quarta-feira, maio 24, 2006

VEJA ATRASA O PAÍS


No dia 17 de maio de 2006, a Revista Veja publicou um texto bastante parcial (considera apenas o ponto de vista político-ideológicoda Revista, do qual todos têm conhecimento e sabem a serviço de quê e dequem está!!!) sobre o Software Livre no Brasil, no Governo Federal esobre seus custos de incorporação. Acredita-se que a investida sejasobretudo, mais um ataque organizado, ao Governo Federal, ao governoLula e sua política governamental.

Compartilhamos abaixo um pequeno trecho do artigo (pobre de qualidadejornalística e de elementos esclarecedores à população sobre tãoimportante contribuição como a do Software Liver). Lamentável!!!Segue agora um pequeno trecho do famigerado artigo:“/Saiu na revista Veja desta semana - edição 1956, 17 de maio de 2006:'Opção de Lula pelo software livre atrasa o país: Ao insistir nosoftware livre, o governo deixa de melhorar os serviços eletrônicos aoscidadãos e desperdiça dinheiro.

Um critério para avaliar a eficiência da administração pública é o uso da informática para reduzir a burocracia estatal e facilitar a vida do cidadão. Quatro anos atrás, o Brasil pertencia à elite mundial nesse quesito, à frente do Japão. Brasileiro seram convidados para descrever em congressos internacionais aexperiência nacional com as compras públicas pela internet, com adeclaração on-line do imposto de renda e com o voto eletrônico. Ogoverno Lula mudou radicalmente as prioridades nessa área. Em lugar deampliar as experiências bem-sucedidas, passou a priorizar a implantaçãodo software livre na administração federal. O resultado: o Brasil caiudezenove posições no ranking das Nações Unidas que avalia o uso dainformática pelos governos, ficando atrás do Chile e do México./”/A oposição aos programas comerciais – leia-se aí a Microsoft,fabricante do sistema operacional Windows e a maior empresa mundial desoftware – é uma bandeira do PT. A posição está baseada, em parte, nadesconfiança ideológica que o partido nutre em relação às grandescorporações capitalistas. 'Não podemos depender dos programas vendidospor uma ou outra empresa privada', explica Rogério Santanna, secretáriodo Comitê Executivo de Governo Eletrônico, subordinado ao Ministério doPlanejamento.(...) Em teoria, é uma boa idéia usar e não pagar. Naprática, talvez seja um problemão, sobretudo se o uso se transformar emobrigação. 'Ao optar por um programa, é preciso pesar cuidadosamente osprós e os contras', diz Fernando Parra, presidente da DTS, empresa deSão Paulo que desenvolve softwares e pre sta serviços de tecnologia.'Não se podem tomar, com base em motivos ideológicos, decisões quedeveriam ser técnicas.'/ /A migração para o software livre custou caro para os cofres públicos. O governo federal precisou contratar 2.000 técnicos em informática. Só os salários e os encargos trabalhistas desses programadores ultrapassam 56 milhões de reais por ano – o dobro do que o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, vinculado à Casa Civil, estima que o governo federal economizou com os programas que deixou de comprar em 2004. Nem sempre o software livre é pior que o comercial, mas sua adoção pelo governo brasileiro revelou-se ineficiente. (...)/ /O governo do Paraná envia mensagens para o celular de desempregados informando sobre vagas disponíveis. Em São Paulo, já é possível preencher o boletim de ocorrência policial pela internet e pedir segunda via do documento de identidade. O governo federal nem sequer conseguiu fazer o mesmo com a emissão de passaportes. Um dos principais atrasos refere-se à licitação on-line. O governo federal faz apenas 46% de suas compras públicas – de material de escritório a papel higiênico – pela internet, contra 80% do governo de São Paulo. Em uma licitação on-line, a União informa que bens deseja comprar, e fornecedores de todo o país e do exterior se engalfinham para ganhar a concorrência com o menor preço. O comprador sempre sai ganhando, porque o número de ofertas é muito maior, e a transparência no processo diminui os riscos de corrupção. Se o governo federal tivesse o mesmo padrão de compras on-line que o estado de São Paulo, teria economizado 3 bilhões de reais nos últimos três anos, segundo estudo da FF Pesquisa & Consultoria./ /Em lugar de investir para oferecer serviços aos cidadãos e melhorar a eficiência da máquina burocrática, o governo Lula usou as conquistas eletrônicas da administração anterior em sua desastrada campanha para se tornar líder sul-americano. A conseqüência dessa política foi um banho de água fria nas aspirações comerciais de muitas empresas sediadas no Brasil que desenvolvem software e urnas eletrônicas. A Unisys e a Diebold Procomp, fabricantes de urnas eletrônicas de São Paulo, tinham planos de exportar a tecnologia para os países vizinhos. Em vez de emprestar algumas poucas urnas para fazer propaganda, o governo Lula decidiu bancar as eleições alhei as. Só para o Paraguai foram emprestadas 15.000 urnas para as eleições de 2005 e 2006. A empresa Vesta, de São Paulo, deixou de vender softwares de compras públicas on-line para a Bolívia porque Lula, em seu primeiro ano no poder, resolveu oferecer ao país, de graça, um programa com a mesma função. 'O governo federal não só reinventou a roda com o software livre à custa do contribuinte, como prejudicou a competição no mercado de tecnologia', diz Paula Santos, sócia da Vesta. É a política do software livre contra o livre mercado. /

