quinta-feira, agosto 20, 2009

Essa luta é longa e difícil. Por hora, só podemos não parar de pedalar

"NÃO LEIA OS JORNALÕES BRASILEIROS. DESLIGUE A TELEVISÃO.
A única salvação é: Você não gosta da mídia? Então... Seja a mídia!"
 
Ou: De tanto fazer não se sabe o quê... a gente aprenderá! É pau na máquina! 8-)
 
Sobre o artigo abaixo (Lula e o segredo do partido mudo), concordo em vários pontos, mas eu não acho que a coisa seja assim tão 'conspirativa'.
 
Acho que é pior que conspiração: vivemos sob o cerco de um PENSAMENTO dito 'jornalístico' que, esse sim, é TOTALMENTE antidemocrático e des-democratizatório.
 
Não acredito que alguém algum dia tenha prometido "não entrar no feudo dos jornalões" -- dentre outros motivos porque NÃO HÁ quem tenha cacife pra entrar no feudo dos jornalões brasileiros, mesmo que quisesse. E, se alguém tivesse cacife pra entrar no feudo dos jornalões brasileiros, já teria entrado -- dentre outras razões porque QUEM SOUBER FAZER UM GRANDE JORNAL DEMOCRÁTICO ficará rico, hoje, no Brasil. Se ninguém entrou, em 50 anos, no feudo dos jornalões brasileiros, é porque NINGUÉM SABE entrar. Portanto, "prometer não entrar" nada significa. Uma pergunta: digamos que alguém aí "entrasse no feudo dos jornalões"... Alguém saberia fazer melhor jornalismo do que o que há?!
 
A prova de que NÃO HÁ melhor pensamento jornalístico no Brasil está em que, quando nosso governo Lula teve de procurar um ministro da comunicação social, e procurou o melhor jornalista do Brasil, só encontrou o Franklin Martins, que só sabe fazer jornalismo à moda Globo; simplesmente NÃO SABE FAZER JORNALISMO DE DEMOCRATIZAÇÃO; jamais ouviu falar nisso; e, sobretudo: se por acaso ouvisse falar de jornalismo de democratização DEFENDERIA MAIS o jornalismo liberal à moda Globo, que o jornalismo de democratização.
 
O que se diz de FM pode-se dizer de Teresa Cruvinel, responsável hoje por jornalismo MUITO PIOR, em vários sentidos, que o jornalismo do bispo (que nem bispo é, aquele-um, o que embolsa dízimos, víntimos, tríntimos  e coisa-e-tal). Esses dois casos são prova provada de que, no Brasil, ou se faz 'jornalismo-à-moda-Globo"... ou ninguém sabe fazer outra coisa.
 
E, isso, sem falar que, quando apareceu gente que, sim, sabia (e queria!) fazer outra coisa -- o Orlando Senna, por exemplo, na TV-Brasil... foi IMEDIATAMENTE DEMITIDO.
 
Minha mais triste suspeita é que, caso alguém "entrasse no feudo dos jornalões", só se trocariam sujeito e objeto, nas manchetes: onde hoje se lê "senador do PT assaltou o cofrinho do irmãozinho", passar-se-ia a ler "senador tucano assaltou o cofrinho do irmãozinho". Quero dizer: essa 'ética' udenista moralista, de classe média metida a sociológica à moda USP-UDN e a correspondente dinheirificação de tudo -- essa dita 'ética' udenista eternamente golpista, no Brasil, há, já, quase 60 anos, TOTALMENTE insuportável -- é idêntica entre petistas e tucanos e pefelês (e comunistas!) e não mudaria. O udenismo jornalístico (ou o jornalismo udenista) os iguala, todos.
 
Ultimamente tenho pensado que, diferente do que eu sempre pensei (que o udenismo marcaria também o jornalismo brasileiro), a coisa pode ter virado, ao longo do tempo: pode ter acontecido -- talvez a partir de 64 -- que o jornalismo brasileiro (e tb o jornalismo que é ensinado na universidade) tenha passado a marcar mais o udenismo amplo, geral e irrestrito, do que o contrário. Esse processo não é raro: o jornalismo JAMAIS existiu para democratizar (senão por algumas semanas, na Revolução Francesa): o jornalismo SEMPRE existiu para uniformizar as opiniões, para pautar as discussões na sociedade e, de fato, para INVENTAR a tal de "opinião pública".
 
Prova de que a opinião pública no Brasil NÃO ESTÁ SENDO democratizada pelo jornalismo que conhecemos é que, toooooooooooooooooooooooooooooooooooooodos os dias, aparece na televisão algum Virgílio ou algum Alvaro Dias, enchendo a boca para falar da "opinião pública", reivindicando-a a seu-deles favor.
 
Toooooooooooooooooooooooodos os progressistas, hoje, no Brasil, sentem a tal "opinião pública" como adversária, não como solidária. ISSO É UM ESPANTO porque, nas urnas -- mas infelizmente só nas urnas! -- ouve-se OUTRA 'opinião pública'.
 
No Brasil, como se sabe, a opinião da UDN-tucano-pefelê-uspeana é DIARIAMENTE martelada na cabeça dos eleitores. Depois... os próprios jornais 'pesquisam' e, assim, demonstram o que passaram a semana anterior a MARTELAR na cabeça dos... pesquisados! Só rindo!
 
De fato, no Brasil, muda, mas muda meeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesmo, é a opinião pública democrática: não tem partido, não tem jornais, não tem universidade! A opinião pública democrática só fala, mesmo, pela internet!
 
Aliás, o que significaria "entrar no feudo dos jornalões"?! Mandar um Mesquita-lá-qualquer NÃO SER o Mesquita-lá, velho, de sempre?
 
