quarta-feira, março 29, 2006

CPI indicia grileiro que acusou Ana Júlia

A CPI da Biopirataria concluiu nesta terça-feira seus trabalhos. Autor de acusações contra a senadora Ana Júlia, de que ela faria parte de um esquema de extração ilegal de madeira, Mário Rubens Rodrigues será um dos indiciados pela CPI da Biopirataria, criada pela Câmara dos Deputados para "investigar o tráfico de animais e plantas silvestres brasileiros, a exploração e comércio ilegal de madeira e a biopirataria no país".

Insatisfeitos com o trabalho do Ibama e da senadora Ana Júlia no combate à grilagem e ao desmatamento ilegal, grileiros foram à CPI na tentativa de desmoralizar a parlamentar e o governo federal. Já condenado pela Justiça Federal por ameaça de morte ao gerente do Ibama em Belém e por tentar fraudar planos de manejo, Mário Rubens será indiciado pela CPI da Biopirataria por denunciação caluniosa, crime previsto no Código Penal Brasileiro, cuja pena é de dois a oito anos de reclusão e multa.

De acordo com o relator, deputado Sarney Filho (PV-MA), "ficou comprovado, por todos os cruzamentos, que a senadora Ana Júlia não teve nenhum envolvimento no Safra Legal e isso está claro no relatório". Ainda segundo o relator, "as disputas regionais às vezes envolvem esse tipo de coisa. Isso faz parte da disputa política, infelizmente". O relator também salientou que "ficou claro pelo relatório que não houve, pelo cruzamento de todos os dados, nada que envolvesse o atual superintendente, gerente do Ibama em Belém, Marcílio Monteiro".
No Senado, Ana Júlia disse que espera justiça. "Todos esses que nos acusaram, numa tentativa de desmoralizar a nossa história de luta contra o desmatamento ilegal, contra a grilagem, vão ter que responder na justiça todas as acusações. Tanto esses acusadores quanto aqueles que publicam matérias pautadas pela mentira e pela politicagem", disse a senadora.

Fitas editadas
A CPI da Biopirataria também incluiu no relatório o laudo da perícia feita na fita apresentada pelo repórter da revista Veja, Leonardo Coutinho. A respeito da gravação, o laudo afirma que, "houve montagem". A fita foi citada em reportagem da revista sobre denúncias de irregularidades no Plano Safra Legal.