terça-feira, novembro 28, 2006

Para a formação de um governo de coalizão

...



Resolução política: Diretório apóia proposta de governo de coalizão

O Diretório Nacional do PT aprovou neste sábado uma resolução política em que expressa sua disposição de contribuir decisivamente para a formação de um governo de coalizão, conforme proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o segundo mandato. Segundo o texto, o PT compartilhará responsabilidades com todas as forças que assumirem o programa de mudanças escolhido pela população nas últimas eleições.

“O Governo de Coalizão não é um condomínio baseado na distribuição fisiológica de cargos. É antes um compromisso com um programa. A solidez de tal Governo depende essencialmente de sua coesão programática, da sustentação no Congresso que venha a conseguir e da capacidade de provocar forte e mobilizado apoio na sociedade”, afirma o texto.

A resolução cita os principais desafios para o próximo governo, dentre eles o crescimento sustentável da economia, a consolidação da democratização do país — que passa por uma reforma político-institucional — e a ampliação dos investimentos em políticas sociais.

O DN irá propor, ainda, uma ação mais coordenada com as forças de esquerda que apóiam o governo, como o PSB e o PCdoB, e a criação de um conselho político composto por todos os partidos da base do governo.

Leia a íntegra da resolução:


Resolução
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores


Mais de 58 milhões de brasileiros e brasileiras reelegeram o petista Luiz Inácio Lula da Silva Presidente do Brasil.

O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, em sua primeira reunião depois das eleições, celebra esta vitória.

Saudamos a presença entre nós, nessa reunião histórica, de nosso companheiro-presidente, dos governadores, vice-governadores, prefeitos, de nossos senadores, deputados e ministros petistas.
Saudamos o povo brasileiro que foi às ruas nestes últimos meses, os militantes do PT, PCdoB, PRB, PSB e os dirigentes e filiados do PMDB, PDT, PV, PP, PCB, PL, PPS, PTB e PSOL, entre outros, que nos acompanharam no segundo turno da eleição.

Saudamos, igualmente, os militantes de movimentos sociais da cidade e do campo que se somaram à nossa campanha, as mulheres, jovens, negros, indígenas, artistas, intelectuais, religiosos e sindicalistas que saíram em defesa de suas conquistas e da continuidade de nosso programa de transformação econômica, social e política do país.

O segundo turno permitiu maior clarificação do debate programático, politizou a eleição, na medida em que pôs frente à frente o projeto de aprofundamento das conquistas sociais deste Governo contra a regressão fiscalista e privatista dos tucanos e de seus sócios do PFL.

Fizemos uma campanha de esquerda, sintonizada, como no passado, com nossa militância e com nossa tradição de combatividade. Reafirmamos nossa política externa, especialmente nossos objetivos de construir um continente livre, próspero e integrado.

A vitória de Lula expressa a esperança e a confiança de nossa sociedade, especialmente das camadas populares, no futuro do país. Um futuro que se anuncia como de mais crescimento econômico, políticas sociais, democracia e soberania nacional. Foi, também, uma resposta aos setores conservadores e golpistas da oposição que prometeram “acabar com a raça do PT”, subestimando a real força de nosso partido e, sobretudo, a consciência do povo que conduziu Lula de novo à Presidência do Brasil.

O Partido dos Trabalhadores sai vitorioso destas eleições não só porque reelegeu sua principal liderança para a Presidência do Brasil. O PT obteve a mais alta votação para a Câmara dos Deputados. Cresceu o número de seus governadores, com a continuidade de seu projeto no Acre e no Piauí e com os grandes triunfos na Bahia, Sergipe e Pará.

Fomos capazes, também, de construir fortes alianças programáticas de norte a sul que permitiram grandes vitórias estaduais, incluindo aliados históricos de nosso partido.

O Brasil ingressa em um novo período e tem pela frente grandes desafios.

O primeiro é o de aprofundar o crescimento sustentável de nossa economia, que nos permita atingir altas taxas de crescimento com inclusão social, emprego, distribuição de renda e expansão das políticas sociais, particularmente no âmbito da educação. Para dar este salto - que nos permitirá ingressar em um novo e virtuoso ciclo de desenvolvimento econômico e social de nosso país - foram criadas nestes quatro primeiros anos as condições necessárias.

O segundo desafio se relaciona com a consolidação da democratização do país, que passa por uma reforma político-institucional que garanta e amplie a soberania popular, dê transparência às instituições e assegure uma maior participação do povo na vida política do país. E passa, também, pela democratização da comunicação social.

O terceiro desafio é a manutenção e ampliação dos investimentos em políticas sociais, em particular na universalização do acesso e melhoria da qualidade da educação, na produção e apropriação dos avanços científicos e tecnológicos, assim como da produção cultural brasileira, que devem ser encarados como instrumentos de grande oportunidade de formação das novas gerações e de superação de desigualdades.

Para atingir esses objetivos é necessário que todas as forças políticas do país se comprometam com a preservação e aprofundamento da democracia. Para isto é fundamental que a sociedade esteja mobilizada e participante na construção do destino nacional.

Na esteira da mobilização que reconduziu Lula à Presidência, sobretudo no segundo turno, o mandato que se iniciará em 2007 será caracterizado como um Governo de Coalizão programática, expresso na reunião das forças que construíram o caminho da vitória e todos aqueles que estejam de acordo com o programa de transformações econômicas, sociais e políticas defendido durante a campanha eleitoral, e com a continuidade no avanço do combate à corrupção.

O Governo de Coalizão não é um condomínio baseado na distribuição fisiológica de cargos. É antes um compromisso com um programa. É a possibilidade de encontrar um terreno comum para uma ação transformadora que o Brasil espera há muito e que tem adeptos em toda a sociedade e em vários partidos.

A solidez de tal Governo depende essencialmente de sua coesão programática, da sustentação no Congresso que venha a conseguir e da capacidade de provocar forte e mobilizado apoio na sociedade. Esse Governo repartirá de forma equânime e equilibrada as responsabilidades ministeriais e da condução política e administrativa da República. Esse governo manterá uma interlocução constante em estados e municípios visando ao fortalecimento da federação.

O Partido dos Trabalhadores está chamado a cumprir um papel fundamental neste novo período da vida de nosso país, inclusive na condução governamental. Caberá a ele, especialmente, mobilizar a sociedade para levar adiante o projeto democrático e popular vencedor nas eleições.

É preciso denunciar e derrotar a tentativa, patrocinada por setores da oposição política e da direita econômica, veiculada em parte da mídia, de confiscar a vitória do povo em outubro. Eles são poucos, mas querem impor ao governo eleito a “pauta política” que foi derrotada nas eleições, bem como incidir na composição do governo. Levantam de forma insidiosa a tese de “despetização” do Governo, atribuindo ao partido um suposto “aparelhamento” do Estado durante o primeiro mandato, tese que não encontra apoio na realidade.

O Partido dos Trabalhadores reafirma sua disposição de contribuir decisivamente para a formação de um Governo de coalizão, compartilhando responsabilidades com todas as forças que assumam o programa de mudanças vitorioso no último 29 de outubro.

Caberá ao PT estar sempre sintonizado com a vontade popular. Para tanto, serão aperfeiçoados os mecanismos de diálogo e interação entre a direção partidária e o Governo, assim como a interlocução constante de nossas bancadas na Câmara e no Senado com o Presidente e seus ministros.

O PT proporá ao Partido Socialista Brasileiro e ao Partido Comunista do Brasil um processo de discussões que permita estabelecer uma ação mais coordenada das forças de esquerda que apóiam o Governo.

Será de fundamental importância, igualmente, o funcionamento regular de um Conselho Político, composto por todos os partidos da base do Governo, reproduzindo a experiência exitosa da campanha eleitoral.

O Partido dos Trabalhadores deverá realizar um profundo debate sobre o novo período em que ingressa o país, buscando construir um horizonte estratégico para sua atuação futura. Deverá igualmente realizar uma análise aprofundada sobre a crise que o atingiu com intensidade nos dois últimos anos.

Nosso partido demonstrou vitalidade quando, nas eleições internas do ano passado, mobilizou 315 mil militantes para discutir seu destino e renovar suas direções. Demonstrou vitalidade também quando, em meio a muitas dificuldades políticas e sob forte ataque dos setores conservadores, foi capaz de conduzir vitoriosamente esta campanha eleitoral.

Trata-se agora de desencadear um processo de discussão que nos permita cumprir nossas tarefas neste novo período e realizar uma profunda renovação política e organizativa do partido. Para tanto, está convocado o 3º Congresso do Partido que realizar-se-á no próximo ano. Caberá ao Congresso debater, com o conjunto da militância petista, o programa de transformações que o PT defende para o Brasil, bem como o funcionamento do partido e de sua relação com a sociedade.

São Paulo, 25 de novembro de 2006.
Leia a cobertura completa da reunião do DN:
PT convoca III Congresso Nacional para 6, 7 e 8 de julho de 2007
Conheça o regulamento aprovado para o 3º Congresso
Resolução política: Diretório apóia proposta de governo de coalizão
Marco Aurélio: "Estamos muito otimistas com o próximo período"
PT tem quadros para ocupar qualquer função no governo, diz Marco Aurélio
Lula no DN: "PT ressurge das eleições mais forte do que era antes"
Íntegra: Leia o discurso de Lula na abertura da reunião do DN
Previdência: Lula rejeita mexer nas conquistas dos trabalhadores e aposentados
Diretório Nacional presta solidariedade a Emir Sader
Abertura: Reunião do DN é de celebração e reflexão, diz Marco Aurélio Garcia
PT aprova moção de solidariedade a vítimas de tortura na ditadura
PT aprova moção de apoio à independência de Porto Rico
DN aprova moção de solidariedade a prefeito de Vitória da Conquista

>>>

domingo, novembro 26, 2006

Atenção com o que tentam “colocar na nossa boca”

...
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (25), na abertura da reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo:

atenção com o que tentam “colocar na nossa boca”, em referência à discussão sobre a participação do PT no governo. Voltou a enfatizar a necessidade de um governo de coalizão, capaz de discutir com todas as forças políticas da sociedade, mesmo e, até principalmente, com os que são contrários ao projeto em curso.

