terça-feira, fevereiro 07, 2006



Petrobras seria "retalhada"

Gabrielli: Perspectivas da Petrobras eram sombrias no governo FHC

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, rebateu nesta segunda-feira, no Espírito Santo, as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que a auto-suficiência em exploração de petróleo a ser alcançada pela companhia ainda neste primeiro semestre seja fruto de investimentos de governos passados.Segundo Gabrielli, quando a atual administração assumiu, as perspectivas da empresa eram sombrias. "Havia um processo deliberado de retalhar a companhia, ao que tudo indicava, para facilitar a sua venda em pedaços. Mas essa orientação foi revertida a partir de 2003, e a Petrobras voltou a ser estruturada como um sistema integrado e corporativamente unificada".Falando por ocasião de solenidade de inauguração de quatro grandes empreendimentos da Petrobras na região norte do Espírito Santo, Gabrielli destacou o crescimento da companhia nos últimos três anos e os resultados operacionais e financeiros do período.As informações sobre as declarações de Gabrielli em Vitória foram divulgadas em nota distribuída pela empresa. Segundo a nota, ele lembrou que, em três anos, a empresa apresentou crescimento em todos os seus segmentos e se consolidou no mercado de capitais, "como demonstra o aumento do seu valor de mercado, de R$ 60 bilhões em 2002 para R$ 204 bilhões no início do primeiro mês de 2006".O presidente da Petrobras lembrou que, na troca de administração, as áreas de exploração e produção, após quatro leilões realizados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), eram declinantes. Segundo ele, a escolha de Guilherme Estrella, "um geólogo respeitável nacional e internacionalmente no setor", para a diretoria de Exploração e Produção, modificou essa trajetória. "Ampliamos nossa participação nos leilões e hoje constituímos um portfólio de exploração que garante a auto-suficiência do país não apenas até 2007 ou 2008, mas para horizonte mais longo, com excelentes perspectivas de resultados positivos na exploração".
Longo prazo
Gabrielli enfatizou o fato de hoje a empresa possuir 131 blocos exploratórios, enquanto em 2002 contava apenas com 58 áreas arrematadas nos leilões da ANP. "Uma empresa de petróleo tem que pensar a longo prazo, uma vez que sua principal riqueza além da capacidade tecnológica para superar desafios, é a disponibilidade de áreas para exploração e desenvolvimento da produção".Com isto a Petrobras conta com uma carteira de mais de 30 projetos de desenvolvimento da produção envolvendo cerca de 55% dos investimentos totais da companhia no Brasil até, que serão de US$ 49,3 bilhões. Gabrielli falou da construção da nova refinaria do Nordeste, projeto em parceria com a Petroleo de Venezuela S.A. (PDVSA), "o que não acontecia no país desde 1980", e destacou a construção de 42 navios petroleiros. "O mais relevante é que todos os empreendimentos aprovados pela atual administração da companhia envolvem conteúdo nacional de no mínimo 60%, contribuindo para o fortalecimento da indústria nacional e para a geração de milhares de empregos no país".De acordo com a nota, Gabrielli lembrou também os impasses encontrados para tocar os projetos de construção das plataformas P-43, P-48 e P-50 - em vias de irem para arbitragem internacional e atrasando a entrada em produção. "Uma das primeiras providências da nova administração foi ousar para resolver os impasses e concluir a construção destas unidades, que representava uma capacidade de produção de 480 mil barris por dia, um quarto do volume necessário para atingirmos a auto-suficiência".Gabrielli afirmou que a diretoria resolveu os impasses com os fornecedores, sem necessidade de recorrer a arbitragem e colocou as plataformas P-43 e a P-48 para produzir 300 mil barris diários. "Estamos ultimando agora a entrada em operação da P-50, para dar ao Brasil mais 180 mil barris/dia de petróleo e garantir a auto-suficiência".Depois de destacar que as reservas provadas da companhia aumentaram nesses três anos de 11 bilhões para quase 15 bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural), Gabrielli considerou natural que a possibilidade de auto-suficiência ainda este ano desperte os sentimentos mais variados."Naturalmente, nesse momento vitorioso, muitos são os que reivindicam para si o mérito. Muitos foram os que, ao longo de 53 anos, contribuíram decisivamente para que esse momento se materializasse, especialmente o corpo técnico da Petrobras, cujo empenho e competência foram fundamentais para chegarmos até aqui. Mas é preciso reconhecer a importância da orientação que se dá à companhia".

Agência Brasil

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