terça-feira, janeiro 31, 2006


Novo logo do PT criado pelo cartunista Ziraldo

Dia 10 de fevereiro é aniversário do PT


EDUARDO GALEANO
A segunda fundação da Bolívia

Os indígenas não eram filhos da Bolívia: eram apenas sua mão-de-obra. Até pouco mais de meio século atrás, os índios não podiam votar nem caminhar pelas calçadas das cidades. Com toda razão, Evo disse em seu primeiro discurso presidencial, que os índios não foram convidados, em 1825, à fundação da Bolívia.Eduardo GaleanoEm 22 de janeiro do ano 2002, Evo foi expulso do Paraíso.Ou seja: o deputado Morales foi expulso do Parlamento. Em 22 de janeiro do ano 2006, nesse mesmo lugar de aspecto pomposo, Evo Morales foi consagrado presidente da Bolívia. Ou seja: a Bolívia começa a tomar conhecimento de que é um país com maioria indígena. Quando ocorreu a expulsão, um deputado índio era mais raro do que cachorro verde. Quatro anos depois, são muitos os legisladores que mascam coca, milenar costume que estava proibido no sagrado recinto paramentar. *** Muito antes da expulsão de Evo, os seus, os indígenas, já tinham sido expulsos da nação oficial. Não eram filhos da Bolívia: eram apenas sua mão-de-obra. Até pouco mais de meio século atrás, os índios não podiam votar nem caminhar pelas calçadas das cidades.Com toda razão, Evo disse em seu primeiro discurso presidencial, que os índios não foram convidados, em 1825, à fundação da Bolívia.Essa é, também, a história de toda América, incluindo os Estados Unidos. Nossas nações já nasceram mentidas. A independência dos países americanos foi, desde o início, usurpada por uma muito minoritária minoria. Todas as primeiras Constituições, sem exceção, deixaram de fora as mulheres, os índios, os negros e os pobres em geral. A eleição de Evo Morales é, pelo menos neste sentido, equivalente à eleição de Michelle Bachelet. Evo e Eva. Pela primeira vez, um indígena é presidente na Bolívia; pela primeira vez, uma mulher é presidente no Chile. E a mesma coisa poderia ser dita do Brasil, onde pela primeira vez é um negro o ministro da Cultura. Por acaso não tem raízes africanas a cultura que salvou o Brasil da tristeza?Nestas terras, doentes de racismo e de machismo, não vai faltar quem pense que tudo isto é um escândalo. Escandaloso é não ter acontecido antes. *** Cai a máscara, a cara aparece, e a tormenta aumenta. A única linguagem digna de fé é a nascida da necessidade de dizer. O mais grave defeito de Evo é que a gente acredita nele, porque transmite autenticidade até quando está falando em espanhol, que não é sua língua materna, e comete algum errinho. Acusam-no de ignorância os doutores que praticam a arte de serem ecos de vozes alheias. Os vendedores de promessas acusam-no de demagogia. Acusam-no de caudilhismo aqueles que na América impuseram um Deus único, um rei único e uma verdade única. E tremem de medo os assassinos de índios, temerosos de que suas vítimas sejam iguais a eles. *** A Bolívia parecia ser apenas o pseudônimo daqueles que mandavam na Bolívia, e que a exprimiam enquanto cantavam o hino. E a humilhação dos índios, já tornada costume, parecia um destino. Mas nos últimos tempos, meses, anos, este país vivia em perpétuo estado de insurreição popular. Esse processo de contínuos levantes, que deixou pilhas de mortos, culminou com a guerra do gás, mas vinha de muito antes. Vinha de antes e continuou depois, até a eleição de Evo que foi ganha contra vento e maré. Com o gás boliviano estava se repetindo uma antiga história de tesouros roubados ao longo de mais de quatro séculos, a partir de meados do século dezesseis:a prata de Potosí deixou uma montanha vazia,o salitre da costa do Pacífico deixou um mapa sem mar,o estanho de Oruro deixou uma multidão de viúvas.Isso, e somente isso, deixaram. *** As manifestações populares destes últimos anos foram crivadas de balas, mas evitaram que o gás evaporasse em mãos alheias, desprivatizaram a água em Cochabamba e La Paz, retornaram governos governados que estavam fora, e disseram não ao imposto sobre o salário e para outras sabias ordens do Fundo Monetário Internacional. Do ponto de vista dos meios civilizados de comunicação, essas explosões de dignidade popular foram atos de barbárie. Mil vezes foi visto, lido, escutado: a Bolívia é um país incompreensível, ingovernável, intratável, inviável. Os jornalistas que dizem isso, e repetem, enganam-se: deveriam confessar que Bolívia é, para eles, um país invisível. *** Nada tem de estranho. Essa cegueira não é só um péssimo costume de estrangeiros arrogantes. A Bolívia nasceu cega de si, porque o racismo coloca teias de aranha nos olhos, e é claro que não faltam aqueles bolivianos que preferem se ver com os olhos que os desprezam. Mas não é à toa que a bandeira indígena dos Andes rende homenagem à diversidade do mundo. Segundo a tradição, trata-se de uma bandeira nascida do encontro do arco-íris fêmea com o arco-íris macho. E este arco-íris da terra, que na língua nativa é chamado de tecido de sangue que flameja, tem mais cores que o arco-íris do céu.

Traducción: Naila Freitas / Verso Traductores
Fonte: www.agenciacartamaior.com.br


Deu pffff...

José Serra, prefeito de São Paulo
e candidato a presidente da República, resolveu medir sua pressão arterial durante uma visita ao posto de saúde de Cidade Tiradentes, localidade habitada por 150 mil cidadãos de baixa renda. Acompanhado por jornalistas e fotógrafos, sentou-se diante de um daqueles aparelhos com bolinha de mercúrio.Veio o primeiro e, pffff. Trouxeram outro, desta vez pilotado pela secretária de Saúde, Maria Cristina Cury."Finge que funciona", disse-lhe o prefeito.Pffff."12 por oito", anunciou a secretária.O prefeito e a doutora estavam num posto de saúde destinado a atender famílias de trabalhadores, dois aparelhos de medir pressão não funcionaram e em vez de o céu desabar, privilegiou-se uma sessão de fotografias, simulando-se um tudo-bem. Não ocorreu ao prefeito dizer que só sairia dali quando alguém conseguisse trazer um medidor de pressão capaz de medir pressão. (Os aparelhos não funcionavam porque eram novos e continuavam lacrados. Continuavam lacrados porque não eram coisa do mundo da saúde pública de Cidade Tiradentes.)



Imprensa tucana entra com tudo na campanha, tiraram a máscara, e enfiaram o pé na jaca de vez.

Site do Estadão dá exemplo da exposição exagerada que
Alckmin ganhou na mídia

Desde que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), decidiu escancarar sua obsessão pelo título de candidato tucano à presidência, a grande mídia tem dedicado generosos espaços para que ele se exponha e se torne conhecido nacionalmente.

Conforme o Vermelho noticiou (clique aqui para ler), o governador Geraldo Alckmin teve um encontro em dezembro de 2005 com donos de grandes jornais do país aos quais apresentou sua "plataforma eleitoral". Alguns meses antes, o jornal Folha de S.Paulo já dizia, em editorial, que a única coisa que faltava para Alckmin ser o candidato perfeito para a direita derrotar Lula era o governador tucano crescer nas pesquisas; para isso seria necessário tornar-se conhecido nacionalmente.
Parece que os editores dos grandes órgãos de imprensa do país, sobretudo os controlados pela elite paulista, entenderam o recado e se lançaram de páginas abertas para ajudar o governador tucano a dar o ar de sua graça pelos quatro cantos do país.
Para ajudar a mídia a ajudá-lo, Alckmin tem desenvolvido nas últimas semanas uma verdadeira caravana de visitas a vários Estados brasileiros e vitaminou sua agenda com inaugurações de toda ordem.
Os frutos desta investida podiam ser observados de forma escancarada na página eletrônica do jornal Estadão de ontem. A área destinada às notícias nacionais trazia nada menos que três fotos do governador, sendo uma delas para ilustrar a manchete principal, conforme pode-se ver pela imagem abaixo.


Google confirma superexposição

O site de buscas Google inaugurou no final do ano passado a versão brasileira de um serviço chamado Google News, que lista todas as matérias publicadas nos principais sites de notícias do país. O Google News permite buscar notícias a partir de palavras chaves e as ordena por ordem de relevância e/ou por data de publicação.
O Vermelho fez um teste no final da noite de ontem que confirmou a participação privilegiada do governador paulista na mídia eletrônica (que na maioria das vezes reflete a mídia impressa). Fizemos buscas usando como palavras-chaves os nomes das principais figuras políticas do país (com exceção do presidente Lula) que já declararam publicamente a intenção de candidatar-se à presidência da República. Os resultados foram:
Alckmin em primeiro lugar com 2.380 notícias no período (se a palavra pesquisada for apenas Alckmin, aumenta para 2.540, isso sem contar as variações de grafia do sobrenome do governador); o prefeito de São Paulo José Serra vem em seguida com 2.150 aparições; bem atrás aparece o peemedebista Anthony Garotinho com 708 notícias; desempenho semelhante ao do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), que aparece 696 vezes. Já a senadora Heloísa Helena (PSOL) tem 424 notícias sobre ela listadas no Google News. Bem distante deste desempenho está o ex-petista Cristovam Buarque (PDT) com 234 citações, seguido de longe pelo colega de partido Jefferson Peres, que aparece apenas 84 vezes e mais 15 se o sobrenome terminar com a letra "z" (Perez). O último é o deputado Roberto Freire (PPS). O nome apareceu 70 vezes na lista do Google News, mas quase metade refere-se a outros robertos com o mesmo sobrenome. Filtrando apenas as notícias relativas ao deputado pernambucano, sobram menos de 40, fazendo do presidente do PPS o lanterninha da turma de "presidenciáveis" citados na mídia on line nos últimos dois meses. O nome do presidente Lula não foi incluído pois ele é, naturalmente, objeto principal do noticiário político brasileiro e, portanto, as referências ao nome do presidente da República serão, em qualquer circunstância, sempre maiores que qualquer outro nome da política nacional.
Ainda que este "teste" feito através do Google News não tenha nenhuma pretensão científica e considerando que Alckmin e Rigotto encontram-se em situação muito parecida (os dois são governadores de Estados importantes, estão no exercício do mandato e ambos disputam a vaga de candidato à presidência internamente em seus respectivos partidos), pode-se considerar que o fato de Alckmin ter quase quatro vezes mais exposição que Rigotto é um sinal inequívoco de que a mídia já fez sua escolha.

Da redação
Cláudio Gonzalez
vermelho


Querem ganhar no tapetão...

