sexta-feira, outubro 29, 2010

Todos teremos MUUUUUUUUUUUUUUUITAS SAUDADES dessses felizes anos e tão potentes anos Lula

Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita ao navio plataforma “FPSO Cidade de Angra dos Reis” para início da produção de petróleo da camada pré-sal no Campo de Tupi, da Bacia de Santos
Rio de Janeiro-RJ, 28 de outubro de 2010(distribuído pela Presidência da República, no Twitter e em http://www.imprensa.planalto.gov.br/download/Informe_da_Hora/pr2123-2@.doc)
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         Eu, pelo contrário, pelo contrário, ô Estrella, eu fico muito feliz porque... eu já estava feliz porque a Petrobras aprendeu... todas as vezes que eu venho aqui na Petrobras, eles fazem uma luvinha para mim, aprenderam a cortar o dedinho. Antes o dedo ficava pendurado aqui e eu ficava mexendo nele. Então, teve alguém que, de forma muito gentil, resolveu cortar o dedinho da luva e costurar. Então, toda luva que eu tenho agora, tem o dedinho cortado.
         Obviamente que eu fico muito feliz de ser lembrado e ter meu nome ligado a uma coisa que, para mim, é sagrada. Vocês sabem que eu vejo a Petrobras mais do que uma empresa. Vocês, não sei como é que vocês veem a Petrobras, mas eu acho que a Petrobras, ela é a afirmação de uma nação, ou seja, a Petrobras é a prova mais contundente de que o brasileiro é capaz, de que o brasileiro é inteligente, de que o brasileiro não é de segunda classe. Quando a gente quiser ter orgulho de alguma coisa deste país, que a gente tiver dúvida, a gente lembra da Petrobras. A gente lembra da Petrobras, a gente lembra dos seus engenheiros, dos seus funcionários, dos seus geólogos, ou seja, a gente lembra do pessoal que é a razão maior do orgulho. Mais do que o carnaval, mais do que o futebol, a Petrobras é a certeza e a convicção de que este país será uma grande nação. Não tem como este país não ser... Um país que tem engenheiros, geólogos, geógrafos, pesquisadores de todas as... de todos os níveis, capazes de fazer uma empresa desta magnitude, capazes de ir lá no fundo e encontrar os meus nove dedos, aí, significa que nós podemos muito mais.
         O Brasil... eu digo sempre que o Brasil jogou fora o século XX. Não é que jogou fora, nós não soubemos aproveitar corretamente o século XX, ou seja, as oportunidades apareciam, a gente jogava fora, muitas vezes por descrença, muitas vezes por descrença, por complexo de inferioridade, afinal de contas, nós somos uma nação colonizada e sempre que uma nação é colonizada, ela demora mais para ter autoestima, ela demora mais para acreditar em si própria.
         E eu acho que nós... o século XXI será inexorável. Eu dizia na ONU uma vez que o século XIX foi dos europeus, o século XX foi dos Estados Unidos e, no final, uma parte para a China, e o século XXI é inexorável: é o século do Brasil e é o século da América Latina, podem ficar certos. Então, eu sou agradecido porque eu acho que a Petrobras, ela será sempre uma espécie de guia do crescimento do Brasil, ou seja, se a Petrobras não estiver bem, o Brasil não estará tão bem. Mas se a Petrobras estiver bem, eu acho que o Brasil estará sempre muito bem.
         Portanto, meus agradecimentos, isto aqui será guardado com um orgulho imenso, saber que alguém jogou minha mãozinha de nove dedos 118 milhões de anos atrás, e eu sou... eu fico feliz pela lembrança. Pelo contrário, em vez de ficar magoado, eu fiquei muito feliz de vocês terem lembrado desses nove dedos aqui, que ajudaram a construir um pouco a história que estamos vivendo agora.
         Então, parabéns à Petrobras. Eu fiz questão... põe naquele... eu fiz questão de vir aqui hoje... eu sei que ontem foi meu aniversário, e eu... para mim era uma questão de oportunidade de vir aqui. Eu acho que essa descoberta do pré-sal tem uma coisa tão importante para o Brasil, é uma oportunidade tão extraordinária, que eu não queria terminar o meu mandato sem... eu não vim aqui por medo, a primeira vez. É bom lembrar, porque muitas vezes... Não, muitas vezes se coloca a ideia de que o Presidente tem que ser corajoso. Eu, na verdade, saber que pegar um helicóptero, andar 300 quilômetros mar adentro, não é... minha coragem não chega a ser que nem a de vocês.
         Mas eu, agora, resolvi vir. Tentei vir no marinho... no navio, no porta-aviões, mas também ele está consertando já há muito tempo, não deu para vir. A ideia era sair de lá à noite e vir comendo um churrasquinho, chegar aqui e parar aqui perto. Não deu. Eu falei: eu vou de helicóptero mesmo, vou de helicóptero. Ontem eu fiz aniversário, bebi menos do que devia porque eu precisava estar inteiro para fazer esta viagem aqui hoje, e eu jamais deixaria o meu mandato sem colocar os pés aqui em Tupi para ver esta coisa que eu acho que é a consagração dos nossos filhos, dos nossos netos, dos nossos bisnetos e do Brasil como um todo.
         Parabéns à Petrobrás! Parabéns, Gabrielli! Parabéns ao nosso querido companheiro Estrella, porque a gente fala de geólogo, geólogo, mas a gente lembra... eu não esqueço nunca da cara do Estrella no dia em que ele entrou na minha sala para mostrar a descoberta do pré-sal. Eu não esqueço nunca, ele e o Gabrielli, o orgulho com que ele falava, mostrando cada coisa para mim, cada cor, o que significava ali, e a gente não tinha nem certeza se a gente ia ser tão rápido, se ia acontecer tão rápido o que está acontecendo hoje.
         Então, parabéns, Gabrielli, parabéns aos diretores da Petrobras, parabéns aos funcionários da Petrobras, e eu acho que hoje o Brasil inteiro está de parabéns porque é o começo de uma nova era no nosso país.