quarta-feira, novembro 23, 2005


Felício: criação da Fetraf-Brasil consolida sonho

O presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), João Felício, afirmou que a criação da Fetraf-Brasil (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Brasil), oficialmente fundada durante o 1º Congresso Nacional da Agricultura Familiar, que teve início ontem (22), em Goiás, é a consolidação de um sonho. A Federação representa 750 mil famílias."Com certeza vocês praticam no campo os princípios de fundação de nossa central sindical, que são a solidariedade, a autonomia e a organização sindical", disse Felício aos cerca de mil agricultores que participam do encontro até sexta-feira (25). A CUT foi fundada em 1983, em São Bernardo do Campo (SP), durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora.João Felício convocou os trabalhadores rurais reunidos em Luziânia (GO) a participarem intensamente do processo eleitoral em 2006: "Com certeza, vamos apoiar o candidato da frente democrática". Ele afirmou que o sindicalismo praticado pela CUT não é um sindicalismo neutro. ComparaçãoO ministro José Fritsch, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, também comparou a criação da Fetraf à fundação da CUT.
"Por caminhos e descaminhos, os trabalhadores rurais de nosso país passaram por várias organizações e conquistaram inúmeros projetos", afirmou Fritsch em seu discurso. "Podem contar com a minha solidariedade. Entendo que o que está se fazendo hoje talvez seja histórico, como foi a criação da CUT", destacou. O ministro disse ainda que, em concepções anteriores, a agricultura familiar era foco apenas de políticas assistencialistas. E lembrou que o objetivo do atual governo é dar condições para que a agricultura familiar gere emprego e renda.Momento históricoA realização do 1º Congresso Nacional da Agricultura Familiar é um momento histórico, na avaliação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto.
"Este congresso representa o esforço militante de todos vocês. A qualidade da representação política e dos debates preparatórios criam uma base política sindical forte, para que nós possamos avançar mais ainda no processo de conquistas do povo trabalhador do campo deste país", afirmou. E enfatizou: "Os movimentos sindicais não são adversários de um projeto de mudança, são companheiros decisivos".Na abertura do encontro, que reuniu mais de mil agricultores de 24 Estados e convidados de oito países, o ministro lembrou que o governo Lula assumiu, como prioridade para uma estratégia de desenvolvimento do país, o fortalecimento da agricultura familiar e avanços no programa de reforma agrária. O ministro destacou que a safra 2005/2006 recebeu R$ 9 bilhões do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) – três vezes mais que o montante liberado na safra passada. E que os recursos deverão beneficiar 2 milhões de famílias.
"Estamos definitivamente nacionalizando um sistema de crédito que era basicamente concentrado na região Sul", afirmou. Rossetto prometeu que nesta safra será consolidado o direito de acesso ao crédito das agricultoras e da juventude. Depois de lamentar o "inaceitável" padrão de violência no campo, o ministro convocou os trabalhadores rurais para que se mobilizem e pressionem o Congresso Nacional, a fim de que seja definitivamente aprovada a Proposta de Emenda Constitucional 438, contra o trabalho escravo.
A medida foi aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados, em agosto de 2004. Agora, precisa passar pelo segundo turno e voltar ao Senado, devido a alterações no texto.
Agência Brasil

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