quarta-feira, outubro 04, 2006
Imobiliária tucana
3 DE OUTUBRO DE 2006
Guru econômico de Alckmin defende privatização da Petrobras
De: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=8327
O ex-ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso, o empresário e economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, é um dos principais articuladores do programa de governo do candidato à presidência, Geraldo Alckmin (PSDB). No programa, não consta abertamente a proposta de venda da Petrobras para o capital privado, mas três itens do documento indicam, com outras palavras, que o rumo a ser adotado, no caso de improvável vitória da direita, será mesmo o da privatização.
No capítulo sobre política energética, o programa de governo de Geraldo Alckmin diz que o tucano irá ''Estabelecer parcerias com a iniciativa privada para o crescimento do setor (de energia)''; ''Incentivar a participação da iniciativa privada em companhias de distribuição de gás natural'' e ''Incentivar a entrada de novos agentes no mercado de refino e transporte de petróleo e gás natural''.Apesar de no programa dos tucanos a proposta de privatização ter sido disfarçada, Mendonça de Barros já deu diversas declarações à imprensa defendendo abertamente a entrega do maior patrimônio público do país.
No final do governo Fernando Henrique, Barros participou de uma palestra na Abamec, em São Paulo, onde disse com todas as letras que ''O governo já deveria pensar na privatização da Petrobras, seguindo a mesma lógica adotada no sistema Telebrás''.
Segundo o economista, os graves problemas energéticos enfrentados pelo país na época foram causados pelo grupo que controlou o Ministério de Minas e Energia nos últimos anos do governo tucano.''Esse setor ficou muito tempo na mão do grupo do ACM (senador Antonio Carlos Magalhães, do PFL-BA), e eles não resolveram nada'', disse Mendonça de Barros na ocasião.
Recentemente, em uma nova declaração, desta vez para a revista Exame, Mendonça de Barros voltou a defender a privatização da maior e mais lucrativa empresa estatal da América Latina.
Perguntado sobre o que deveria ser privatizado, Mendonça de Barros afirmou: ''Há muita coisa ainda, como os serviços portuários, as estradas de rodagem, o setor elétrico, a Petrobras''.
Questionado se a privatização da Petrobras não seria extremamente polêmica, o guru econômico de Geraldo Alckmin deu a seguinte resposta: ''Sem dúvida. Ainda não tenho opinião formada sobre o assunto, mas se eu estivesse no próximo governo, trabalharia forte na privatização da Petrobras. Esse não é um projeto simples. Tem de ser muito bem estudado, muito bem planejado. Mas acho que deveríamos quebrar esse monopólio que hoje não se justifica.
Privatizar ou não é uma questão que tem de ser avaliada de maneira objetiva, não ideológica. Não tenho nada contra a empresa pública, mas quando a empresa pública não tem mais razão de existir, ela precisa ser extinta, e o negócio, vendido para a iniciativa privada''. E não é apenas Mendonça de Barros que fala abertamente em retomar as privatizações.
O próprio candidato tucano declarou em entrevista concedida ao jornal O Globo (15 de janeiro de 2006), que pretende retomar a política de privatizações implementada pelo governo FHC, Alckmin citou os bancos estaduais entre suas prioridades. ''A maioria já foi privatizada, mas deveriam ser todos. Tem muita coisa que se pode avançar. Susep, sistema de seguros, tem muita coisa que se pode privatizar'', respondeu.
Perguntado se os Correios estariam nesta lista de empresas privatizáveis, o governador paulista foi mais cauteloso, mas não descartou a possibilidade. ''Correios acho que teria que amadurecer um pouco. Tem muita coisa que não precisa privatizar'', afirmou sem especificar quais. E, além das privatizações, acrescentou que pretende valorizar as parcerias público-privadas em um eventual governo tucano.
Em São Paulo, no período em que o PSDB foi governo, Alckmin comandou uma grande onda de privatizações de empresas públicas que fragilizou a economia do estado.
