domingo, outubro 09, 2005


Recuperando de 17 de março de 2001

Petrobrás: em 3 anos, 99 acidentes e 32 mortes



Rio de Janeiro - Segundo levantamento do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, até o início do mês passado 32 pessoas morreram a serviço da Petrobrás em 99 acidentes ocorridos em plataformas nos últimos três anos. A média é de uma morte a cada 37 dias.

O levantamento foi levado ao Ministério Público do Trabalho no Rio, que, no início do mês passado, prometeu abrir inquérito civil público para apurar as mortes que têm ocorrido nos últimos anos em plataformas da estatal na Bacia de Campos, no litoral norte do Estado, onde se concentra a produção de petróleo do País.

Os números do sindicato elevam ao extremo a classificação de "periculosidade" dada ao trabalho em plataformas de petróleo no País. Em janeiro, ocorreram mais duas mortes de funcionários de uma empresa prestadora de serviços para a Petrobrás, após a inalação de gás sulfídrico num compartimento da plataforma P-37. No sábado, um incêndio em outra plataforma, causado por vazamento de gás, deixou quatro feridos (dois deles em estado grave), também de uma empresa terceirizada.

Felipe Werneck e Irany Tereza




Despreparo pode ser a causa de acidentes



Rio de Janeiro - A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) atribuiu os constantes acidentes em instalações da estatal à rotatividade de profissionais. "A gestão Reichstul foi marcada por acidentes porque a empresa demitiu 22 mil funcionários experientes nos últimos cinco anos e adotou a prática de contratar terceirizados. São pessoas sem experiência, sem treinamento, despreparadas, cujo contrato vence em um ano", disse o diretor de comunicação da Aepet, Argemiro Pertence. "Em 25 anos de Petrobrás eu fiz 33 cursos pagos pela empresa. Como uma pessoa que fica apenas um ano pode se preparar?", indagou.

Clarissa Thomé

PT acompanha perícia na plataforma



Brasília - O líder do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro (BA), informou que três deputados do partido viajaram para Macaé, no litoral do Estado do Rio de Janeiro, para acompanhar a perícia a ser feita na plataforma P-36, da Petrobrás, no Campo do Roncador, na Bacia de Campos, por conta do acidente ocorrido nesta madrugada. A delegação do PT é formada pelos deputados Luciano Zica (SP), Carlos Santana (RJ) e Luís Sérgio(RJ).

Na avaliação de Pinheiro, o acidente revela a precariedade técnica do setor de manutenção da estatal, em razão da política de terceirização adotada pela empresa que vem aumentando a rotatividade do pessoal que nela trabalha. "É preciso discutir a degradação que vem ocorrendo com a Petrobrás. Se o governo não se preocupa com a vida das pessoas, que ao menos se preocupe com a economia, já que aquele poço é um dos maiores do País, produzindo 180 mil barris de petróleo por dia", afirmou Pinheiro.

Presidente da Petrobrás não está ameaçado, diz FHC



Brasília - O presidente Fernando Henrique disse há pouco, por intermédio de seu porta-voz, Georges Lamazière, que a posição do presidente da Petrobrás, Henri Philippe Reichstul, não está ameaçada por causa das três explosões na plataforma Petrobrás-36 (P-36), na Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro. No acidente, um funcionário morreu e outro está em estado grave. Nove vítimas estão desaparecidas.

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