ao aumento do poder de compra e do crédito a classe C, representada por quem tem uma renda familiar de R$ 1.800,00, está aumentando o seu consumo, conforme pesquisa de uma empresa de consultoria. Eles estão consumindo televisores de 29”, celulares e máquinas digitais. Esse dado serve para calar os críticos que falavam que o Governo Lula não estava seguindo o seu programa. O aumento no consumo de massas é parte integrante do programa do PT à presidência da República.

- Inflação. Inflação desaba em fevereiro, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas.

-Melhoria da renda. A renda do trabalhador cresceu 3,4% em 2005, segundo o IBGE.

- Política externa. Foi um gol de placa do governo Lula ao ter coragem de enviar forças de paz ao Haiti para estabilizar esse país. Somente com a presença das tropas e da diplomacia brasileiras é que à vontade do povo haitiano foi garantida com a proclamação do presidente eleito René Préval. Dessa forma o Brasil passa de mero expectador no mundo globalizado como era no governo anterior para o de um ator ativo, um player no cenário internacional.

- Universidade para todos - Meta do governo é criar 10 universidades federais e 42 novos campi, no interior e na periferia das capitais até 2007. A proposta é investir R$ 600 milhões em 68 municípios. Somente um governo popular e democrático para expandir o ensino superior público e gratuito por todas as regiões do país. No governo anterior dos dotôs não foi aberta uma única universidade.

-Ciência & tecnologia. Os fundos setoriais se destinam ao financiamento de Ciência & Tecnologia (C & T). Todos os países do mundo que têm um projeto de desenvolvimento aplicam bastante recurso na área. Em 2005, no governo Lula, esses fundos investiram R$ 828,1 na pesquisa do Brasil. Isso representa 131% a mais do que o governo anterior aplicou em 2002 (R$ 358,4). Junto a isso o BNDES reservou R$ 300 milhões para aplicar na área, com taxa de juros de 6% ao ano. O investimento na pesquisa é parte da política industrial do governo do PT.

Frases

“FHC não sabe sair de sua biografia, porque FHC não tem vida emocional, pessoal, afetiva. FHC é um currículo acadêmico autista, fechado em si mesmo. FHC é uma caricatura”.
Caia Fittipaldi, no artigo Direita volver.

“A prova é muito difícil, com coisas próprias pra cursinhos. Tem muitas pegadinhas, é aquela velha decoreba. No fim das contas, é um vestibular que é medido por condições financeiras e exclui de toda a forma os alunos da rede pública”.
Vanessa Cristina, vestibulanda não aprovada na Fuvest, na Folha de São Paulo de 15/02/2006.

“FHC é um mestre em sedução, de jornalistas inclusive”.
Mino Carta, na revista Carta Capital Nº 380.


“Ricardo Sérgio, que controlava os fundos e se acertava com André Lara Resende, que tinha sido sócio de Pérsio Arida, que era sócio de Dantas. Arida, que vivia com Elena Landau, que formulou o programa de privatização e virou consultora do Opportunity. O Opportunity, que amealhou uma fortuna, contratou a kroll, grampeou concorrentes e ameaça a República...”
Sergio Lirio, revista Carta Capital Nº 380, acerca da privatização da Telebrás ocorrida no governo FHC.

“Para uma lista tão falsa, tem muita pena arrepiada”.
“A pesquisa CNT/Sensus tirou o bom senso do tucanato. Só os peixes mortos seguem o curso do rio”.
Senadora Ideli Salvatti

“A imprensa representa nos dias atuais o que os militares representaram no golpe militar de 1964”
Valter Pomar, em entrevista ao jornal Valor Econômico.







Poesia

· Chega de Saudade
· ( Vinícius de Moraes/Tom Jobim )

· Vai minha tristeza
· E diz a ela, que sem ela
· Não pode ser,
· Diz-lhe numa prece

· Que ela regresse
· Por que eu não posso mais sofrer
· Chega de saudade,
· A realidade é que
· Sem ela não há paz, não há beleza
· É só tristeza, melancolia,
· Que não sai de mim, não sai
· Mas se ela voltar, se ela voltar
· Que coisa linda
· Que coisa louca
· Pois há menos peixinhos a nadar
· No mar
· Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
· Dentro dos meus braços
· Os abraços hão de ser
· Milhões de abraços apertados assim
· Colados assim,
· Molhado assim,
· Abraços e beijinhos
· E carinhos sem ter fim
· Que é prá acabar com esse negócio
· De você viver sem mim
· Não quero mais esse negócio
· De você viver sem mim,
· Vamos deixar desse negócio
· De você viver sem mim


Recado aos Petistas

“Nada de tristeza, nada de euforia, mas nada de pessimismo. Maturidade política, bom senso e vontade de brigar é o que não pode faltar a um petista neste momento histórico. Meus parabéns a todos vocês”.
Presidente Luis Inácio Lula da Silva, na comemoração dos 26 anos do Partidos dos Trabalhadores em Brasília.

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