>>>

Lula no DN: "PT ressurge das eleições mais forte do que era antes"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (25), na abertura da reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, que o partido saiu fortalecido das últimas eleições, mas que, tanto quanto ele próprio, teve suas responsabilidades aumentadas após os resultados de outubro.
Para ele, o PT mostrou que tem a capacidade de se superar em momentos de crise. “O PT ressurge das eleições tão ou mais forte do que era antes”, disse, num dos momentos mais aplaudidos do discurso, que durou aproximadamente 50 minutos.
O presidente destacou, porém, a necessidade de evitar que certos erros se repitam. “Sair da encalacrada que nós saímos, nos dá a obrigação de sermos muito mais exigentes com nós mesmos”, ressaltou.
Lula lembrou que as vitórias dele e do PT se devem, em grande parte, ao fato de o povo brasileiro ter formado sua própria opinião e decidido assumir suas "responsabilidades históricas".
“O povo mais humilde não nos abandonou. Quando muitos achavam que estava tudo perdido, o povo assumiu para si a responsabilidade de ganhar as eleições. Temos a obrigação moral e ética de respeitar esse povo”, frisou.
O presidente foi além, afirmando que pessoas podem errar, “porque errar é humano”, mas o partido, como um todo, tem que agir corretamente e ser visto dessa maneira.
E fez um apelo: “O PT precisa voltar a ser exemplo neste país”.
Diferentemente do primeiro mandato, quando manteve-se mais afastado das decisões partidárias, Lula afirmou que pretende, agora, participar com maior freqüência das conversas e discussões.
“O fato de eu ser presidente não impede que eu participe de reuniões do Diretório Nacional ou com a Executiva do PT. Precisamos transformar essa relação política numa atividade do nosso cotidiano. Uma relação respeitosa, institucional e de companheiros”.
Ele criticou aqueles que o aconselham a afastar-se do partido. “Como posso sair do PT, se o PT não sai de mim?”, perguntou.
Lula falou ainda sobre a questão da participação do partido no governo. “Não tem discussão de mais PT ou menos PT. Não podemos aceitar as divergências que tentam colocar na nossa boca”, disse.
Na seqüência, recomendou: “Precisamos usar nossa energia para brigar fora, com quem quiser atrapalhar nosso projeto”.
O presidente disse ainda que não tem pressa em montar a nova equipe de governo. “Em todas as reuniões com partidos, não tenho discutido ministérios. A energia é toda para o destravamento do país”, assegurou.
Segundo mandatoA melhoria do relacionamento com o Congresso Nacional e o estudo de medidas que “destravem” o crescimento econômico têm sido, de acordo com Lula, suas principais prioridades neste momento.
“Quero tomar posse com os problemas de 2007, não com os problemas de 2006”, avisou.
Segundo ele, o Congresso que toma posse no ano que vem “tem a cara do povo brasileiro” e, portanto, é preciso estabelecer com os parlamentares a melhor relação possível.
“Vou chamar todo mundo para conversar. Não dá para ficar mais quatro anos nessa coisa maluca, nessa guerra sem fim dos primeiros quatro anos”, disse.
O presidente disse respeitar a oposição e destacou que ela é importante para a Democracia. Mas criticou os que não agem com responsabilidade, citando a aprovação, no Senado, do 13º salário para os beneficiários do programa Bolsa Família.
"Quando a coisa é feita de forma ridícula, ninguém precisa brigar. A imprensa mesmo mostrou como as pessoas agem de forma pequena com coisas grandes", comentou.
Disposição totalO presidente voltou a afirmar que seu segundo mandato dará prioridade ao crescimento, com distribuição de renda e educação de qualidade. Nesse sentido, frisou: "Não haverá adversidade que não possa ser superada. A disposição é total".
Lula voltou a lembrar que o país cresceu "pouquíssimo" desde 1980 e que seu primeiro governo criou as condições para que agora sejam dados novos passos na direção do desenvolvimento.
"É preciso destravar o país em todas as áreas (...), desamarrar os nós de marinheiro que deram em monte de áreas", disse.
No discurso, Lula prometeu continuar o trabalho de integração da América do Sul, bem como a luta para diminuição das desigualdes em todo o planeta, colocando o Brasil como um dos porta-vozes das nações mais pobres.
No plano interno, o presidente pretende buscar um maior desempenho da máquina pública e tomar decisões econômicas que permitam ao país avançar.
Ele reconheceu haver graves problemas em algumas áreas, como a da Previdência Social, mas rejeitou qualquer possibilidade de resolver tais problemas eliminando diretos de trabalhadores e aposentados.
"As pessoas querem mexer nas conquistas sem levar em conta que a discussão é mais profunda. O desafio da Seguridade Social é como resolver sem jogar nas costas dos pobres a perda de seus direitos", destacou.
Segundo o presidente, as condições estão dadas para que o próximo mandato promova um aprofundamento dos avanços do atual. E brincou com a platéia:

"Estou convencido de que vou fazer um segundo governo (tão bom) que até o PT vai gostar!"

Leia também:
Primeira parte da íntegra do discurso de Lula
Reunião do DN é de celebração e reflexão, diz Marco Aurélio Garcia
Resolução do PT apóia proposta de governo de coalizão
Previdência: Lula rejeita mexer nas conquistas dos trabalhadores e aposentados

>>>

sexta-feira, novembro 24, 2006

A imprensa da chantagem não sabe o que fazer

...

Como diz o Paulo Henrique Amorim, com a bolsa acima dos 40.000 mil pontos, o único negócio que vai mal no Brasil é a imprensa da chantagem...



Sobre: Clóvis Rossi, "A anormalidade da anomalia" em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2411200603.htm e Eliane Cantanhede, "Admirável mundo lulista" em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2411200604.htm, 24/11/2006, Folha de S.Paulo (e onde mais seria?! [risos, risos]
________________________________________________________________

Primeiro, que D. Eliane Cantanhede adoraria incomodar governos (pq o cacife dela aumentaria), mas ela não incomoda nenhum governo -- no que ME diga respeito a mim e ao MEU governo e ao MEU VOTO DEMOCRÁTICO. (Já cansei de explicar que D. Eliane Cantanhede, pra mim, é só 'case' exemplar, que estou estudando, da mídia brasileira em 2006.)

D. Eliane só incomoda (1) a democracia; e (2) o MEU BOLSO e os meus direitos de consumidor.

Avisa-lá: eu pago à Folha de S.Paulo pra receber SERVIÇOS JORNALÍSTICOS. E eu só recebo marketação de "dizer amén". QUERO O MEU DINHEIRO DE VOLTA. Acorda, INDEC!

No que ME diga respeito e diga respeito ao MEU governo, é, sim, D. Eliane, sim-senhora, exatamente assim:

-- é, sim, prô Virgílio ficar exatamente como ele está agora, comportado, crista baixa, sem zurros, sem chiliques cenográficos de 'vou dar surras', rabinho entre as perninhas, bico caladinho. Idem os Jereissatis. Idem os ACMs. Idem os FHCs e a GW e os Lavaredas e os Fernando Barros e Silva e coisa-e-tal, e essa gentinha todinha. Bico é bem caladinho (ou o meu dinheiro de volta, é claro!).

Se a senhora acha que não zurrar no plenário do Senado é dizer amén... OK. Tá bom. Pode ser.

É exatamente isso, então: é, sim, prôs Virgilios dizerem amén. Por quê? A senhora achava que o senador Virgílio fazia alguma oposição antes, no tempo em que o senador Virgílio zurrava?! Quando Álvaro Peruca Dias bengalava?! Acorda, D. Eliane!

Antes de haver oposição no Brasil, eu-euzinho e o meu voto democrático teremos de CIVILIZAR e democratizar a oposição.

Nesse processo, sim, até segundo aviso, é pra esses zurrantes pararem de zurrar IMEDIATAMENTE. Não fará mal a ninguém que esses zurrantes aprendam, também, a dizer amén AO MEU VOTO DEMOCRÁTICO.

Por quê, D. Eliane?! A senhora achava bonito qdo. os zurrantes zurravam contra o MEU VOTO DEMOCRÁTICO?!

Quanto ao Clóvis Rossi...

"Patética", Sr. Clóvis Rossi, é a sua orfandade 'jornalística' confessa, a orfandade medíocre desse seu 'jornalismo' medíocre, perdido e derrotado. "Patético" é esse seu 'jornalismo-zero'.

Perdoe que eu vá, assim, chutando a porta, mas não há alternativa democrática, além de começar a DESMONTAR, pedra a pedra, o jornalismo-zero dessa Folha de S.Paulo, em momento em que esse jornalismo-zero escreva -- como o senhor faz hoje -- que 'deseja' um presidente 'sabe-tudo' [risos muitos].

'Presidente-sabe-tudo' foi, no Brasil, o famigerado FHC... E ele já deu côs burros n'água, apesar de FHC, feito doido, tomar o cuidado de sempre fazer, ele mesmo, as próprias perguntas e, ato contínuo, responder-se, como perfeito pirado.

'Presidente-sabe-tudo' foram os generais que falavam com cavalo. 'Presidente-que-sabe-tudo' são os Idi-Amin-Dada do mundo.

Quem quer presidente-sabe-tudo, Sr. Clóvis Rossi?! [risos muitos, muitos, pq essa, hoje, francamente, foi o má-xi-mo!]

'Jornalista-sabe-tudo' é esse I-NA-CRE-DI-TÁ-VEL Fernando Barros e Silva, editor de Brasil. E quem, no mundo, ainda precisa dessa gentalha metida a saber-tudo (e com o MEU DINHEIRO DE ASSINANTE DA FOLHA DE S.PAULO?! Acorda, Indecs!)

A mídia emburrecida e envilecida que temos hoje no Brasil, militante do emburrecimento e do envilecimento da opinião social, como essa horrenda Folha de S.Paulo, é complementar da ignorância togada da 'sociologia' uspeana e da 'diplomacia' do ex-Virgílio: todo mundo aí é metido a sabe-tudo [risos]. Depois, eles repetem, uns, os sabe-tudismos dos outros!

Essa mídia brasileira dos jornalões e da Rede Globo, já completamente emburrecida e envilecida, já está desmascarada em 2006! Viva o Brasil!

Trata-se, agora, de CIVILIZAR também (além de civilizar a oposição zurrante) essa mídia brasileira dos jornalões e da Rede Globo, quando essa mídia zurrante já ultrapassou todos os limites do suportável, em sociedade democrática.

Rejeitada pelo eleitor e pelo consumidor de serviços jornalísticos, agora, essa mídia brasileira dos jornalões e da Rede Globo, agora, pelo que se vê, já começou a confessar-se, choramingas:

"Saiba-tudo, presidente Lula, pelamôr de Deus! Saiba-tudo pra que o Clóvis Rossi possa, assim, esconder sua radical ignorância, por, pelo menos, mais uns mesinhos!".

Que vergonha, me dá, sinceramente, como eleitor e como cidadão consumidor de serviços jornalísticos, ler as colunas da p. 2 da Folha de S.Paulo!

Não se trata, é claro, de o presidente Lula não saber o que fazer -- como CR tenta inventar hoje. Que vergonha, Sr. Clóvis Rossi!

É claro que não se trata de o presidente Lula 'não saber'.

Trata-se, sim, de o presidente Lula JÁ SABER que nenhuma das 'verdades' de bobajol e de classe (e dessa ridícula 'sociologia' tucano-uspeano-pefelista) presta pra alguma coisa.

Trata-se, sim, de o presidente Lula JÁ SABER que JÁ DERAM CÔS BURROS N'ÁGUA todas essas legiões de sabe-tudos que tanto fingiram que sabiam... sem nada saber, feito o senhor, e que deram cabo do jornalismo brasileiro.

Trata-se, sim, de o presidente Lula JÁ SABER que o senhor e essa vergonhosa Folha de S.Paulo nunca, de fato, souberam de coisa alguma que ajudasse a responder às urgências da sociedade brasileira.

Ainda que a sociedade brasileira e o presidente Lula e EU-EUZINHO E O MEU VOTO DEMOCRÁTICO não soubéssemos de mais coisa alguma, não há dúvida alguma de que, sim, NÓS JÁ SABEMOS que a mídia brasileira TEM DE SER DEMOCRATIZADA, imediatamente, custe o que custar.

Quem disse, que nós não sabemos, Sr. Clóvis Rossi?! [risos muitos].

Grande ministra Dilma Roussef! Pela democratização da mídia, já! LULA É MUITOS! Viva o Brasil!

De: Caia Fittipaldi
Para: Sra. Eliane Cantanhêde ; Sr. Clóvis Rossi [FSP] ; OMBUDSMAN [Folha de S.Paulo] ; Universidade Nômade ; Blogosfera Lulista ; Grupo Beatrice
Cc: IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
Enviada em: sexta-feira, 24 de novembro de 2006 15:40
Assunto: Clóvis Rossi já choraminga e Eliane Cantanhede está prontinha pra dizer amém: PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA MIDIA, e já! Dá-le ministra Dilma Roussef!

>>>

quinta-feira, novembro 23, 2006

AS MENINAS DO FIASCO


...


Audiência do Jô vai mal na Globo desde outubro, diz Daniel na Folha 10:15 Segundo informaçoes na coluna do Daniel Castro hoje na Folha, vai mal de audiência o programa do Jô Soares que chegou a amargar um 4o lugar por alguns minutos na madrugada de 3a para 4a feira. Segundo Daniel, citando as concorrentes, maus resultados para o Jô vem ocorrendo desde outubro, leia aqui para assinantes. 23/11 Blue Bus

>>>

quarta-feira, novembro 22, 2006

Parece cachorro que caiu do caminhão da mudança

...

O tempo deles acabou,
eles têm raiva do povo brasileiro.
...

Oposição em clima de brincadeira colegial

Franklin Martins

A oposição deixou claro ontem no Congresso que está inteiramente perdida. Na Câmara, foi derrotada ao propor a elevação do índice de reajuste das aposentadorias de 5,01% para 16,67%, medida que, se levada à prática, produziria um rombo nas contas públicas de R$ 8 bilhões. No Senado, comemorou em meio a gargalhadas a aprovação do projeto de Efraim Morais (PFL-PB), determinando o pagamento de benefício natalino no "Bolsa Família". A novidade representa um custo adicional de R$ 700 milhões para o programa.

