quinta-feira, novembro 24, 2005


Taurus e CBC doaram R$ 5 milhões à campanha do "Não"
O jornalista Josias de Souza apurou que a campanha do “Não”, vitoriosa no referendo do último dia 23 de outubro, que se opôs à proibição do comércio de armas no país, foi financiada por dois gigantes do comércio nacional de armamentos e munições: Taurus (maior da América Latina, com sede em Miami) e a CBC (Cia Brasileira de Cartuchos). Juntas, as duas empresas doaram à "Frente do Não” mais de R$ 5 milhões.

O custo total da campanha do “Não” foi de cerca R$ 5,6 milhões.
A contabilidade da “Frente do Sim” exibe realidade bem diferente. Derrotada nas urnas, perdeu também no front da coleta de verbas. Angariou cerca de R$ 2,4 milhões, menos da metade do que foi arrecadado pela frente adversária. Terminou a campanha no vermelho com dívida de cerca de R$ 320 mil. Seus integrantes não sabem de onde vão tirar esse dinheiro.

Terminou nesta quarta-feira o prazo para a entrega da prestação de contas das duas frentes ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A deficitária “Frente do Sim” cumpriu o prazo. A superavitária “Frente do Não” pediu tempo ao tribunal. Pretende fechar a sua escrituração na próxima semana.

Ouvidos pelo blog, parlamentares que integraram as fileiras do “Não”, integrada por 142 parlamentares, declararam-se constrangidos ao saber que a campanha foi bancada por indústrias de armamentos. O próprio presidente da Frente, deputado Alberto Fraga (PFL-DF), disse: “Não queríamos isso. Mas o volume de dinheiro era grande e não tivemos como cobrir essas despesas com outras doações”. Segundo ele, 95% do dinheiro arrecadado financiou a produção do programa televisivo da frente, comandado pelo publicitário Chico Santa Rita.

Secretário-geral e tesoureiro da “Frente do Sim”, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), pensa de outro modo: “Fica comprovado que os que foram favoráveis ao comércio de armas, a pretexto de defender um direito do cidadão, estavam defendendo na verdade o lucro das empresas de armamentos. A máscara caiu.”

As doações à campanha do "Sim" foram mais diversificadas. Alguns exemplos de doadores: Ambev, com cerca de R$ 400 mil; CBF (Confederação Brasileira de Futebol), R$ 100 mil; e Prestadora de Serviços Estruturar, R$ 400 mil.

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