sábado, novembro 19, 2005





Petistas debatem rumos do partido e do país

Mais de 300 pessoas lotaram o salão do hotel San Raphael, em São Paulo, para assistir a seminário sobre os rumos do PT e do Brasil, promovido pelas fundações Perseu Abramo e Friedrich Ebert/Ildes neste sábado (19). A audiência, no entanto, foi bem maior: quase 12 mil pessoas acompanharam os debates pela internet, em tempo real, na TV Agência Carta Maior (http://www.agenciacartamaior.com.br/).
O evento reuniu sociólogos, economistas, advogados e dirigentes políticos para refletir sobre temas como estabilidade, projeto de nação e desenvolvimento e ética pública.
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, participou da abertura do evento, assim como o ex-presidente do PT, Tarso Genro, o ministro Fernando Haddad (Educação), membros do governo e do corpo diplomático e parlamentares. O economista João Sayad, expositor convidado para a mesa "A estabilidade que queremos" não compareceu por estar participando de reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento, conforme se justificou em carta. O economista foi substituído por Maurício Borges Lemos, diretor do BNDES.
Berzoini lembrou que, desde o processo de transição administrativa do partido, em que foi secretário-geral com Tarso Genro na presidência, havia discutido a necessidade de requalificar a relação do PT com a Fundação Perseu Abramo. "Esta relação é particularmente estratégica neste momento, não apenas pela avaliação da crise política, mas por estarmos governando o país", disse.
Embora 2005 tenha sido um ano difícil para o partido, houve uma demonstração de renovação e retomada ofensiva com o Processo de Eleições Diretas do PT. "Mostramos que a força do PT é a militância e sua inserção nas organizações sociais", disse. O PT está num processo de balanço de governo, segundo Berzoini, sem ufanismo e sem se submeter às conveniências do governo, para não abrir mão de sua vida interna institucional.
"O Brasil não terá mudanças profundas apenas com crescimento econômico, mas com distribuição de renda, desenvolvimento ambientalmente sustentável e identidade cultural própria", definiu. O dirigente petista destacou também, como opinião própria, o fato de um programa de governo ter como eixo central a Educação. Apesar dessas bases programáticas, Berzoini reconhece que o debate político será feito, também, em torno de resultados. "E será uma disputa feroz, em que teremos que ter grande capacidade de afirmar a derrota da crise econômica de 2002, feita com ousadia e determinação, assim como a superação da crise política deste ano", antecipou.
Aproveitando o raciocínio, Berzoini voltou a dar destaque à campanha de arrecadação financeira lançada pelo partido . "Mais que uma campanha financeira, trata-se de uma campanha de mobilização , focada em pessoas físicas, com o objetivo de encerrar este ano com mais uma demonstração de capacidade de mobilização", ressaltou.
Convergências
O presidente da Fundação Perseu Abramo, Hamilton Pereira, ressaltou o fato do partido estar fazendo este esforço analítico em meio à maior crise de sua história. "Vivemos uma crise que não se resume a um partido, mas uma crise do financiamento da democracia no Brasil", resumiu ele. Para ele, a crise revela que embora o projeto neoliberal tenha sido derrotado em 2002, para uma alternativa de esquerda, o neoliberalismo resiste como perspectiva.
Reiner Radermacher, da Fundação Friedrich Ebert Stiftung, destacou pesquisa da organização náo-governamental Latino Barômetro, que mostra o fracasso da democracia, limitada apenas a processos eleitorais e distante dos demais aspectos da vida dos cidadãos. Apesar disso, cada vez mais organizações da sociedade civil se formam, mostrando também que "é mais fácil se fazer ouvir pelos governos em pequenos grupos organizados do que como multidão calada". Radermacher também ressaltou a importância que o debate, "às vezes em demasia", tem como diferencial na relação do PT com sua militância e a sociedade civil.

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