Nos discursos, os oposicionistas carregaram nas ironias: como pode um governo a favor dos humildes e dos aposentados ser contra medidas que botam mais dinheiro no bolso desses segmentos? Nas rodinhas de parlamentares, deputados e senadores do PFL e do PSDB divertiam-se por julgarem que estavam metendo o PT e seus aliados numa tremenda saia justa. Mas até que ponto isso é verdade? Não será a oposição que está entrando numa fria ao fazer brincadeira com coisa séria?

É bom lembrar que, no caso das aposentadorias, a oposição já tinha logrado aprovar no primeiro semestre o reajuste de 16,67%. Lula vetou-o, com o argumento de que a emenda era demagógica e eleitoreira. Não sofreu qualquer desgaste sério por isso, tanto que venceu as eleições com folga, inclusive entre os aposentados. No episódio, quem ficou mal na fotografia foi a oposição, que apenas montou uma armadilha para seu candidato na campanha eleitoral. Alckmin, que pregava um corte severo nos gastos públicos, foi obrigado, por honra da firma, a defender o reajuste irreal nos benefícios vetado pelo presidente. Ou seja, Lula não perdeu votos, mas Alckmin perdeu discurso.

Alguém acredita que, agora, ao patrocinar a aprovação do 13º benefício, a oposição conseguirá tirar do governo a paternidade do "Bolsa Família"? É claro que não. Ainda estão frescas as seguidas declarações de caciques do PSDB e do PFL contra o programa, muitas vezes rotulado pejorativamente de "Bolsa Esmola". No máximo, a pirueta natalina passará a idéia de que a oposição não é coerente e, no afã de desgastar o governo, dispara para tudo que é lado. De quebra, dará a Lula oportunidade, mais uma vez, de fazer o discurso da seriedade fiscal.

Bem disse o historiador inglês Kenneth Maxwell, em entrevista recente à Folha de S. Paulo, que o Brasil está precisando de um partido conservador, que se assuma como conservador. Poderia o PFL ser esse partido? Talvez, mas antes precisa abandonar as brincadeiras juvenis do senador Efraim Morais, apoiadas com entusiasmo colegial pela bancada do partido no Senado. Poderia o PSDB ser essa alternativa? Talvez, desde que os líderes tucanos não tivessem vergonha de defender o processo de privatização e de reforma do Estado do governo Fernando Henrique. Na campanha, em vez de travar o debate político, preferiram vestir seu candidato a presidente com um jaleco cheio de logomarcas de estatais. Fizeram mais ou menos o que o senador paraibano fez agora com o projeto do 13º da "Bolsa Família".

Não dá para entender uma oposição que não defende aquilo em que acredita e ainda morrer de dar risadas quando tromba com seu próprio programa.

>>>

terça-feira, novembro 21, 2006

O povo venceu a mídia

...

ABCD MAIOR - Um Jornal diferente a serviço da Região. www.abcdmaior.com.br



A blogosfera lulista e a re-eleição do presidente Lula, no Brasil-2006: a luta continua! Caia Fittipaldi

Já é assunto resolvido que em 2006, no Brasil, a blogosfera lulista teve papel importante na reeleição do presidente Lula. E também é assunto bem resolvido que, em 2006, a Rede Globo outra vez teve papel decisivo no movimento de impor ao Brasil o segundo turno das eleições presidenciais.

Já ninguém tem dúvidas de que, nas eleições presidenciais de 2006, legiões de eleitores brasileiros sub-informados, quando não ativamente mal informados, foram paralisados, postos em estado de choque e de catatonia política mediante a exibição cenográfica daqueles dinheiros cenográficos, tratados como ‘objetos de cena’ da grande cena chamada então, pela televisão e por todos os jornalões, de “dossiegate”.
Embora esse movimento da Rede Globo tenha tido efeito e resultado finais completamente diferentes do que a Rede Globo esperava obter, não há dúvida de que a Rede Globo conseguiu empurrar as eleições para um segundo turno e deu sobrevida ao seu candidato.

“‘Jornalismo’ de insultos”

Esse tempo de sobrevida, então, foi usado por todos os jornalões, colunistas e ‘marketeiros’ dos candidatos tucanos-pefelistas, para que se impusesse à sociedade brasileira, pelos jornalões e pela Rede Globo, um muito espantoso “jornalismo de insultos” contra o presidente Lula, candidato à reeleição e seus milhões de eleitores. A expressão “jornalismo de insultos” é do jornalista Luis Nassif , e descreve muito bem o anti-jornalismo que se fez no Brasil, entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais de 2006.

“‘Sociologia’ de insultos”

Àqueles dinheiros cenográficos exibidos pela televisão e àquele “jornalismo de insultos” acrescentou-se, também pelos jornalões e televisão no Brasil-2006, o que bem se pode descrever como ‘sociologia de insultos’, cuja expressão mais impressionante foram as falas de campanha de FHC, professor-doutor da USP e apresentado ainda como sociólogo sério, mas que, apesar de seus tantos títulos acadêmicos, tentou ‘ensinar’ os eleitores brasileiros a “pôr fogo em palheiro”, dentre outras sandices, e sem qualquer consideração, sequer, pelo decoro acadêmico.

O que já sabemos muito bem

É verdade que tudo isso deu em nada. Mas é indiscutível que a Rede Globo e os jornalões e alguns renomados ‘sociólogos’ uspeanos fizeram, literalmente, o diabo, na direção de influir no resultado das eleições e na direção de DES-democratizar o comportamento político-eleitoral dos eleitores brasileiros.

O que ainda não sabemos muito bem

Dado que a ação da Rede Globo em eleições, no Brasil, pouco tem de novidade e é nossa velha conhecida (e a Rede Globo, afinal, nunca mudou de lado e de discurso, sequer um milímetro, de fato, desde 1964), pode ser chegada a hora de pensar um pouco sobre a ação dos internautas operantes na hoje já chamada “blogosfera lulista”.
Afinal, a seu modo, e como puderam, os militantes da blogosfera, lulistas e milhões de internautas ‘livre-atiradores’ enfrentaram, sim, valentemente a Rede Globo, todos os jornalões e todos os colunistas de todos os jornalões.

Pra não esquecer!

É mais do que hora de reconhecer que, até agora, só a blogosfera lulista enfrentou também toda a escandalosa ‘sociologia’ tucano-pefelista-uspeana de insultos, manifesta em todos os jornalões e na televisão.

A tal de “blogosfera”

Assim, é hora de pensar um pouco sobre a blogosfera, também para começar, nós mesmos, a entender melhor o campo e os personagens de um importante diálogo político de confrontação social radicalmente democrática – não de democracia só superficialmente alinhavada –, que pode estar começando a ser construído no Brasil.
Se esse diálogo de confrontação democrática com a dita ‘sociologia’ tucano-pefelista está mesmo começando a ser construído, não há dúvidas de que ele está sendo construído, de cabo a rabo, por multidões de bravos guerreiros brasileiros democráticos e seus teclados pessoais e domésticos. E esse diálogo de confrontação ainda não chegou nem aos jornalões nem à televisão.

O lado crítico-pessimista da coisa toda

Paul Virilio , que trabalhou com conceitos de uma ciência que atende pelo esquisitíssimo nome de “Dromologia” (a ciência que estuda os efeitos sociais da velocidade; do grego ‘dromos’, velocidade), comparou, já há mais de dez anos, o efeito revolucionário da velocidade internética, para a história humana, ao efeito revolucionário que teve o desenho em perspectiva, no Renascimento, para a história da mesma humanidade, quer dizer, para a nossa história humana de longo curso .
Paul Virilio, não é um crítico otimista da Internet e da sociedade internética. Para ele, a Internet nos deu “o tempo do reflexo e roubou-nos o tempo da reflexão”. Para ele, também, a humanidade ganhou com o desenho em perspectiva, no Renascimento, porque o desenho em perspectiva ajudou o homem a localizar-se e a orientar-se melhor no mundo físico em que vivemos. Por outro lado, para ele, a cibervelocidade está fazendo, agora, com o que o homem se afaste, novamente, primeiro, do contato físico com o mundo; segundo, dos seus-nossos tempos-espaços humanos.
“Existir”, diz Virilio, “é existir in situ, num espaço e num tempo, hic et nunc, aqui e agora. Essa ‘localização’ humana e histórica é, precisamente, a que mais está ameaçada pelo ciberespaço e pelos fluxos de informação instantânea e globalizada. (...). É evidente que essa perda de orientação, essa não-situalização, gerará uma crise profunda, que afetará a vida das sociedades e, portanto, afetará a democracia.”
Virilio também lembra que “nenhuma informação existe sem des-informação. (...) [com a cibervelocidade] está nascendo um novo tipo de des-informação, completamente diferente da censura voluntária. Tem a ver com algum tipo de choque dos sentidos, com a razão perder o controle...”
Pode até ser. Mas atrevo-me a discordar do pessimismo de Virilio, embora eu não discorde de que, sim, a Internet esteja, sim, afetando a democracia em todo o mundo.

O lado otimista-militante da coisa toda

No Brasil, consideradas as eleições de 2006, parece-me, mesmo, que a Internet já afetou a democracia. Mas, no Brasil, afetou-a para melhorá-la.
Ao mesmo tempo, a bem da verdade, reconheço, sim, que esse amelhoramento da democracia brasileira, por ação da blogosfera via a Internet, talvez dependa hoje menos da blogosfera e da Internet do que, de fato, da evidência de que os veículos de comunicação social que se construíram no Brasil, ao longo dos últimos 40, 50 anos – televisão e jornalões –, não são democráticos nem jamais visaram a qualquer melhor democracia.
Estou dizendo que, considerados os veículos de comunicação social muito ruins que se construíram no Brasil ao longo dos últimos 40, 50 anos (jornalões e televisão), praticamente qualquer instrumento que dê voz & palavra aos cidadãos-eleitores para que eles se manifestem com voz própria, ajudará a melhorar nossa democracia.
Estou dizendo também que, no Brasil-2006, a des-informação que a Internet nos tem oferecido (se for esse o caso), está sendo substituída por uma nova informação que a blogosfera lulista está aprendendo a construir; e que essa troca, nesse caso, implica avanço democrático e não implica qualquer perda ‘informacional’.
Estamos aprendendo a nos livrar da ‘informação’ de engambelamento que sempre nos chegou pelos jornalões e pela Rede Globo, ao mesmo tempo em que vamos aprendendo a construir novos discursos para a discussão política social democrática, no Brasil.
Isso parece ser verdade, mesmo que a Internet ainda seja, como ainda é, no Brasil, instrumento quase que exclusivo de comunicação entre os cidadãos eles mesmos, deles pra eles (ou de nós pra nós), e ainda não esteja nem (i) socialmente bem distribuída nem (ii) tenha alcançado, ainda, o status político de instrumento de comunicação social que chegue rapidamente aos ouvidos do poder como, hoje, ainda, só a televisão e os jornalões chegam.
Talvez se deva lembrar – tanto ao poder que esteja por aí, já governante, mas ainda meio sem prestar muita atenção à blogosfera democrática, quanto, afinal, a nós mesmos, da blogosfera lulista, que nos sintamos ainda um pouco ‘desentendidos’, nós mesmos, sobre nossa própria militância político-internética –, uma lição de Marx quando, ainda no século 19, ele impressionava-se (mas não se deixava engambelar por nenhuma ‘sociologia’ oficial ou informação ‘jornalística’), com o significado social da velocidade que as comunicações estavam começando a ganhar, então, com a invenção do... telégrafo:
“A natureza não constrói máquinas, nem locomotivas, nem ferrovias, nem o telegráfo etc. Esses são produtos da indústria humana: material natural transformado em órgãos da vontade humana sobre a natureza ou da sua atuação na natureza. Essas máquinas são força objetivada do conhecimento social geral. O desenvolvimento das máquinas (capital fixo) revela até que ponto o conhecimento social geral se converteu em força produtiva imediata e, portanto, até que ponto as condições do processo da vida social (...) são produzidas não somente na forma de conhecimento, mas sim como órgãos imediatos da prática social, do processo da vida real.”
Quer dizer: a blogosfera nasceu de dentro da multidão, servindo-se de um instrumento – a grande rede – que, por mais que tenha sido inventado ‘para’ finalidades bélicas, pode bem ter-se revelado mais útil para a sociedade do que, afinal, para seus inventores ‘oficiais’. Mais ou menos como também nasceram de dentro da multidão, mais do que das cabeças ‘personalizadas’ dos respectivos inventores ‘oficiais’, e também são força objetivada do conhecimento social geral, tanto o desenho de perspectiva (no Renascimento), quanto o telégrafo (no século 19) e, de fato, também os tipos móveis de Gutemberg, o astrolábio e, de fato, todas as máquinas.
Com a internet, afinal, então, a blogosfera lulista pode estar, hoje, no Brasil-2006, apenas começando a aprender a construir, nós para nós mesmos, novas competências democráticas também para a comunicação social democrática.
A partir dessas novas competências democráticas, não me parece que seja excesso de otimismo militante esperar que toda a sociedade brasileira talvez consiga, afinal, democratizar toda a mídia-empresa como a conhecemos.
Afinal, se há verdade indiscutível sob o sol do Brasil, em 2006, é que toda a mídia-empresa que conhecemos no Brasil sempre foi insuficiente, como instrumento de democratização da sociedade, sempre, desde que nasceu.
Com a blogosfera lulista, afinal, pode estar acontecendo que, afinal, começa a despertar no Brasil uma ainda não muito bem entendida nova potência da multidão.
Fazê-la potência de democratização e re-democratização da sociedade, da mídia-empresa que temos e da universidade que temos é – ou será, se assim a blogosfera lulista a fizer – tarefa nossa, quer dizer, tarefa exclusiva da própria blogosfera lulista. A luta continua.