Tucanos em fúria prometem 4 mil ações contra discursos de Lula

A jogada tucana vista por Agê, no DCI (SP)

O PSDB anunciou ontem (30/1) que protocolará no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mais uma ação judicial contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusando-o de fazer campanha eleitoral antes da data estabelecida por lei. Na semana passada o mesmo partido protocolou outras quatro ações judiciais com o mesmo sentido, além de outras no mês passado. A fúria tucana dá uma medida de como serão as coisas nos sete meses até as eleições.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), fez inadvertidamente uma admissão do caráter pueril e gratuito das representações. Virgílio declarou que, "se preciso", seu partido vai "4.000 vezes à Justiça contra Lula".
Crime: comparar gestões
A última saraivada de interpelações serve de exemplo como daquilo que os correligionários do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não querem que Lula diga. O site do PSDB cita o discurso presidencial em evento realizado em Castilho (SP) na última sexta-feira.
"Na ocasião, Lula discursou para trabalhadores rurais sem-terra e prometeu, entre outras coisas, modificar o índice de produtividade das propriedades rurais para aumentar o número de assentados. O ex-metalúrgico voltou a comemorar o pagamento da dívida com o FMI, louvou o aumento do salário mínimo e fez comparações entre sua gestão e as antecessoras", queixa-se a Agência Tucana.
As representações anteriores se referem aos discursos de Lula no dia 20, em Duque de Caxias e Queimados (RJ), e no dia 21, no Acre, ao inaugurar a ponte ligando o Brasil ao Peru. O TSE limitou-se a notificar a Presidência das ações protocoladas.
"Uma espécie de censura"
O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), respondeu às representações tucanas comentando que elas são "uma espécie de censura" por parte da oposição para evitar que Lula fale dos avanços alcançados em seu mandato. "Eles querem impedir o presidente de fazer comparações e de prestar contas. Isso não pode acontecer. Não fomos nós quem inventamos a reeleição", ironizou Fontana.
O parlamentar destacou, em entrevista à Agência Brasil, que a oposição não pode impedir o presidente Lula de ser presidente da República no último ano de seu mandato. "Tanto o PSDB quanto o PFL querem impedir o presidente de dialogar com a população, de inaugurar obras, de falar das ações de seu governo", disse ainda.
A frustração de Paes de Barros
Já o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) deve ver recusada, na sessão de hoje da CPI dos Bingos, uma iniciativa de sentido semelhante, mas dirigida contra o ministro Antonio Palocci (Fazenda). Paes de Barros solicitou, em emenda ao relatório parcial da CPI, que seja pedido o indiciamento de Palocci por "crime de responsabilidade" na renovação de contrato entre a Caixa Econômica Federal e Empresa GTech.
O relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse nesta segunda-feira que dará parecer contrário ao requerimento do tucano. Embora esteja longe de ser um governista, Alves ponderou que a investigação não forneceu motivos para sugerir ao Ministério Público o indiciamento. "No caso GTech, não há porque pedir o indiciamento", declarou.
A argumentação de Paes de Barros é que, "entre tantas pessoas intimamente ligadas a Palocci, todas envolvidas no escândalo GTech e outros eventos ligados à administração de Ribeirão Preto, necessariamente tem de haver uma pessoa poderosa a dar guarida aos demais".
Com agências
http://www.vermelho.org.br/diario/2006/0131/0131_tucanos.asp

segunda-feira, janeiro 30, 2006




A lambança da mídia tucana

ISTO É, IBOPE E GAROTINHO
Como se deu o cochilo da produção do
Jornal Nacional

Toda pesquisa tem registro na Justiça Eleitoral

Se a TV Globo tivesse mandado uma pessoa obter no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cópia do registro da pesquisa do Ibope para a IstoÉ divulgada na quinta-feira, 19 de janeiro, como apenas relativa ao primeiro turno da sucessão presidencial, teria evitado o vexame dado no Jornal Nacional daquele dia. Após ler os resultados das simulações para um primeiro turno, um dos apresentadores, Renato Machado ou Sandra Annenberg, afirmou: “A revista IstoÉ informou que não encomendou simulações para o segundo turno. E esclareceu ainda que, em virtude da mudança dos nomes testados, também não foi feita a evolução do desempenho dos candidatos. Foram ouvidos 2002 eleitores, em 143 municípios, entre os dias 12 e 16 de janeiro.”
No sábado, dia 21, o Jornal Nacional fez uma retificação:
“Na última quinta-feira, o Jornal Nacional divulgou os resultados da pesquisa Ibope - a intenção de voto para o primeiro turno da eleição presidencial. Na ocasião, a revista IstoÉ - que encomendou a pesquisa - informou que não havia simulações de segundo turno. Mas havia, sim. O Ibope divulgou ontem à noite os números. [É feita a leitura dos resultados das cinco simulações de segundo turno.] A IstoÉ não explicou por que, na quinta-feira, informou que não havia pesquisa sobre o segundo turno. Hoje, os diretores da revista não foram localizados para comentar o assunto. O Ibope ouviu 2002 eleitores em 143 municípios, entre os dias 12 e 16 de janeiro. A pesquisa tem o registro TSE de número 236/2006”.
O Observatório da Imprensa publicou vários tópicos a respeito do episódio. Do mais recente para trás:
"Isto é fazer o leitor de bobo"
"Para a IstoÉ, somos todos uns pascácios"
"Acordo de ´cavalheiros´ favorece pilantragem"
"Manipulação de pesquisa"
"Imprensa pisando nos astros, distraída..."
Descrição da pesquisa está na internet
Mas o ponto aqui é informar que, de acordo com a resolução do TSE em vigor sobre divulgação de pesquisas (Resolução nº 20.950, de 13 de dezembro de 2001), as pesquisas são registradas nos tribunais eleitorais (o Superior e os Regionais). A descrição sintética da pesquisa contém o nome do instituto que vai realizá-la e de quem a encomendou, assim como seu objeto, área e data de realização.
A famosa pesquisa do Ibope para a IstoÉ constitui um processo que no TSE ganhou o número 1.746.
O roteiro para localizar esses processos na internet é o seguinte:
1) http://www.tse.gov.br/
2) Procurar em “Processos Push” (menu da coluna da esquerda)
3) “Informe os parâmetros da pesquisa”: escolher pelo número do processo.
A mais recente petição relativa a pesquisa ganhou o número 1.751. Petições de todo tipo entram nessa numeração. Assim, um novo pedido de registro de pesquisa poderá ter numeração superior a 1.752. Mas só a partir de amanhã, segunda-feira (30/1).
As pesquisas relativas a eleições estaduais são registradas nos Tribunais Regionais Eleitorais.
A Resolução 20.950, que regeu a divulgação de pesquisas em 2002 e em 2004, e ainda está em vigor, prevê detenção de seis meses a um ano para quem divulgar pesquisa de modo incorreto. E mais a obrigação de veicular os dados corretos “no mesmo espaço, local, horário, página, caracteres e outros elementos de destaque”.
Divulgar pesquisa sem prévio registro das informações dá multa entre R$ 53 mil e 106 mil. Os mesmos valores se aplicam em caso de divulgação de pesquisa fraudulenta. Podem ser responsabilizados penalmente “os representantes legais da empresa ou entidade de pesquisa e do órgão veiculador”.
Se tivessem mandado buscar em tempo hábil a documentação relativa ao registro da pesquisa, a Globo e os jornais – que também ignoraram as simulações de segundo turno - não teriam sido engabelados pela IstoÉ. Os veículos mandaram emissários ao TSE na segunda-feira, dia 23. Era tarde.
Trechos da Resolução 20.950 do TSE
A seguir, itens da resolução 20.950 do TSE diretamente relacionados com o teor do presente tópico. A resolução está publicada no site do TSE.
“Instruções sobre pesquisas eleitorais (eleições de 2002).
(....)
Art. 1º As pesquisas de opinião pública relativas aos candidatos e às eleições de 2002 obedecerão ao disposto nestas instruções.
Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2002, as entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar, no Tribunal Superior Eleitoral e nos tribunais regionais eleitorais, conforme se trate de eleição presidencial ou eleição federal e estadual, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes informações (Lei nº 9.504/97, art. 33, I a VII, e § 1º; Resolução-TSE nº 20.150, de 2.4.98):
I - o nome de quem contratou a pesquisa;
II - valor e origem dos recursos despendidos no trabalho;
III - metodologia e período de realização da pesquisa;
IV - o plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico e área física de realização do trabalho, intervalo de confiança e margem de erro;
V - sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados e do trabalho de campo, especificando o local da pesquisa, com indicação do município e dos bairros em que realizada;
VI - questionário completo, aplicado ou a ser aplicado;
VII - o nome de quem pagou pela realização do trabalho.
(....)
Art. 4º Protocolizado o pedido de registro da pesquisa, a Secretaria Judiciária determinará, imediatamente, a afixação do aviso, no local de costume, para ciência dos interessados (Lei nº 9.504/97, art. 33, § 2º).
§ 1º O Ministério Público Eleitoral e os partidos políticos ou coligações com candidatos ao pleito terão livre acesso às informações, pelo prazo de trinta dias.
(....)
Art. 6º Na divulgação dos resultados da pesquisa, serão informados, obrigatoriamente, o período da realização da coleta de dados e as respectivas margens de erro e o nome de quem a contratou e da entidade ou empresa que a realizou.
Art. 7º Mediante requerimento ao órgão competente da Justiça Eleitoral, os partidos poderão ter acesso ao sistema interno de controle, verificação e fiscalização da coleta de dados das entidades que divulgaram pesquisas de opinião relativas às eleições, incluídos os referentes à identificação dos entrevistadores e, por meio de escolha livre e aleatória de planilhas individuais, mapas ou equivalentes, confrontar e conferir os dados publicados, preservada a identidade dos respondentes (Lei nº 9.504/97, art. 34, § 1º).
(....)
§ 2º O não-cumprimento do disposto neste artigo ou qualquer ato que vise a retardar, impedir ou dificultar a ação fiscalizadora dos partidos constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo prazo, e multa no valor de R$10.641,00 (dez mil seiscentos e quarenta e um reais) a R$21.282,00, (vinte e um mil duzentos e oitenta e dois reais) (Lei nº 9.504/97, art. 34, § 2º).
§ 3º A comprovação de irregularidade nos dados publicados sujeita os responsáveis às penas mencionadas no parágrafo anterior, sem prejuízo da obrigatoriedade da veiculação dos dados corretos no mesmo espaço, local, horário, página, caracteres e outros elementos de destaque, de acordo com o veículo usado (Lei nº 9.504/97, art. 34, § 3º).
Art. 8º A divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações de que trata o art. 2º destas instruções sujeita os responsáveis a multa no valor de R$53.205,00 (cinqüenta e três mil duzentos e cinco reais) a R$106.410,00 (cento e seis mil quatrocentos e dez reais) (Lei nº 9.504/97, art. 33, § 3º).
Art. 9º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa no valor de R$53.205,00 (cinqüenta e três mil duzentos e cinco reais) a R$106.410,00 (cento e seis mil quatrocentos e dez reais) (Lei nº 9.504/97, art. 33, § 4º).
Art. 10. Pelos crimes definidos nos §§ 2º e 3º do art. 7º e no art. 9º destas instruções, podem ser responsabilizados penalmente os representantes legais da empresa ou entidade de pesquisa e do órgão veiculador (Lei nº 9.504/97, art. 35).
Art. 11. Nas pesquisas feitas mediante apresentação ao respondente da relação de candidatos, dela deverá constar o nome de todos aqueles que tenham solicitado o registro da candidatura.
Brasília, 13 de dezembro de 2001.
Ministro Nelson Jobim, , presidente - ministro Fernando Neves, relator - ministro Sepúlveda Pertence - ministra Elle Gracie - ministro Garcia Vieira - ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira - ministro Caputo Bastos. Publicada no DJ de 2.1.2002”.

