A Verdade Por Trás do Movimento dos Palhaços
Mauro Carrara
Nestes primeiros dias de Agosto, os paulistanos classe A-A vem sendo bombardeados eletronicamente por um movimento denominado Rir Para Não Chorar, ou simplesmente RPNC.
Convocam os brasileiros a se mobilizar pela derrubada do presidente do Senado, José Sarney.
Promoverão um ato na Avenida Paulista, neste sábado, dia 15 de Agosto.
Detalhe: o movimento “moralizador” tem como alvo apenas o velho coronel maranhense.
Nem de longe faz menção a outros senadores, como os bandalhos Arthur Virgílio, Demóstenes Torres e Agripino Maia.
Mas por que essa indignação tardia e seletiva?
Será que a turma do RPNC não tinha ainda percebido a existência de José Sarney, um político com 45 anos de carreira?
O motivo é simples. O movimento não tem qualquer interesse em moralizar ou promover ética. Seu interesse é desestabilizar, da maneira que puder, o governo do operário Lula.
O fundador e líder do RPNC é Sérgio Morisson, que se diz consultor de ONGs e “fashionista”.
Vive na FIESP com outros bem-nascidos. Ali, atua no Comitê de Jovens Executivos, cujas reuniões sempre terminam com piadas de mau gosto sobre os nove dedos de Lula ou sobre as roupas da primeira-dama.
A família Morisson controla uma cadeia de óticas em várias cidades brasileiras.
Seus amigos de balada estão no PSDB e no DEM e sua ideologia política tem por pilar a defesa do neoliberalismo e a filantropia.
Seu negócio é promover entidades, e obviamente repudiar políticas públicas de promoção e inclusão.
No mundo da moda, Morisson tem muitos amigos. E também fora dele.
Um desses é o dublê de humorista Marcelo Tas, que costuma frequentar a FIESP atrás de patrocínio para seus projetos. Das tertúlias fiespeiras, o careca do CQC sempre leva um canapé para casa.
Golpismo e oportunismo
O grupo do RPNC tem por objetivo incitar o ódio da jovem classe média contra o governo de Lula.
Em 2.006, por exemplo, foi às ruas mostrar sua indignação com o que chamam de dossiêgate.
Distribuíram 50 mil narizes de palhaço.
Mas jamais pronunciaram uma palavra sobre as graves irregularidades ocorridas no Ministério da Saúde durante a gestão de José Serra.
Para os “palhacentos” irritados nunca houve corrupção para a reeleição de FHC, o Apagão não existiu e a governadora tucana do Rio Grande do Sul é “um amor”.
Os insurretos fashionistas, que contam com o apoio de gente descolada como Costanza Pascolato, Lobão, Adriane Galisteu, Otávio Mesquita e Alex Atala, estiveram ativos em 2.007.
Com oportunismo ímpar, valeram-se da morte dos ocupantes do avião da TAM, em Congonhas, para iniciar uma campanha golpista, novamente contra o governo do operário Lula.
O Movimento “Cansei”, ao qual se misturaram, foi liderado pelo presidente da Philips, Paulo Zottolo, e teve a participação de outras indignadas seletivas, como Ivete Sangalo, Ana Maria Braga e Regina Duarte.
Todos foram agraciados pelo esforço golpista, mais uma vez fracassado. Sangalo, por exemplo, por meio do publicitário golpista Nizan Guanaes, passou a estrelar os comerciais da empresa de Zottolo.
O Brasil do lado de cá espera mais uma encenação patriótica dos bem vestidos. E aguarda com curiosidade a indefectível distribuição de brindes às personalidades.
Será que fica somente no nariz de palhaço?
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