terça-feira, novembro 29, 2005



FGV aponta "queda espetacular no índice de pobreza"

A taxa de miséria no país atingiu em 2004 seu nível mais baixo desde 1992, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio), apresentada na última sexta-feira (25/11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).O índice caiu 8% de 2003 para 2004, redução fortemente influenciada pela queda na distância entre os ricos e pobres no Brasil, registrada por três anos consecutivos. Somente em 2004, a desigualdade caiu duas vezes mais do que no ano anterior. A Pnad demonstra, a partir de avaliação do Centro de Políticas Sociais do IBGE, que a renda domiciliar per capita de todas as fontes (trabalho, aluguéis, programas sociais e outros componentes que integram o rendimento de uma família) teve aumento real.Primeira instituição a revelar o aumento da pobreza ocorrido em 2003, a FGV (Fundação Getúlio Vargas), com base na Pnad 2004, reafirma os avanços dos indicadores sociais relativos ao ano passado. "Houve uma queda espetacular no índice de pobreza em 2004, movida pelo aumento da ocupação, redução da desigualdade de renda do trabalho e pelo aumento de transferências focalizadas no Estado", afirma o economista Marcelo Néri, coordenador do Centro de Políticas Sociais.Néri também atribuiu a queda da pobreza ao crescimento econômico do país e listou fatores como estabilidade da inflação, reajuste do salário mínimo, recuperação do mercado de trabalho, aumento da geração de empregos formais e ainda o aumento da presença do Estado na economia. Ele disse também que o aumento da taxa de escolarização da população tem sido fundamental para a redução da desigualdade entre ricos e pobres."Há uma nova geração de programas sociais que está fazendo a sociedade brasileira enxergar que é preciso dar mais a quem tem menos. Entre os exemplos estão o programa Bolsa Família e o programa de aposentadoria rural. A cobertura destes dois programas alcança os bolsões de pobreza das zonas mais distantes dos grandes centros, reduzindo bastante a miséria no país."De acordo com o estudo da Fundação Getúlio Vargas, em 2004, 25,08% da população brasileira vivia abaixo da linha de pobreza, ou seja, ganhava menos de R$ 115 por mês. Em 2003, eram 27,26% dos brasileiros.Néri explicou que, na avaliação da FGV, o Brasil segue em ritmo compatível com o das Metas do Milênio, que busca reduzir a pobreza pela metade em 25 anos (de 1990 a 2015).Após o lançamento da pesquisa, adianta Néri, o Centro de Políticas Sociais da FGV disponibilizará um banco de dados em sua página na Internet (www.fgv.br/ibre/cps)
Confirmação de expectativaSegundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, os dados confirmaram as estatísticas sobre a geração de empregos no governo do presidente Lula. Na cerimônia de abertura da 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, neste final de semana em Brasília, ele destacou que a Pnad reafirma todos os números que o Caged tem demonstrado.A pesquisa revela que o mercado absorveu 2,7 milhões de novos trabalhadores em 2004 – um crescimento de 3,3% em relação ao ano anterior, quando a expansão foi de 1,2 milhão de pessoas. De acordo com o estudo, o nível de ocupação no ano passado superou todos os registrados de 1996 a 2003, embora ainda não tenha retornado ao patamar da primeira metade dos anos 90. A pesquisa também mostrou que em 2004 aumentou em 6,6% o número de empregados com carteira assinada; e o de trabalhadores por conta própria cresceu em 6%. No período, a indústria de transformação registrou o aumento mais expressivo, de 11,6% de empregados com carteira assinada.Distribuição de renda
Marinho afirmou que o resultado da Pnad-2004 indica o início de um processo de distribuição de renda no país. Segundo ele, o maior equilíbrio nas remunerações pode ser notado a partir dos dados do estudo, que mostram que os maiores salários baixaram, e os menores, aumentaram."Existe um processo de retomada da valorização real dos baixos salários. Se você se lembrar do preço do cimento, do arroz, do feijão e do gás em em janeiro de 2003, vamos chegar à conclusão de que os baixos salários tiveram, de fato, um ganho no poder de compra", disse. E destacou que o impulso dado ao crescimento dos menores salários ocorreu devido ao aumento do salário mínimo. Sobre a proposta do relator do Orçamento 2006, deputado Carlito Merss (PT-SC), de aumentar o salário mínimo para R$ 340, o ministro disse que esse seria "um ponto de partida muito interessante". O ministro ressaltou, no entanto, que uma política de valorização do salário mínimo em longo prazo é mais importante do que a discussão do valor. Segundo ele, em 2006 o governo deverá propor uma nova política de reajuste, com abrangência maior do que a de um mandato presidencial. "Nós pretendemos oferecer ao Congresso Nacional, até março ou abril, um Projeto de Lei estabelecendo essa política", afirmou.

Fonte: FGV

VERMELHO
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