domingo, dezembro 11, 2005


Apenas como registro, nos sites do PSDB e do PFL, nada sobre a condenação.
PT e PCdoB registraram com destaque.

Site do PT
Assassinos de Dorothy Stang são condenados

A Justiça condenou neste sábado os assassinos da missionária americana Dorothy Stang, morta em fevereiro deste ano. Rayfran das Neves, que disparou contra a missionária, foi condenado a 27 anos de prisão. Seu cúmplice, Clodoaldo Carlos Batista, foi condenado a 17 anos. Ambos haviam confessado participação no crime. Três outros acusados de envolvimento no crime ainda aguardam julgamento.
Americana e naturalizada brasileira, a religiosa foi assassinada por a tiros no dia 12 de fevereiro, no município de Anapu, a 600 quilômetros de Belém. Ela estava a caminho de uma gleba na área rural de Anapu, pois estava à frente de projetos de desenvolvimento sustentável com mais de mil agricultores da região. Dorothy, que já havia denunciado ameaças de morte a ela e alguns agricultores da região, chegou a entregar um documento ao secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda.
A acusação queria a punição máxima para os acusados: 30 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado - crime de encomenda e sem chance de defesa, contra o pedido da defesa, que queria a condenação por crime comum, cuja pena máxima é de sete a dez anos de prisão. O depoimento de uma testemunha do crime, no entanto, fez com que os defensores públicos mudassem de estratégia e pedissem a absolvição de Clodoaldo. A testemunha disse que ele não estava armado no momento do assassinato.
Os pais de Rayfran dos Santos foram ao tribunal com proteção policial, devido a supostas ameaças de morte, por telefone, feitas pela esposa de Amair Feijoli. Feijoli é acusado de ser mandante do crime. Segundo a mãe de Rayfran, nas ameaças a mulher teria dito que Rayfran teria falado demais no depoimento.
O julgamento também foi acompanhado por movimentos sociais, pela representante especial do Secretário-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) para Defensores dos Direitos Humanos, a paquistanesa Hina Jilani, além do ministro interino da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Mario Mamede.

VERMELHO
Assassinos de Dorothy Stang são condenados a 30 anos


A Justiça do Pará condenou na noite de ontem (10/12) Rayfran das Neves Sales a 27 anos de prisão pelo assassinato da missionária americana Dorothy Stang. Clodoaldo Carlos Batista, que acompanhava Rayfran no momento do crime, foi condenado a 17 anos de prisão.
A freira foi morta com seis tiros em 12 de fevereiro último em um acampamento de trabalhadores rurais, a 50 quilômetros de Anapu, no sudoeste do Pará.
Logo após o juiz Cláudio Montalvão das Neves, titular da 2ª Vara Penal do Tribunal do Júri, ter anunciado o resultado da sentença, o irmão da missionária, David Stang, que permaneceu no tribunal durante os dois dias do julgamento, comentou: “Esse é um grande dia, é um grande começo para a família Stang. Nós vamos voltar aqui para acompanhar cada um dos próximos julgamentos.”
David e a irmã Margarida fizeram vários elogios à Justiça do Pará, que teria prestado um grande serviço não só à família, mas também aos pobres de Anapu que eram defendidos por sua irmã. O júri rejeitou todas as teses da defesa, incluindo a de que não houve recompensa financeira para a execução. Isso foi comemorado pelas entidades de defesa de direitos humanos, pois facilita o caminho para o julgamento dos fazendeiros acusados de serem os mandantes do crime.
O julgamento, que começou na sexta-feira às 8h40 e prosseguiu até as 19h30 - foi reiniciado pela manhã com as alegações finais do promotor de Justiça Edson de Souza. Logo no início da intervenção, ele deixou clara a intenção de pedir pena máxima para Rayfran e Clodoaldo Carlos Batista.
De acordo com o promotor, foi um homicídio qualificado - planejado, mediante promessa de pagamento, e no qual a vítima não teve nenhuma chance de defesa.
Uma das principais preocupações do promotor Souza foi tentar derrubar a tese da defesa de que Clodoaldo teria tido uma pequena participação no crime e até procurou demover Rayfran do intento.
Segundo a tese do promotor, Clodoaldo teve participação direta no crime. “Já pudemos ver que Rayfran é instável emocionalmente, mudando de opinião com facilidade, enquanto Clodoaldo é mais duro, domina melhor as situações”, afirmou. “A arte de matar está no Rayfran, mas a arte de conceber o crime intelectualmente está neste outro homem aqui ”, completou, apontando para Clodoaldo, que, à frente dele e de costas para o júri, ouvia de cabeça abaixada.
O promotor também disse que irmã Dorothy, “senhora de comportamento humilde, mas de inteligência acima da média”, sabia que o controle da situação estava nas mãos de Clodoaldo e por isso dirigiu-se a ele, no rápido diálogo que teve com os dois antes de receber os seis tiros. “Quando sentiu que ia morrer, foi a ele que a Dorothy se dirigiu, tentando estabelecer um diálogo.”
No primeiro dia, a principal novidade do julgamento foi a mudança de comportamento dos dois acusados, que passaram a apontar como mandante do crime o patrão deles, o fazendeiro Amair Feijoli da Cunha, o Tato. Até agora ele era apontado como intermediário da execução da religiosa.

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