domingo, maio 07, 2006
SOBRE A IMAGEM DA SEMANA
A felicidade não é broxa
O problema não está no campo, na arquibancada, no futebol... E está lá também. O problema não está no tempo e nem no espaço. O problema está na existência, e a dimensão existencial contém o tempo e o espaço. Ali, naquele momento, é só o ponto amarelo do tumor, aquele lugar por onde escorre o pus quando o tumor é pressionado. É a expressão do grande impasse que as grandes sociedades de massa que o capitalismo plasmou no mundo ocidental estão vivendo. É o bloqueio dos fluxos essenciais da vida que provoca essas explosões. É como se fosse a febre ou o pus nos organismos biológicos. Nesse sentido, é um bom sinal, pois significa que a carne ainda está viva e pode reagir.
Bloqueio da energia sexual, afetiva, política. Bloqueio da fala, dos discursos, dos desejos... Bloqueio da criação!!! A questão é sim essencialmente política. E é justamente nesta dimensão que temos a única chance de sair dessa bronca. Homens como: Lula, Zé Dirceu, Aldo Rabelo... compreendem isso muito bem, são pessoas que conseguem abrir e agenciar novos caminhos e novas alternativas na sociedade onde elas vivem. Homens como: FHC, Serra, Alckmin, Bornhausen... Fazem o inverso. Mantém os bloqueios e fecham as alternativas. O comportamento da polícia dos governos tucanos, vejam o que acontece em São Paulo, Pará, Minas, Goiás, é apenas o resultado da manutenção dos bloqueios e da impossibilidade de alternativas. Como diz o Alckmin, é uma questão de energia e seriedade. Papo furado, papo broxa, fim de jogo.
Reduzir a complexidade dos problemas e impasses que as grandes sociedades de massa vivem hoje, com discursos vazios do tipo: o Brasil precisa de um gerente ou o Brasil precisa de um choque de gestão. É literalmente o fim da picada. Fim de jogo. Espaço e tempo broxa. Fim da possibilidade dos agenciamentos coletivos, fim da democracia, fim da propagação de novos discursos e novos jogadores. Novos tempos amigos, é isso que estamos vivendo, novos tempos!!! A sociedade brasileira começa a encontrar alternativas, a produzir novos jogadores, a formular novos discursos e novas ações. Por isso a mídia tucana não consegue mais falar para uma grande parte da sociedade brasileira. Milhares de outros lugares de trocas estão sendo construídos todo dia por milhares de novos atores/ativistas. Sindicatos, escolas, grupos de moradores, movimentos sociais, rádios comunitárias, centrais sindicais, grupos na internet, enfim...
O próprio governo Lula está sendo um desses novos lugares de experiências e novas possibilidades. Observem que uma das qualidades do governo Lula, mais combatida pela mídia tucana, é justamente a presença de novos atores sociais ocupando cargos importantes e estratégicos no governo. A começar do próprio presidente, mas temos também uma mulher na casa civil, o ex-presidente da CUT no Ministério do Trabalho e Emprego, um artista no Ministério da Cultura, uma ativista do movimento social no Ministério do Meio Ambiente e por aí vai... A presença desses novos jogadores nesses lugares, e o seu sucesso, exatamente nesses lugares, que antes estavam fechados para esse tipo de gente, está quebrando o discurso da competência técnica tão alardeado pela elite tucana. Mais um discurso broxa, autoritário, despolitizador e anti-democrático. A história está do nosso lado, só pela força bruta, pelo aniquilamento físico, é que esse novo tempo de felicidade pode ser contido.
LULA É MUITOS !!!
Adauto Melo
Grupo Beatrice