sexta-feira, novembro 11, 2005



CPIs e VEJA,
a tabelinha da baderna tucana




Vladimir Poleto nega repasse de dinheiro cubano

O economista Vladimir Poleto, ex-servidor da prefeitura de Ribeirão Preto, disse ontem durante depoimento à CPI dos Bingos que foi coagido pelo jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja. Segundo a publicação, Poleto teria participado de uma suposta transferência de dinheiro enviado de Cuba para a campanha do presidente Lula. Poleto disse que sofreu constrangimento pessoal por parte do jornalista da Veja, para que assumisse a participação no transporte de caixas de bebidas onde estaria escondido dinheiro supostamente enviado de Cuba. O economista disse que a matéria Veja "é mentirosa". Ao final do depoimento, a CPI dos Bingos aprovou requerimento para que o Ministério Público e a Polícia Federal investiguem Poleto por falso testemunho. O advogado Rogério Buratti, ex-assessor da Prefeitura de Ribeirão Preto, também negou a participação na suposta transferência de dinheiro. Citado na mesma matéria da Veja, Buratti afirmou que foi apenas consultado por Ralf Barquete sobre a suposta transferência. Barquete foi secretário de Finanças de Ribeirão Preto na gestão de Antonio Palocci. "Nunca tive conversa com o ministro (da Fazenda, Antonio) Palocci sobre esse assunto e não ajudei em nenhuma operação", ressaltou. O PT está processando Veja por danos materiais e morais.

Fontana critica prorrogação dos trabalhos da CPMI dos Correios

O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), criticou ontem a prorrogação dos trabalhos da CPMI dos Correios por mais 120 dias. "Para mim, é uma tentativa da oposição de garantir, agora sim, um palanque eleitoral para as vésperas das eleições do ano que vem", disse. Segundo ele, se quiser trabalhar seriamente ao longo de toda a semana, a CPMI pode concluir os trabalhos até 15 de dezembro, a data prevista para o encerramento dos trabalhos. "Nesse período, é possível investigar o que falta e aprofundar os relatórios". "Fontana disse que não se quer cercear os trabalhos da CPMI, mas alertou que ninguém é ingênuo para deixar de observar a motivação política da oposição para transformar os trabalhos em palanque eleitoral. "Sabemos que uma investigação parlamentar tem como um dos componentes a luta pelo poder. Isso é evidente e fica claro pela posição daqueles que querem prorrogar a CPMI". "O líder petista disse que a CPMI, em quase seis meses de trabalho, já quebrou sigilos bancários, fiscais e telefônicos, com avanços nas investigações. "Agora é hora de concluir os trabalhos e entregar toda a documentação à Polícia Federal e ao Ministério Público". Para Fontana, o Congresso Nacional deve ser ferramenta auxiliar dessas duas instituições cuja finalidade principal é a investigação. Fontana utilizou o mesmo raciocínio para posicionar-se contra a prorrogação dos trabalhos de duas outras comissões em curso - a da Compra de Votos e a dos Bingos. O petista disse que a atuação da CPI dos Bingos "vem sendo totalmente inconstitucional, investigando tudo aquilo que ela imagina que pode prejudicar o governo Lula ou atacar o PT". Eu a chamaria de CPI anti-PT e anti-Lula. Este é o nome real da CPI dos Bingos: a CPI do fim do mundo", afirmou. "Segundo Fontana, a CPI vem sendo utilizada como palanque eleitoral. Foi lá que se ouviu recentemente o ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, preso acusado de vender sentenças judiciais. "A CPI ouviu um presidiário, preso durante o governo Lula e que comandava uma quadrilha que vendia sentenças judiciais. Este ex-juiz e atual presidiário vem à CPI dos Bingos e só tem acusações a fazer contra o PT e o governo Lula. Será que ao longo dos anos que ele comandou essa quadrilha, ele nunca viu nenhum caso que envolvesse outro partido ou outros setores da sociedade?", indagou o líder.

Rands considera relatório tendencioso e incompleto e pede vistas

O deputado Maurício Rands (PT-PE) considerou "tendencioso e incompleto" o relatório parcial sobre movimentação financeira do empresário Marcos Valério de Souza foi considerado. Ele pediu vistas do parecer apresentado ontem pelo sub-relator de fontes financeiras da CPMI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Com isso, o texto que pede o indiciamento do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e de Marcos Valério só será discutido e votado na sexta-feira da próxima semana (18). Segundo Maurício Rands, o sub-relator agiu com parcialidade ao concentrar o parecer apenas no período de 2003 a 2004 e nos erros cometidos por setores do PT. "O esquema de financiamento de campanha via empresas de Marcos Valério começou em 1998, com o envolvimento do PSDB de Minas Gerais. A CPMI dispõe de documentos e depoimentos que comprovam isso. No entanto, os fatos foram ignorados para dar a entender que o esquema foi inaugurado com o PT", afirmou Rands. O deputado petista sugeriu que sejam incluídos no relatório dados relativos ao depoimento do tesoureiro da campanha para reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais em 1998, Cláudio Mourão. Maurício Rands destacou que o pedido de vistas não significa blindagem ou proteção a Marcos Valério ou a Delúbio Soares. "O que queremos é a complementação do parecer. Sobre o indiciamento, a CPMI já dispõe de documentos suficientes para pedir o indiciamento dos dois", dissed. O relatório recomenda que Ministério Público e Polícia Federal indiciem Delúbio Soares e Marcos Valério por falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude na lei de licitações, tráfico de influência entre outros. Delúbio, segundo o sub-relator, deverá responder também por crime eleitoral.

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