quinta-feira, novembro 02, 2006

Democracia é contagiosa e contagiante.


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Foram décadas só ouvindo, e ouvindo o que eles tinham a dizer.
Foram décadas de massacre, censura e ouvindo o que eles tinham a dizer.

Foram décadas de mentiras e manipulações, e ouvindo o que eles tinham a dizer.
Foram décadas de corrupção, engavetamentos e abafas, e continuamos a ouvir o que eles tinham a dizer.
Finalmente a esperança venceu o medo e começou a se transformar em realidade.
E começamos a deixar de somente ouvir e passamos a falar e a sermos ouvidos, compreendidos e correspondidos.
E eles não entenderam a mudança.
E eles não souberam fazer uma leitura da situação.
E continuaram a agir como o quarto poder.
E continuaram a dizer o que queriam que ouvíssemos.
E não viram que não apenas os ouvíamos, mas que criticávamos, debatíamos, formando uma massa com consciência crítica.
E não viram que essa massa crescia dia a dia, como insistem em não acreditar na força dessa massa.
E continuam a dizer o que querem que ouçamos como há décadas passadas em que apenas ouvíamos o que eles tinham a dizer.
E ainda não conseguiram e não querem assimilar essa mudança.
E não querem entender que gostamos da experiência de participar com voz e vez, de nos sentirmos participantes e não só, ouvintes (Jovem Pan), leitores (O Globo, Veja, Estadão, FSP, Isto é) ou telespectadores (Rede Globo), e que não queremos e não vamos abrir mão desse direito, já incorporado no nosso dia a dia.

Os incomodados, que mudem ou se mudem.

Paulo Nolasco de Andrade.

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