Postado por: Mauro Malin às 10:47:30 PM
Observatório da imprensa

From: Caia Fittipaldi
Sent: Monday, January 30, 2006 3:51 PM
Subject: Re: Como se deu o cochilo da produção do Jornal Nacional

Pobre JN, engambelado por ele mesmo!

De fato, pensando bem, não acho que tenha havido algum cochilo da produção do JN. Pra mim, o JN raciocinou meio como alguma Maria Antonieta, naquela linha aristocrática de "ninguém NUNCA se atreverá a ME enganar". Por isso acreditou na pesquisa que recebeu de quem a encomendara e pagara por ela.

Faz total sentido, para um jornalista-editor que use o Homer Simpson como metáfora-referência do telespectador brasileiro médio. Bem-feito para o William Waack e para o William Bonner: eu estava lá, e eles nem ME VIRAM! Eu sou a Liza Simpson, seus babacas!

Taí: no Brasil da mídia-empresa alugada a um partido político e aos seus candidatos -- mesmo que o aluguel esteja celebrado e vigente por simples adesão político-ideológica pessoal e gratuita de editores, diretores, jornalistas e colunistas -- até o JN já está sendo enganado pela própria tal 'mídia-alugada' brasileira. De jornalismo democrático, afinal, o Brasil raramente ouviu falar, em séculos.

Com isso, comprova-se, mais uma vez, o mantra da imprensa democrática: onde não haja imprensa democrática, NEM a imprensa de DES-desdemocratização dos leitores-eleitores escapa do engambelamento geral de todos por todos! [risos, sim, mas preocupados.] Mais um pouco, descobriremos que os colunistas da página 2 da FSP são casados com marketeiros de tucanos paulistas, por exemplo.

Que imprensa é essa, a paulista?! Que imprensa é essa, a carioca?! Que imprensa é essa, a brasileira, em 2006?!
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No governo Lula, assistência a assentados aumentou 500%
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (27) que uma das metas do governo é dar assistência técnica às famílias assentadas no país. Segundo ele, quando assumiu o governo, 80 mil pequenos agricultores tinham assistência. Hoje, esse número subiu para 475 mil agricultores, um aumento de quase 500%. "Quando você coloca as pessoas na terra, você precisa ajudar a ter a casa, escola, assistência técnica e eletricidade, senão o cidadão vai ficar sendo marginalizado mesmo estando na terra. Ele deixará de ser um miserável urbano e passará a ser um miserável na agricultura", disse, no lançamento da linha de crédito habitacional para famílias assentadas no Estado de São Paulo, em Castilho.O presidente afirmou que os governos anteriores não davam atenção à assistência técnica. "Houve um tempo no Brasil que prevalecia, para a lógica da reforma agrária, tirar os trabalhadores que estavam brigando na cidade e afastá-los para bem longe, para que eles não ficassem fazendo passeata nem greve e nem protesto". A solenidade foi realizada no assentamento Nossa Senhora Aparecida, em Castilho, cidade do interior de São Paulo. A linha de crédito beneficiará 12 mil famílias assentadas no estado. Com o financiamento, que vai variar de R$ 9 mil a R$ 17 mil, os assentados poderão construir ou reformar a casa. Segundo o presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Rolf Hackbart, a linha de R$ 250 milhões permitirá a construção de 14 mil moradias nos assentamentos.

Os crimes que FHC cometeu contra o BRASIL

O programa das escolas técnicas é o preferido do presidente Lula, que reconheceu: "Eu tenho paixão especial pelas escolas técnicas". Lula lembrou da época em que fez o curso técnico de torneiro mecânico e disse que foi o primeiro a ter "uma casa, um carro, uma televisão em uma família de oito", por ter feito um curso técnico. Lula disse ter se assustado ao descobrir que teria que revogar uma lei que proibia o governo federal de construir novas escolas técnicas. A legislação, de 1998 (FHC), dizia que a União só poderia criar novas escolas se Estados, municípios, ONGs ou o setor produtivo assumissem a manutenção, o que dificilmente acontecia. "É um negócio inimaginável, num País que precisa de educação profissional", afirmou. "É engraçado porque essas coisas foram feitas pelos mentores do Estado moderno". A rede atual tem 109 escolas, entre escolas de ensino básico profissional, escolas técnicas agrícolas e Centros de Ensino Tecnológico. No total, atendem 230 mil alunos. Com a expansão serão abertas mais 67 mil vagas.

From: Caia Fittipaldi
Subject: Re: Os crimes que FHC cometeu contra o BRASIL

De modernidade e FHCs

Esse negócio de "Estado moderno" é o conversê mais velho que há, na América Latina.

Quando a corte portuguesa transferiu-se para o Brasil, fugindo de Napoleão, trouxeram tuuuuuuuuuuuuudo, até os santos, os livros, os professores (só para dar aulas de Latim e língua portuguesa aos portugueses e seus filhos), os urinóis e tuuuuuuuuuuuuudo.

Dentre as coisas que vieram, veio um enorme prensa de tipografia, das mais modernas de então, que vivia na Imprensa Régia, em Lisboa. Era moderníssima! Pois veio, viajou, e ficou encaixotada, aqui, por muuuuuuuuuuuuuuuito tempo. De fato, ficou ESCONDIDA. Por quê?

Porque uma das primeiras leis assinadas sobre o moderníssimo vice-reino que aqui se deveria implantar, PROIBIA EXPRESSAMENTE que se imprimissem coisas (quaisquer coisas: livros, jornais, panfletos e tuuuuuuuuuudo), nas terras do Brasil.

Tudo são modernidades, né? Em todos os casos, é preciso saber QUE modernidades interessam a QUE modernos, em cada caso, e para QUÊ interessam.

FHC proibir que se criem escolas técnicas, sob a alegação 'fiscalmente responsável' e TOTALMENTE socialmente IRRESPONSÁVEL, é IGUALZINHO a D. João VI proibir que se alfabetizassem os brasileiros 'nativos' e que se imprimissem textos escritos, em território brasileiro.

Eu penso em FHC e, imediatamente, me vem à lembrança a figura de Marco Nanini, travestido de D.João VI, fazendo cocô no mato e, isso feito, gritando: "Guardas! Acbêêêi!"
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Combate ao trabalho escravo atinge recorde em 2005
O Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) bateu recorde em 2005 no número de operações de combate ao trabalho escravo. Foram realizadas 81 operações, com fiscalização em 183 fazendas e a libertação de 4.133 trabalhadores. No total, foram pagos R$ 7,4 milhões em indenizações. O grupo é formado por sete equipes, compostas por fiscais e procuradores do Trabalho e delegados e agentes da Polícia Federal. Também conta com a ajuda da Procuradoria da República, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Ibama).
Nos últimos três anos, o grupo realizou 219 operações, 170% a mais que entre os anos de 2000 e 2002. O assessor da Secretaria de Inspeção do Trabalho, Marcelo Campos, informou à Agência Brasil há duas semanas, que a libertação de trabalhadores ocorreu principalmente nos estados onde há uma forte expansão da fronteira agrícola sobre a floresta nativa. "Os principais estados onde ocorreu a libertação de trabalhadores foram o Pará, Mato Grosso, Tocantins, Bahia e Goiás. São estados com uma incidência muito forte de trabalhadores escravos", disse.
Confisco de terras
O Pará foi o Estado com o maior número de trabalhadores libertos, 1.128 ao todo. Segundo Campos, os trabalhadores que vivem em regime análogo à escravidão são iludidos com promessas de emprego e uma vida melhor. Eles são aliciados por fazendeiros ou intermediários, os chamados "gatos". "Quando chegam lá, os trabalhadores percebem que nada daquilo que foi prometido era verdade. E, quando tentam sair, são impedidos".
Desde 2004 se arrastam as negociações no Congresso para a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) que prevê o confisco de terras onde for encontrado trabalho escravo. Neste ano, o relator da proposta, deputado Tarcísio Zimerman (PT-RS), disse, "estar confiante na aprovação da PEC pela Câmara". O parlamentar explicou que o Senado já aprovou uma versão da proposta. Para encerrar a votação na Câmara, em segundo turno, Zimmerman deve buscar o comprometimento de um número maior de lideranças partidárias e intensificar o diálogo com a bancada ruralista.
A informação é daAgência Brasil


Governo federal garante mais R$ 6,5 bilhões para habitação
A área econômica está concluindo um conjunto de medidas na área de habitação. Segundo técnicos envolvidos nesse trabalho, a principal medida será a redução dos impostos federais para baixar o custo do material de construção. Com isso, as famílias que estiverem reformando ou construindo serão beneficiadas. A "classe média" terá garantidos pelo menos R$ 6,5 bilhões em financiamentos para a casa própria. A avaliação no governo é que essas medidas ajudarão a criar empregos no setor e ainda darão um "empurrãozinho" no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.
Cimento, aço, telhas e cerâmicas deverão ser beneficiados com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que representa até 15% do preço do produto. Inicialmente, o governo pensava em cortar todos os tributos federais com a edição de uma "MP do Bem 2". Mas teme que o Congresso crie dificuldades para aprová-la. Por isso, é mais forte a possibilidade do corte do IPI, que pode ser feito por decreto e não depende do Legislativo. Os demais tributos só serão cortados se houver avaliação política favorável nessa direção.
Correção
Para a "classe média", o governo quer que os bancos ofereçam mais recursos para o crédito imobiliário. Os bancos deverão oferecer este ano pelo menos R$ 6,5 bilhões, quase R$ 2 bilhões mais que em 2005. Para que o dinheiro esteja disponível, o Conselho Monetário Nacional (CMN) prorrogou, na reunião de quinta-feira, a punição para instituições financeiras que não aplicarem em habitação 65% do dinheiro captado pela poupança.
O banco que não emprestar todo o dinheiro terá de depositar o que sobrar no Banco Central e receberá remuneração bem baixa (80% da TR). Tomando-se por base a TR deste mês, a correção seria de 1,87% ao ano. A pena é grande porque os bancos pagam aos clientes, pelos depósitos em poupança, a TR mais 6% ao ano. Isso significa, pela TR deste mês, um rendimento de 8,48% ao ano. Esse "incentivo" para os bancos já vigorou no ano passado, quando foi adotada pelo CMN.
Moradia Popular
Pelos dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o SBPE aplicou R$ 4,7 bilhões em 2005, financiando 60.769 unidades habitacionais. Em 2004 foram financiados 53.787 operações ao custo de R$ 3 bilhões. "Essa medida é fundamental para manter a oferta de empréstimos para a classe média", afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Simão, que desde o fim do ano passado pressionava o governo pela prorrogação dessa punição.
Enquanto se preocupa em não deixar faltar dinheiro para a "classe média", o governo trata de encontrar uma saída para incentivar a habitação popular. Na faixa de renda de até 12 salários mínimos, atendida com dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), existem recursos de sobra. No ano passado, a Caixa não conseguiu aplicar todo o dinheiro. Um dos problemas inibidores do financiamento é justamente o custo. Mesmo com recursos do FGTS, o custo gira em torno de TR mais 6% ao ano. Sem ter margem para fazer cair esse juro - uma vez que se trata de dinheiro que tem de ser remunerado na conta dos trabalhadores - o governo conta com a desoneração do material de construção para atender também às famílias de menor renda.

domingo, janeiro 29, 2006



29 de janeiro
1999 - Dia do real em pânico

Pico da instabilidade do real. O dólar chega a R$ 2,15. Boataria, corrida aos bancos. O povo descobre que FHC não garante nem a badalada estabilidade monetária.