Caia Fittipaldi é formada em Lingüística pela USP e especializada em comunicação social e propaganda político-eleitoral. Trabalha com edição na editora Anita Garibaldi, ligada ao PcdoB, e milita na Universidade Nômade, pela internet.

Este artigo está sendo enviado ao grupo de debate ABCD MAIOR, do qual você faz parte junto com outros 60 profissionais das mais diferentes áreas, de alguma forma ligados à Região. Mande você também sua contribuição para debate@abcdmaior.com.br. O texto também estará sendo divulgado no site www.abcdmaior.com.br.

>>>

O INFORMANTE

...

Notícias do dia:


EDUARDO LAUANDEO CNJ e as novas perspectivas do judiciário brasileiroEu entendo assim porque além de tornar mais transparentes as contas desse Poder, a inovação irá ajudar na definição das prioridades.

TARSO GENROMais além do populismoAo contrário do que recomenda o populismo, Lula e o PT promoveram a incorporação dos "de baixo" na democracia.

DANIEL AARÃO REISModernos com cheiro de naftalinaOutros, amargurados, dizem que o povo é bom, mas foi enganado. No fundo, pensam, o povo é mesmo multidão irracional.

Vermelho Online (14/11/2006)Paulo Henrique Amorim: Mídia brasileira é ameaça à democraciaNa opinião de Paulo Henrique Amorim, o que a mídia fez no segundo turno das eleições presidenciais configura um golpe.

Caros Amigos (13/11/2006)Muito além do EnadeO ENAD é apenas uma das formas de avaliação utilizadas pelo SINAES, para analisar o desempenho dos estudantes, dos cursos e das escolas.

THEOTONIO DOS SANTOSEnsinar economia ao Lula?Não passou uma semana da espetacular vitória do Lula a revista Veja se propõe a ensinar ao Lula o que fazer em seu próximo governo.

BBC do Brasil (15/11/2006)Proposta contra desmatamento do Brasil é 'voluntária'Ministra do Meio Ambiente espera que compromisso ético baste para convencer países ricos a doarem recursos para incentivo à redução de desmatamento.

GILSON CARONI FILHOMídia e direita: que sejam felizesA forma como o discurso noticioso se organizou e se reproduziu é algo que talvez só encontre paralelo nos episódios de 1954.

PATRUS ANANIASPT: compromissos e desafiosPor sua história, a representatividade foi sempre um dos marcos do PT, que é fruto de uma ampla participação de variados setores da sociedade.

Agência Estado (10/11/06)Especialista aposta no Fundeb para IDH melhorarFoi a educação que elevou o Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro nos últimos 20 anos, diz José Carlos Libânio, do programa de desenvolvimento

Carta Maior (10/11/2006)Promotor de Justiça pede anulação da sentença contra Emir SaderPromotor de Justiça entrou com pedindo anulação da sentença contra Emir Sader.

HENRIQUE FONTANAUma agenda para o BrasilEspera-se que a maior parte da oposição aceite o diálogo em torno de uma agenda positiva para o país.

O Informante - preenchendo lacunas da mídia

O Informante é fruto da rede Tribuna da Intenet. Venha participar.

>>>

Petrobras divulga nota rebatendo O Globo

...

20 de Novembro de 2006

A Petrobras divulgou nota na qual contesta matérias publicadas pelo jornal O Globo nas edições de domingo (19) e desta segunda-feira (20). “Vimos a público afirmar que são absolutamente falsas as acusações e ilações feitas pelo jornal "O Globo", em duas manchetes consecutivas – nas edições de ontem e de hoje”.
Segundo a nota, “é improcedente a afirmação de favorecimento de candidatos do PT com recursos provenientes de projetos da área social e do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural”.
“No domingo, de um universo de 1751 projetos sociais patrocinados pela Petrobras, o jornal "O Globo" selecionou 25 para acusar a Companhia de favorecimento de entidades vinculadas a partidos que apóiam o governo. Na edição de hoje, O Globo afirma que a ABEMI (Associação
Brasileira de Engenharia Industrial) mantém contrato com a Petrobras "sem licitação" para favorecimento de candidatos nas últimas eleições. Afirmação e ilação absolutamente falsas e caluniosas”, diz a nota .

Leia abaixo a íntegra da nota:

NOTA DE ESCLARECIMENTO À OPINIÃO PÚBLICA

A Petrobras é a empresa brasileira que mais investe em projetos de desenvolvimento econômico, social e ambiental no Brasil - U$ 87 bilhões para os próximos cinco anos.
Dentro dessa realidade e dos rigorosos princípios de Responsabilidade Social que regem a gestão da Companhia, vimos a público afirmar que são absolutamente falsas as acusações e ilações feitas pelo jornal "O Globo", em duas manchetes consecutivas - nas edições de ontem e de hoje.
É improcedente a afirmação de favorecimento de candidatos do PT com recursos provenientes de projetos da área social e do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural.
No domingo, de um universo de 1751 projetos sociais patrocinados pela Petrobras, o jornal "O Globo" selecionou 25 para acusar a Companhia de favorecimento de entidades vinculadas a partidos que apóiam o governo.
Na edição de hoje, O Globo afirma que a ABEMI (Associação Brasileira de Engenharia Industrial) mantém contrato com a Petrobras "sem licitação" para favorecimento de candidatos nas últimas eleições. Afirmação e ilação absolutamente falsas e caluniosas.
A bem da verdade, seguem os esclarecimentos da Petrobras:
1 - A Petrobras mantém com a ABEMI convênio para o desenvolvimento do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural - Prominp. Convênio não é contrato. De acordo com a legislação brasileira, não há necessidade de licitação para convênios desta natureza. O convênio foi firmado em março de 2006 e o edital para a seleção pública foi publicado em junho do mesmo ano.
2 - A ABEMI não tem qualquer ingerência sobre os recursos do Prominp e nenhuma empresa associada da ABEMI recebe qualquer recurso do programa. Os recursos são previamente programados e repassados para as instituições de ensino que capacitam a mão-de-obra para o setor de petróleo. A ABEMI congrega empresas que são demandadoras desta mão-de-obra.
3 - Dos R$ 228 milhões previstos para o período de execução do Prominp - 2006 a 2008 - R$ 39 milhões estão previstos para desembolso em 2006. Devido à necessidade de alteração de prazos de obras pela indústria de petróleo, até outubro deste ano foram desembolsados R$ 6 milhões. A capacitação da mão-de-obra está estreitamente vinculada à absorção dos profissionais pelas empresas. Há ainda contrapartida das empresas empregadoras de até R$ 42 milhões nesses dois anos.
4 - A Petrobras é a principal financiadora do Plano Nacional de Qualificação Profissional do Prominp. A aplicação de recursos em qualificação profissional foi aprovada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
5 - O Prominp objetiva formar cerca de 70.000 profissionais, nos níveis superior, técnico e básico, até 2010. Estão previstos cerca de 580 cursos, quatro mil turmas e 40 diferentes entidades de ensino nos vários níveis. O Programa foi definido pelo Conselho do Prominp, integrado pelo Ministério de Minas e Energia e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) e Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
PROJETOS SOCIAIS:
1 - A Companhia patrocina desde 2003, quando lançou o Programa Petrobras Fome Zero, 1751 projetos sociais, que contam com a parceria de 15 mil entidades, entre instituições públicas e organizações da sociedade civil.
2 - Cerca de 2,5 milhões de pessoas foram atendidas diretamente pelo Programa e 8 milhões de pessoas foram beneficiadas indiretamente.
3 - A seleção dos projetos é feita com base em critérios técnicos, amplamente divulgados desde 2003 e disponíveis no site da Companhia. Os critérios adotados não são políticos-partidários. As entidades que desenvolvem os projetos sociais podem ou não, direta ou indiretamente, manter vínculos com quaisquer partidos políticos, incluindo os de oposição ao Governo. Vínculos políticos e/ou ideológicos não são levados em consideração pela área técnica da Companhia.
4 - O Programa Petrobras Fome Zero é desenvolvido pela Companhia com a participação da Unicef, e dos Instituto Ethos e Paulo Freire, Ibase, Agência Nacional de Direitos da Infância (ANDI), Fundação Roberto Marinho, Canal Futura, entre outras entidades brasileiras com reconhecimento nacional e internacional na área de responsabilidade social.
5 - O sucesso e a seriedade dos projetos sociais da Petrobras levaram, em 2006, a Companhia a integrar o seleto grupo de empresas classificadas no Índice Dow Jones de Sustentabilidade. Este é o mais importante índice internacional de classificação de empresas social e ambientalmente responsáveis, que têm papéis negociados na Bolsa de Nova Iorque.

Equipe Informes

>>>

quinta-feira, novembro 16, 2006

"APAGÃO" MADE IN USA

...

DVD: "ENRON – OS MAIS ESPERTOS DA SALA"



CONSUMO, LOGO EXISTO

Filme é obrigatório para qualquer um interessado em conhecer os mecanismos que movimentam a lógica capitalista que, cedo ou tarde, vai provocar danos irreversíveis ao planeta e colocar de joelhos a raça humana - inclusive aqueles que se julgam os mais espertos da sala.- por André Lux (http://tudo-em-cima.blogspot.com/)

Quando alguém vier pregar a você as maravilhas oriundas do enxugamento do Estado e das privatizações, pergunte se ele já assistiu ao excelente documentário “Enron – Os Mais Espertos da Sala”. Se a resposta for “não”, então nem perca seu tempo discutindo. Não vale a pena. Quem acredita nessa ladainha que demoniza a regulamentação e o controle do Estado e pinta as empresas privadas como a salvação da economia só pode ser ingênuo ou mal intencionado.

O mais emblemático (e estarrecedor) exemplo das conseqüências destruidoras dessa corrente de pensamento inaugurada pelo ex-presidente Ronald Reagan na década de 1980, chamada carinhosamente de “neoliberal”, está registrada neste filme assinado por Alex Gigbey. Exportada para o resto do mundo e implantada com maior voracidade nos países ditos de terceiro-mundo (Brasil, inclusive), essa ideologia que traveste o que existe de mais selvagem no capitalismo como sendo algo moderno, natural e irreversível, moldou e travou a mentalidade das pessoas na busca pelo consumismo sem limites (“consumo, logo existo”) e jogou a humanidade para a beira do abismo.

