terça-feira, agosto 25, 2009

A CRISE QUE NÃO COLOU


Dobra parcela de brasileiros com proteção social

O Brasil dobrou a parcela de pessoas cobertas por benefícios previdenciários e programas nos últimos 40 anos. O acesso à assistência previdenciária saltou de 8,776 milhões de brasileiros protegidos – 29,7% da população economicamente ativa (PEA) de 29,5 milhões de pessoas em 1969 – para 53,8 milhões. O número representa 59,8% de uma PEA de 90 milhões de pessoas entre 16 e 59 anos. As informações são do Ministério da Previdência.

Para a deputada Cida Diogo (PT-RJ) os dados, que vêm evoluindo desde 2003, no primeiro mandato do presidente Lula, configuram o acerto da política social do governo Lula. “É um conjunto de ações que vem sendo desenvolvido pelo governo como a ampliação do tempo do seguro-desemprego e a transferência de renda, através do bolsa-família, que beneficia aquela população que não está inserida no mercado de trabalho e que pode entrar na economia local”, avaliou Cida Diogo.

Avanço - Além da ampliação da seguridade e o fim da hiperinflação, o avanço se deve ao desenvolvimento de programas de transferência de renda eficientes, como o Bolsa Família e a Lei Orgânica de Assistência Social (Loas). Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o Bolsa Família beneficia 73,732 milhões de pessoas em todo o país e já atingiu R$ 1 bilhão em desembolso mensal. E o Loas — que foi criado em 1993, substituindo a renda vitalícia da década de 70 — paga mais de três milhões de benefícios assistenciais a idosos de baixa renda com mais de 65 anos, também sem a contrapartida da contribuição. Esses programas, aliados aos benefícios rurais, ajudaram a reduzir a desigualdade.

Hoje, mais de 23 milhões de brasileiros recebem benefícios previdenciários (aposentadoria, pensão, auxílio-doença e salário maternidade) mensalmente. Entre as décadas de 1960 e 1970, o índice que mede a desigualdade social (coeficiente de Gini) subiu de 0,537 para 0,588 (quanto mais próximo de 1 mais desigual), ficando praticamente nesse patamar até 2001. Em 2007, caiu para 0,5546, puxado pela melhora na renda do trabalho devido à universalização do ensino, pelo Bolsa Família e pelas aposentadorias.

Os programas sociais também ajudaram a inverter o fluxo migratório no país. Em 2004, São Paulo, o principal destino de nordestinos, já mandava mais gente de volta que recebia. Na época, dos 400 mil que chegavam ao estado, outros 457 mil faziam o caminho inverso. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE) mostram que, entre 1992 e 2007, o percentual de pessoas que nasceram no estado em que residem subiu de 59% para 60,3% da população total do país.

Já a proporção de pessoas que migraram há pouco tempo caiu de 6,89% para 4,82% – uma queda de quase 30%. Além da queda na migração, o fluxo mudou em direção ao Centro-Oeste, atraindo inclusive moradores do Sul, de olho do desempenho do agronegócio.  


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Cresce lista de compras das classes D e E 
  

Açúcar, óleo, macarrão, suco em pó, café e outros produtos básicos formavam, até o ano passado, o conjunto dos 22 itens que entravam para o carrinho de compras das famílias brasileiras das classes D e E, com renda média mensal de até R$ 846. Refrigerantes e condicionadores de cabelo eram as poucas extravagâncias permitidas.
 
Mas no último semestre, cinco novas categorias de produtos engordaram a compra desse consumidor: achocolatados em pó para misturar com leite, o próprio leite (em versão longa vida), caldos de carne e suas variações, iogurtes e salgadinhos. Da mesma forma, as famílias que ganham entre R$ 1.244,00 e R$ 1.752,00 (da classe C) também incrementaram a lista de compras - que de 32 passou a ter 33 categorias de produtos, com a inclusão do creme de leite.
 