Vermelho

sábado, janeiro 28, 2006


Elogio inusitado

E vejam o que o Goldman falou sobre a negociação do salário mínimo:

O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman considera "inusitado" a forma como o reajuste do salário mínimo foi estabelecido, em uma negociação entre o governo e as centrais sindicais. Para o parlamentar, este processo de discussão do novo mínimo deveria ter sido feito entre o executivo e o Congresso Nacional. A depender do governo e das centrais, a partir de abril, o salário mínimo passa de R$ 300 para R$ 350.

Que elogio vindo de um tucano heim??? É realmente "inusitado", coisa de governo democrático, como o governo LULA. Tucano não entende mesmo dessas coisas. Deixa ele falar, quanto mais ele fala melhor pra gente...


Caso Brant revela hipocrisia do PSDB e do PFL, diz Dr. Rosinha

O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) criticou na tarde desta quinta-feira (26) a posição assumida pelo PSDB e pelo PFL em relação ao relatório que recomenda a cassação do mandato do deputado Roberto Brant (PFL-MG) por quebra de decoro parlamentar.

Por 8 votos a 7, o Conselho de Ética aprovou o relatório. A aprovação foi possível graças ao voto de minerva do presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), que desempatou a votação. Agora, o processo segue para votação no plenário da Casa.
"O movimento a favor da absolvição de Roberto Brant revela a hipocrisia tanto do PSDB quanto do PFL", avalia Dr. Rosinha. "Autodenominam-se defensores da moralidade, mas a prática comprova que tudo não passa de discurso pré-eleitoral."

Beneficiário das contas do empresário Marcos Valério, Brant recebeu, na campanha de 2004, R$ 102.812,76 da SMPB. O pefelista alega que os recursos eram originários de um caixa-dois da Usiminas, empresa privatizada durante o governo Collor, em 1991.

"Fragilidade" de FruetA respeito da renúncia do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) ao cargo de integrante do Conselho de Ética da Câmara — divulgada momentos antes da votação do relatório sobre Roberto Brant —, Dr. Rosinha foi taxativo:

"Ao renunciar, Fruet demonstrou fragilidade. A renúncia é uma forma de ceder à pressão. Quem a utiliza está lavando as mãos".

Dr. Rosinha lembra que, em substituição a Fruet, o PSDB indicou Jutahy Júnior (PSDB-BA), que votou pela absolvição do deputado pefelista. "Se dependesse de Fruet e do PSDB, Roberto Brant teria sido absolvido."

As informações são da assessoria do deputado.

Aos poucos, a verdade vai aparecendo!
From: Caia Fittipaldi
Sent: Friday, January 27, 2006 1:39 PM

Ibope: Lula sobe, avaliação do governo melhora e PT é o preferido do eleitorado

Me desculpem, mas a imprensa não se atrapalhou toda com a pesquisa do Ibope. Parte da imprensa trambicou essa pesquisa. A IstoÉ do Alzugaray, que não é imprensa, é quitanda (vende capa, espaço interno e até cadeira da redação a quem pagar), está cedida em comodato, no momento, ao Garotinho. Que encomendou uma pesquisa ao Ibope (e pagou R$ 126 mil), mandou que a IstoÉ assumisse a encomenda, publicasse só os resultados de primeiro turno e omitisse os de segundo (Garotinho aparecia à frente dos demais candidatos do PMDB).

A IstoÉ repassou ao Jornal Nacional dizendo (mentindo) que não havia encomendado simulação de segundo turno. A Veja e mais um jornalão de SP, acho que o Estadão, foram atrás e descobriram que era negociata.

O Ibope, temendo ser envolvido (já estava empanado...), resolveu publicar em seu site os resultados das simulações de segundo turno, que tinham sido feitas sim, claro.

Flagrada, a IstoÉ defendeu-se alegando que a simulação de segundo turno não era "jornalística", por se tratar de mera "especulação". Pode?! Claro, o resultado dava Lula disparado na frente de todo mundo. Isso não é se atrapalhar, é baixaria mesmo. Tá tudo lá no Observatório. O único veículo que tá contando o que é a IstoÉ, porque os demais culpam Garotinho ou o Ibope.

Manifestações e cultos marcam dois anos da chacina de Unaí
CBN Minas
BELO HORIZONTE - Será realizada na manhã desta sexta-feira, na sede da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), em Minas Gerais, uma celebração ecumênica em memória dos servidores assassinados na cidade de Unaí, na região noroeste do estado, há dois anos. Participarão do ato servidores da DRT e familiares das vítimas.
Neste sábado, dia da chacina, cerca de 40 pessoas vão sair de Belo Horizonte até a cidade de Unaí para participar de uma homenagem com um Ato Ecumênico que será realizado no local do crime, na zona rural da cidade.
No dia 28 de janeiro de 2004, quatro servidores da Delegacia Regional do Trabalho foram mortos, vítimas de uma emboscada, quando fiscalizavam fazendas na região. Sete pessoas foram indiciadas por participação no crime, além do empresário Antério Mânica, que depois foi eleito prefeito de Unaí pelo PSDB e o irmão dele, Norberto Mânica. Os acusados entraram com recursos para adiar o julgamento.

Para além de nossas fronteiras
Por Ideli Salvatti
No debate sobre os rumos do Brasil a partir das eleições de 2006, a sociedade precisa colocar em pauta um tema que, por mais distante que pareça, repercute no cotidiano de cada cidadão e de cada cidadã. Trata-se da posição que nosso país conquistou no plano internacional. Seu papel no combate às desigualdades econômicas e sociais e sua capacidade de aglutinar outros países como forma de conquistar mudanças em um cenário dominado por grandes e protecionistas potências. Precisamos ver na soberania não apenas um valor abstrato. Os resultados dela são concretos. Aparecem na economia e na geração de empregos. Em conseqüência, mexem com a vida das pessoas. Mas, para chegar até esse ponto, as escolhas são essenciais.
O governo Lula escolheu seu caminho e suas prioridades. Internamente, tratou de, como disse o próprio presidente, colocar o povo no Orçamento, crescer e distribuir riqueza.
Levou o programa Bolsa-Família para 8,7 milhões de famílias, deixando o país com a menor proporção de pessoas vivendo em condições miseráveis desde o ano de 1992. Promoveu a maior distribuição de renda dos últimos 23 anos. Gerou 3,8 milhões de empregos em apenas três anos, fazendo mais do que o dobro do resultado conseguido pelo governo anterior.
Também colocou o país na trilha do crescimento sustentável, dispensou novos acordos com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e, ao pagar US$ 15,5 bilhões da dívida antecipadamente, gerou uma economia de quase US$ 1 bilhão, reduzindo em 40% a dívida externa brasileira. A queda do risco-país atinge níveis inéditos.
Com a diversificação de mercados e de produtos, o Brasil vai chegar a US$ 120 bilhões nas exportações, construindo cada vez mais sua independência com relação aos Estados Unidos e à União Européia e consolidando sua presença no mercado da América do Sul.É um Brasil com uma nova cara não apenas aos olhos dos brasileiros -particularmente dos brasileiros mais pobres- mas aos olhos do mundo inteiro.
Nossa política externa ganhou o respeito internacional e nos colocou em uma posição de destaque. O combate à fome foi incluído como questão estratégica na pauta do mundo globalizado. A criação do G-20 -grupo de países emergentes liderados pelo Brasil, pela Rússia, pela Índia e pela China- pode ter sua importância medida pelo papel desempenhado na OMC (Organização Mundial do Comércio) na decisão de marcar para o ano de 2013 a data do fim dos subsídios agrícolas à exportação pela Comunidade Européia, com queda substancial já em 2010, e para 2006 o fim dos subsídios americanos à exportação do algodão.
Aglutinar também é a palavra-chave para a América Latina, seja nas negociações sobre a Alca, seja no fortalecimento e crescimento do Mercosul.
E está justamente aqui, no palco latino-americano, um elemento central para a análise do cenário político e econômico que pode ser desenhado a partir deste ano. Com eleições sendo realizadas em diversos países e um possível avanço de forças de centro-esquerda e nacionalistas, o Brasil pode ver fortalecida ainda mais a política adotada pelo governo do presidente Lula para conquistar, ao lado de outros, uma nova posição no mundo. Uma política que condiciona a luta por melhorias econômicas a um objetivo muito bem definido: a soberania como fator de desenvolvimento para retirar a maioria do povo de uma exclusão histórica patrocinada pelas elites conservadoras.
As vitórias do líder indígena Evo Morales, na Bolívia, e da socialista Michelle Bachelet, no Chile, apontam para o fortalecimento da estratégia brasileira, que pode ganhar mais reforços em outros pleitos ainda antes das eleições que serão realizadas aqui no Brasil.As condições são favoráveis na Nicarágua, no México, na Venezuela, no Peru e na Colômbia.
Na Venezuela, a confirmação do favoritismo do presidente Hugo Chávez poderá vir depois da eleição brasileira. De uma maneira geral, há possibilidades reais de que a decisão eleitoral aqui aconteça com um cenário favorável ao caminho que o Brasil adotou.
As eleições no Brasil, portanto, precisam ser vistas dentro deste amplo contexto. A decisão da sociedade deve pesar não apenas a importância da continuidade de um caminho que traz resultados altamente positivos por meio de ações internas, que estão mais expostas aos nossos olhos. Deve também levar em conta o salto qualitativo que o Brasil deu no último período no contexto internacional e, especialmente, a possibilidade de prosseguirmos avançando com um time ainda mais forte e afinado em torno de um objetivo comum: a busca pela tão sonhada e necessária soberania de nossa sofrida América Latina, com a promoção do crescimento com distribuição de renda.
Como poucas vezes na história, estamos diante de uma possibilidade real de confluência de elementos extremamente positivos interna e externamente. O momento exige um olhar que, mais do que nunca, perceba as oportunidades que estão em um horizonte não muito distante, mas que ultrapassa nossas fronteiras.