O caso da Enron ilustra de forma cabal o quea acontece quando o cinismo, a arrogância, a ganância e a manipulação da informação se juntam sem qualquer limite e controle externo. Apostando no que existe de mais agressivo em termos de marketing e relações públicas, seus executivos conseguiram elevar os preços das ações da empresa a níveis estratosféricos, sem que houvesse lastro real na contabilidade. Isso se deu pela aplicação de uma técnica contábil absurda chamada de mark-to-market, por meio da qual projetavam lucros exorbitantes a partir do fechamento de transações que nem ainda haviam sido completadas, entre outras práticas simplesmente ilegais.

E, mesmo cientes da fragilidade e irracionalidade dos seus negócios, os manda-chuvas da Enron continuavam a propagar a solidez da empresa aos quatro ventos e estimulavam a compra das suas ações inclusive entre seus pobres funcionários que investiram nelas seus preciosos fundos de pensão. Um das coisas que mais chama a atenção nessa história absurda é a maneira como a mídia e os analistas financeiros aceitavam e festejavam o “sucesso” da empresa sem levantar uma questão sequer a respeito desse verdadeiro milagre econômico – nem o fato da Enron atuar em uma dos mercados mais complexos e arriscados do mundo, que é o da prospecção e consumo de energia elétrica e gás, levantou suspeitas entre os “formadores de opinião” estadunidenses! Como se vê, o pensamento único propagado como verdade absoluta e incontestável não é privilégio da imprensa corporativa brasileira...

Todavia, o fato mais chocante deu-se quando negociadores (traders) da Enron literalmente derrubaram as usinas de força da Califórnia para fazer subir o preço da energia elétrica a fim de salvar as finanças da empresa, prejudicando a economia do Estado e arriscando a vida de milhares de pessoas. Essa operação está toda documentada e é apresentada didaticamente no filme, inclusive com gravações em áudio das conversar entre os negociadores, que não apenas falavam abertamente do golpe em andamento, como debochavam do povo que estava sofrendo as conseqüências. Está aí representado o ápice do que o pensamento neoliberal, que visa o lucro financeiro acima de tudo e de todos, significa. Uma das conseqüências mais nefastas desse “apagão” operado pela empresa foi a queda do então governador da Califórnia, que acabou sendo substituído via um recall eleitoral no meio do mandado pelo ator Arnold Schwarzenegger (não por acaso do mesmo partido dos Bush). Qualquer semelhança com o “apagão” ocorrido no (desculpem o trocadilho) apagar das luzes do governo Fernando Henrique Cardoso não pode, portanto, ser mera coincidência.

E todas essas barbaridades aconteceram graças às brechas encontradas nas novas leis anti-protecionistas e ao suporte do governo Bush, recém eleito na época, cuja família mantinha laços estreitos com o fundador da Enron, Ken Lay, que chegou a ser cogitado para assumir uma pasta no secretariado do governo federal antes de ser condenado em seis acusações de fraude corporativa e morrer de ataque cardíaco em 2006 enquanto esperava a sentença.

No final, as ilusões criadas pelo criativo CEO da Enron, Jeffrey Skilling (condenado em 19 acusações de fraude corporativa), acabou e a empresa faliu totalmente em questão de semanas, deixando na miséria todos seus funcionários, mas não seus altos executivos que antes da derrocada já haviam vendido todas suas ações obtendo lucros astronômicos.

Essa história sórdida sobre os bastidores do capitalismo selvagem teria ficado oculta não fosse o trabalho dos jornalistas Bethany McLean e Peter Elkind, que dedicaram anos na investigação do caso Enron até a publicação do livro que dá nome ao filme. Graças a isso, os principais ex-executivos da Enron foram presos e processados pela Justiça dos EUA. Prova de que o bom e velho jornalismo investigativo, praticamente extinto no Brasil, pode trazer contundentes resultados.“Enron – Os Mais Espertos da Sala” é um filme obrigatório para qualquer pessoa interessada em conhecer os reais mecanismos que movimentam a lógica capitalista que, cedo ou tarde, vai provocar danos irreversíveis ao planeta e colocar de joelhos toda a raça humana - inclusive aqueles sujeitos que se julgam os mais espertos da sala.

http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/enron/enron.asp

>>>

quarta-feira, novembro 15, 2006

"que no governo e no PT não existam ilusões a respeito."

...

Oposição aposta no vale-tudo, na calúnia e na desinformação.

A oposição não toma jeito, continua apostando no vale-tudo. No Senado, ao comentar a saéda do ex-ministro Luiz Gushiken do governo, esbanjou grosserias e calúnias. O senador ACM disse que Gushiken deveria colocar seus sigilos à disposição. Todos sabemos que no caso de todos os ex-ministros que foram investigados nada se encontrou. Eu, que tive os sigilos quebrados, recebi um atestado de honestidade. Então ACM está falando de quê? De nada. É pura mágoa e ressentimento.

Álvaro Dias vai mais longe e chega à calúnia: diz que Gushiken era o ultimo membro do chamado núcleo duro do governo, que segundo ele, tinha planos para ficar no poder e montou um esquema de corrupção. Mentira. Nada disso foi provado, nem processo existe ainda. Já o senador Agripino Maia foi para o derespeito e para a baixaria. Disse que dos que estavam no filme Entreatos, do cineasta João Moreira Salles, só resta dona Marisa. O Brasil não merece essa oposição. Não aprenderam nada com a derrota e continuam os mesmos. Só espero que no governo e no PT não existam ilusões a respeito.

-------

Releio as matérias e fico novamente indignado. É um absurdo que essa oposição se dê carta branca para atacar Luiz Gushiken dessa forma. Para fazer luta política, atacam preceitos básicos do Estado de Direito. Gushiken fala sobre isso em sua carta ao presidente Lula: "os aspectos deletérios daquela crise [do mensalão] também não podem ser esquecidos. Na voragem das denúncias abalou-se um dos pilares do Estado de Direito, o da presunção de inocência, uma vez que a mera acusação foi transformada no equivalente à prova de culpa". Ele tem toda a razão.

enviada por Zé Dirceu

http://blogdodirceu.blig.ig.com.br/

>>>

terça-feira, novembro 14, 2006

Brasileiro é povo danado, trabalhador e Lula sabe disso!

...



Uma vida melhor pra Lulinha

O voto de confiança da família Silva foi plenamente correspondido: quase quatro anos depois de dar o nome do presidente reeleito ao filho caçula, seu pai, Francisco, conseguiu emprego, comprou eletrodomésticos e passou a botar mais comida na mesa.

Paula Sarapu

Rio - O pequeno Luiz Inácio Matias da Silva, último bebê nascido no ano de 2002, não ganhou este nome por acaso: era um sinônimo de esperança, na véspera da posse do operário Luiz Inácio Lula da Silva. Como o presidente, a família pobre que também deixou o Nordeste para tentar a vida na cidade grande acreditava que o Brasil poderia ser menos ingrato com seus filhos carentes. Francisco Canindé da Silva, 32 anos, e Itonia Matias de Lima, 29, voltaram ontem às urnas para renovar a crença numa vida mais justa. Os dois contam que, nesses quase quatro anos, enquanto Lulinha crescia na Favela Camarista Méier, na Zona Norte, passaram a comprar sacos de cinco quilos de arroz por quase R$ 7 a menos do que pagavam antes. O prato vazio, segundo eles, ganhou bifes de alcatra ou contra-filé, com direito a refrigerante no almoço e no jantar. A mãe conta que, quando vê o presidente na televisão, o menino diz: “Ó, o titio”. Quando Lulinha nasceu, Francisco era um recém-chegado do Rio Grande do Norte e estava desempregado. Em casa, Itonia, grávida, e os três filhos — Fernando, Juvenal e Jaína — passavam fome. O aluguel de R$ 80 cobrado pela pequena quitinete estava atrasado e Itonia vivia nervosa, com crises de bronquite. “Eu não tinha o que dar de comer para meus filhos. Ficava desesperada. Quis homenagear o Lula porque tinha esperança de que nossa vida melhoraria. Ele é nordestino e era pobre como a gente. Tudo mudou nesses anos. Temos duas geladeiras cheias, freezer para estocar alimentos, TV, DVD, som e o celular mais moderno da loja”, enumera. Francisco conseguiu trabalho há três anos e hoje é auxiliar de serviços gerais em um supermercado em Inhaúma, com carteira assinada. Ganha R$ 500 por mês, renda complementada por bicos que faz como pintor e eletricista. “Acho que Lula não está envolvido nos escândalos, apesar das más companhias no seu partido. Votei nele de novo porque Lula pensa nos carentes. Dia 18 de novembro vou para Aparecida do Norte, pagar promessa por ter conseguido emprego. Vou levar um uniforme meu para oferecer à santa e rezar pelo presidente também”, conta Francisco. O xará do presidente sabe que tem um nome importante na história do País. Pela pouca idade, ainda não entende qual o papel de Luiz Inácio Lula da Silva. Mas quer ser, quando crescer, o que o presidente da República representa para seus pais: um super-herói.

Mãe festeja seus quilos a mais

O jornal já amarelado que noticia o nascimento de Lulinha está na gaveta de Itonia. Observando fotos feitas por O DIA, ela comenta com orgulho os quilos a mais. “Era magra por falta de comida! Hoje visto 42, graças a Deus”. Com a camisa da seleção brasileira e de mãos dadas com o xará do presidente, Francisco também fica emocionado ao lembrar de um passado difícil, quando os filhos ficavam de barriga vazia e não tinham roupas para vestir. Entre as imagens, havia uma foto do bebê no colo da mãe, ainda na maternidade. “Esta vai ganhar moldura”, diz o pai coruja, que na ocasião não tinha máquina fotográfica para registrar o nascimento do filho. Muitas vezes também faltou sabonete e pasta de dente para a higiene da família. Mas, ontem, Itonia e Francisco seguiram de ônibus para a paróquia onde funciona sua Zona Eleitoral, com roupas compradas recentemente. Ela, por exemplo, estava de sandálias de salto e batom. O pequeno Lulinha foi junto, “para dar sorte”.

Hora da bronca: ‘Luiz Inácio!’

Itonia recebe R$ 15 por cada um dos três filhos no Bolsa Família. Eles estudam na Escola Municipal Augusto Frederico Schmidt, no Méier, onde Lulinha será matriculado no ano que vem. Também fazem catequese e aulas de capoeira e balé na paróquia do bairro. De todos, o caçula, chamado pelos pais de Inácio, é o mais levado. Os irmãos dizem que ele é brigão, embora seja o mais carinhoso com toda a família. “Quando faz besteira, chamo ‘Luiz Inácio!’ e ele responde ‘Fala, meu amor’. É esperto, vaidoso e muito inteligente. Todo mundo conhece Inácio aqui na comunidade. Muitos o chamam de Lula, Lulinha, presidente... Esse aqui vai dar trabalho”, vislumbra a mãe. Itonia e Francisco estudaram apenas até a 6ª série, mas acreditam que os filhos podem chegar até a universidade. Como todos os meninos de sua faixa etária, Fernando e Juvenal querem ser jogadores de futebol. Jaína sonha ser médica. “Eu quero que tenham futuro! E sei que podem chegar lá com aquele projeto Universidade para Todos”, acredita Francisco.

BEBÊ VIRA SÍMBOLO DE ESPERANÇA

O pequeno Luiz Inácio Matias da Silva, hoje com quase 4 anos, chegou ao mundo num momento em que o país respirava esperança, com a eleição de um candidato do povo. A gravidez sofrida, sua mãe, Itonia Matias de Lima, 29 anos, prefere esquecer. A vida era pobre e a gestação de Lulinha, marcada pela falta de comida e saúde, por conta da bronquite que acompanhava a preocupação com o bebê. Ela sentiu contrações quando se arrumava para a festa de Ano Novo, na casa de amigos da comunidade, que depois se tornaram padrinhos do menino. Foi levada no carro de um vizinho para a maternidade Carmela Dutra, no Méier, onde o bebê nasceu no dia 31 de dezembro, faltando três minutos para a meia-noite. Francisco acompanhou o parto normal, aos prantos. O nome do bebê ainda não tinha sido escolhido e Luiz Inácio foi sugestão de um médico, prontamente aceita pelo casal, que acreditava que Lula mudaria o Brasil. Com pedaço de rabanada e um gole de champanhe, ela festejou a chegada do filho, a virada do ano e a posse do novo presidente do Brasil. O DIA acompanhou os primeiros 15 dias do brasileirinho. Sábado, a família foi localizada com a mesma esperança no futuro. “Dar o nome do presidente Lula ao meu filho foi o maior voto de confiança”, disse Itonia.

