quinta-feira, novembro 09, 2006

Quem pediu a opinião da Folha???

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Continua a discussão sobre a composição do novo governo

Volta o debate sobre a formação da base parlamentar do segundo governo Lula. Na Folha, articulistas – na verdade jornalistas, mas a matéria não é noticia e sim opinião – falam em novo "centrão". O título já vem com a conotação do passado e toda matéria vai evoluindo para o de sempre: o governo não tem programa e nem metas, o que existe é uma simples distribuição de cargos, ou pior, só uma luta por cargos, para conseguir maioria parlamentar, necessária. Mas não é assim.Na prática, o que vemos é a imprensa fazendo a discussão sobre mudanças de ministros e participação dos partidos no governo. Já o presidente Lula tem a sua dinâmica e a sua hora, é isso, já começou quando ele confirmou Fernando Haddad na Educação, para surpresa de toda a imprensa, e quando Gilberto Gil se declara indefinido, sobre se fica ou sai da Cultura.

O governo já definiu seu programa de desenvolvimento e suas metas e prioridades na campanha, inclusive confrontando com a do candidato da oposição. Agora é hora de compor o governo e, como um dos resultados, a sua base de sustentação partidária e parlamentar, que também expressa a aliança que o apoiou e as forças políticas e sociais que o apoiaram na disputa eleitoral. Não foi Lula quem indicou os parlamentares do PL, PP e PTB. Foi o povo que os elegeu, e eles apoiaram Lula na campanha, não eram e não são oposição. Querer dividir os partidos que apóiam o governo entre programáticos e fisiológicos é forçar a mão, já que os partidos têm natureza e programas diferentes, não têm afinidade política e programática entre si. PT, PCdoB e PSB não são iguais a PL, PP e PTB. Isso não significa dizer que os partidos de centro não têm propostas e não se posicionam perante as reformas e projetos do governo. Pelo contrário, é só ver a agenda do Congresso e as votações. Um exemplo é como votaram no referendo sobre o desarmamento.

Recomendo a leitura da matéria "Lula diz que não fará 'salada de frutas' no primeiro escalão".

Nela, o presidente dá o tom, totalmente diferente da linha adotada pela Folha. Além de lembrar o óbvio, que o PT tem o presidente da República, o que não é pouca coisa, como diz o povo, diz que não fará "salada de frutas", ou seja, que comporá um ministério a partir das metas e objetivos do governo. É isso aí.

enviada por Zé Dirceu

http://blogdodirceu.blig.ig.com.br/

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