quinta-feira, dezembro 08, 2005



Petrobras fará três fábricas de biodiesel no Nordeste

A Petrobras vai construir três fábricas de biodiesel no Nordeste brasileiro, aumentando sua atuação em um mercado onde é a principal compradora. Segundo o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, a empresa negocia a entrada de sócios no projeto, previsto para ser de grande porte. "Estamos vendo sócios que tenham a tecnologia da produção, vamos nos associar com experts", informou Costa à Reuters, na noite de terça-feira.
Ele não soube estimar o volume, afirmando que ainda está sendo calculado, porém adiantou que "vai ser grande", lembrando que para atingir a meta de 2008 de acrescentar 2% em todo o diesel consumido no país - um volume de aproximadamente 800 milhões de litros de biodiesel - o País terá de correr com projetos de volume expressivo. "Não vamos conseguir suprir o déficit que está sendo projetado, mas vamos fazer algo grande", afirmou. Atualmente o Brasil produz cerca de 70 milhões de litros de biodiesel e possui projetos em andamento que vão acrescentar mais 250 milhões de litros do produto. Para atingir a meta de 2008, será preciso uma produção de mais cerca de 480 milhões de litros.
Alcooduto
Outro projeto na área de energia renovável, o programa de álcool da empresa, vem recebendo também toda a atenção e entusiasmo de Costa, que embarcou a segunda carga de álcool para a Venezuela este mês, de 28 mil litros - totalizando 48 mil ao todo - e que agora finaliza um contrato de longo prazo com o país vizinho. "Devemos fechar um volume mensal de cerca de 30 mil metros cúbicos", informou. O início das entregas está previsto para janeiro de 2006, disse Costa.
O diretor afirmou ainda que as negociações com a Nigéria se encontram em estágio avançado e a previsão é de que sejam fechados contratos "spot" semelhantes aos da Venezuela no próximo ano, com objetivo de se tornarem contratos de longo prazo. "As perspectivas são muito boas também para o Japão, Índia e Estados Unidos, mas para isso precisamos de mais volume", afirmou.
A Petrobras vai investir US$ 330 milhões na construção de um alcooduto que deverá ficar pronto entre 2008 e 2009 e que vai viabilizar a logística para exportações mais volumosas, lembrou Costa, ao mesmo tempo em que o mercado de álcool investe para aumentar a produção. A Petrobras decidiu passar para o outro lado da cadeia produtiva e vai investir na produção de biodiesel, informou o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, nesta terça-feira.
Investimentos
A Petrobras também anunciou investimentos de R$ 38,54 bilhões em 2006, sendo R$ 19 bilhões em exploração e produção no Brasil. Em 2005, a previsão de investimentos era de R$ 29,9 bilhões, mas até setembro a estatal só havia gasto R$ 16,9 bilhões. A produção média da estatal será de 2,5 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo mais gás) por dia no Brasil e no exterior, com a entrada de mais 360 mil barris diários de capacidade, proporcionada pela entrada em operação de mais quatro plataformas.
Entram em produção no próximo ano, na bacia de Campos, maior região produtora do país, as plataformas P-50, no campo de Albacora Leste, com capacidade de 180 mil barris por dia, e a P-34, com capacidade de 60 mil barris por dia no campo de Jubarte. Em Sergipe, inicia produção a plataforma SSP-300, no campo de Piranema, com 20 mil barris diários, e na bacia do Espírito Santo entra a Fase I do campo de Golfinho, com 100 mil barris diários.
Somente no Brasil, a produção média diária será de 1,91 milhão de barris de petróleo, superior à demanda do país, informou a empresa, o que vai garantir a auto-suficiência sustentada. No exterior, a companhia prevê a produção de 317 mil barris diários, um aumento de 16% em relação a 2005. A empresa informou ainda que no próximo ano vai elaborar o projeto conceitual da Refinaria do Nordeste e iniciar a implementação do Complexo Petroquímico Integrado no Estado do Rio de Janeiro.
Furos nos cascos
O diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, informou que a empresa vai lançar até o dia 15 deste mês licitação para construção de um dique seco no país, a fim de possibilitar a construção de plataformas de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil. "Vamos receber as propostas até o final do ano, o objetivo é permitir a construção de cascos de plataformas no país", disse Duque a jornalistas. O dique será utilizado também para fazer a manutenção de plataformas. Ele explicou que a escolha do local ficará a cargo dos interessados na obra e constará na proposta do projeto, avaliado em US$ 80 milhões.
Duque informou também que a estatal vai licitar as chamadas "super-plataformas" P-57 e P-55, com capacidade de produção de 180 mil barris diários, nos meses de março e maio, respectivamente. As duas unidades serão as primeiras a terem o casco produzido no país, com tecnologia desenvolvida pelo centro de pesquisa da Petrobras (Cenpes) e devem entrar em operação em cerca de 32 meses após a escolha do vencedor.
As duas embarcações têm furos em seus cascos que permitem a entrada da água em determinados compartimentos. "A P-57 é uma FPSO BR, um navio-plataforma, onde a água fica em dois tanques. Já a P-55 é uma Mono BR, uma plataforma semi-submersível", informou Duque. A idéia é que o dique seco seja utilizado para construir as plataformas, destacou Duque, ressaltando que os projetos podem ocorrer paralelamente. "A plataforma pode começar a ser construída antes da finalização do dique seco", explicou.
Com agências

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