ENTRE OS SONHOS, UM COMPUTADOR

A casa de quatro anos atrás tinha somente uma cama de solteiro, um colchão de casal e três crianças famintas. Agora, são duas televisões, duas geladeiras, um freezer, ventiladores, aparelhos de DVD e de som e brinquedos. O espaço ainda é muito pequeno: no quarto, dormem o casal e Lulinha. Na sala, Fernando, 12 anos, fica no sofá e Juvenal, 9, e Jaína, 6, dormem juntos em um colchão de solteiro. Os eletroeletrônicos foram comprados no cartão de crédito de uma amiga e a pequena parcela economizada por mês — de R$ 10 a R$ 30 — servirá para a compra de um terreno na favela. Na lista de sonhos ainda estão um beliche, um computador para as crianças e a volta para Natal, onde o filho mais velho, Felipe, 13 anos, mora com a avó. “Meus filhos não têm infância aqui porque não deixo nenhum deles na rua. Mas têm amor de pai, coisa que eu não tive morando em um sítio de dois quilômetros de terreno. Quero que sejam felizes, acima de tudo”, diz Francisco. Itonia, que completou 29 anos no dia do primeiro turno das eleições, sofre com a bronquite. Apesar da recente aquisição de um nebulizador, o marido gasta com remédios e corridas de táxi ao hospital, quando há crises: “Se pudesse, comprava saúde para minha família. O resto a gente consegue aos poucos, com trabalho”.

GRATIDÃO

Sem fazer nenhum pedido, Itonia decidiu escrever uma carta ao presidente da República, agradecendo “pela vida nova”. Ela conversou um pouco com o marido e disse que botaria no papel o que estava sentindo. Comentou, ainda, que não tinha do que reclamar dos primeiros quatro anos de governo Lula e que espera, em 2010, escrever outra carta. “Quero ter a oportunidade de dizer ‘obrigada’ novamente, por outras realizações que, tenho certeza, conseguiremos”, afirma. Francisco também pensou numa maneira especial de agradecer ao presidente. “Eu quis levar o meu Lula aos comícios que o presidente fez durante a campanha aqui no Rio, mas achei que os seguranças dele poderiam não entender a nossa vontade de chegar tão perto dele”, lembra.

Pouco antes do resultado final da votação, por volta das 20h de ontem, Francisco ligou para O DIA, comemorando: “Olha o Lula lá de novo!”.

>>>

segunda-feira, novembro 13, 2006

do jornalista Walter Rodrigues

Carta aberta aos leitores e amigos
WALTER RODRIGUES


Caros amigos e leitores
Neste fim de semana, exerço meu direito de resposta em dois diários maranhenses de linhas discrepantes, O Imparcial (neste sábado) e Veja Agora (domingo). O primeiro fez a campanha de Jackson Lago (PDT-PSDB), o segundo a de Roseana Sarney (PFL-PMDB). É significativo que eu tenha que me dirigir aos dois. As cartas estão nos anexos, mas, como nem todos terão paciência de ler, peço licença para resumi-las e explicar alguns detalhes laterais.
Recentemente O Imparcial publicou artigo de Antônio Melo, diretor da Pública — agência contratada pelo Governo do Maranhão para fazer sua imagem e de seus candidatos e desfazer a dos adversários — no qual sou citado como “marqueteiro” e ainda, segundo entendi, como suposto prestador de serviços profissionais a Roseana Sarney e ao pai dela.
Respondi na Internet de maneira até violenta (Veja Agora reproduziu o artigo espontaneamente), aproveitando para narrar vários fatos que destacam meu comportamento na imprensa e na política locais. Ninguém me contestou. Dias depois, entretanto, em mensagem encaminhada a um amigo comum, o diretor da Pública retratou-se de maneira eficaz e até cordial, esclarecendo que foi desinformado por terceiros de má fé. O que também me obriga a retirar as adjetivações com que havia retaliado.
A carta ao Veja Agora trata de matéria referente aos arquivos vazados do computador de Flávia Regina, secretária da Comunicação do governo José Reinaldo, patrono da candidatura Jackson. Os arquivos mostram que o Governo não apenas destinava grandes somas de dinheiro aos meios de comunicação — em alguns casos, aparentemente, não só para financiar veículos, mas também a campanha eleitoral ou até a “colaboração judicial” de donos de veículos — como ainda pautava entrevistas forjadas, editoriais pré-fabricados, “campanhas populares” e toda sorte de factóides e manipulações.
Mais: além do dinheiro destinado aos veículos, havia o pagamento direto a colunistas, radialistas e apresentadores, um dos quais beneficiários até confirmou recentemente, num programa de TV, que o esquema funcionava assim mesmo.
E eu com isso? Acontece que dos arquivos dos pagamentos de Flávia Regina consta o meu nome duas vezes, numa delas com referência explícita ao nosso semanário Colunão — que parou de circular exatamente no meio da campanha, quando a farra se exacerbava; na outra, sem esclarecimento.
Ninguém que acompanhe meu trabalho nas difíceis condições do Maranhão pode supor que eu tenha sido aliciado pelo atual esquema palaciano. Primeiro porque ninguém jamais me aliciou. Segundo porque meu comportamento como jornalista é reconhecido até por desafetos. Terceiro porque, apesar de nunca ter sido perseguido ou maltratado pelo governador José Reinaldo, a quem defendi de “campanhas” imorais quando ele era apenas um vice-governador sem prestígio, nunca me entusiasmei com seu governo e com seu candidato. Quarto, ainda, porque votei em Lula e Roseana, neste último caso optando pelo “mal menor” e após namorar e descartar a opção confortável e defensável, mas insatisfatória do voto nulo.
Ainda assim, achei que devia esclarecer o mais que pudesse esse episódio. Nem bem o teor dos “arquivos secretos” saiu publicado no Veja Agora, interpelei a secretária Flávia Regina em termos bastante objetivos. Fiz questão de sublinhar que não ignoro a existência de veículos subornados e jornalistas amilhados na imprensa do Maranhão, de modo a afastar qualquer idéia de conchavo, cambalacho, corporativismo. Acentuei que falava “apenas em meu próprio nome” e instei-a a esquecer qualquer consideração de amizade: “Seja até cruel, se necessário, mas diga a verdade”.
A carta ao Imparcial resume a declaração da secretária. Os únicos e poucos pagamentos que recebi da Secom — por intermédio de uma empresa de publicidade a quem confiei a representação comercial do Colunão — referem-se única e exclusivamente a anúncios do Governo, perfeitamente caracterizados, nunca a “matérias pagas” ou nada semelhante.
Alguns amigos acham que isso tudo era desnecessário. Acontece que eu não me interesso apenas em reafirmar minha integridade profissional. Quero distanciar-me quilômetros, anos-luz dessa corrupção política e midiática, para melhor poder exigir das autoridades a plena investigação dos fatos. Por menos otimista que eu esteja a respeito disso.
Grato pela leitura, especialmente aos que tiverem disposição de olhar os anexos.

Walter Rodrigues
São Luís (MA), 12/11/2006

PS – Depois de escrever esta mensagem, constatei que Veja Agora de hoje mencionava outra vez o meu nome de maneira esquisita, relacionando-o com supostos arquivos “confidenciais” da Secom de Flávia Regina. Tive então que escrever a “segunda carta ao Veja Agora”, que também pus aí nos anexos.

Anexos

São Luís, 9/11/2006
Senhores Pedro Freire e Raimundo Borges,
respectivamente diretor-geral e diretor de redação de O Imparcial

Reporto-me ao artigo de Antônio Melo, diretor de marketing político da Pública, edição de quarta-feira 1o/11, intitulado “Resposta pública ao presidente Sarney”. Do qual recolho as seguintes passagens:
1) “Imagino o desconforto do professor Antônio Lavareda, da Tânia Fusco, do Antônio Martins, do Walter Rodrigues .... Todos eles reconhecidos entre os melhores profissionais do marketing. ”
2) “Se a intenção do presidente (Sarney) era nos atingir, atingiu com a mesma contundência os profissionais que a ele e à ex-governadora Roseana Sarney Murad prestam serviço, desde os tempos em que ocuparam o Palácio do Planalto e o Palácio dos Leões.”
Entendendo que no primeiro lance havia uma afirmação e no segundo uma possível insinuação, ambas, no que me concerne, falsas, respondi com uma carta aberta na Internet, a qual acabou espontaneamente publicada por um dos jornais da cidade. Ali, além de manifestar pesadamente minha justa indignação, declarei:
“Não sou e nunca fui profissional de marketing. Não integrei a equipe do professor Lavareda, cujo trabalho nesta campanha (supondo-se que fosse dele a diretiva) considero pífio. Nunca falei com Laverada, nem por telefone. Nunca falei com Antônio Martins, a quem só conheço de foto .... Não sei quem é Tânia Fusco. Não houve uma só linha de minha autoria na campanha de Roseana. Não estou nem estive ‘a serviço’ dela ou do pai. Fui crítico implacável e talvez até exagerado de seus dois governos, no qual mamavam muitos desses que ora se fazem de heróis do anti-sarneísmo. Nesta campanha em que tanto se comprou e se vendeu, não ganhei um único centavo de quem quer que seja. Desafio qualquer canalha, público ou privado, conterrâneo ou alienígena, a provar o contrário.”
Dias depois, alertado por um amigo comum, o jornalista Daniel Mendes, Antônio Melo explicou-se na mensagem anexa, enviada de S.Paulo. Assim:
“Grande Daniel (...) Imaginei que o sr. Walter, a quem não conheço, era marqueteiro. Não disse que trabalhou para Roseana. Apenas o destaquei pelas referências que tive. (...) Retiro a referência ao sr. Walter Rodrigues, como marqueteiro. Mantenho a de respeitado, não por conhecê-lo, mas pelas referências recebidas de amigos em quem acredito. (...). Quanto ao sr. Walter Rodrigues, espero poder encontrá-lo para que não fique de mim com as percepções que externou”.
Diante dessa elegante e espontânea retratação, nada me resta a fazer senão retirar também as adjetivações que enderecei a Antônio Melo, transferindo-as com toda justiça para os boateiros fabricantes dessa intriga.
Solicito-lhes que considerem a presente como exercício do direito de resposta ou esclarecimento que a lei nos concede a todos.