Ideli Salvatti, 53, professora licenciada em física pela Universidade Federal do Paraná, senadora pelo PT-SC, é vice-líder do governo no Senado.

Vampirismo na Saúde

A entrega dos hospitais públicos da cidade de São Paulo para entidades de caráter privado, autorizada recentemente pela maioria dos vereadores, é um mau negócio para aqueles que mais precisam dos serviços de saúde. Usamos o termo negócio não à toa, pois pretendemos questionar, entre algumas deficiências, a lógica contábil e comercial que permeia o projeto do prefeito paulistano.

Para fazermos uma análise, temos como referência a experiência do governo estadual paulista, que desde o final da década de 1990 adota o mesmo modelo, em que o dinheiro é público, mas a administração é privatizada, sem sequer haver processo de licitação. O primeiro argumento contestável é o da sua eficiência. Antes de qualquer comparação, é preciso deixar claro que as verbas públicas destinadas à rede administrada pelas entidades, chamadas Organizações Sociais (OSs), são bem maiores. Em 2003, 12 unidades geridas por OSs tiveram despesas, em média, de R$ 41 milhões cada uma. No mesmo período, 41 hospitais administrados diretamente pelo Estado gastaram, em média, apenas R$ 25,2 milhões cada. As cifras de 2004 e 2005 não são divulgadas pelo governo, o que dá a medida da transparência gerencial adotada. Sem falar que, antes de serem dados à iniciativa privada, os hospitais são reformados, quando não são recém-construídos. Tais condições representam enorme vantagem para as unidades entregues às entidades privadas e ajudam a causar uma enganosa impressão de que a administração terceirizada é melhor.

Colocando-se de lado o fato de que se trata de privatização – ainda que sutil –, contrária, portanto, a princípio constitucional, o fato é que nem mesmo tal vantagem financeira reverte em melhores serviços para a população. As Organizações Sociais fazem uso do dinheiro público segundo critérios de metas e produtividade estabelecidos em um contrato de gestão. Nesse cenário mercantilista, vale privilegiar ações mais rentáveis e recorrer à maquiagem.

Em sua análise das contas das OSs realizada em 2004, o Tribunal de Contas do Estado apontou um aumento de 90% nos gastos com internações entre 1995 e 2002, e questionou se o crescimento não seria fraudulento, induzido pelas entidades privadas, com o objetivo de receber mais recursos públicos. A dúvida continua no ar, enquanto aguardamos a análise das contas das OSs relativas aos anos seguintes.

Há um outro fato aterrador. Ao atingirem a meta de produtividade estabelecida no contrato, as OSs reservam-se o direito de suspender determinados procedimentos médico-hospitalares. Assim, por exemplo, se a verba destinada a operações de emergência estiverem esgotadas, fecham-se as portas aos acidentados, pura e simplesmente. E os pacientes nessas condições são conduzidos para a rede de saúde da administração direta, o que amplia as filas e espalha doentes pelos corredores. Os trabalhadores públicos, a quem ninguém pergunta se há ou não equipamentos e materiais em quantidade suficiente para o atendimento, precisam desdobrar-se e ainda assim são muitas vezes responsabilizados pela situação caótica.

Outra manobra das OSs para garantir rentabilidade é não realizar procedimentos de alta complexidade e concentrar-se em casos mais simples e de resolução mais rápida. Demais casos, incluindo portadores de Aids, para os quais as OSs não têm leitos reservados, também são remetidos aos hospitais da administração direta, mais lotados, com menos recursos e salários mais baixos. Uma análise desatenta das aparências chegaria à conclusão que uma rede é melhor que a outra por uma questão de competência, disposição ou interesse. Nada mais falso, mas fica claro que essa é a impressão que o governador e o prefeito querem causar. Isso nos faz lembrar de quando o prefeito, então ministro da Saúde, desmontou a Funasa e abriu caminho para a epidemia de dengue.

João Antonio Felicio é presidente nacional da CUT; e Célia Regina Costa é presidente do Sindsaúde-SP

sexta-feira, janeiro 27, 2006


Cláudio Humberto admite que notícia sobre compra de mansão era mentirosa

O colunista Cláudio Humberto – ex-porta-voz do presidente Fernando Collor de Mello – desmentiu nesta sexta-feira (27) notícia publicada no último dia 10 em sua coluna, segundo a qual o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, teria comprado uma mansão na Bahia por R$ 385 mil.

Hoje, Humberto reconheceu que tudo não passava de uma “mentira”. Ele culpa suas fontes pela divulgação da falsa notícia. A coluna é distribuída para dezenas de jornais de todo o país.

Leia abaixo a íntegra da errata, publicada 11 dias após Berzoini ter informado que processaria o colunista por calúnia e difamação:

‘Compra’ não existiu

A coluna errou ao confiar apenas na palavra de corretores, que garantiram terem vendido ao deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) uma mansão no condomínio “Casas de Praia do Forte”, na Bahia. Até indicaram o tipo da casa e transmitiram e-mails, jactando-se da venda. Como não apresentaram uma prova documental exigida pela coluna, ficou claro que era mentira, como já havia dito Berzoini – que apenas foi ao lançamento do condomínio.

CGU começa a instalar Sistema Único de Corregedorias, diz ministro

A Controladoria-Geral da União (CGU) está começando a instalar um Sistema Único de Corregedorias que vai unir todos os ministérios e órgãos públicos do país no combate à corrupção e à impunidade. A afirmação foi feita pelo ministro Waldir Pires, em entrevista à TV Nacional.Segundo ele, pela primeira vez o governo promove esse tipo de ação. Pires explicou que a organização de um Sistema de Corregedorias-Gerais distribuídas por setores vai permitir, por exemplo, a existência de corregedorias ligadas aos setores econômico, social e de infra-estrutura. Ele disse que as corregedorias serão setoriais, mas todo o trabalho será vinculado à Controladoria, sem ligação direta de subordinação com o órgão dentro do qual atue. "Isso viabiliza a isenção e, ao mesmo tempo, a capacidade de chegar aos exames dos crimes de corrupção e à apuração devida".Na avaliação do ministro, o fato de se apontar o desvio do dinheiro público e não punir os responsáveis pelo crime ou não investigar corretamente até o fim caracteriza "um estímulo à corrupção". Sobre a atuação da CGU nas denúncias de irregularidades na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Waldir Pires disse que sua equipe tem feito um grande trabalho. "Levantamos (as denúncias) e fizemos 30 relatórios completos de todos os contratos desde 1999 até 2005. Identificamos as possibilidades de desvios". Segundo o ministro, essa fase já está concluída e a próxima fase cabe ao Ministério Público.Pires destacou também a possibilidade aberta à população de acompanhar, com transparência, pela internet, todo o trabalho desenvolvido pela CGU. Segundo ele, esse modelo inédito da transparência já está incluído na composição institucional da Controladoria, por meio da Secretaria de Prevenção e de Combate à Corrupção. A transparência dos processos, conforme explicação do ministro, pode ser verificada no site da CGU: www.portaldatransparencia.gov.br que hoje já dispõe de 275 milhões de informações. "Toda a população, de qualquer setor, de qualquer município, pode acessar nosso site sem precisar de nenhuma senha para isso", destaca Pires.


Agência Brasil


Convênio acaba com escolas de taipa e palha no MA

Alunos do ensino fundamental de nove pequenos municípios do interior do Maranhão vão deixar as escolas com paredes de taipa e teto de palha para estudar em salas de alvenaria com água e luz elétrica.
É isso que prevê a série de convênios que o ministro da Educação, Fernando Haddad, assinou na quarta-feira (25), transferindo R$ 2,8 milhões para as prefeituras de Penalva, Zé Doca, Santana do Maranhão, São Benedito do Rio Preto, Buriti Bravo, São Domingos do Maranhão, Governador Luiz Rocha, Presidente Médici e Barão do Grajaú.
Os recursos são destinados à reversão de um quadro precário de muitas escolas públicas dos pequenos e médios municípios do Estado: salas de taipa ou espaços alugados pelas prefeituras. A verba, que será transferida pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), é destinada à reforma ou construção.
No município de Peralva, por exemplo, o prefeito Nauro Muniz vai construir uma escola no povoado de São Malaquias, onde 80% da população é remanescente de quilombos.
Atualmente, segundo ele, as 75 crianças e adolescentes desta comunidade, a 36 quilômetros da sede do município, estudam numa sala de taipa e teto de palha, sem água tratada e luz elétrica.
Os professores ensinam ao mesmo tempo o seriado (turma única da pré-escola à 4ª série) e os alunos de 5ª a 8ª série. Sem luz elétrica, os adultos que poderiam participar da educação de jovens e adultos estão fora da escola.
RecursosOs convênios fazem parte de uma ação do FNDE de apoio à melhoria da infra-estrutura das escolas públicas, onde a região Nordeste é prioridade.
Para usufruir do benefício, os prefeitos precisam apresentar projetos ao fundo de acordo com as regras e a legislação. As informações podem ser consultadas na página eletrônica do
FNDE.

Do total dos convênios, o FNDE entra com 99% dos recursos e os municípios com uma contrapartida de 1%. Peralva receberá do fundo R$ 420.750,00; Zé Doca, R$ 406.890,00; Santana do Maranhão, R$ 322.096,50; São Benedito do Rio Preto, R$ 171.559,00; Buriti Bravo, R$ 458.387,82; São Domingos do Maranhão, R$ 113.116,37; Governador Luiz Rocha, R$ 149.211,81; Presidente Médici, R$ 349.803,53; e Barão do Grajaú, R$ 445.066,32.

As informações são do Ministério da Educação.




From: jotaamorim
Curtas e Boas

Risco Brasil em 11/01/06: 277 pontos-básicos; Risco Brasil em 24/01/06: 273 pontos-básicos – novo recorde histórico; Risco Brasil em 26/01/06: 270 pontos – novíssimo recorde histórico. Lembrando que tal índice chegou a superar os 2.400 pontos em setembro/2002 (segundo o “mercado”, refletia o perigo de um Governo Lula);
Aumento real do mínimo é o maior em dez anos. O Ministério do Trabalho informou hoje que o reajuste do salário mínimo de R$ 300 para R$ 350 anunciado pelo governo significa um aumento real (já descontada a inflação) de 13%, o maior em dez anos. No acumulado entre abril de 2002 e abril de 2006, o reajuste real é de 25,3% e fica acima do registrado em períodos anteriores: 20,6% de maio de 1998 a abril de 2002 (FHC) e 20,5% de setembro de 1994 a maio de 1998 (FHC). O Ministério do Trabalho também divulgou que o reajuste de R$ 50 proposto neste ano beneficiará cerca de 40 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas e injeta R$ 15 bilhões na massa salarial de 2006. O Ministério do Trabalho destaca ainda o aumento do poder de compra. Em março de 2003, o salário mínimo era suficiente para compra de 1,3 cesta básica. Agora, é de 2,2 cestas básicas. O ministério também aponta que os estudos sobre a evolução do salário mínimo entre 1980 e 2006 mostram que o novo valor médio anual superará o patamar registrado nos últimos 25 anos. Seria, em termos reais, o melhor desde 1985. O novo mínimo equivale a US$ 146, valor 152% superior a 2003, quando valia US$ 58.