"Os brasileiros de classes mais baixas estão comprando mais e melhor", diz Ana Fioretti, diretora executiva da LatinPanel, empresa que coordenou um estudo para mapear os hábitos de consumo de 8.200 lares durante o primeiro semestre deste ano.
 
Três fatores combinados, segundo Ana, foram os responsáveis pela "turbinada" nas compras de supermercado das camadas mais baixas da população. O primeiro deles é o ganho de renda que essa parcela de consumidores vem conquistando nos últimos cinco anos. "Além da renda, o que fez o comportamento de compras desses dois conjuntos mudar foi o medo de que uma crise econômica chegasse e também o que chamamos de "movimento casulo" - ou seja, a tendência de as pessoas ficarem mais tempo em casa", diz Ana.
 
Como a recessão não veio - pelo menos para a maioria dos setores - sobrou dinheiro no bolso do consumidor. O dinheiro que ele deixou de gastar em bens duráveis comprados a crédito. Somando-se a isso fatores como a Lei Seca, a gripe suína, o medo da violência e a falta de tempo, os consumidores, conforme a pesquisa, escolheram passar mais tempo em casa, mas com mais qualidade. Por isso, o volume das cestas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e produtos de limpeza comprado pelas famílias brasileiras aumentou 14% nos primeiros seis meses de 2009, em relação ao mesmo período de 2008. O valor gasto com esses itens cresceu 19% no mesmo intervalo, de acordo com o levantamento da LatinPanel.
 
Esse crescimento, segundo Ana, supera a performance do primeiro semestre de 2008, quando o volume de compras encolheu 3% (em comparação com a primeira metade de 2007) por conta da inflação dos alimentos verificada naquela época.
 
"O que temos agora, entretanto, não é apenas a recuperação do poder de compra perdido no ano passado. É um incremento real", afirma a especialista. A entrada dos consumidores classes C, D e E em novas categoria, segundo ela, é uma prova desse movimento.
 
Todas as categorias de produtos analisadas tiveram alta no consumo. A compra de alimentos, por exemplo, cresceu 15% em volume no comparativo com o mesmo período de 2008. A cesta de limpeza cresceu 13% e a de bebidas e higiene, 8% e 6%, respectivamente.
 
Outro fator que demonstra elevação nos gastos das famílias, conforme a pesquisa, é o valor médio gasto por compra, que também subiu: passou de R$ 11,55 no primeiro semestre de 2008 para R$ 12,45 no mesmo período deste ano. A quantidade de idas ao ponto de venda, seja ele supermercado, mercearia, padaria ou açougue, também aumentou. Na média - e independente de classe social - o consumidor, que fazia 13 visitas mensais, agora faz 15. "Ao que parece, as pessoas só querem sair de casa se for para abastecer a despensa", brinca Ana.


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Ministério da Saúde registra queda de 47,9% dos casos de dengue no país


Jornal de Brasília - 25/08/2009

O número de casos de dengue registrados no país diminuiu 47,9% entre janeiro e 4 de julho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o relatório parcial do Ministério da Saúde, divulgado hoje (24), foram notificados 387.158 casos da doença, em 2009, contra 743.517, em 2008.


Em 20 estados e no Distrito Federal, houve redução no número de pessoas com dengue. O estado do Rio de Janeiro registrou a maior queda, 96,2%. Já o Acre, Amapá, a Bahia, o Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram crescimento. Os casos registrados em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul foram importados, ou seja, de pessoas que contraíram a doença fora do estado.

O boletim mostra ainda uma redução de 65,7% nas mortes em decorrência da dengue. De acordo com os dados, até o início de julho, ocorreram 156 óbitos este ano, contra 455 no mesmo período do ano passado.

O ministério informa que a mobilização para evitar um agravamento do quadro de dengue em 2009 foi intensificada em outubro de 2008, meses antes do início do período de maior transmissão da doença, que vai de janeiro a maio.