Segundo analistas políticos, além da Petrobras e dos Correios, também estão na mira dos tucanos os dois grande bancos públicos federais: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Todas estas estatais (Correios, Petrobras, BB e Caixa) são empresas públicas altamente lucrativas, com alto grau de investimento em setores sociais, culturais, esportivos e educacionais e são exemplos internacionais de gestão e competência em suas respectivas áreas de atuação.
Cláudio Gonzalez
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Petrobras confirma alto volume de óleo leve na bacia de Santos
Quarta-feira 4 de Outubro, 2006 3:23 GMT
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras informou nesta quarta-feira que após testes confirmou a existência de significativo volume de óleo leve na bacia de Santos, em uma área cuja descoberta de indícios de petróleo foi anunciada em julho.O poço, situado sob uma lâmina de água de 2.140 metros, está localizado a uma distância de cerca de 250 quilômetros da costa Sul da cidade do Rio de Janeiro e a 280 quilômetros da refinaria Duque de Caxias.Segundo a empresa, que já havia considerado a descoberta histórica, por ser a primeira a ultrapassar uma camada de sal de mais de dois mil metros, o local tem um reservatório de alta produtividade e qualidade, com graduação 30 graus API.O bloco é explorado por um consórcio formado pela Petrobras (65 por cento), British Gas (25 por cento) e Petrogal (10 por cento), sendo esta última controlada pela Galp Energia.Segundo comunicado da estatal brasileira, serão necessários investimentos adicionais para perfuração do primeiro poço de extensão, para avaliar o volume total do reservatório encontrado, mas o valor não foi divulgado.Nos testes, a vazão inicial foi de 4.900 barris por dia de petróleo e 150 mil metros cúbicos de gás diários. Segundo comunicado da Galp Energia em Portugal, o bloco poderá chegar a produzir 9 mil barris diários e 250 mil metros cúbicos de gás natural diariamente.A busca por óleo leve e gás fazem parte da nova estratégia da Petrobras, anunciada junto com o Plano Estratégico da companhia para o período 2007-2011, de priorizar a descoberta desses dois produtos. Atualmente, o óleo leve corresponde a 11 por cento da produção total da Petrobras, que pretende dobrar esse volume em cinco anos. ROYALTIES PARA O RIODe acordo com o secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Estado do Rio de Janeiro, Wagner Victer, o bloco onde está localizado o poço na bacia de Santos fica integralmente no território fluminense, "em área frontal aos municípios do Rio de Janeiro, Mangaratiba e Angra dos Reis, para onde futuramente serão pagos os royalties e participações especiais", analisou Victer."Esta é uma das maiores descobertas do Brasil dos últimos anos demonstrando que foi encontrada uma nova e importante fronteira de produção de petróleo no litoral fluminense que poderá inclusive utilizar as infra-estruturas já existentes como Portos de Apoio Offshore, em Niterói e em Angra dos Reis", afirmou o secretário em nota nesta quarta-feira.As ações da companhia subiam 1,65 por cento, às 15h20, ajudando a puxar o Ibovespa, que operava em alta de 2,14 por cento. Na véspera, os papéis da companhia fecharam em queda de 4,2 por cento, por conta da queda do preço do petróleo no mercado internacional.A divulgação, nesta quarta-feira, de estoques de petróleo nos Estados Unidos maiores do que o esperado chegaram a reverter alta dos papéis da companhia, mas a ligeira recuperação do preço do petróleo no mercado internacional fez com que as ações voltassem ao terreno positivo."Na ausência de más notícias, uma meia boa é suficiente para segurar a alta...o que vai definir mesmo (o desempenho das ações) é o comportamento do petróleo lá fora", disse o analista da corretora BES Securities Gilberto Pereira à Reuters.Ele explicou que apesar de não ser novidade, a confirmação da descoberta anunciada em julho é importante para que o mercado acompanhe o desenvolvimento do bloco, que ao contrário da maioria do petróleo produzido no Brasil, é de alta qualidade.
In: http://br.today.reuters.com/news/newsArticle.aspx?type=businessNews&storyID=2006-10-04T182032Z_01_N04349834_RTRIDST_0_NEGOCIOS-ENERGIA-PETROBRAS-LEVE-POL.XML&archived=False