sábado, outubro 08, 2005


Dessa Greve de Fome eles não vão falar.

Cruz Vermelha diz que greve de fome em Guantánamo é "grave" Por Stephanie Nebehay GENEBRA (Reuters) - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) disse na sexta-feira que há prisioneiros fazendo greve de fome na prisão norte-americana de Guantánamo, em Cuba, e que a situação na base é grave. A porta-voz Antonella Notari recusou-se, no entanto, a comentar a declaração feita por um advogado de defesa de que o protesto envolve 200 dos 500 prisioneiros mantidos na base, e de que 21 deles estão sendo alimentados à força. A Cruz Vermelha, que fez sua última visita à base naval norte-americana no fim de setembro, está em contato com as autoridades dos EUA para discutir a situação, afirmou Notari. "Há uma greve de fome, a situação é grave, e estamos acompanhando com preocupação", disse a porta-voz à Reuters. "Durante nossa visita recente, de dez dias, pudemos ir à enfermaria, ver os detentos e conversar com eles, assim como com as autoridades norte-americanas", acrescentou ela. A ICRC apóia a Declaração de Tóquio, de 1975, feita pela Associação Médica Mundial, que determina que os médicos não devem participar da alimentação à força, mas que têm de manter os prisioneiros informados das consequências às vezes irreversíveis da greve de fome, afirmou ela. A Anistia Internacional e o advogado da área de direitos humanos Clive Stafford Smith, que representa cerca de 40 presos, disseram na quinta-feira que as autoridades estão mantendo 21 deles vivos por meio da alimentação forçada, através de tubos colocados no nariz e que vão até o estômago. Segundo Smith, os prisioneiros ficam 24 horas por dia acorrentados em suas camas para evitar que eles retirem as sondas. "Este é o 56o. dia de greve de fome", disse o advogado, estabelecendo uma comparação com o protesto de irlandeses em 1981, quando dez prisioneiros fizeram greve de fome contra a política britânica até morrer. Os EUA abriram o campo de prisioneiros em janeiro de 2002. A maior parte dos detidos foi capturada no Afeganistão, na invasão que se seguiu aos ataques de 11 de setembro de 2001. Apenas quatro foram formalmente acusados, e muitos deles estão presos há mais de três anos. Ex-prisioneiros afirmaram que há tortura na base. A alimentação forçada não é proibida pelas leis internacionais, mas as diretrizes da Associação Médica Mundial são endossadas pela Associação Médica Norte-Americana.

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