Segue agora a defesa e contra argumentação do nosso colega e parceiro Sérgio Amadeu, que esteve conosco no ano passado para discutir o Software Livre:A veja não viu? É melhor não ver a Veja. A Veja é um panfleto.

Por Sérgio Amadeu, São Paulo,

A revista Veja novamente divulga uma matéria mentirosa. Chamada O Grátis que sai caro, a matéria procura atacar o avanço do software livre usandoreleases publicitários da Microsoft, empresa monopolista que vaiperdendo seus lucros monopolistas diante do avanço do modelo de softwareaberto.

Como o jornalista Eduardo, o Duda, tem muita experiência sabemos que seu texto não trouxe enganos, mas mentiras:

1. Somente um único Ministério, do Desenvolvimento Agrário, economizouR$ 2 milhões usando aplicações de segurança livres em sua rede. Isto semcontar a economia com suporte e com a estabilidade da rede. Apesar dacampanha da Microsoft, o software livre é muito mais econômico e estável.

2. A Veja contraria as matérias da Info Exame (do mesmo grupo Abril),uma revista técnica e séria, sobre os enormes benefícios do softwarelivre. Quem está mentindo: a Veja ou a Info Exame? A resposta é óbvia. AVeja mente.

3. Nunca se vendeu tanto computador no Brasil por causa do programa PCConectado, devido ao financiamento e aos 26 softwares livres embarcadosnos computadores. Só o Duda não viu. A venda de mais de 450 milcomputadores com software livre fez até que as licenças proprietáriascaissem de preço. A Veja esqueceu que a concorrência gera melhoresprodutos e a redução de custos da tecnologia da informação.

4. Veja não viu que enquanto 69,7% do mercado mundial (mais de 2/3) usaApache, software livre para webservers, menos de 4% dos servidores dogoverno federal seguiam o padrão do mercado. Duda acha normal quando ouso é de programas da microsoft, mesmo que estes produtos sejam maiscaros e mais instáveis. O que o governo federal fez foi quebrar areserva de mercado para produtos de uma única empresa. Hoje, um poucomais de 30% do governo federal utiliza Apache. A economia mal começou.Será que algum lobista pediu para a Veja dar uma força e paralisar aredução de custos do Estado?

5. Duda esqueceu de contar o grande lobby da microsoft sobre o governo.Ele sabia, mas omitiu que o chefe de gabinete da presidência do Serpro,maior empresa de TI do governo, saiu direto de uma empresa pública parao escritório de vendas da microsoft em Brasília. Isto ocorreu no segundosemestre de 2004. Se fosse no mercado financeiro, a lei de querentenaproibiria tal absurdo, mas na área de TI isto não ocorre.

6. Os equívocos da matéria são tantos que não podem ser simplesmenteerros. Veja chegou a dizer que quem decide pelo empréstimo de urnaseletrônicas (que usam somente software proprieta?io) para o Paraguai foio governo federal. Qualquer jornalista sabe que esta decisão é do TSE,Poder Judiciário. Ela não tem nada a ver com software livre e muitomenos com o governo Lula. Duda não sabe disto? Claro que sabe, mas fezde propósito. Por que? A serviço de quem?

7. Cada parágrafo da matéria é meticulosamente escrito para distorcer arealidade. Vou parar por aqui, mas seria necessário reestabelecer averdade em cada linha. Apenas mais uma: Duda escreveu que o Serprocontratou 2000 funcionários para desenvolver software livre. Mentiradescabida. Isto sim é que deveria ter sido feito, mas o concurso foipara técnicos em geral e até para escriturários. Mas para Veja todainformação pode ser manipulada e distorcida. Não é mesmo, Duda?

Qualquer dúvida, estamos a disposição, Equipe de Informática

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Uma leitura para o Duda (Veja) se informar melhor da realidade

HP, IBM e Novell ampliam negócios com Linux

katia hochman rodrigo caetano

Enquanto a Microsoft esforça-se para aumentar sua carteira de clientes corporativos no Brasil, cada vez mais empresas nacionais estão caminhando na direção contrária à empresa de Bill Gates e adotando o sistema operacional Linux, que gera uma economia média de 45% em gastos com tecnologia da informação.

