domingo, outubro 24, 2010

Ataque bárbaro, selvagem a acampamento de sem-terra na Bahia


 Rita Machado 
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“Chame o Lula” e “Chame o Wagner”

PM baiana ataca assentamento em Ilhéus
Lideranças do assentamento de pequenos produtores de Cacau “Dom Helder Camara”, denunciam que o assentamento foi invadido na noite de sábado (23/10) pela polícia militar de Ilhéus.A sede do assentamento foi ocupada por policiais armados, que barbarizaram homens, mulheres e crianças. Os assentados encontram-se em estado de choque e desespero.
Pegaram a líder espiritual do acampamento, a algemaram e a arrastaram por uns 500 metros até um formigueiro onde ela foi atacada pelas formigas. Tortura primitiva. Os policiais justificaram sua ação com argumentos religiosos, ou seja, a necessidade de tirar o demônio incorporado na companheira e que teriam ido ao acampamento para libertá-los de Oxossi, que ali estaria. Os membros do assentamento são todos negros e pobres, seguidores do Candomblé.
Essa é a tolerância do fundamentalismo religioso da elite branca incorporado ideologicamente por policiais negros. Eles não aceitam outras religiões, principalmente as dos pobres, negros, índios. Lembre-se da canção “Haiti” de Caetano e Gil…
Fato é que o ataque ao assentamento começou com a prisão de dois jovens na cidade de Ilhéus. Os policiais teriam prometido aos jovens que se eles dissesem que no asssentamento havia drogas, seriam libertados.
É a criminalização dos movimentos sociais em sua forma mais banal e brutal.
No meio de toda a confusão, o comandante da operação gritava para o líder do assentamento: “Chame Lula agora!”.
Levaram a líder comunitária e espiritual para a delegacia onde ela foi encarcerada em um cela com homens, correndo o risco de ser violentada. Por sorte, os presos parecem ter mais dignidade que certos policiais e nada fizeram com a companheira. No distrito diziam para a agredida: “Chame Wagner!”, em clara evidência de desrespeito às autoridades civis legal e democraticamente estabelecidas.
Neste momento os companheiros do Sindicacau (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Moageiras de Cacau) estão acompanhando os assentados agredidos levando-os para fazer exame de corpo delito, registrar boletim de ocorrência na polícia civil e fazer denúncia junto ao Ministério Público.
O episódio de Ilhéus reúne em um só ataque todos os elementos da campanha dos nazi-fascistas: religião, drogas, violência, preconceito, luta de classes e intolerância. Não é por acaso que a única atacada fisicamente seja uma MULHER, NEGRA e Líder religiosa do Candomblé.
Voltamos ao tempo da escravidão!!!
Por favor, divulguem a notícia, através de todos os meios que vocês tenham a sua disposição, a história dos assentados em Ilhéus. Espalhem isso para todo mundo. É uma prova real da apelação da direitona fascista e de que há muita coisa em jogo nestas eleições presidenciais.
Imaginem quantos outros assentamentos estão sendo invadidos neste momento e que não tem como divulgar os ataques que estão soffrendo.
As lutas na Av.Paulista ou em Copacabana são extremamente importantes, mas não podemos nos esquecer de nossos irmãos que lutam pelos rincões do país e não contam com nenhum tipo de cobertura jornalística ou noticiosa.
Divulgar o ocorrido é defender a Liberdade de Expressão e todas demais LIBERDADES que estão sofrendo ataques dos reacionários e ditadores.
Enviada por Sérgio Bertoni, às 12:59 24/10/2010, de Ilhéus, BA
 

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