Quem conseguiria que o Friazinhos NÃO FOSSE o Friazinhos?! Quem faria de um daqueles Civitas ou Marinhos-lá, um democrata?! Isso, meus amigos, não há dinheiro que consiga fazer!
 
Eu acho, mesmo, que os jornalões brasileiros já perderam TÃO COMPLETAMENTE o sentido (qualquer sentido! Perderam o sentido, até, como negócio!), que, hoje, estão na luta pra tentar reconstruir alguma 'identidade'. Já não dão qquer bola aos tais 'objetivos' do tal 'jornalismo liberal' pressuposto indispensável.
 
A Folha de S.Paulo e o Estadão e a Rede Globo JÁ NÃO FAZEM JORNALISMO, em enormíssima medida não porque não queiram fazer, mas porque NÃO SABEM. É onde operam as forças do tal fascismo sincero: aqueles caras REALMENTE acreditam naquele besteirol 'ético' e REALMENTE acreditam que os preconceitos burrificantes de uma D.Danuza 'representam' alguma 'ética'. Essa canalha não se deixará reformar. De fato, essa canalha é IRREFORMÁVEL.
 
Por isso, aliás, acho que não precisamos perder tempo com tentar reformar os jornalões brasileiros: sou a favor de a gente DETONAR totalmente todo o jornalismo, os jornalistas e os jornalões da tal de 'mídia' como a conhecemos.
 
A palavra de ordem tem de ser "NÃO LEIA OS JORNALÕES BRASILEIROS. DESLIGUE A TELEVISÃO. A opinião das D. Danuzas NÃO É NECESSÁRIA, NEM IMPORTANTE. Você não gosta da mídia? Seja a mídia!"
 
Estou convencida de que todos vivemos perfeitamente bem SEM a tal de 'informação' que esses 'jornalismos' vivem de tentar nos impingir. Hoje, jornais, jornalismo e jornalistas do jornalismo que desgraça o Brasil-2009 vivem de tentar criar algum espaço para eles mesmos como agentes de chantagem. A futrica e a calúnia já estão assumidas, completamente, como fundamento deontológico do jornalismo brasileiro. Agora, me digam: QUE SENTIDO HÁ EM PAGAR PARA TER ACESSO A ESSE 'JORNALISMO', QUE NEM JORNALISMO É?!
 
Sarney disse que o Estadão já está mais nazista que Der Angriff (O Ataque), fundado em 1927 por Joseph Goebbels, que depois seria ministro da Propaganda do Terceiro Reich. A frase é boa, mas a informação é falsa: o jornal do Goebbels oferecia MUITO melhor jornalismo, em 1927, que o Estadão, a FSP e O Globo, hoje. No espírito fascistizante, sim, são iguais.
 
Sei disso pq o jornal inventado por Goebbels VOLTOU a ser vendido na Alemanha, em janeiro de 2009. Há notícia sobre isso em http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL956723-5602,00.html, pra quem queira conferir: se acreditam em notícia de O Globo, acreditem em mais essa [risos, risos]. Por que não?!
 
Ah! E tem mais uma: EU DUVIDO que Goebbels fosse suficientemente rematado imbecil a ponto de oferecer MEIA PÁGINA de jornal pruma D.Danuza Leão. Goebbels foi Goebbels, sim, mais nunca foi um Friazinhos! Reconheçam!
 
O jornal de Goebbels CERTAMENTE foi melhor jornal que Estadão e Folha de S.Paulo e o jornalismo de Aly kHamel, pela suficiente razão de que NADA pode ser pior que o udenismo de classe média, moralista, pseudo-ilustrado, pseudo-bem-informado, sobretudo depois que se casou com o fundamentalismo da Opus Dei e com a 'ética' ongo-petista, nos MUITO famigerados anos 80s (tesconjuro!), ao longo dos quais tudo isso se casou com o 'marketing' e as 'transparências' à moda vcs sabem de quem. Só rindo!
 
Essa luta é longa e difícil. Por hora, só podemos não parar de pedalar.
 
De qquer modo, não adianta 'exigir' do PT o que o PT não pode dar. Quem queira 'exigir' coisas pode começar, isso sim, por exigir JORNALISMO DE DEMOCRATIZAÇÃO. De tanto exigir o que não sabemos o que é ou poderá vir a ser, perigas de a gente aprender a fazer, de tanto fazermos, nós mesmos, o que, afinal, é tarefa NOSSA (não das empresas jornalísticas) aprendermos (NÓS) a fazer, para NÓS MESMOS.
 
PS -- Acho mais certo dizer que uma onda de opinião anti-bushista encontrou via na Internet para se espalhar e crescer, do que dizer que algum 'projeto' de Obama teria sido criado pela internet. Outra coisa: é totalmente delirante supor que alguém conseguirá fazer, em alguns meses, o que os Democratas (e, aliás, também os Republicanos) montaram, nos EUA, em matéria de Internet. O projeto-Internet dos grandes partidos dos EUA já existe há mais de 30 anos. São estruturas gigantescas (prédios e mais prédios) e operam, todos eles, por critérios da tal pesquisa marquetológica e custam ZILHÕES de milhões de dólares. Estudei isso há alguns anos e fiquei impressionada com o tamanho da coisa. A coisa, aliás, já existia tb com Bush e para Bush e já rendeu, além de duas guerras, também o Prêmio Nobel do Gore.
 
Bom. Temos, nós, por aqui, de continuar pedalando. Grande Marco Carrara que, sim, pôs por escrito o seu pensamento. ISSO é internet, também: escrever muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito. A internet é mais o lugar de cada um escrever (seja o que for, e não precisa ser coisa construída 'jornalísticamente', do que, apenas, um veículo pra reproduzir opinião de jornalão brasileiro. 
 
Caia Fittipaldi

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