Mais contribuintes isentos do Imposto de Renda: Pelo menos 650 mil pessoas serão beneficiadas com a atualização de 8% da tabela do Imposto de Renda. A estimativa é do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal. Segundo a diretora de estudos técnicos, Clair Hickmann, com a atualização da tabela, cerca de 400 mil pessoas não precisarão mais pagar o imposto. "A estimativa é de que, hoje, aproximadamente 23,4 milhões de pessoas são isentas e esse número deve chegar a 23,8 milhões", destacou. De acordo com Clair, outros 250 mil trabalhadores pagarão menos imposto, já que passarão da faixa da alíquota de 27,5% para a de 15%.
Minc destina R$ 12,3 milhões para grupos de teatro e dança. A Fundação Nacional de Arte, ligada ao Ministério da Cultura, começa nesta quinta-feira a lançar os editais para dois novos prêmios: Klauss Vianna, na área de dança, e Myriam Muniz, voltado para o teatro A iniciativa conta com o patrocínio da Petrobras e o apoio da Fundação Athos Bulcão e da Associação Cultural Funarte. O programa de fomento vai contribuir parcial ou integralmente para o desenvolvimento das atividades de dança e de teatro adulto, teatro para a infância e juventude, teatro de bonecos e teatro de rua, em todas as regiões do país. Ao todo, serão contemplados 69 companhias de dança e 163 grupos de teatro, com a distribuição de R$ 12,380 milhões. O prazo para inscrições encerra-se em 9 de março.
Lula anuncia contratação de 900 professores para novas escolas técnicas. O governo federal vai contratar mais 900 professores e 600 servidores paras as escolas de ensino técnico e tecnológico federais. O anúncio foi feito ao final de um encontro do presidente Lula com os diretores dos Centros Federais de Ensino Tecnológico. As novas contratações serão para atender o programa de expansão dos Centros, em que 32 novas escolas deverão ser construídas, 25 ainda neste ano. Na metade de 2005, o governo já tinha autorizado a contratação de 500 professores. O programa das escolas técnicas é o preferido do presidente Lula, que reconheceu: "Eu tenho paixão especial pelas escolas técnicas". Lula lembrou da época em que fez o curso técnico de torneiro mecânico e disse que foi o primeiro a ter "uma casa, um carro, uma televisão em uma família de oito", por ter feito um curso técnico. Lula disse ter se assustado ao descobrir que teria que revogar uma lei que proibia o governo federal de construir novas escolas técnicas. A legislação, de 1998 (FHC), dizia que a União só poderia criar novas escolas se Estados, municípios, ONGs ou o setor produtivo assumissem a manutenção, o que dificilmente acontecia. "É um negócio inimaginável, num País que precisa de educação profissional", afirmou. "É engraçado porque essas coisas foram feitas pelos mentores do Estado moderno". A rede atual tem 109 escolas, entre escolas de ensino básico profissional, escolas técnicas agrícolas e Centros de Ensino Tecnológico. No total, atendem 230 mil alunos. Com a expansão serão abertas mais 67 mil vagas.
Ministério reforça combate a desidratação infantil. O número de casos de desidratação, principalmente infantil, aumenta durante o verão, e os mais graves costumam ser registrados nas regiões Norte e Nordeste. Para reduzir os casos e evitar as mortes por desidratação no país, o Ministério da Saúde tomou duas providências: a partir de março, vai incluir no calendário do Programa Nacional de Imunizações a vacina contra o rotavírus, um dos principais agentes causadores da diarréia, e incentivará o uso do soro oral, importante na prevenção da desidratação porque contém os sais minerais que a criança perde por causa da diarréia. O rotavírus é responsável por cerca de 30% das diarréias graves em crianças de até cinco anos. Com a vacina, estima-se que ocorra uma redução de até 42% das internações hospitalares por diarréia. A vacina estará à disposição da população nos postos de saúde da rede pública e, como será oferecida rotineiramente, não há a necessidade de uma campanha de mobilização.
Escolas indígenas vão ter investimento recorde. O Ministério da Educação vai repassar a Estados e municípios R$ 11 milhões para construir 200 escolas indígenas em 69 cidades em 2006. É o maior investimento já feito na área. A oferta de estabelecimentos é um dos entraves para o crescimento dos níveis de ensino da população indígena, que cresceu 150% na última década, segundo números do IBGE. Pouco menos da metade (43%) dos índios com entre 5 e 24 anos estão fora da escola. Atualmente, de acordo com o MEC, a educação indígena tem 164 mil alunos. A responsabilidade é das redes estaduais e municipais e as escolas funcionam dentro das aldeias. A proposta pedagógica é de um ensino bilíngüe e que leve em conta elementos da cultura dos povos.
CEF e Incra lançam linha de crédito para assentados em SP. A Caixa Econômica Federal e a Superintendência do Incra em São Paulo lançam amanhã (27) uma linha de crédito habitacional para 12 mil famílias assentadas no Estado. As famílias poderão usar financiamento de R$ 9 mil a R$ 17 mil para instalar cisternas e construir ou reformar casas. O total de recursos da linha é de R$ 250 milhões. O Incra informou que as famílias já utilizavam outro programa do órgão, o Crédito Instalação, para financiamento habitacional e compra de ferramentas, de animais e insumos. A nova linha vai ampliar essas ações.


ECONOMIA & POLÍTICA - XLIX 26/01/2006
From: evaristoalmeida




a) O salário mínimo 2006 – maior poder de compra continuado desde 1966
O salário mínimo é a menor remuneração permitida por lei que seja paga aos trabalhadores de um país. Ele deve atender uma cesta básica de bens e serviços que atendam as necessidades dos trabalhadores. No Brasil entrou em discussão em 1931 com a criação do Ministério do Trabalho; foi incluído na Constituição de 1934 e 1937, regulamentado em 1938, mas só começou a ser pago a partir de 2 de julho de 1940. Ele é fixado pelo governo federal, que define um piso mínimo nacional, mas também pode ser fixado pelos governadores, a partir do piso nacional um salário mínimo maior, de acordo com a capacidade de cada estado. Nesses 66 anos de vigência do salário mínimo houve perdas consideráveis do poder de compra, principalmente após o golpe de 1964 e que é acirrado com a crise econômica da década de 1980 (vide gráfico), devido principalmente ao processo de superinflação que o país atravessou e que não houve uma política deliberada de recuperação do salário mínimo. No final dos anos 1980 ele atinge o fundo do poço e só começa a reagir nos anos 1990. No governo do Presidente Lula o salário mínimo teve um reajuste nominal de 75% (Em 2002 ele era de R$ 200,00). O salário mínimo de R$ 350,00 anunciado pelo governo Lula, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) deverá proporcionar o mais elevado poder de compra ao trabalhador em 40 anos, devido à perspectiva de inflação baixa em 2006. Os analistas projetam uma inflação de 1,22% do INPC para o primeiro trimestre de 2006. Dessa forma o salário mínimo real em abril terá caído para R$ 345,76. Nos 12 meses seguintes, com a projeção de uma inflação de 0,4% ao mês, o valor do mínimo no final do ano será de R$ 337,13. O salário mínimo não tinha um valor tão alto em 12 meses desde 1966, que pelos dados deflacionados do IpeaData, foi de R$ 338,39. Em 1985 o mínimo equivalia a R$ 354,11, mas cinco meses depois devido ao ambiente inflacionário ele valia R$ 219,20, dando uma média nos 12 meses de R$ 264,48. Esses dados evidenciam a importância para os trabalhadores do controle da inflação. Quanto menor a inflação, maior vai ser o salário real ao longo do ano. Outro dado eloqüente também é a importância de uma política de recuperação do salário mínimo, pois 40 milhões de trabalhadores e aposentados dependem do seu valor para viver. Se persistir o aumento real de 12% (descontado a inflação do período), o salário mínimo dobra em 7 anos. Uma política de recuperação do mínimo é uma ferramenta eficaz na diminuição da pobreza e no aumento do nível de emprego, pois os trabalhadores que recebem salário mínimo consomem bens intensivos em trabalho como alimentos, material de construção, vestuários, calçados, entre outros. Com o novo mínimo serão colocados na economia mais de R$ 24 bilhões, que vão principalmente para as regiões menos desenvolvidas do Brasil, como a Nordeste e a Norte. E pela primeira vez desde 1964 as centrais sindicais, legítimas representantes dos trabalhadores participaram do processo de definição do novo mínimo e da correção de 8% na tabela do imposto de renda, o que vai beneficiar mais ainda a classe trabalhadora. Finalmente Brasil, um país de todos.


Média dos valores mensais do salário mínimo – em R$*
Fonte: Ipeadata *A preços de dezembro de 2005 deflacionados pelo INPC (a partir de marcos de 1979) e pelo ICV- RJ (dados anteriores). Não consta no gráfico o novo mínimo de R$ 350,00 que entrará em vigor em 1º de abril. Publicado no jornal Valor Econômico de 26/01/2006.


b) Os Economistas II
No artigo anterior dos economistas faltou falar dos bons economistas, aqueles que têm preocupação social e nacional. Falo de economista da extirpe de Celso Furtado, paraibano com forte preocupação com o desenvolvimento brasileiro. Celso Furtado é o maior economista do Brasil, tendo sido indicado inclusive para o Nobel de economia, que só não ganhou porque esse prêmio é dado geralmente para economistas com inclinação direitista, coisa que Celso nunca teve. Fundador da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e do Ministério do Planejamento, viveu o exílio na França após o golpe de 1964, onde continuou a influenciar toda uma geração de economistas. Outro bom exemplo de economista foi o argentino Raul Prebish, que junto com tantos outros fundou a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), que influenciou o início da industrialização do continente. Tinha um perfil ético tão grande que ao deixar a presidência do banco central na Argentina, não foi trabalhar em nenhum banco por conhecer a situação de todos e para não privilegiar nenhum; mesmo a custa de redução do seu padrão de vida. Temos ainda grandes nomes como Maria da Conceição Tavares, Paulo Nogueira Batista jr, Ricardo Carneiro, entre tantos que têm feito críticas ao processo excludente de globalização e têm defendido um projeto nacional de desenvolvimento com inclusão social.


