domingo, outubro 09, 2005




É bom nunca esquecer o que foi a gestão tucana da Petrobrás. Como a única motivação deles era vender a empresa, a irresponsabilidade foi levada a tal ponto, que depois de uma série de vazamentos importantes (como o da baía da Guanabara) e outros acidentes menores, chegamos no clímax do caos com o tombamento e naufrágio da plataforma P36.

Com caixa, Petrobras acelera investimentos

US$ 7 bilhões até junho, estatal quer consolidar os negócios no Cone Sul, EUA e em outras regiões

José Sérgio Gabrielli, presidente: "Ir às compras (aquisições) não é, necessariamente, o melhor uso do dinheiro"

Maior empresa da América do Sul, a Petrobras passa por um momento singular. Com caixa de US$ 7 bilhões até o primeiro semestre, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, brinca que vive um "problema" que é decidir o que fazer com tanto dinheiro. Enquanto planeja investir US$ 56,4 bilhões nos próximos quatro anos, a companhia já analisa uma pilha de outros investimentos no Brasil e no exterior, sobre os quais Gabrielli evita dar qualquer detalhe, explicando apenas que "ir às compras" não é, necessariamente, a melhor opção.

Apesar de se esquivar com ginga baiana das perguntas sobre novos investimentos, o executivo adiantou ao Valor que um deles, de volume ainda não estimado, poderá ser feito no Rio Grande do Norte, um dos estados que mais sentiu com a decisão da Petrobras e da Petróleos da Venezuela S/A (PDVSA), de construir nova refinaria em Pernambuco.

"Estamos analisando fazer uma mini-refinaria no Rio Grande do Norte para produzir gasolina automotiva, elevando para 20 mil barris ao dia a capacidade de refino no Estado", disse Gabrielli. "Também assinamos um contrato de entrega de gás que vai viabilizar o projeto de uma siderúrgica no Ceará. E isso não é trivial", acrescentou, lembrando que a Petrobras já produz naquele Estado, mais especificamente na unidade de Guamaré, gás liquefeito de petróleo (GLP), diesel e querosene de aviação.

Enquanto prepara as bases da auto-suficiência brasileira em petróleo até o final do ano, quando a produção nacional chegará a 1,85 milhão de barris ao dia, igualando o volume ao consumo, a companhia também acelera os investimentos para expandir sua rede de gasodutos de modo a abrir mercados para o gás que vai produzir, a partir de 2008, na bacia de Santos. Trata-se de um desafio e tanto considerando a falta de experiência na produção de gás sem que ele esteja misturado ao petróleo embaixo da terra.

Mas se está deixando para trás o tempo em que seus percalços se resumiam ao aumento de produção interna e às dificuldades políticas, econômicas e financeiras ligadas ao atendimento do mercado nacional (sempre acompanhados de críticas sobre a forma de administrar preços), os atuais desafios da estatal têm tentáculos mais longos. A Petrobras agora mira a consolidação de investimentos e a integração dos seus projetos na América do Sul, por onde iniciou cinco anos atrás sua internacionalização, sem descuidar dos negócios plantados na África, Ásia e Oriente Médio.

Hoje, a estatal tem os pés fincados em 15 países, sendo oito no Cone Sul e América Central, e já é vista como uma potência regional junto com duas outras estatais ainda maiores que a brasileira: a PDVSA e a Petróleos de México (Pemex). Em comum, o trio tem a produção de petróleo tipo pesado e com alto grau de enxofre, e o desafio de encontrar mercados para seus combustíveis, o que já começa a resultar em parcerias para atender os mercados brasileiro e latino-americano.
(Fonte: Valor Online)

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