terça-feira, novembro 08, 2005


PT entra na Justiça contra revista Veja

O Partido dos Trabalhadores entrou ontem com ação ordinária de reparação por danos imateriais contra a Editora Abril, empresa responsável pela publicação da revista Veja. A ação, que foi ajuizada no Fórum Distrital de Pinheiros, em São Paulo, sustenta que desde janeiro deste ano, a revista vem repetindo capas que ofendem a imagem e o nome do PT e que não têm apoio na realidade dos fatos.
O processo cita oito capas que "tentam macular a imagem e o nome do PT como partido composto de quadros incompetentes ou corruptos". Entre elas as edições nº 1927, de 19/10/05, "Um fantasma assombra o PT"; e nº 1929, de 02/11/05, "Os dólares de Cuba para a campanha de Lula".
Na avaliação do deputado Fernando Ferro (PT-PE) a ação se fez necessária porque tem sido recorrente na revista as agressões de conteúdo político e a prática de um jornalismo que desrespeita o direito de se ouvir as partes envolvidas. "Não dá para se ficar assistindo a agressões de todo tipo e o PT quer a responsabilização penal da revista por danos políticos e morais", disse. Para o deputado, a revista ataca de maneira generalizada as forças de esquerda com uma clara conotação ideológica.
Na avaliação do deputado Ferro a Veja contribui para uma linha de desqualificação política que pode se assemelhar a uma tentativa de golpe que já se viu em outros momentos políticos do país e de outros governos populares. Ele citou edição da revista que divulgou precipitadamente golpe contra o presidente Hugo Chávez, na Venezuela, quando ele já tinha voltado para o poder.
Para o deputado Carlito Merss (PT-SC) a representação contra a revista se fez necessária "porque é preciso respeitar os limites". "A Veja rompeu os limites aceitáveis e deixou evidente que seu objetivo não é o de fazer jornalismo, apenas campanha contra o PT". Carlito lembrou que esta postura da revista se repete desde que o presidente Lula assumiu o governo.
De acordo com o parlamentar petista, a editora Abril tem uma "evidente ligação com o PSDB, inclusive financiou a campanha de 2002 do líder tucano, Alberto Goldman".
Ofensas - Na ação o PT argumenta contra cada uma das capas e alega que, de forma sucessiva, elas "constituem um robusto conjunto de ofensas claramente destinadas a grafar negativamente a imagem do partido e seus militantes, sem apego concreto com a realidade fática contida nas respectivas matérias insertas no corpo das revistas".
O texto da ação ressalta, ainda, que é incalculável o poder de disseminação dos danos causados pelas referidas capas uma vez que, além dos leitores e dos assinantes, a revista é reproduzida livremente em jornais, rádios, televisões, sites da internet e demais meios de comunicação.

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