sábado, dezembro 10, 2005


Ombudsman da Bolha de São Paulo

– crítica interna - MARCELO BERABA- A CPI dos Correios suspeita ou afirma que o lucro com as perdas dos fundos de fundos de pensão foi para o exterior? São formulações bem diferentes: uma coisa é suspeitar, outra afirmar. A Folha faz uma ginástica, hoje, para tratar do assunto dos fundos, e é visível que ela não sabe se confia ou não nas informações da CPI. Na capa do jornal, a manchete informa que "CPI suspeita que dinheiro de fundos foi para o exterior"; na manchete interna da Edição Nacional, é menos cautelosa, embora atribua a informação à CPI, "Lucro com perda de fundos foi para o exterior, diz CPI"; e na manchete interna da Edição São Paulo, tenta arrumar uma forma de não se comprometer com a informação, "Suposto desvio de fundos foi para o exterior, diz CPI". Hoje, a coluna de Luís Nassif, "Um relato 'fake'" (pág. B4), questiona, sem subterfúgios, a qualidade do relatório: "... o relatório do emérito deputado ACM Neto é mais uma peça falsa nesse jogo". O problema do jornal é que a cobertura até agora se limitou a reproduzir o que a CPI deixa vazar. O assunto é complexo, exige ouvir fontes independentes e com grande conhecimento da área, exige um pouco mais de trabalho para se entender as transações. Enquanto isso não for feito pela Redação, o jornal não tem condições de aprofundar os dados vazados por membros da CPI e continuará fazendo esta ginástica nos títulos e na elaboração dos textos. A primeira página usa um verbo que deveria ser evitado num jornalismo que busca a precisão: "Na CPI, já se crê que nem todas as operações que aparentam ter lesado os fundos foram deliberadas (...)". Este não é um assunto de fé, mas de investigação. Aliás, o trecho dá razão aos que questionam a seriedade do trabalho da CPI.

Comentário: realmente, não é um assunto de fé, mas de pura má fé do jornal que virou extensão de partido político.

CURTAS E BOAS
jotaamorim

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