c) Justiça, Prouni e Bolsa-Família
Para o filósofo liberal John Rawls, a justiça deve ser a principal virtude das instituições sociais. Ela é caracterizada por um conjunto de instituições que definem direitos e deveres. Essas instituições e as leis que as formam, por mais eficientes que sejam, devem ser reformuladas ou abolidas se são injustas. As principais instituições são constituição política e os principais acordos econômicos e sociais. A justiça depende essencialmente de como os direitos e deveres fundamentais são atribuídos e das oportunidades econômicas e condições sociais que são oferecidas por determinada sociedade. Os direitos fundamentais são os principais, constituídos pelos direitos políticos, liberdades e oportunidades que a sociedade deve oferecer a cada um dos seus membros. O segundo princípio está ligada à distribuição de renda e riqueza, que deve ser a mais eqüitativa possível. Os direitos fundamentais e a distribuição de renda forma o que Rawls chama de bens primários. Eles devem ser garantidos para todos independente da sua posição social. O acúmulo excessivo de propriedade e riqueza é visto por Rawls como perigoso para a manutenção das liberdades individuais. O governo deve garantir um mínimo social, seja por intermédio de um salário-família ou de subvenções especiais em caso de doença e desemprego, seja por distribuição de renda como o imposto de renda negativo. Segundo os princípios de Rawls a sociedade brasileira não é justa, ao concentrar renda e não dar oportunidade a todos. Isso muda na medida que programas como o Prouni, dá oportunidade a alunos que não estariam fazendo um curso superior em função da renda terem essa possibilidade. Dessa forma o Prouni dá chance a pessoas de desenvolverem seus talentos, que de outra forma não teriam. Nos Estados Unidos a única forma de fazer um curso superior para muitas famílias de baixa renda é entrando nas forças armadas. Vários dos soldados que estão nos campos minados do Iraque entraram com o objetivo de acesso ao nível superior. O segundo princípio de John Rawls que fala da distribuição de renda é representado pelo Bolsa-Família e demais programas do Fome Zero. É o chamado imposto de renda negativo, para aqueles que não possuem nenhuma ou têm renda muito baixa. O Bolsa-Família se descola da sociedade salarial, em que o indivíduo só tem renda se consegue um emprego. Se transforma em um direito, ao invés de assistencialismo ou esmola e se converte no embrião da renda universal. É parte de um direito como os universalmente reconhecidos direito à educação, a saúde, à habitação, à cultura e à renda. Dessa forma a implementação dos programas Prouni e Bolsa-Família pelo governo Lula, torna a sociedade brasileira mais justa. E será tão quão justa à medida que esses programas avançarem. Afinal, foram 500 anos de espoliação e estamos apenas começando.

d) Secos & Molhados
- Denúncia no Jornal do Brasil de desvio de R$ 104 milhões, ocorridos entre 1997 e 1998, efetuados pela Telesp e Fundacentro pelo PSDB. O desvio foi feito através de pagamentos superfaturados por serviços não comprovados e saques em dinheiro.

- Deveria ser investigado pela CPI dos Bingos, também conhecida pela CPI do Fim do Mundo, o veto do governador paulista Geraldo Alckmin ao projeto de lei que proibia instalação de máquinas caça-níqueis no estado. Isso é atuar de acordo com o crime organizado. Pelo visto a CPI dos Bingos investiga tudo menos bingo.

- Deveriam ser cortados os pontos do Alckmin e do Serra, que não estão trabalhando no estado e no município de São Paulo, como seria de supor. Estão percorrendo o Brasil em interesses eleitoreiros próprios. A mídia é cúmplice e finge que não vê.

- Deveria virar moda, assim como o Tribunal de Contas da União vai fiscalizar a operação de recuperação das estradas do governo federal, o Tribunal de Contas do Estado poderia fiscalizar as obras do metrô, do rebaixamento da calha do Tietê (já há o pedido de abertura de uma CPI) do Rodoanel (há pedido de abertura de CPI) no governo do estado e o Tribunal de Contas do Município de São Paulo poderia fiscalizar as obras de recapeamento do Serra. Assim como também a mídia deveria ficar histérica no estado de São Paulo e no município e dizer que as obras são superfaturadas e eleitoreiras.

- Continua o processo de tucanização da TV Cultura, o editor de política Alexandre Machado é notório tucano. Além de apresentar o programa Opinião Nacional, em que faz defesa das teses do PSDB, também é comentarista do Jornal da Cultura. O Jornal da Cultura é ancorado pelo Heródoto Barbero e a despeito de dizer que faz um jornalismo público, raramente passa alguma matéria que desabone os tucanos.

e) Futebol
O jornalista esportivo Juca kfouri fez uma preleção acerca da copa do mundo no seu programa esportivo na rádio CBN. Para ele é besteira essa história de que o Brasil não ganha copa do mundo quando é favorito, visto que em 1962 o país era franco favorito e foi bicampeão no Chile. A análise do Juca Kfouri é que o Brasil dificilmente será hexacampeão, em virtude de um complô via arbitragem prejudicar o país. Isso porque a copa do mundo está sendo realizada em solo europeu e se o Brasil ganha o campeonato, em 2010 a copa será na África do Sul e dificilmente, em campo neutro o Brasil perderá essa copa, aliada que em 2014 a copa será no Brasil e ai de novo o país será campeão do mundo. Quem viver verá.

f) Boas Novas
- A indústria ferroviária bateu todos os recordes de produção em 2005 com a produção de 7.500 vagões. Após ser quase extinta na década de 1990 ela retomou o fôlego com a reativação de fábricas que estavam desativadas e a retomada da fabricação de locomotivas no Brasil que estava parada.

Evolução anual da produção de vagões de carga no Brasil desde a década de 1970
Fonte: ABIFER, gráfico publicado no jornal Valor Econômico (26/01/2006).
Observem que o salto na produção se dá no governo Lula

- A taxa de desemprego medida pelo IBGE é a menor em 4 anos. Ela passou de 9,6 em 2004 para 8,3 em 2005.

- Em 2005 a indústria automobilística teve seu melhor ano no Brasil, com crescimento de 11%.

- O Partido dos Trabalhadores teve 30.000 novas filiações em 2005. O Partido continua mais vivo do que nunca.


Frases

“Quando eu desci aqui, e me deparei com a fisionomia de vocês, eu disse a mim mesmo: essa é a minha gente, porque essa é a minha cara. A minha cara não e´ a cara da zona sul (do Rio), não é a cara da avenida paulista (de São Paulo).
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em discurso da cidade de Queimados no Rio de Janeiro


“Nesse momento o Che está dançando de felicidade pelas nuvens da Bolívia”
Hugo Chávez , Presidente da Venezuela– na posse de Evo Morales, Presidente da Bolívia

“A mídia trabalha numa forma de absolutismo consentido. Pode tudo, pode dizer, desdizer, manipular e ninguém reclama”.
Gilberto Gil, Ministro da Cultura – revista Carta Capital 376.


“Cada vez que subi na carreira acadêmica, apenas mandava o meu currículo, um comitê internacional avaliava os meus trabalhos e decidia seu merecia ou não o cargo. Nunca fiz um concurso, muito menos entrevista. Vejo as universidades brasileiras de certa forma congeladas, dominadas, em geral, por um corporativismo que sufoca o espírito de função social que as legitima”.
Miguel Nicodelis, cientista em entrevista à Carta Capital nº 376.


Poesia

· VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA
· Manuel Bandeira

· Vou-me embora pra Pasárgada
· Lá sou amigo do rei
· Lá tenho a mulher que eu quero
· Na cama que escolherei
· Vou-me embora pra Pasárgada.

· Vou-me embora pra Pasárgada
· Aqui eu não sou feliz
· Lá a existência é uma aventura
· De tal modo inconseqüente
· Que Joana a Louca de Espanha
· Rainha e falsa demente
· Vem a ser contraparente
· Da nora que nunca tive.

· E como farei ginástica
· Andarei de bicicleta
· Montarei em burro brabo
· Subirei no pau-de-sebo
· Tomarei banhos de mar!
· E quando estiver cansado
· Deito na beira do rio

· Mando chamar a mãe-d’água
· Pra me contar as histórias
· Que no tempo de eu menino
· Rosa vinha me contar.
· Vou-me embora pra Pasárgada.

· Em Pasárgada tem tudo
· É outra civilização
· Tem um processo seguro
· De impedir a concepção
· Tem telefone automático
· Tem alcalóide à vontade
· Tem prostitutas bonitas
· Para a gente namorar.

· E quando eu estiver mais triste
· Mas triste de não ter jeito
· Quando de noite me der
· Vontade de me matar
· - Lá sou amigo do rei-
· Terei a mulher que eu quero
· Na cama que escolherei.
· Vou-me embora pra Pasárgada

Venezuela abrirá Escuela Latinoamericana de Medicina en 2006

>>>> Caracas, 24 ene (PL) La Escuela Latinoamericana de Medicina entrará> en funcionamiento en Venezuela el segundo semestre de este año,> informó hoy Samuel Moncada, ministro venezolano de Educación> Superior.> El titular aseveró que el nuevo plantel de altos estudios> significará para Latinoamérica un gran centro para formar médicos> integrales comunitarios, cuyos destinos serán las grandes masas> populares, desasistidas y excluidas, del continente.> Moncada explicó que ya está listo el presupuesto para iniciar la> construcción del edificio en la localidad de Guri, en el oriental> estado Bolívar, distante 720 kilómetros de Caracas.> El ministro comentó que se elaboran los programas para el curso> académico, que tiene previsto arrancar con una matrícula inicial de> 500 educandos e incorporar las inscripciones de forma progresiva.> Moncada abundó que la institución, primera de su tipo en Venezuela,> está concebida para estudiantes de todos los países pero se aspira> que asistan principalmente personas de las naciones más pobres como> Bolivia, Paraguay y Ecuador, entre otras.> Recordó que los indicadores de salud de Latinoamérica señalan como> un problema muy acuciante la falta de médicos y de enfermeras, y> destacó las ideas innovadoras venezolanas en esta rama para> eliminar un modelo neoliberal y oligárquico.> Por otra parte, un contingente de 14 médicos provenientes de> Colombia, Belice, México y Paraguay continúan este martes un Taller> de Interculturalidad sobre costumbres de pueblos aborígenes, para> atender poblaciones indígenas venezolanas.> Este grupo de profesionales egresó de la Escuela Latinoamericana de> Medicina en La Habana, Cuba, y ejercerán sus funciones una vez> concluido el seminario el próximo 6 de febrero.> Según el Ministerio de Salud y Desarrollo Social (MSDS), los> galenos trabajarán en ambulatorios fronterizos en los estados Apure> y Guárico (llanos), Zulia (occidente) y Bolívar y Amazonas en la> región oriental.> Autoridades del MSDS indicaron que el encuentro persigue fomentar> el respeto y reconocimiento hacia prácticas ancestrales de los> chamanes (líderes religiosos), curanderos y comadronas de las> tribus que serán atendidas.> Promover los principios fundamentales del carácter multicultural de> las comunidades aborígenes venezolanas, y lograr una concordancia> entre la medicina tradicional y la practicada en estas localidades,> son otros propósitos del taller.

