domingo, julho 10, 2011

Lá e cá

A imprensa como inimiga dos interesses públicos                                                                          Arapongagens e “Murdoc(h)racia”
7/7/2011, Lauren Collins, The New Yorker,
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Rebekah Brooks e Rupert Murdoch

(...) Vale a pena lembrar que Rupert Murdoch é o denominador comum em dois escândalos que agora dominam as manchetes e telas de televisão – a discussão social e a consciência coletiva – de três países.

Achei interessante, conversando com amigos franceses sobre o caso Dominique Strauss-Kahn, que várias vezes citaram Murdoch, e com extremo desprezo. Muitos deles o vêem como o real vilão, na história da prisão de DSK. Dizem que a capacidade de operar dos jornais de Murdoch, sem qualquer tipo de controle, faz deles uma espécie de poder pára-governamental.

Nos dois casos -- das arapongagens e telefones grampeados e de DSK -- a empresa News Corp International, de Murdoch, atuou, em graus diferentes, muito mais como inimiga, do que como defensora do interesse público.

Os jornais de Murdoch estão hoje no foco do que já foi classificado como “um dos maiores escândalos na esfera pública, na Grã-Bretanha do pós-guerra” apenas porque, hoje, os criminosos são jornais e jornalistas.


Comentário de última hora lembrado por um morador da Vila Vudu
Essa história do jornal inglês, que grampeou a turma toda, fez-nos lembrar outra, envolvendo um causídico brasileiro. Há alguns lustros, ele contratou um especialista para verificar se alguém o estava grampeando, porque surgiam gostosas notícias nos jornais que apenas ele tinha conhecimento. Eis a surpresa quando soube que o grampo existia, de fato, mas que na autoria não estava o ex adverso. Com efeito, quem o havia grampeado eram dois importantes jornalistas de diferentes matutinos. Coisas de outros tempos ? Na Inglaterra, pelo menos, não" (MIGALHAS n. 2.667 [e-jornal de advogados para advogados], 8/7/2011, distribuído para assinantes).