Atenciosamente,
Jornalista Walter Rodrigues
wr.walter@uol.com.br
098 3235 6916

>>>

São Luís (MA), 5 de novembro de 2006
Senhor diretor do Veja Agora

Solicito a publicação do seguinte, como direito de resposta ou esclarecimento.
Este jornal publicou em 5/11 duas matérias que me exigem explicações. A primeira, “Documentos revelam a compra da eleição de Jackson”, págs. 4 e 5, com chamada de 1a página. A segunda, em página solta, sem número, “Resposta a um mero Melo difamador,” também com chamada na 1a, intitulada “Carta aberta: Walter Rodrigues responde ao ‘mero Melo’ — encarte especial”.
Começo pela segunda: o texto de fato é meu, enviei-o e foi reenviado a milhares de destinatários, via Internet, inclusive às redações dos jornais e emissoras de rádio e TV de São Luís. Só Veja Agora me fez a bondade de publicá-lo, o que agradeço. Mas com duas observações:
— Ao contrário do que possa parecer (e pareceu certamente à grande maioria dos leitores, senão a todos) a decisão de publicar a carta e transformá-la em “encarte especial” foi exclusiva de Veja Agora;
— Posteriormente à publicação do “encarte especial ” — e aqui se trata apenas de uma questão de justiça e de verdade, não de corrigir o jornal — Antônio Melo enviou mensagem a um amigo comum, o jornalista Daniel Mendes, da qual extraio o seguinte:
“Grande Daniel. (...) Imaginei que o sr. Walter (...) era marqueteiro. Não disse que trabalhou para Roseana. Apenas o destaquei pelas referências que tive. (...) Retiro a referência ao sr. Walter Rodrigues, como marqueteiro. Mantenho a de respeitado, não por conhecê-lo, mas pela referências recebidas de amigos em quem acredito. (...) Quanto ao sr. Walter Rodrigues, espero poder encontrá-lo para que não fique de mim com as percepções que externou.” (Cf. anexo 1). Diante do que, como homem educado e justo, apresso-me também a retirar as adjetivações que enderecei a Antônio Melo. Que elas recaiam nas fuças dos boateiros miseráveis que fabricaram essa intriga.
Sobre os “arquivos da Secom”, cito a seguinte passagem da matéria de Veja Agora:
“Inicialmente divulgados pelo jornalista Décio Sá ... os documentos [mostram] a existência, dentro do Governo do Estado, de uma estrutura bancada integralmente com dinheiro público, para atacar e ‘desconstruir’ a imagem da senadora Roseana Sarney (PFL) e garantir a eleição do aliado do governador José Reinaldo, o ex-prefeito Jackson Lago.”
Adiante, na pág. 5, a matéria lista mais de 60 pagamentos efetuados pela Secom num determinado período, incluindo não só veículos de comunicação, mas também colunistas políticos e outros profissionais de jornal, apresentadores de TV, radialistas etc. Meu nome é o único citado duas vezes, numa como diretor do Colunão, noutra sem nenhum esclarecimento.
Tão logo tomei conhecimento do fato, enviei a Flávia Regina e distribuí na Internet a interpelação que Veja Agora reproduziu espontaneamente em sua edição de terça-feira 7, da qual destaco as seguintes passagens:
“Prezada Flávia Regina — ....“Quando meu Colunão ainda circulava ....mais de uma vez publiquei anúncios que me foram encaminhados pela Secom, vale dizer, por você, anúncios perfeitamente caracterizados e posteriormente pagos à editora Visual .... representante comercial do semanário, com emissão da respectiva nota fiscal. ... (Mas) Nunca lhes prestei serviço nenhum, nem jamais participei de nenhuma campanha midiática de construção ou desconstrução do que quer que seja. ... Note que estou falando apenas em meu próprio nome. Não ignoro a existência de jornalistas que prestam ‘assessoria’ clandestina (relativamente a seus leitores), assim como há jornais e outros segmentos da mídia, cuja opinião oscila ou dá cambalhotas conforme a origem da receita. Que se danem. Não posso é ser misturado a esse tipo de gente... Neste instante, e exclusivamente para os fins desta carta, esqueça qualquer consideração de amizade. Seja até cruel, se necessário, mas diga a verdade”.
Ao que Flávio Regina respondeu no dia 7 (anexo 2):
“Meu Caro Walter Rodrigues .... Quero, de antemão, lamentar que um jornalista de sua linhagem tenha que passar por um constrangimento destes. .... Por certas ocasiões, os leitores puderam encontrar, em uma mesma edição [do Colunão] anúncios do Governo e críticas responsáveis, ao mesmo governo. ... E, finalmente, nego aqui nesta carta qualquer tipo de pagamento à pessoa física Walter Rodrigues. ... Cordialmente, Flávia Regina, jornalista e atual chefe da Assessoria de Comunicação Social do Governo do Estado do Maranhão”.
Eis aí, senhor diretor. Antônio Melo reconhece que nunca fui “marqueteiro” de ninguém; Flávia Regina, que nunca recebi suborno ou seja lá como se chame o pagamento clandestino a jornalistas disponíveis.
Acentuo que a secretária, ao me excluir da lista dos suspeitos, não desmente minha categórica afirmação de que houve, de fato, esse tipo de “relacionamento”, digamos assim, entre o Governo e um certo número de profissionais. O silêncio deles a respeito, se não resulta de catatonia ou timidez mórbida, equivale quase a uma confissão. Quanto a mim, quero distância disso. Não sou nem desejo ser correligionário de José Reinaldo, Jackson Lago ou Roseana Sarney, nem muito menos lhes prestar serviços ou submeter meus últimos anos de jornalismo ao cabresto de quem quer seja. Sou como sou, tenho orgulho de minha independência e só quero que me reconheçam a autoridade moral de exigir que não me lancem na vala comum dos “amilhados”. Noutras palavras, que façam a devida ressalva: Walter Rodrigues não participou nem participaria de nenhuma campanha palaciana, nunca vendeu sua consciência, nunca publicou matérias pagas no Colunão, nem pode ser jamais igualado aos mercenários de todos os governos e de sempre.
Há muitas outras questões colaterais discutíveis. Deixo-as de lado porque não posso me alongar demasiado, sob pena de obscurecer a compreensão do essencial. Apenas deixo dito que reafirmo o inteiro teor da carta aberta que há poucos dias divulguei na Internet.

Atenciosamente,
Walter Rodrigues

>>>

Prezados senhores,

Somente há poucos minutos li a edição deste sábado de Veja Agora.

Na página 4, em nova matéria sobre os "arquivos secretos de Flávia Regina", encontro o seguinte:

"... chama atenção entre os arquivos secretos a existência de documentos de texto que não podem ser abertos por usuários comuns da Secom. Protegidos por senha... o que atesta o grau de confidência das informações nele contidas."

Adiante, texto, imagem e legenda identificam alguns desses arquivos "confidenciais". Ao lado de um intitulado 'Tabela de pagamentos UP grade.doc) está um de nome 'Walter Rodrigues.doc'.

Nem sei por onde começo... Bem, pelo começo. Arquivos com senha só demonstram que alguém os chaveou, o que não basta para afirmar que contenham matéria confidencial, muito menos para deduzir o "grau" dessa "confidência".

Se discordam da teoria, vamos à prática:

Um amigo derrubou a senha do arquivo 'Walter Rodrigues.doc' e — como vocês já sabem também — nele não há nada que me relacione com essas espantosas ocorrências midiáticas da última eleição, nem de qualquer outra. É apenas uma carta da Coordenação de Núcleos Estratégicos do Governo do Maranhão, replicando a uma crítica do nosso ex-Colunão.

Espero que deixem isso bem claro a seus leitores, pois não é justo que eu fique sob suspeita, por mais leve que seja, de envolvimento com eventuais desmandos de terceiros.

Atenciosamente,
Walter Rodrigues

a carta "confidencial"

Caro Walter, bom Dia!

Sobre a nota publicada, na edição do último domingo (23/01), em O Colunão, gostaria de esclarecer que:

1) A proposta de promover a realização de uma reunião entre o secretário de Indústria e Comércio, Danilo Furtado, surgiu do Núcleo de Gestão Estratégica, da Assessoria de Comunicação do Governo do Estado, prontamente aceita pelo mesmo.

2) O Núcleo parte do princípio de que a informação é um dado estratégico para o processo decisório e que, como tal, deve otimizar resultados. Compreendemos que a Comunicação Pública não deve apenas ser uma mera divulgadora das ações do Governo, mas fornecer soluções para problemas da comunidade e, desta forma, estabelecemos que, como profissionais de Comunicação somos agentes de solução.

3) Embora pareça paradoxal, em acordo com lideranças comunitárias propusemos que não seria adequada a participação de agremiações de cunho político e até mesmo a presença da própria Imprensa, para que não houvesse partidarizações ou que interesses particulares prevalecessem sobre interesses coletivos (que você, como bom jornalista sabe que existem)

4) Não houve nenhuma intenção de ocultar nada, pois o único objetivo da reunião foi o de buscar dialogar com a comunidade, democratizar as informações e esclarecer dúvidas sobre o projeto, até então sem nenhum esclarecimento.

Temos a satisfação de informar ainda que a reunião foi tão proveitosa, iniciando às 17:30h e prosseguindo até quase 22h, em um diálogo aberto e franco com a comunidade, em uma conversa informal, direta, sem subterfúgios. Acreditamos que, da forma como ocorreu a comunidade teve uma oportunidade maior de realmente falar o que pensa e o que deseja. E que cumprimos nosso papel de profissionais de um órgão que possui muito mais a contribuir com o Estado desta forma, do que apenas reproduzir passivamente as ações governamentais.

No mais, ficamos a sua inteira disposição, para esclarecer quaisquer outras dúvidas, com relação a este ou a outros assuntos.

Um abraço,
Tami Kondo – Coordenação de Relações Institucionais
Núcleo de Gestão Estratégica
Governo do Estado

>>>

Ainda não caiu a ficha da mídia tucana

...




A disputa sobre o rumo do governo
Por: José Dirceu
(Artigo publicado no Jornal do Brasil, em 09 de novembro de 2006)


Mal terminou a eleição, com Lula vitorioso e apoiado por mais de 60% dos brasileiros, e já começou a disputa para impor ao governo reeleito a agenda do derrotado, da coalizão PSDB-PFL-PPS, que contou com o apoio informal da maioria do PDT e do PV. Juntos fizeram oposição e lutaram para desestabilizar e derrubar o governo. Não foi só Lula que venceu. Também o PT saiu vitorioso. E o PSB ganhou musculatura: com a vitória em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, consolidou o resultado do primeiro turno, quando elegeu Cid Gomes no Ceará e uma expressiva bancada na Câmara dos Deputados. Mesmo o PCdoB, apesar de não ter superado a cláusula de barreira, teve um bom desempenho. Ou seja, nem os tucanos ganharam as eleições, nem elegeram a primeira bancada. Ao contrário, junto com o PFL, tiveram um resultado pífio para a Câmara dos Deputados. No caso dos pefelistas, foi pior: perderam, e feio, nos estados e na Câmara dos Deputados. Se levarmos em conta que o PMDB foi bem nas eleições e que sua maioria quer apoiar o governo, que poderá ter, ainda, o suporte de quase cem deputados do PR, PP e PTB, vemos que Lula não só se reelegeu, mas obteve maioria no Congresso e apoio de 16 governadores. Ou seja, tem tudo para implantar o programa que defendeu em sua campanha. Como se explica, então, a ânsia e o assanhamento de nossos jornais e seus articulistas para impor à agenda do corte de gastos – o chamado ajuste fiscal – a independência do BC, a reforma da Previdência, a prioridade para as relações com a União Européia e os Estados Unidos, enfim, a agenda do candidato tucano derrotado? E não é só isso. Vão além. Começam a nomear o ministério de Lula e pregam abertamente a demissão do ministro Guido Mantega. Outro alvo é incompatibilizar os ministros chamados desenvolvimentistas com o próprio presidente da República, seja se aproveitando de declarações desses ministros, seja estimulando o jogo de intrigas e pequenas disputas dentro do governo. Mas o governo não começa em 1º de janeiro. Lula termina seu primeiro mandato e tem uma agenda em ação, centrada em mais crescimento, com juros menores e inflação baixa, mais créditos e mais investimentos na infra-estrutura e educação. As urnas, que lhe deram a vitória, apontaram como áreas criticas as rodovias, a gestão pública, a questão indígena, a segurança de nossas fronteiras. Ou seja, no novo mandato, o governo terá que fazer o que não foi feito e avançar nos projetos já iniciados, como os das áreas de meio ambiente, turismo, cultura, ciência e tecnologia, política industrial e de inovação. Lula e seu governo têm pela frente a reforma política e tributária, e a aprovação, no curto prazo, do estatuto da micro e pequena empresa, do Fundeb e da resolução nº. 2 do Congresso sobre orçamento. Sem falar no enorme desafio nas áreas da infra-estrutura e da educação. A juventude que apoiou Lula tem que estar entre as prioridades do segundo mandato. Isso significa avançar no Prouni e aprovar o Fundeb, criar 2 milhões de empregos por ano e investir nas grandes cidades e regiões metropolitanas, especialmente em suas periferias, em lazer e cultura, habitação, saneamento e transportes. Também integram a agenda do candidato vitorioso as medidas para continuar desonerando os investimentos, consolidar o crescimento do crédito, da poupança e dos investimentos. E, assim, ver o país passar a crescer acima de 5% ao ano. No plano externo, o governo Lula tem um desafio histórico: fazer avançar a integração sul-americana e consolidar o Mercosul, destravando sua pauta. 2007 tem que ser o ano do Mercosul, do Parlamento, do banco sul-americano, da integrarão física e energética, de um tribunal para controvérsias e da consolidação da união aduaneira e de políticas macroeconômicas comuns. Essa é a agenda vitoriosa. Ela se contrapõe a dos derrotados que, no passado, levou o Brasil ao impasse e à estagnação e, no presente, acaba de ser condenada pelas urnas.

http://blogdodirceu.ig.com.br/materias/399001-399500/399403/399403_1.html

>>>



>>>

domingo, novembro 12, 2006

Apesar de você...

