domingo, novembro 26, 2006

Atenção com o que tentam “colocar na nossa boca”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (25), na abertura da reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo:

atenção com o que tentam “colocar na nossa boca”, em referência à discussão sobre a participação do PT no governo. Voltou a enfatizar a necessidade de um governo de coalizão, capaz de discutir com todas as forças políticas da sociedade, mesmo e, até principalmente, com os que são contrários ao projeto em curso.

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Lula no DN: "PT ressurge das eleições mais forte do que era antes"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (25), na abertura da reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, que o partido saiu fortalecido das últimas eleições, mas que, tanto quanto ele próprio, teve suas responsabilidades aumentadas após os resultados de outubro.
Para ele, o PT mostrou que tem a capacidade de se superar em momentos de crise. “O PT ressurge das eleições tão ou mais forte do que era antes”, disse, num dos momentos mais aplaudidos do discurso, que durou aproximadamente 50 minutos.
O presidente destacou, porém, a necessidade de evitar que certos erros se repitam. “Sair da encalacrada que nós saímos, nos dá a obrigação de sermos muito mais exigentes com nós mesmos”, ressaltou.
Lula lembrou que as vitórias dele e do PT se devem, em grande parte, ao fato de o povo brasileiro ter formado sua própria opinião e decidido assumir suas "responsabilidades históricas".
“O povo mais humilde não nos abandonou. Quando muitos achavam que estava tudo perdido, o povo assumiu para si a responsabilidade de ganhar as eleições. Temos a obrigação moral e ética de respeitar esse povo”, frisou.
O presidente foi além, afirmando que pessoas podem errar, “porque errar é humano”, mas o partido, como um todo, tem que agir corretamente e ser visto dessa maneira.
E fez um apelo: “O PT precisa voltar a ser exemplo neste país”.
Diferentemente do primeiro mandato, quando manteve-se mais afastado das decisões partidárias, Lula afirmou que pretende, agora, participar com maior freqüência das conversas e discussões.
“O fato de eu ser presidente não impede que eu participe de reuniões do Diretório Nacional ou com a Executiva do PT. Precisamos transformar essa relação política numa atividade do nosso cotidiano. Uma relação respeitosa, institucional e de companheiros”.
Ele criticou aqueles que o aconselham a afastar-se do partido. “Como posso sair do PT, se o PT não sai de mim?”, perguntou.
Lula falou ainda sobre a questão da participação do partido no governo. “Não tem discussão de mais PT ou menos PT. Não podemos aceitar as divergências que tentam colocar na nossa boca”, disse.
Na seqüência, recomendou: “Precisamos usar nossa energia para brigar fora, com quem quiser atrapalhar nosso projeto”.
O presidente disse ainda que não tem pressa em montar a nova equipe de governo. “Em todas as reuniões com partidos, não tenho discutido ministérios. A energia é toda para o destravamento do país”, assegurou.
Segundo mandatoA melhoria do relacionamento com o Congresso Nacional e o estudo de medidas que “destravem” o crescimento econômico têm sido, de acordo com Lula, suas principais prioridades neste momento.
“Quero tomar posse com os problemas de 2007, não com os problemas de 2006”, avisou.
Segundo ele, o Congresso que toma posse no ano que vem “tem a cara do povo brasileiro” e, portanto, é preciso estabelecer com os parlamentares a melhor relação possível.
“Vou chamar todo mundo para conversar. Não dá para ficar mais quatro anos nessa coisa maluca, nessa guerra sem fim dos primeiros quatro anos”, disse.
O presidente disse respeitar a oposição e destacou que ela é importante para a Democracia. Mas criticou os que não agem com responsabilidade, citando a aprovação, no Senado, do 13º salário para os beneficiários do programa Bolsa Família.
"Quando a coisa é feita de forma ridícula, ninguém precisa brigar. A imprensa mesmo mostrou como as pessoas agem de forma pequena com coisas grandes", comentou.
Disposição totalO presidente voltou a afirmar que seu segundo mandato dará prioridade ao crescimento, com distribuição de renda e educação de qualidade. Nesse sentido, frisou: "Não haverá adversidade que não possa ser superada. A disposição é total".
Lula voltou a lembrar que o país cresceu "pouquíssimo" desde 1980 e que seu primeiro governo criou as condições para que agora sejam dados novos passos na direção do desenvolvimento.
"É preciso destravar o país em todas as áreas (...), desamarrar os nós de marinheiro que deram em monte de áreas", disse.
No discurso, Lula prometeu continuar o trabalho de integração da América do Sul, bem como a luta para diminuição das desigualdes em todo o planeta, colocando o Brasil como um dos porta-vozes das nações mais pobres.
No plano interno, o presidente pretende buscar um maior desempenho da máquina pública e tomar decisões econômicas que permitam ao país avançar.
Ele reconheceu haver graves problemas em algumas áreas, como a da Previdência Social, mas rejeitou qualquer possibilidade de resolver tais problemas eliminando diretos de trabalhadores e aposentados.
"As pessoas querem mexer nas conquistas sem levar em conta que a discussão é mais profunda. O desafio da Seguridade Social é como resolver sem jogar nas costas dos pobres a perda de seus direitos", destacou.
Segundo o presidente, as condições estão dadas para que o próximo mandato promova um aprofundamento dos avanços do atual. E brincou com a platéia:

"Estou convencido de que vou fazer um segundo governo (tão bom) que até o PT vai gostar!"

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