GRANDE VERA, ESSA FOI ÓTIMA!!!
AM
Meu caro Adauto,
Essa história toda envolvendo o Deputado José Dirceu e o "poder que ele tinha pra fazer o mal" me faz lembrar uma velha piada sexista.
Uma mulher, que gostava muito de ler era casada com um homem que gostava muito de pescar. Um dia, ele voltou de manhã de uma pescaria noturna e foi descansar. Ela então pegou o barco, foi até o meio do lago, parou deitou-se lá,dentro do barco, e pôs-se a ler um romance. Apareceu um guarda numa lanchinha e disse à mulher:
_Aqui é proibido pescar. Se a senhora não sair agora mesmo daqui vai ser multada.
_Mas, eu não estou pescando, estou lendo. - defendeu-se amulher
_ Sim, mas, a senhora tem todo o equipamento necessário e pode começar a qualquer momento.
A mulher encarou o guarda e mandou:
_ Pois eu vou denunciar o senhor por estupro.
O guarda levou um susto.
_ O que é isso, minha senhora!? Eu sequer toquei num fio de seu cabelo!
- Ah! Mas, o senhor tem todo o equipamento necessário e pode começar a qualquer momento.
Saudações PeTistas e Pacifistas,
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Segue artigo da Vereadora Soninha do PT/SP:
“Evidências irrefutáveis” de que talvez, quem sabe...ou não...
A Folha de hoje, em editorial, cita o texto do relator da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, Júlio Delgado (PSB-MG), dizendo que ele “é bem fundamentado e convincente ao defender a cassação do mandato do petista”. E reproduz um trecho: “A lógica humana nos permite, através do acúmulo de evidências irrefutáveis, afirmar que Dirceu tinha poderes para ser o autor intelectual de todo este esquema ou, pelo menos, poderes suficientes para impedir que tais práticas prosperassem", escreve Delgado, sintetizando seu voto. Cristaliza a convicção, que também é a desta Folha, que o mandato de deputado federal de José Dirceu deve ser cassado pela Câmara”.
Bom, meio mundo (ou quem sabe 90% dele) tem certeza de que José Dirceu deve ser cassado. Mas se esse texto do relator serve para convencer alguém, ele só me deixa com dúvidas! Vamos lá: ele fala que “a lógica humana permite, através do acúmulo de evidências irrefutáveis”. Bom, se há um acúmulo de evidências irrefutáveis, não precisaria nem citar a lógica humana, né? Mas... Quais são, hein, as evidências irrefutáveis?
Não se trata – juro – do velho discurso da “falta de provas” para eximir alguém de culpa. Mas falando sério, são evidências de que? Do tal do “mensalão”, que só o Roberto Jefferson disse que era assim e assado (e foi cassado, entre outras coisas, porque acusou pra cima e pra baixo e não há uma prova de que tal “mensalão” tenha acontecido)? E evidências irrefutáveis? Preciso ler o relatório completo para ver quais são, talvez elas estejam todas lá e eu esteja gastando tempo à toa, mas me parece mais uma questão de convicção pessoal (ou “lógica humana”) do que de acúmulo de evidências irrefutáveis...
Ainda mais se seguirmos o texto do relator, quando ele mesmo responde à minha pergunta “evidências de que?”: (seriam) evidências de que Zé Dirceu “tinha poderes para ser o autor intelectual de todo este esquema”. Peraê, peraê... Ou você tem evidências de que ele foi “O AUTOR intelectual de todo o esquema”, ou não tem evidência de nada. Evidência de que “tinha poderes para ser” é o fim da picada!
E o próprio relator pondera em seguida: Dirceu tinha “poder para ser”, “ou ao menos poder suficiente para impedir”. Como assim, “ou ao menos”??? Ele não tinha “evidências irrefutáveis”? Como uma evidência “irrefutável” -- de que ele tinha “poder para ser o autor” -- vira algo que pode ser contestado na mesma frase? “Ou ao menos”....
Olha, posso até concordar com o “ou ao menos”. Na verdade, eu poderia dizer que, se o Ministro José Dirceu não teve, como alega, participação em um mega-esquema irregular de financiamento de campanhas, fornecimento de garantias indevidas e outras barbaridades que aconteceram, ele deveria ter tomado conhecimento do esquema (como algo adquire tal vulto e passa despercebido); se não tomou, falhou no exercício de suas funções. Faltou controle, fiscalização, acompanhamento do que se passava na relação governo/ partidos/ Congresso.
Mas dizer que “há evidências irrefutáveis de que ele tinha poder para ser o autor”, tão peremptoriamente quanto parece, e depois fazer a ressalva “ou ao menos para impedir” -- o que é, na prática, admitir que NÃO HÁ EVIDÊNCIA IRREFUTÁVEL COISÍSSIMA NENHUMA DE QUE ELE TENHA SIDO O AUTOR INTELECTUAL DE QUALQUER NEGÓCIO. É condenar, sim, Zé Dirceu antecipadamente. Que paga, antes de tudo, pela imagem que se construiu de que ele era o homem que “mandava prender e mandava soltar” no governo, com poderes absolutos, irrestritos, universais. O que simplesmente não é verdade.
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