...



O "DESJORNALISMO" DA GLOBO

“Notável, notabilíssima, a desfaçatez dos "grandes" (grandes? eu os enxergo mínimos) da mídia nativa, e dos seus costumeiros defensores, eminentes representantes da corporação. Todos se credenciaram contra a "intimidação" que teriam sofrido três repórteres da Veja por parte de um delegado da PF de São Paulo, a quem prestavam depoimento. Mas não percebo qualquer reação por parte dos mesmos "grandes" (mínimos) diante da inaudita condenação do professor Emir Sader por um juiz de primeira instância de São Paulo, por ter definido o senador Bornhausen como "racista" depois deste ter chamado o PT de "esta raça". Sader foi condenado a um ano de detenção em regime aberto e à perda de sua cátedra. Do arco-da-velha. Mas quem protesta? Só mesmo na internet. Nada nas páginas dos jornais, nada no vídeo, silêncio parlamentar. Está claro que nada esperava da Associação Nacional dos Jornais, ou da Sociedade Interamericana de Imprensa, notórias entidades patrimoniais.” (Mino Carta)

O “desjornalismo” da Globo
Segue abaixo um vídeo do governador do Paraná relatando como que a Globo tem desinformado o País.


Clique aqui: http://www.aenoticias.pr.gov.br/visualizar2.php?video=243


Roberto Requião mete o pau na mídia marrom!

Ouçam! O governador reeleito pelo Estado do Paraná, Roberto Requião, em sua primeira entrevista coletiva após a vitória... Sobrou para a Folha de São Paulo, CBN, Mirian Leitão até Pedro Bial, entre outros. Requião não perdoou ninguém!! No Paraná, ele diz que "Sempre lutou contra os privateiros do Estado em defesa dos interesses da população mais carente, sempre teve um índice de aprovação de pouco mais de 75% no Estado, porém graças às calúnias e mentiras pregadas pelo jornal de imprensa marrom Gazeta do Povo (que é o jornal da RPC Rede Globo) quase viu a sua reeleição ultrapassada pela elite mentirosa, felizmente ele conseguiu vencer no segundo turno por pouco, pois a oposição que estava agindo de maneira cabulosa para comprar a vitória, acabou não conseguindo o que pretendia". O mais interessante veio ao final da entrevista de Requião.

Após essa coletiva, dezenas de carros da campanha com som, mais 3 caminhões de som, fora as dezenas de carros de simpatizantes, contornaram o quarteirão onde está instalada a RPC (Rede Globo) e TV Gazeta do Povo. Todos tocavam a mesma música; Apesar de você do Chico Buarque, durante uma hora. Ao fundo dava para ouvir uma grande queima de fogos que durou cerca de 20 minutos.
Para encerrar o protesto, foi feito um ato de lavagem da calçada, em a frente a porta de entrada do Jornal O Globo... Vale a pena baixar o áudio para ouvir a entrevista coletiva.

Clique aqui: http://www.cbncuritiba.com.br/arquivo/download/Requiao%203.wma?PHPSESSID=5acd7aed57771a43aafb026a03aa76c3


Secretário de Requião aponta erros na cobertura da Globo

Em carta enviada a jornalistas da maior rede de televisão do país, Benedito Pires Trindade, secretário de Imprensa, lista uma série de erros factuais cometidos na cobertura da Globo sobre o funcionamento do Porto de Paranaguá. Segundo ele, posição contrária ao caráter público do porto não pode justificar distorção de números e fatos.

Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior

O secretário de Imprensa do Governo do Paraná, Benedito Pires Trindade, enviou quarta-feira (8) uma carta aos jornalistas Ali Kamel, Carlos Eduardo Schroder, Willian Bonner, Elaine Camilo, Roberto Machado, Wilson Serra e Caio Barsotti, todos da Rede Globo, apontando uma série de erros na cobertura da emissora sobre o funcionamento do porto público de Paranaguá. “Pela segunda vez, em menos de três meses, a Rede Globo erra sobre o Porto de Paranaguá. No dia 5 de agosto a tal caravana de Pedro Bial esteve no Porto e viu uma fila diante do terminal da Cargill, privado, e atribuiu-a à ineficiência do porto público. Chegou a afirmar que nos terminais arrendados à iniciativa privada a coisa ainda anda. Pior ainda, sem nenhuma sustentação em fatos, apenas no ouviu dizer, disse que os caminhões podem amargar até 24 horas na fila”, escreve o secretário, que relaciona outros episódios da cobertura da Globo que seria marcada pela desinformação.

“No dia 7 de novembro, de novo no Jornal Nacional”, acrescenta, “mais um amontoado de desinformações”. “Usando imagens de arquivo, a Globo volta a ver filas no Porto de Paranaguá. Chega a afirmar que as tais filas estendem-se por 90 quilômetros, atingindo Curitiba”. A Secretaria de Imprensa do governo do PR entrou em contato com a afiliada da Globo no Estado e foi informada que a matéria não havia sido produzida no Paraná e que o jornalismo local da emissora não tinha participado da produção da mesma. “Donde se deduz que tudo foi feito com imagens de arquivo e dados também há tanto tempo arquivados, em desuso, superados pelos fatos”, assinala Benedito Pires. Na carta, ele observa que, após um processo de reorganização feito pelo governo do Estado, o Porto de Paranaguá não tem mais filas. “A nova logística exige que os caminhões que cheguem ao Porto estejam com as suas cargas negociadas e prontas para serem descarregadas nos terminais e embarcadas nos navios”, explica aos jornalistas.

Filas públicas ou privadas?
“Ao contrário de antigamente”, prossegue a carta, “quando havia aquelas filas das imagens de arquivo da Globo, tempo em que os exportadores, de forma abusada, transformavam os caminhões em silos sobre rodas, enquanto negociavam a venda do grão e aguardavam a chegada do navio. Hoje, reafirme-se, só desce a Paranaguá o caminhão com carga já vendida e o embarque programado”. O secretário Benedito Pires destaca o erro cometido na matéria de Pedro Bial: “Se alguns terminais privados (caso os senhores não saibam há terminais privados no Porto) não adotam a mesma logística e às vezes se enroscam em filas, a ineficiência acaba sendo atribuída ao terminal público, como fez Pedro Bial)”. E aponta um outro erro, que seria o maior de todos e que teria sido cometido por Miriam Leitão e Renato Machado: “No Bom Dia Brasil, do dia 27 de abril de 2004, eles fizeram duras críticas ao governador Roberto Requião, por causa, mais uma vez do Porto de Paranaguá”.

“Miriam Leitão chegou a afirmar que regras inventadas pelo governador Roberto Requião, como a de verificar toda soja embarcada para separar a transgênica, estavam contribuindo para a formação de filas no Porto de Paranaguá. De novo, as benditas filas. Ao comentário da jornalista, adicionou sabiamente Renato Machado: A separação da soja certamente deve demorar muito tempo”. O secretário de Imprensa rebate essas afirmações, assinalando que “para verificar se a soja é transgênica ou não, não se demora mais do que dois minutos, como qualquer pessoa bem informada sobre esse procedimento sabe”. E protesta: “Mas os jornalistas não se limitaram a isso, foram além. Criticando a tal da ineficiência e as filas recorrentes, informaram que de janeiro a março de 2004, por causa de tantos gargalos, o Porto de Paranaguá havia exportado apenas 293 milhões de toneladas de soja, contra 669 milhões de toneladas exportadas no mesmo período do ano anterior”.

Uma safra de outro mundo
Aqui, o erro foi ainda mais grosseiro, aponta o secretário. “Senhores, o mundo não produz 293 milhões de toneladas de soja, muito menos 669 milhões. A atual safra mundial, segundo números otimistas, deve chegar a 224 milhões de toneladas. Mais ainda, Miriam Leitão afirmava que, naquele dia, 50 navios estavam aguardando embarque nos cais de Paranaguá. Impossível, somados os berços públicos e privados, 23 navios podem atracar de uma só vez”. “Como é possível”,pergunta Benedito Pires, “conviver com e aceitar tanta desinformação, tanta superficialidade e irresponsabilidade? A ligeireza com que assuntos tão sérios são tratados prejudica imensamente o Paraná e o seu Porto. Todo bem que a Globo tenha, editorialmente, uma posição pró-privatização dos Portos. O que não se admite é que essa posição contamine a informação”.

Na correspondência encaminhada aos jornalistas da Globo, o secretário lembra que Paranaguá é hoje o maior porto graneleiro do mundo e que deve fechar o ano com uma receita cambial superior a 10 bilhões de dólares, “mais de duas vezes a receita cambial do primeiro ano do governo de Requião”. “A comparação com Santos”, acrescenta, “seria adequada se a Globo informasse que as exportações de carros que a Grimaldi fazia pelo terminal paulista foram transferidas ao Paraná, por causa das vantagens aqui oferecidas, como preço, rapidez, segurança e confiabilidade”. Além de ser o maior exportador de grãos do país (60% dos grãos exportados do país saem de Paranaguá), sustenta ainda Benedito Pires, o porto paranaense transforma-se em um terminal multicargas, ganhando a competição com outros para exportação de madeira e congelados, por exemplo.

A separação da soja transgênica
Ele destaca ainda a avaliação do professor Surinam Nogueira de Souza Jr., da Fundação Getúlio Vargas, para quem a modernização do Porto de Paranaguá, realizada durante o governo Requião, transformou-o em um “exemplo de que a administração pública pode ser mais eficiente do que a administração privada”. Segundo ele, a nova logística de operação adotada pelo Porto o faz um dos mais eficientes do país. Outra avaliação positiva citada pelo secretário é a do Cônsul Geral dos Estados Unidos no Brasil, Christopher McMullen, que, em nome do Serviço Comercial de seu país, firmou um convênio com os portos de Paranaguá e Antonina, escolhendo-os para ser a principal porta de entrada de produtos, serviços e tecnologia americanos. Segundo o cônsul, “a escolha dos portos paranaenses ´resultado do bom desempenho obtido pelos terminais nos últimos três anos”.

Por fim, aponta o que seria mais um erro de informação, desta vez relativo à separação entre a soja transgênica e a não-transgênica. “A segregação da soja transgênica da não transgênica não é uma birra, ou como disse Miriam Leitão, uma regra inventada pelo governador Requião. É da Lei. E o Paraná obedece à lei sobre o assunto. Hoje, o Porto de Paranaguá não rejeita a exportação de grãos transgênicos. Foi designado um terminal especialmente para isso. O que o Paraná não faz é misturar a soja transgênica com a convencional. Mesmo porque a produção de soja transgênica em nosso Estado é insignificante”. E acrescenta: “Hoje, o Porto de Paranaguá é conhecido no mundo todo como um porto que a faz a segregação e que o importador jamais correrá o risco de receber o grão contaminado. Como até mesmo a Globo deve saber, as tantas restrições internacionais aos produtos transgênicos (União Européia, China, Índia) fazem com que o preço da soja convencional paranaense seja superior ao do grão geneticamente modificado”.

“Senhores, são informações, são fatos. Nada mais do que a verdade. Gostaríamos que, pelo menos uma vez, isso fosse refletido nos telejornais da Globo. Não é o fato da rede ter uma clara posição pró-privatizações que deve fazer com que ela deixe de reconhecer a eficiência do porto público paranaense”, conclui a carta do secretário.

Resposta de Ali Kamel

A CARTA MAIOR entrou em contato, por e-mail, com Ali Kamel, editor-executivo da Central Globo de Jornalismo, indagando sobre a posição da emissora a respeito do conteúdo da carta. Sua resposta foi a seguinte: “Estamos analisando o que aconteceu. Se estivermos errados, vamos admitir isso e explicar por que erramos. Ainda até sábado”.


>>>