quarta-feira, novembro 23, 2005


Al-Jazira lança canal em inglês e vai atuar na América Latina

Rede terá presença na América Latina. A rede de TV Al-Jazira planeja para o primeiro semestre do ano que vem o lançamento de seu canal mundial em inglês, para concorrer diretamente com as redes internacionais CNN (americana) e BBC (britânica). A Al Jazira International vai levar ao ar um programa de entrevistas conduzido pelo ex-porta-voz do Pentágono para a imprensa internacional no Oriente Médio, capitão Josh Rushing, que foi um dos personagens do documentário "Control Room" sobre a cobertura da rede árabe nas semanas anteriores à invasão do Iraque.
O Pentágono já acusou a Al-Jazira de "incitar violência" no Oriente Médio, condenou a apresentação de vídeos com execuções de soldados e a divulgação de imagens de corpos. Alguns de seus jornalistas foram presos em vários países sob acusação de "terrorismo". Rushing provocou irritação no Pentágono pela sua participação no documentário, no qual ele diz que a al-Jazira não distorce mais as informações do que a rede conservadora americana Fox, embora ambas estejam em lados opostos.
Agenda diferente
Mas a rede ganhou credibilidade e influência na região a ponto de os Estados Unidos financiarem o lançamento de uma TV concorrente em árabe. O lançamento do novo canal em inglês, inicialmente previsto para o fim do ano, agora está marcado para o segundo trimestre de 2006, afirma o diretor internacional da al-Jazira, Nigel Parsons. Os objetivos da rede são ambiciosos: atingir via cabo, satélite ou Internet um universo de 30 a 40 milhões de residências em todo o mundo.
A nova rede pretende oferecer uma "agenda diferente" ao público ocidental, cobrindo não apenas países do Oriente Médio e seu relacionamento com os Estados Unidos, mas também as regiões pobres, como a América Latina. A proposta do canal é ambiciosa, com 30 escritórios em todo mundo, 450 funcionários (cerca de 200 jornalistas) e quatro sucursais que vão "ancorar" a programação dependendo do fuso horário.
Imprensa livre
As sucursais que comandarão a programação mundial serão Doha, no Catar (sede da rede), Kuala Lumpur, na Malásia, Washington, Estados Unidos, e Londres, Reino Unido. A cobertura da América Latina será coordenada pela sucursal de Washington, mas a rede planeja escritórios em Buenos Aires, Caracas, Lima e Rio de Janeiro. O diretor do canal de notícias em inglês, Nigel Parsons, confirma a contratação de Rushing. No Oriente Médio, o canal em inglês terá acesso integral ao material da rede em árabe - o canal melhor posicionado para cobertura dos conflitos na região.
Parsons diz que a percepção de que a al-Jazira estimula a violência é restrito a "alguns setores conservadores americanos" e que a rede faz apenas reportagens corajosas. "Acho engraçado que as pessoas sejam a favor da imprensa livre, mas queiram controlar o conteúdo", disse ele. Para a América Latina, Parsons diz que a intenção é cobrir a região com um ponto de vista alternativo - diferente do das grandes potências ocidentais (Estados Unidos e europeus) - em assuntos polêmicos como a campanha dos Estados Unidos contra o presidente Hugo Chávez, da Venezuela, e a influência americana nas constantes turbulências políticas na América Central.
Resultado operacional
Parsons lembra, entretanto, que a relação da América Latina não é tão conflituosa com os Estados Unidos como a do Oriente Médio. "Não queremos ser um canal anti-americano. Vamos tentar cobrir a América Latina com profissionais latino americanos nos dizendo o que é importante para a população da região", afirma. Ele explica que a rede tentará ser mais investigativa, ouvindo a população e não apenas fontes oficiais. Recentemente, segundo Parsons, a área de esportes do canal em árabe tentou comprar direitos de transmissão de alguns campeonatos de futebol.
O emir do Catar, o xeque Hamad bin Khalifa al-Thani, controlador da Al Jazira, não teve que injetar mais recursos para a montagem da rede internacional, segundo o diretor. A expectativa é atingir o equilíbrio do resultado operacional no período de três a cinco anos. O primeiro canal foi aberto em 1996, com investimento de US$ 150 milhões. Os canais atuais, que já incluem um de esportes, além do noticioso em árabe, geram receita suficiente para sustentar a nova empreitada. A empresa ainda tem capital fechado e os investimentos e resultados da companhia não são públicos. "Houve muitos rumores sobre um possível lançamento de ações, mas por enquanto nossas finanças ainda são confidenciais", disse ele.

Com informações do jornal Valor EconômicoVERMELHO
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Imprensa livre é uma piada. Imprensa livre pra eles, é que nem essa aqui do Brasil, livre pra sabotar e dar golpe, fazendo tabelinha com a base golpista no congresso e com os Larry Rothers da vida. AM

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