PRENSA LATINA


ENTREVISTA - TEIVO TEIVAINEN
"FSM precisa discutir a sério relação com partidos e Estados"

Para Teivo Teivainen, diretor do Programa de Estudos sobre Democracia e Transformação Global, não é possível discutir a sério construção de "um outro mundo" sem enfrentar dilemas do Estado, do poder e da representação política.
Marco Aurélio Weissheimer

CARACAS - A realização da etapa americana do Fórum Social Mundial em Caracas colocou como um debate prioritário a relação entre movimentos sociais, partidos e governos. A experiência do governo Chávez, a simpatia que conta entre os movimentos sociais da América Latina e a mudança do mapa político da região, com a eleição de vários governos do campo de esquerda, tornaram essa agenda um debate necessário. Aliada a ela, o debate sobre o que pode ser o socialismo do século 21 representa um desafio político e teórico para os participantes deste processo iniciado em 2001 e que pretende construir um "outro mundo possível".Diretor do Programa de Estudos sobre Democracia e Transformação Global e integrante do Conselho Internacional do FSM, o finlandês Teivo Teivainen acredita que o Fórum precisa superar uma certa despolitização que tem enfrentado até aqui. "O processo FSM tem enfrentado dificuldades para responder uma pergunta cuja resposta vai muito além de simplesmente repetir que "outro mundo é possível", resume. Essa pergunta é: "como esse outro mundo é possível e como chegamos a ele?". Essa pergunta, para Teivainen, necessita de respostas que vão além da esfera da sociedade civil, "um conceito despolitizado", e que superem a dicotomia absoluta entre movimentos sociais e partidos políticos. Em entrevista à CARTA MAIOR, ele fala sobre os principais desafios políticos desta etapa do FSM, relacionando-os com os debates sobre o processo de integração latino-americana e sobre a construção de um novo paradigma socialista para o século 21. Indagado sobre a cara deste novo socialismo, Teivo resume qual deve ser o conceito principal: radicalização da democracia.CARTA MAIOR: Na sua avaliação, quais são os principais desafios políticos que o Fórum Social Mundial enfrenta no momento em que chega a sua sexta edição?TEIVO TEIVAINEN: Um dos principais desafios que o Fórum enfrenta neste momento é como ir além de uma certa despolitização que tem experimentado até aqui. O processo FSM tem enfrentado dificuldades para responder a uma pergunta cuja resposta vai muito além de simplesmente repetir que "outro mundo é possível". A pergunta é: "como esse outro mundo é possível e como chegamos a ele?". Essa pergunta necessita de respostas que vão além da esfera da sociedade civil, que é um conceito despolitizado. Agora estamos vivendo uma conjuntura onde, mais do que nunca, a relação que o Fórum mantém com os Estados - e neste ano em particular, com o Estado da Venezuela - é motivo de bastante polêmica. Temos um dilema a resolver aí. De um lado, compartilho a idéia de que o Fórum tem que se politizar e levar mais a sério a questão da articulação de atores políticos que incluem partidos e Estados. De outro, compartilho um pouco as dúvidas e medos que alguns alimentam com a possibilidade de que a relação com o Estado acabe por provocar uma demasiada ingerência deste, afetando o processo de autonomia do Fórum. Esse é, penso, o dilema principal que o Fórum deve enfrentar em Caracas.CM: Este ano, a questão envolvendo os Estados, no processo de construção de um outro modelo de integração dos países e dos povos, ficou muito mais forte na América Latina, em função da eleição de vários governos de esquerda e progressistas. Em que medida esse novo mapa político influencia o dilema que você citou?TT: Se comparamos a conjuntura que havia quando comecou o FSM, em 2001, vemos que a situação geopolítica da América Latina é consideravelmente diferente, especialmente no que diz respeito à relação com os Estados Unidos. Podemos dizer que a velha Doutrina Monroe, segundo a qual os países latino-americanos devem seguir as políticas ditadas pelos EUA, encontrou um ponto de ruptura. Esse cenário abre uma nova perspectiva para a integração latino-americana e para os processos de transformação social onde, obviamente, o FSM está envolvido, uma vez que o processo de integração não deve ser apenas dos Estados mas principalmente dos povos da América Latina. Neste sentido, o Fórum expressa uma das principais dificuldades para que esse processo avance: como articular a ação po lítica dos movimentos com a integração em nível de governos.CM: Um outro tema que está merecendo bastante destaque na programação deste Fórum é o debate sobre o socialismo do século 21. Que tipo de socialismo se pode pensar para este século considerando as experiências socialistas no século 20?TT: Para mim, socialismo é um projeto de radicalização da democracia. Penso que é vital para o futuro da humanidade que lutemos pela conquista de espaços e valores democráticos. Uma dimensão é lutar para superar o economicismo e a relação de poder capitalista. Isso significa lutar para criar um mundo pós-capitalista. Sobre isso, obviamente, falta muito mais debate do que temos hoje. Levando em conta as experiências dos socialismos realmente existentes do século 20, o desafio principal é nunca crer que uma vez que se conquiste um Estado a tarefa principal está concluída. Pois aí, outras lutas como a feminista, a anti-racista, a defesa da diversidade sexual e dos direitos dos po vos indígenas, por exemplo, estariam subordinadas a defesa de um sujeito único, que tem sido o sujeito das esquerdas tradicionalmente.A contribuição do Fórum para essa questão, até agora, tem sido dizer que todas as lutas sao importantes. Algumas vezes, para o meu gosto, isso leva a um relativismo demasiado frágil, onde só dizemos que as lutas feminista, anti-racista, etc., todas são igualmente importantes na luta por um outro mundo. Penso que o momento atual exige que levemos mais a sério um processo de aprendizagem entre diferentes movimentos para pensar política, estratégica e democraticamente em que conjunturas algumas lutas são mais importantes e é preciso apoiá-las. Será muito interessante acompanhar o que acontecerá com o governo de Evo Morales, na Bolívia, que tipo de respostas hegemônicas pode enfrentar e quais devem ser as respostas dos movimentos sociais. Se pensamos na contribuição do Fórum para isso, até agora ela tem sido importante para abrir o debate onde a construção de um socialismo do século 21 é uma construção onde diferentes dimensões da democratização do mundo tem que ser levadas em conta, sem subordiná-las a um único sujeito histórico. Por outro lado, precisamos levar muito a sério o fato de que vivemos em um mundo capitalista e, se queremos criar um socialismo para superar o capitalismo, precisamos debater seriamente como enfrentar esse poder capitalista e como articular diferentes movimentos e diferentes dimensões da luta nesta tarefa. Aí não podemos permanecer numa posição relativista, simplesmente repetindo que somos contra todos os fundamentalismos, que todas as lutas são igualmente importantes. É preciso pensar estrategicamente sobre como vamos construir esse outro mundo.CM: Em que estágio encontra-se esse debate em nível internacional?TT: O socialismo do século 21 é um tema-chave para discutir a relação com os Estados também no sentido de que é preciso pensar num projeto de dimensão mundial. Sou da queles que pensam que é necessário pensar, debater e construir novas institucionalidades em nível mundial também. Socialismo em um país nao é possivel. Mas o que significa um projeto socialista em nível global é um tema cujo debate está apenas começando. Eu e minha organização estamos envolvidos neste debate, analisando diferentes propostas para a democratização do mundo, que atores sociais podem apoiar esse processo e quais as forças que sao contrárias a ele. Esse debate é importante, entre outras coisas, para não alimentar ilusões. Por exemplo, falar de reforma das Nações Unidas sem levar em conta o poder disciplinar do capital financeiro global é uma grande ilusão. Daí não pode nascer uma transformação radical do mundo.Pensar estrategicamente o poder do capital financeiro é uma tarefa fundamental para as lutas relacionadas à dívida externa, à taxação do capital financeiro, à defesa de uma maior autonomia dos Estados. É preciso enfrentar esses temas para que, entre Estado s, movimentos sociais e diferentes atores, seja possível construir um processo de transformação social global e criar uma nova institucionalidade democrática, que não pode ser algo como um Estado mundial. Para construirmos um socialismo do século 21, precisamos de uma nova institucionalidade política mundial.CM: Essa relação entre as esferas de poder estatal e o Fórum Social Mundial é conturbada desde o início desse movimento. Ela envolve também uma relação com os partidos políticos. Considerando desde o início do processo FSM, o debate sobre a relação entre movimentos sociais, organizações não-governamentais e partidos avancou em alguma medida ou permanece no mesmo ponto?TT: No começo do Fórum a relação com o PT, no Brasil foi, obviamente, fundamental. Analisando isso é preciso levar em conta a particularidade do contexto brasileiro, onde muito mais do que em qualquer outro país existia um partido de esquerda hegemônico entre os movimentos sociais. Neste contex to brasileiro de 2001, para os organizadores do Fórum foi fácil não debater muito a relação com os partidos, pois o partido, em certa medida, já estava dentro. Quando o Fórum foi para a Índia, onde não existia um partido como o PT, tão admirado e tão hegemônico entre os movimentos sociais, houve muito mais debate sobre a representatividade de diferentes tendências, de diferentes partidos. Agora, esse debate surge com muito mais força.Penso que a delimitação do Fórum, não permitindo a participação de partidos políticos, é um pouco artificial. Há partidos políticos que atuam como movimentos sociais, movimentos sociais que parecem muito mais burocráticos e hierárquicos que partidos políticos. Essa dicotomia é uma ilusão. Sua justificação repousa na idéia que o Fórum representa uma nova cultura política. Mas se essa nova cultura que gerar transformações sociais é preciso pensar muito bem quem são os atores políticos que surgem dela. Trabalhar com dicotomias do tipo partido/ não partido, na minha opinião, não corresponde muito à realidade, especialmente no que diz respeito aos desafios que se colocam para quem quer mudar o mundo. Para tanto, os partidos políticos são atores importantes e por isso é preciso superar essa dicotomia absoluta entre sociedade civil e partidos.CM: Há uma idéia associada a este tema que é expressa no título de um livro de John Holloway, "Mudar o mundo sem tomar o poder". Você acredita que é possível mudar o mundo sem tomar o poder?TT: Não. Não é possível. Para mudar o mundo é preciso tomar o poder, mas tomar o poder não pode significar apenas conquistar o Estado. Neste sentido, o slogan de Holloway é um antídoto simpático contra os projetos que se concentraram somente em conquistar o poder estatal através de partidos políticos, com todos os dilemas que esse método tem causado. Agora, daí a dizer que é possível mudar o mundo sem tomar o poder, isso é uma ilusão, é falso e é uma poesia perigosa para os movimen tos. Precisamos enfrentar a questão do poder. Uma de suas dimensões é a conquista do poder estatal. Mas a dimensão quiçá muito mais importante são as lutas que conquistam diferentes centros de poder, de poder capitalista, de instituições econômicas, políticas e culturais. O mesmo Holloway, em seu livro que começa dizendo que é possível mudar o mundo sem tomar o poder, na página final, ao colocar a questão sobre o que é preciso fazer então para mudar o mundo, diz que não sabe...Participei de um debate com ele no ano passado, em Porto Alegre. Indagado sobre quais seriam as instituições do futuro, de acordo com sua visão, ele disse duas coisas. Um: em seu futuro não há instituições. Dois: isso não importa, a única coisa que importa é a luta aqui e agora. Penso que essa concepção é falsa e perigosa. É preciso pensar muito no futuro e também sobre as instituições do futuro, pois se queremos substituir a institucionalidade capitalista devemos pensar em uma institucionalidade alternativa socialista, radicalmente democrática.

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