Grandes nomes do segmento como HP , IBM e Novell têm respaldado tais produtos e vendo oportunidades em um mercado que movimenta anualmente cerca de US$ 100 milhões no País e deve crescer 30% este ano. A IBM é uma das grandes companhias que está associando cada vez mais seu nome ao Linux.

A empresa acaba de anunciar um investimento de US$ 2,2 milhões em seu Centro de Tecnologia Linux, que passará a contar com 45 profissionais desenvolvendo projetos sobre a plataforma de código aberto. “O Brasil está entre os cinco principais países — ao lado de Estados Unidos, China, Índia e Alemanha — onde mantemos tais pesquisas”, afirma Jeff Smith, vice-presidente de Linux & Open Source Software.

O diretor de iniciativas estratégicas da IBM, Haroldo Hoffmann, explica que um número crescente de empresas brasileiras, de diferentes portes e segmentos de atividade, está migrando suas operações para plataformas Linux. “Nosso portfólio, incluindo mais de 700 softwares, estão prontos para rodar em Linux”, diz Hoffmann, evidenciando o interesse comercial da IBM na questão. Além da redução de custos, o executivo acredita que as empresas estejam optando pelo Linux devido à flexibilidade que o sistema confere. “Trabalhando com padrões abertos, as companhias podem adotar novas tecnologias de maneira mais ágil, assim como responder às demandas do mercado em menos tempo. E esta visão de respostas rápidas está alinhada a nossa estratégia on demand”, complementa.

A HP, segunda maior fabricante de PCs do mundo, também está apostando nesse mercado. No ano passado, as vendas de soluções em Linux da empresa cresceram 44% e a expectativa, segundo Jaison Patrocínio, gerente de marketing da companhia, é manter o mesmo ritmo esse ano. “O Linux já é uma realidade e a HP está apostando muito forte nesse setor”, afirma Patrocínio. O gerente também ressaltou que há dois anos, os servidores Linux representavam 4% das vendas de servidores da HP e hoje, representam 15%.

Dentre as empresas brasileiras que optaram pelo Linux, as Casas Bahia são um exemplo expressivo. A gigante do varejo — com 530 lojas, 2.200 caminhões, volume de 980 mil entregas mensais e sete centros de distribuição — teve uma economia de US$ 8 milhões em licenças de softwares desde que começou a trabalhar com Linux, em 98.

“Inicialmente, o sistema operacional aberto era utilizado nos servidores da matriz e, com o tempo, foi sendo adotado também nas máquinas dentro das lojas. A premissa desta transição foi sempre a manutenção do padrão de segurança”, afirma Idelfonso Severino, gerente de Tecnologia da Informação das Casas Bahia.

Além de evoluir para as lojas, a utilização do Linux também foi parar na mão dos seis mil montadores de móveis da empresa. Estes profissionais, que vão à casa dos clientes entregar e montar móveis, estão trabalhando com equipamentos portáteis que levam aplicações Linux embarcadas e se comunicam com os Centros de Distribuição via GPRS. Os relógios de ponto da empresa também funcionam com Linux, assim como os sistemas de busca de dados, como notas fiscais e demais documentos para auditoria.

De olho nas oportunidades do mercado corporativo brasileiro, a americana Novell, especializada em softwares de programação aberta, está lançando a plataforma SUSE Linux Enterprise 1.0. Um dos principais atrativos da nova plataforma é seu sistema de busca, que permite fazer buscas de documentos em diferentes formatos. Para Ricardo Fernandes, presidente da Novell, “o mundo está centralizado no modelo Microsoft. O Linux é uma solução alternativa, que oferece redução de custos, independência e qualidade”. A Novell registrou crescimento de 30% nas vendas de soluções Linux em 2005 e, segundo Fernandes, espera obter o mesmo resultado esse ano.

Rodolfo Gobbi, presidente da 4Linux , empresa que oferece consultoria e treinamento em softwares livres, também se mostrou otimista. A demanda por soluções em Linux da empresa cresceu 40% em 2005 e Gobbi espera para 2006 aumento de 30% nas vendas. O executivo destaca o grande número de profissionais brasileiros com certificados do Linux Professional Institute (LPI), maior instituto de certificação em Linux do mundo. O Brasil é o sexto país em número de profissionais certificados no mundo. Só em 2005, o LPI forneceu mais de 500 certificados.

A Insigne , empresa que desenvolve sistemas operacionais baseados em Linux, aposta no mercado doméstico. No ano passado, a companhia registrou crescimento de 400% e, segundo João Pereira da Silva, sócio da Insigne, espera manter o desempenho em 2006. Ao todo, já foram vendidas mais de 400 mil licenças do Insigne, principal produto da empresa e que atende as especificações do programa Computador para Todos, do governo federal, a maioria por meio de parcerias com os fabricantes de computadores, como Toshiba e CCE . As licenças custam entre R$ 30 e R$ 45, já inclusos 18 meses de suporte via telefone ou bate-papo on-line.

Fonte SOFTWARES